Sentimento Incompleto escrita por Gabi chan02


Capítulo 11
Assunto inacabado


Notas iniciais do capítulo

HOOY!

Gente... peço perdão pela demora, outra vez :T
E agradeço a paciência que tem comigo XD
Dessa vez, a demora foi porque tive de focar em escrever minha parte do post da visita da Miku-chan e da Cupcacke nas férias. Quando estiver tudo pronto, eu coloca aqui pra vocês *u*
E também porque acabei começando outra fanfic E ESTAVA LENDO CIDADE DOS ETÉREOS. MDS. QUE FINAL FOI AQUELE?!?!
Quero muito o 3º livro, logo fdjeuihwuhw

Percebi que em todos os capítulos até agora, teve algum link. Podia virar tipo uma tradição nossa, eu sempre recomendar uma música, um ask/blog, ou algo assim, não? *u*

Esse blog, rola uns RinxLen ♥
http://cuddlymeloplushie.tumblr.com/post/152298712774/drawing-practice-4-kagamine-rin-and-len

AHH, EU NÃO ME ESQUECI~
CAPÍTULO DEDICADO A KIWI, A LEITORA NOVA ♥
Obrigada, moça ;3;
E estamos quase com 800 visualizações,
MDS OITOCENTAS EU NÃO TO SABENDO LIDAR A FIC TÁ SÓ NO COMEÇO AAAAA
VALEU, GENTE, WEEEEE ♥♥

ENFIM, BOA LEITURA *U*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/691423/chapter/11

Len POV

Rin se jogou na cama, fitando as estrelinhas coladas do teto e que brilhavam no escuro. Mais precisamente na minha cama, onde, segunda ela, tinha uma visão melhor.

— Não aguentava mais olhar aquele teto branco do hospital.

Era por esse motivo que elas estavam ali. O motivo de que nenhuma parte do nosso quarto era completamente branca.

Ela ficou ali, pensativa por alguns minutos em completo silêncio e visivelmente cansada, enquanto eu abria a janela da sacada para deixar o vento entrar.

— Len, eu não acordei só hoje de manhã – ela falou, me fez parar no caminho. – Acordei perdida em algum momento na madrugada, sem você ou a Asami por perto.

— Por que não avisou ninguém?

Rin apontou com a cabeça para que eu me aproximasse. Fui até a cama e me ajeitei ao seu lado, também mirando no teto decorado.

— A mãe e a tia Ágata estavam no quarto. Eu fingi que continuava dormindo pra ouvir a conversa – completou. Gelei, mesmo que o tom calmo de Rin mostrasse o contrário. – Elas discutiram até Asami voltar. As duas quase sussurravam, mas não era uma conversa pacífica nem de longe.

Me calei. Foi por isso que me mandaram embora?

— Discutiam o que? – indaguei, com medo.

— Acordei com a tia chorando, falando que não aguentava mais mentiras enquanto a mãe dizia que não podia fazer nada, ou sabe-se lá o que o... – fez uma pausa, pronunciou a palavra com rancor –, pai delas, faria. Então a Asami chegou e as duas pararam, mas a tia saiu do quarto e não voltou mais.

Meus braços estavam cruzados, meu indicador saltitava e meus pensamentos não me davam folga alguma.

— O pai não disse nada só pra você? Parece que alguém desconfia de alguma coisa?

— Disse que foi a tia que ligou pra mãe, pedindo ajuda, só isso. E que ele foi depois só por saudades mesmo, pra ter certeza de como a gente tava. Por fora, ninguém desconfia.

Rin remexeu-se até deitar de novo e descruzar meus braços, que usou de apoio em mim e ainda colocou as pernas por cima das minhas. Normalmente ela estaria mais perturbada que eu, mas ainda parecia meio sonolenta, até meio dopada pelos remédios, ou apenas não tinha acompanhado tudo pelo meu ponto de vista para preocupar-se também.

— Não precisa se preocupar – falou baixinho, perto da minha orelha, com voz de sono. – Temos um plano bom demais pra deixar alguma coisa escapar antes da hora.

...

Fazia pouco mais de um ano que havíamos passado nas audições. Era a primeira vez em muito tempo que via aquelas letras, desde que nos mudamos para cá. 

Minha tia já tinha ido dormir. Rin não iria mostrá-las por um motivo qualquer.

— Eu sei que você também escreveu algumas naqueles meses.

Ela exalava confiança enquanto me entregava algumas das folhas.

Já conhecia a maioria, outras era a primeira vez que via. Houve até um clima desconfortável, Rin parecia insegura com os resultados ao me mostrar, contrariando a confiança de antes.

