Serena completa 10 meses, engatinha pelo apartamento inteiro e se adaptou bem à papinha salgada.

Liv chega tarde  da central, Ed já havia pego Noah na escola e liberado Lucy.

— Oi meu amor, obrigada! Clima tenso hoje no fim do dia. Liv pendura sua bolsa e guarda a arma travada na caixa.

— Resolveram o caso?

— Sim. Amanhã estaremos no tribunal.

— Vai tomar seu banho, eles jantaram não faz muito tempo.

— Vou, é o que mais preciso.

Ed dá o leite de Noah e segura Serena no colo aguardando Liv acabar de se arrumar.

Liv demora no banho, sente seu corpo diferente, seus seios não enchem mais com tanta frequência, toda hora tem vontade de fazer xixi e sente sono após as refeições.

— Oi minha florzinha, está esfregando os olhos, cheia de sono!

— E você filhote, como foi na escola? Liv o pega no colo primeiro, antes de pegar Serena.

— Brinquei com tinta, mamãe!

— Foi, filho? É o que você pintou?

— Nossa casa! Mamãe, quero dormir.

— Vem filho, papai te leva pra cama e conta história. Dá um beijinho na mamãe.

Ed pega Noah e entrega Serena pra Liv, que a põe no peito, mas ela faz uma careta e tem ânsia de vômito.

— O que foi filha? Liv tenta o outro seio, mas Serena rejeita.

— Você não quer mais mamar?

— Serena deita a cabeça e seu ombro e adormece. Liv a leva pro berço com lágrimas nos olhos. 

— Já mamou? Pergunta Ed

— Ela não quis! Ed, ela rejeitou o peito! Deu vômito!

— E agora? Você está chorando!

— Sim, Serena venceu mais uma etapa. Perdi minha bebezinha.

Ed a abraça...

— Vem minha querida, vai descansar. Seu dia foi muito puxado.

— Assiste o jornal no quarto, fica aqui comigo.

— Fico. Boa noite, minha Pimenta.

— Boa noite, meu amor.

— Vamos no mesmo carro hoje?

— Vamos, acho melhor.

— Ed, me deixa na farmácia perto da central, meu analgésico acabou e não gosto de ficar sem ele na bolsa.

— Ok. Podemos almoçar juntos hoje?

— Podemos, vou adorar.

Liv desce na esquina e Ed segue pro estacionamento. Ela entra na farmácia e compra um teste de gravidez. O segundo em 2 meses. E vai pra central.

— Bom dia pessoal. 

— Bom dia Tenente.

— Dois de vocês pode acompanhar o caso no tribunal hoje? Preciso colocar relatórios em dia. 

Dodds e Rollins se manifestam e vão. Finn e Carisi ficam.

Olívia se dirige pro banheiro com o teste na bolsa, quer acabar logo com essa dúvida.

Em 3 minutos sua suspeita se confirma, está grávida de novo! Se emociona, suas lágrimas correm. Se recompõem  e vai  aproveitar o almoço para dar a notícia a Ed. Ela retorna pra sua sala e começa a ver a papelada. 

Eliot Stabler chega a central, cumprimenta Finn e é apresentado a Carisi.

— Cara, quanto tempo! Está perdido em Nova York? Pergunta Finn

— É, faz um bom tempo. Moro na Califórnia agora. Benson está?

— Sim, vou te levar à sala dela?

— Tenente??

— É Eliot, as coisas mudaram...

Finn bate à porta...

— Sim, entre!

— Benson, você tem visita!

Eliot aparece na porta e Olívia gela em sua cadeira. Retirando os óculos do rosto.

—   Eliot??

— Em carne e osso!

— Olívia levanta e vai recebê-lo. - Nossa quanto tempo! Por onde andas?

Se abraçam meio sem jeito.

— Senta Eliot...

Finn se retira e fecha a porta.

— Liv, vim me desculpar com você pela minha ausência.

— Nossa!! Eliot, eu já superei isso!

— Imagino. 

— Onde você está morando, o que fez da vida?

— Estou separado de Kathy, moro na Califórnia, fui aproveitar minha aposentadoria na praia. Mas...

— Mas..