Tinha indiretas até para mim ali, de antes do nosso namoro, quando ela não tinha coragem para dizer abertamente e eu nunca percebi mesmo já tendo visto a tal letra. 

Depois de ler todas, peguei as minhas.

— Quer ir entregando aos poucos, isso? – tentei adivinhar, começando a gostar da ideia.

— Quase isso. – Ela sorriu, um tanto diabólico. – Não vão nem ficar sabendo que fomos nós que escrevemos essas.

Sem especificar mais nada, ela fez o mesmo que eu e pegou as que eu havia escrito para ler, antes de continuarmos.

— Sim, é perfeito – me entregou de volta, após os minutos de silêncio que usou para devorar cada uma delas. 

— São mesmo parecidas, ou da mesma situação ou da pra virar um dueto – ajudei –, mas poderia contar logo?

Ela tomou fôlego. Levantou e andou até a escrivaninha, de onde tirou um caderno qualquer que ficava largado por ali, só de anotações. Conforme se aproximava pude identificar, se tratava do roteiro de algum plano. Vindo dela, tinha poucas chances de falhar.

— Não se preocupe se vão polemizar ou não, porque elas servem pra isso. Não precisamos "dar satisfação da nossa vida pro mundo". – Demorei, mas reconheci a minha frase, também de um ano atrás. – A "culpa" vai ser toda dele, dela, deles ou de ninguém, podemos fazer os PVs com desenhos e só vamos dizer que aceitamos cantar essas por motivos pessoais e desinteressantes. Nunca vão descobrir, até a hora certa, onde contamos tudo, com uns dezoito anos, no mínimo, quando vão ser obrigados a nos aceitar... Vai ser bem divertido.

Repeti o sorriso diabólico de Rin. Não era um plano de extrema necessidade, porém, realmente seria interessante e nenhuma outra ideia nos daria tanta liberdade em segredo quanto essa, a melhor parte.

Contamos nos dedos de uma mão quantas pessoas saberiam: uma. Asami. Parte para autorizar, parte para nos apoiar. O lado divertido era o quanto seria mirabolante esconder isso até dos nossos amigos mais próximos, e, principalmente, do resto do mundo.

E assim o Neru teve sua primeira original. Foi Rin quem começou, com The Lost One's Weeping.

...

Depois de um tempo, consegui me desenroscar de Rin sem acordá-la, queria carinho a todo custo e não me deixou sair até dormir, coisa típica de quando está com sono. Dessa vez era também efeito dos remédios.

Ainda me encontrava um pouco atordoado e o fato de sermos tão próximos agora era o único que confortava. Nem sempre foi assim, e Rin ter tocado no assunto do nosso avô só só causou mais lembranças ruins. Não importava agora, não nos afetaria como antes, e ainda sim eram feridas abertas e ignoradas. Elas insistiam em voltar.

Como minha mãe ainda era muito nova, quem cuidou de nós dois até os 7 anos foi meu avô materno e aquelas tias que sempre brotam pelas famílias, além disso, minha mãe não deixou os estudos, o que nos fazia passar mais tempo com eles. O problema era que todos eram extremamente tradicionalistas e conservadores, ignorantes e até com uma ponta de fanatismo religioso. Sem exceções, sem exageros.

Se isso já não bastasse, nos criavam como bem entendiam. Meu avô principalmente, tinha todo o (apenas) meu futuro planejado, eu era o único homem da família até então, mesmo sendo só uma criança, e já me convencia que seria eu a herdar a empresa. Enquanto isso, as tias criadas nesses mesmos moldes eram responsáveis por ensinar que Rin, por ser "mulher", deveria simplesmente aceitar e ajudar com a casa. Felizmente, não dava muito certo. Rin já nasceu com um espírito livre.

Eu era o mimado e tinha de tudo, sempre. Em "troca" me cobravam toda a disciplina e obediência possível sem que eu pudesse contestar uma letra, quebrar uma regra, ou já sairia com marcas. Com pouco tempo parei de resistir e aceitei. Meus pais não ficavam sabendo, eu achava que já tinham problemas demais só por existirmos na vida deles.

Sobre Rin, a única coisa que posso dizer é que ela me odiava e hoje acho que tinha toda a razão do mundo. Entretanto, durante esses dias passados, esse ódio um pelo outro era mútuo... e incentivado. Dentro da nossa cabeça era uma enorme competição. Não éramos criados como irmãos, apenas como pessoas parecidas que moravam na mesma casa e compartilhavam os mesmos parentes. Uma destinada ao mundo fútil, outra para viver em uma sombra.

Felizmente, de novo, isso acabou e podemos dizer que nada disso funcionou. Pela Rin, por nós dois, faço questão de nunca me esquecer que não serei controlado de novo. E de deixar que Rin tenha sua liberdade, coisa da qual era privada. Eu me tornei uma pessoa melhor, antes que meu coração fosse congelado pelo frio.

Eram todas histórias incompletas e não sabia dizer qual era o começo. Queria que agora fosse o nosso começo, o caminho para o final feliz e antes disso era apenas um prólogo, uma introdução para todos os nossos problemas físicos e psicológicos do presente. Porém, no fundo sabia que o passado era o começo. Ou seja, o "agora" é o meio, o pior ainda vai vir e o final é incerto.

E com meros devaneios joguei fora toda a esperança que juntava enquanto observava Rin dormindo feito uma criança ao meu lado. Sorri, tirei uma mecha de cabelo de seu rosto antes de levantar e a cobrir com um lençol.

Precisava pensar em outra coisa, me distrair, mas naquele momento estávamos só nós dois, então fiquei com a opção mais próxima e liguei o notebook sobre a escrivaninha ao lado.

Visitava algumas páginas, algumas redes sociais, conversei com uns poucos amigos, só jogava tempo fora. Já devia estar escurecendo quando me mandaram o link do post que a "jornalista" de sábado havia feito. Era a primeira vez que via as polêmicas dela direto da fonte.

"Akira Mizuki"

"Akira". O mesmo sobrenome. A mesma cara. Não sabia que aqueles dois tinham uma irmã mais velha, muito menos que estaria envolvida com esse tipo de trabalho. Bastou uma rápida pesquisa por qualquer canto para achar fotos dela de quando estudava no colégio dos pais.

Por sorte, nada de errado ali. Não contou apenas a parte onde errava e chamava Rin e as outras de idols, para não passar vergonha.

Passei reto pelos comentários, o título da postagem seguinte chamou minha atenção.

"Neru: apenas um mistério ou um suspeito?"

Ignorei o título tosco e o quanto ela devia adorar cuidar da vida alheia e não da própria. De início, não era nada além das perguntas que todos faziam, "quem é?", "por que se esconde?", "qual a relação dele com os gêmeos?", até o momento em que foi mais longe; "Fiquei sabendo de fontes confiáveis, meus contatos pessoais, que algumas das histórias parecem ter acontecido durante aquele período perturbado que ambos evitam falar. Isso nos mostra um novo ponto de vista, este produtor é alguém que esteve bem próximo dos gêmeos e ainda se encontra presente".

Não duvido que Mayu ou Akihiro tenham contado alguma coisa. Li até o final para ter certeza de que não passaria disso e me forcei a fechar a página assim que terminei.

Algumas outras memórias apareceram, do dia em que Mayu tentou nos incriminar. Procurei outra lembrança para me distrair de novo. A coisa que reparei foi na data, era nossa última semana de férias. Finalmente iríamos vasculhar a sala do clube de música em busca das fotos, como Luka contou e Rin me passou. Poderíamos ir antes, já que a escola ficava aberta para os clubes, mas a gripe e os olhares curiosos nos impediram.

Percebi um movimento na cama, Rin tinha acordado sem que eu reparasse, ela ficou me observando enquanto lia.

— Ela não falou idiotices não, né?

Neguei, aliviado.

— Mas ela é mesmo irmã da Mayu e do Akihiro.

— Não podia ser mera coincidência.

Suspiramos, juntos.

— Acha que ela faria alguma coisa?

— Acredito que não – respondeu enquanto sentava, colocando uma mão na cabeça e apoiando-se na cama com a outra, os olhos fechados, meio tonta. – Nada além de correr atrás da identidade do Neru.

— Acha que ela descobre?

Ela hesitou um pouco. Esconder isso do mundo, com o tempo, deixou de ser apenas por diversão e virou questão de segurança e privacidade. Algumas das críticas mais leves já eram vistas como "revolta". Podia até ser a nossa intenção, mas as pessoas só viam o lado negativo.

— Ela não parece ser muito inteligente. Se acontecer, não vai ser difícil enganar todo mundo outra vez.

Por pior que tenha soado, era tão verdade que não foi difícil concordar. Contudo, mudei de assunto.

— Você ainda está meio pálida, vai comer alguma coisa.

Rin suspirou, depois riu. Não tive como não retribuir e sorrir de volta.

— Tô indo.

Assim que ela saiu do quarto, meu celular tocou. Esperava que fosse Ágata ou Asami, mas era Gumi, quase gritando.