— Eu nunca esqueci você!

Liv se emociona...e levanta do sofá para pegar um copo de água. Sente uma leve tontura.

— Eliot, estou casada com Ed Tucker e temos 2 filhos.

— Tucker? Não acredito!

— Liv! Eu vim até aqui porque tomei coragem pra dizer que te amo! Sempre te amei!

Olívia  se apóia sobre sua mesa, suas pernas bambeiam, desmaia e cai no chão. 

— Liv? Liv?

Eliot a segura nos braços e grita... – FINN, FINN!

Finn abre a porta correndo. 

— Chame uma ambulância, rápido!

— 911 Preciso de uma ambulância urgente na central de polícia. Tenente desmaiada.

      - O que houve Stabler?

— Não sei, estávamos conversando, ela levantou e caiu!

Olívia é posta na maca ainda desacordada e levada ao Hospital Mercy.

— Eu vou com ela diz Eliot...e segue na ambulância.

— Finn, melhor avisar ao capitão Tucker! Diz Carisi.

— Sim, vou avisar agora.

— Alô Tucker.

— Capitão, aqui é...

— Diga Finn, o que houve?

— Tucker, Benson foi levada para a emergência do Mercy.

— Finn, o que aconteceu?

— Tucker, ela desmaiou. Estava conversando com Eliot Stabler...

— Eliot Stabler está aqui na central?

— Uhhh, ele foi com ela na ambulância.

— Ok Finn, estou a caminho do hospital. Obrigado.

Tucker fica vermelho de ódio. Se preocupa com Olívia, nem imagina o que possa estar acontecendo, mas só de pensar que Stabler está ao lado de sua esposa, seu sangue ferve.

Olívia acorda já no quarto, o médico está ao seu lado. 

— Olá Sra. Benson. Como se sente?

— Um pouco tonta. Eu desmaiei?

— Sim. A Sra. sabe porque?

— Acho que sim! Estou grávida.

— Exatamente, 6 semanas! Vou lhe deixar em observação algumas horas e depois libero a Sra. Ok?

— Ok. 

— A Sra. tem um acompanhante na porta, sr. Stabler. Deixo-o entrar?

— Não, por favor. Agora não. Liv fica nervosa...

Ed chega ao hospital, se identifica como esposo e é conduzido ao quarto onde Benson está. Ao chegar à porta do quarto, Tucker vê Stabler e o encara...

Ed entra no quarto, Liv está sentada na cama...

— Ed!!

— Oi meu amor! O que houve?

— Ed, eu não tenho culpa, Stabler apareceu..

— Shiiiii... Ed lhe beija os lábios...

— Liv, se aclame, não se preocupe! Eu não tenho ciúmes dele. Sempre odiei esse cara pela proximidade que ele tinha de você. Eu tenho certeza da sua escolha e que temos a nossa família. 

Liv sorri aliviada.

Eliot os observa pelo vidro da porta.

— Mas o que houve na central? O que aconteceu?

— Ed!! Seus olhos marejam... 

Ed percebe sua emoção e olha pra sua barriga.

— Estamos grávidos? É isso?

— Sim, Ed. Estamos! A voz de Liv sai embargada.

Ed põe a mão em seu ventre e beija Liv com carinho e paixão. 

— Eu te amo! 

— Liv, preciso dar um telefonema. Vou lá fora e já volto. Ok?

— Ok. Não demora! Se beijam novamente.

— Descansa um pouco.

Eliot assiste tudo pelo vidro.

Tucker sai do quarto

— Converse com sua amiga e suma daqui! Você teve todas as oportunidades e perdeu sua chance, não venha agora atrapalhar nossa família, que aliás, vai aumentar!

Eliot olha Olívia pela última vez pelo vidro da porta e vai embora sem se despedir.

Tucker avisa a central que não irá mais voltar, vê Stabler indo embora e volta ao quarto de Olívia, que está dormindo. Ele senta na poltrona, chora e sorri de felicidade. Fica admirando sua esposa...

Olívia desperta suavemente e vê Ed a olhando...

— O que foi?

— Estou mais apaixonado! Você está linda!

— Ed! Olívia ruboriza as bochechas.