— Oi, Gu-

— Qual os nome dos filhos do diretor da Academy K.? – interrompeu.

Gumi era uma antiga aluna de lá, achei que soubesse os nomes. E por que essa curiosidade agora?

— Mayu e Akihiro Akira.

Ela fez um minuto de silêncio do outro lado. Gaguejou.

— Eles conseguiram entrar na Yamaha Project – lamentou, sem ligar muito que para mim a informação viesse como um tiro. Prolongou o silêncio. – E a Mayu vai fazer os testes para entrar no Vocaloid.

Foi a deixa para o meu silêncio, a brecha para que todo tipo de hipótese ruim me assombrasse. Tentei imaginar que depois desse tempo os dois tenham amadurecido, que se redimiram e estão tentando começar de novo em uma nova escola e talvez seja chato da minha parte pensar assim.

— Len, tá vivo?

— Física ou psicologicamente falando?

— Os dois – resmungou, impaciente. – Ela não encrencava muito comigo, mas eu odiava ela. – Gumi tinha estudado lá até o sexto ano. Logo depois conseguiu fugir para a Yamaha Project. – Tem a chance deles resolverem se redimir, não tem?

— Não sei, Gumi, pra falar a verdade – me limitei, respirei fundo. – Espero que seja isso.

— Mal-humorado – reclamou. – Mas sou obrigada a concordar.

Ela disse que tinha mais coisas pra fazer e desligou. Sai do quarto, desci e encontrei as outras três na sala, Miku e Luka interrogando Rin com tudo o que tivesse direito sobre o tempo que passou no hospital enquanto comia uma laranja.

— Tudo bem? – Ela notou minha cara preocupada.

— A Gumi ligou e disse que a Mayu e o Akihiro entraram na Yamaha Project.

Rin tossiu, quase se engasgou, fazendo com que me arrependesse de dar a notícia desse jeito. Luka foi a mais discreta e só expressou não ter entendido muita coisa, sabia só que era ruim.

— E Mayu quer fazer o teste pra entrar no Vocaloid.

— O que ela pensa que vai fazer lá?! – Miku quase surtou.

— E se tiverem mudado? – Luka argumentou e interrompeu, calma com sua sugestão. – Não deve ter sido fácil sair daquele colégio e ir parar logo na YP.

Rin continuava quieta até então. Tinha o olhar aflito, não era difícil ver que ela remoía um trauma. Só respondeu quando notamos seu silêncio.

— Mayu deixou bem claro que não tinha acabado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

FINALMENTE ESSA PARTE DA HISTÓRIA, WEEEEE *U*
ESTOU ANSIOSA PELOS CAPÍTULOS QUE VIRÃO ♥
E VOCÊS? 。◕‿◕。

* "antes que meu coração fosse congelado pelo frio." = How to Sekai Seifuku: https://www.youtube.com/watch?v=3NYOr69pM2I
UMA MÚSICA DEPOIS DE TANTO TEMPO, WUUU-HUUU
SIM, BOTEI O "NERU" NA FIC TAMBÉM.
Juro que não quero desmerecer o trabalho do produtor com essa ideia de colocar a Rin e o Len pra representá-lo (pelo contrário, espero que tenha mais gente aí curtindo ele ♥). Na verdade, a personalidade dos dois nessa fic foi quase toda baseada nas músicas, principalmente porque alguns dos meus headcanons que já existiam antes bateram com a letra de algumas e eu complementei com outras.

Eu ainda não fiz a playlist com as músicas dessa fic, né? Vou aproveitar que lembrei dela e estou com um tempo livre nas madrugadas (Paraná em greve de novo e minha escola está ocupada... Alguém da uns tapas no Beto Richa?) e vou fazer logo, vai facilitar até pra mim ahwuehawe
Também teve um pedacinho da sinopse, finalmente, ahuhuhuhu
**~~ Edit. depois de postar: eu terminei a playlist, foi rápido ~~**
https://www.youtube.com/playlist?list=PLsV-VNscYfUb117QhQaGgUpZCBkNEAo7s

Uma coisa que esqueci nas notas iniciais, mas que também é sobre a demora: meu teclado tá meio zoado e tem umas teclas que afundaram, tipo a de apagar, algumas letras bugadas e a de espaço também... Tá hard pra digitar sem parecer uma metralhadora e esse é um daqueles problemas que eu sei que vai demorar pra ser resolvido e-e
Porém, logo, logo, eu acostumo e isso melhora XD

...Eu não sei porque, mas acho que minha escrita tá estranha hoje...?
Acho que já falei tudo XD
Byenii~♥~



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sentimento Incompleto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.