O médico que a acompanha entra no quarto.

— Olá Sra. Benson. Tudo bem?

— Sim, estou bem.

— A Sra. está liberada, inicie seu pré-natal assim que possível, ok?

— Ok!

— Vamos pra casa, mocinha!

— Vamos! Ed, minhas coisas ficaram na central, podemos buscar? Aiiii, meus relatórios! 

— O que foi? 

— Vou atrasar tudo. 

— Pegamos o que você precisa. Ligue pro Finn e peça pra ele descer com suas coisas.

Finn desce com a bolsa e as pastas no estacionamento.

— Como está Tenente? O que houve?

— Apenas um mal estar, Finn. Amanhã estarei de volta.

— Sei! Esse mal estar tem a ver com... um bebê?

— Finn?

— Desculpe Tenente, capitão...

— Acertou, Finn. Benson está grávida. Confio em você pra tomar conta dela pra mim!

— Que isso capitão? Quanta honra!

— Ed?? Podem parar os dois! Eu sei me cuidar sozinha, eu hein!

— Até amanhã, Finn.

— Até.

— Oi Lucy!

— Oi Liv, oi sr. Tucker, aconteceu alguma coisa?

— Ahhh...Sim, Lucy. Tive que ir ao hospital, mas está tudo bem! Lucy, teremos mais um bebê em casa!

— Liv!! Que delicia! A casa cheia de crianças!! Parabéns!

— Obrigada, Lucy. Contamos com sua parceria.

— Vou adorar!! A princípio, Serena tomou bem a mamadeira de mucilon de manhã, e comeu toda a papinha do almoço, está dormindo agora.

— Vou vê-la , obrigada.

Liv adianta seus relatórios enquanto Ed prepara um almoço rápido. Após o almoço, Liv é tomada pelo sono e se joga no sofá. Ed trabalha on line com a central.

Já é noite, crianças dormindo, Ed está relaxado no sofá e Liv vem do quarto já de pijama e se aconchega em seu colo.

— Está com sono minha Pimenta?

— Não, agora não. Dormi demais de tarde.

— Percebi.

Ed faz carinho em sua barriga, Liv segura em suas mãos e sorri.

— Liv, me conta como foi de manhã, o que aconteceu que a fez desmaiar?

— Eu tinha acabado de fazer o teste de gravidez no banheiro...

— Hummm... Sua ida a farmácia foi pra isso? Você estava desconfiada?

— Sim, estou atrasada e senti algumas diferenças no meu corpo. 

— E você não me disse nada?

— Ed, nós combinamos de não criar expectativas!

Ed a abraça e beija seus lábios.

— Então, voltei pra minha sala ainda sob forte emoção e comecei a ver meus relatórios. Foi quando o Stabler chegou e começamos a conversar.

— Liv, ele te abraçou? 

— Ed?? Sim, me deu um abraço meio sem jeito.

— Desculpa, é muito difícil pra mim saber que ele estava com você. Ed a aperta em seus braços.

— Ed, ele não significa nada pra mim, apenas um amigo do passado. 

— Ok. Eu sei disso. Mas o que te levou a se sentir mal?

— Não sei, estávamos conversando, eu levantei pra pegar água e não lembro de mais nada. Acordei no quarto do hospital. E você chegou logo em seguida. Quem te avisou? 

— Finn me ligou. Fiquei doido quando soube que seu amigo tinha ido na ambulância com você!

— Ele foi comigo?

— Foi, e quando eu cheguei ele estava lá na porta do quarto.

— Vocês se falaram?

— Não! O fulminei com o olhar.

— Eu não o vi mais.

— Ele não entrou pra falar com você depois que eu sai?

— Não, Ed. Fiquei sozinha.

— É um bocó mesmo! Quer saber, melhor assim!

— Ed!! Liv segura seu rosto e o encara...

— Eu te amo! Liv fala baixinho, sussurrando.

— Eu te amo, Liv. Agora vamos pra cama. Você precisa descansar e já está tarde.

— Hummm, você vai assistir o jornal?

— Vou.

— Vou ficar aqui com você. Assim ganho mais uns beijinhos!

— Ganha vários...

Liv adormece em seus braços.