Escarlate escrita por LSN


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Heey!
Atrasei um pouquinho por causa da facul, mas aqui estou e aqui vai um cap novo o
Boa leitura!



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A noite mal havia começado e logo Amber estava de volta de sua caçada, andando de um lado para o outro freneticamente, disposta a socar o primeiro que aparecesse em sua frente.

— Malditos humanos! Malditas comidas de minhoca ambulantes. Quem eles pensam que são? Argh!

— Nós vamos conseguir mais, Amber. Eles não podem ir tão longe quanto nós. Quem sabe criar um pasto, talvez? – Luke sorriu de forma adorável, imaginando a criação de uma fazenda.

— Ah, claro. Para quê? Para eles virem e matarem tudo também? Cala essa boca.

Melinda se limitava a observar o “tornado Amber”, ponderando silenciosamente a situação.

— O que aconteceu? – Agatha perguntou, entrando na sala com um livro na mão.

— Os humanos. Mataram todos os animais ao redor. Todos. Só deixaram os do próprio acampamento deles. De onde eles querem que nós tiremos sangue? Deles mesmos? – respondeu a ruiva, irada.

— Até onde você foi, Amber? – perguntou a vampira, receosa.

— Cruzei toda a floresta. De ponta a ponta. Avancei até aquela fazenda acabada, cheguei a praia e não tinha nada. Nada! Não ouvi nenhum barulho nem senti nenhum cheiro. Os únicos animais que encontrei eram novos demais, não valia a pena. – soltou-se no sofá, exausta – Espero que aqueles inúteis não acabem matando os filhotes também. Aí sim estaremos todos ferrados. Porque humanos não conseguem pensar?

— Talvez se nós procurássemos em outros lugares, fôssemos um pouco além da área que já conhecemos... Quem sabe eles não só mudaram de rota? – Concluiu Jhonny, o vampiro cor de mogno e dono da aparência mais atlética do grupo.

— Não, é um risco grande demais. – Disse Melinda, quase que para si mesma – E além disso, se eles tivessem mesmo apenas mudado de área, Amber teria conseguido encontrar o rastro.

— O que iremos fazer agora? – Perguntou Jhonny.

— Avançar para outra região? – sugeriu Agatha.

— Talvez fazer acordos com algum outro bando enquanto os filhotes não crescem? – Emendou Luke.

— Fazer um estoque de sangue humano para que os outros aprendam a não acabar com a nossa comida? – Retrucou Amber, furiosa.

— Não – Disse Melinda, silenciando todos. – Embora algumas das ideias sejam realmente boas... mas não a sua, Amber – Repreendeu a caçadora, que revirou os olhos – Existe uma forma que pode ser menos problemática e vai reduzir a quantidade de sangue que precisaremos enquanto durar esse período de escassez. Eu já havia estocado algumas bolsas para o caso de um eventual problema como esse, então se soubermos usar com cuidado, não precisaremos falar com nenhum outro grupo. A ideia de manter alguns animais em um lugar seguro para que os humanos não coloquem suas mãos também não é ruim, o que não significa que eles se tornarão qualquer espécie de bichinho de estimação, Luke – Disse simplesmente, já sabendo sobre as expectativas do jovem e o vendo desmanchar seu sorriso – Mas o que vamos fazer durante esses meses exigirá um pouco de... Cooperação de cada um de nós.

A frase final de Melinda fez com que todos os vampiros se entreolhassem. Em geral, quando a líder utilizava a palavra “cooperação”, o que vinha pela frente exigia bem mais que isso. O grupo permaneceu em silêncio durante toda a explicação, confirmando suas expectativas.

***

Susan acordou tarde naquele dia. Aparentemente, vampiros também podiam ser preguiçosos e ela era a prova disso. Olhou para o lado e viu a cama de Agatha perfeitamente arrumada e se perguntou como ela podia ser tão silenciosa. Quer dizer, ela tinha ouvidos ultrassensíveis agora e ainda assim não ouviu nenhum barulho. Era quase como se ela fizesse de propósito para não acordá-la.

Chegando na sala, encontrou um clima que ainda não havia experimentado desde que nascera. Todos estavam tensos e silenciosos. Ficou imediatamente em alerta, mas preferiu não falar nada e esperar. A primeira a quebrar o silêncio foi, como já era de se esperar, Amber.

— Melinda, você já nos tirou de roubadas várias vezes com essa coisa de “cooperação” –enfatizou a palavra fazendo as aspas com as mãos – mas isso vai além do absurdo. Eu me recuso.

— Se você se recusar, Amber – Respondeu Melinda, com uma voz calma – Você colocará em risco a vida de todo o seu grupo. Alguns de nós poderão morrer de fome se você se recusar. – olhou diretamente para ela – E você sabe disso. Não sabe?

A vampira olhou para baixo, com uma expressão indecifrável. Melinda sabia que o senso de proteção que a caçadora possuía em relação ao grupo era imenso e se permitiu usar isso a favor de seu próprio argumento. Como ela imaginou, era infalível.

— Certo, inferno. – Disse Amber, relutante – Mas só quando for extremamente necessário. – Levantou-se do sofá e saiu da sala, pisando com força.

Daniel, o vampiro de aparência tímida também saiu da sala, seguindo provavelmente para um dos dormitórios, com a expressão abalada. Susan não o conhecia muito bem, nunca tinha trocado nenhuma palavra com ele, mas aparentemente ele também estava atordoado, assim como a caçadora.

— Bom, então acho que temos um acordo – Jhonny quebrou novamente o silêncio que começava a surgir. – Luke, quando precisar, me chame.

— C-claro. Igualmente – Respondeu o rapaz baixinho e de aparência sempre educada e dócil. – Apressadamente, saiu da sala também.

A atmosfera ficava mais estranha a cada segundo e Susan já não conseguia segurar a preocupação, então finalmente falou.

— Então... Vamos fazer alguma reforma por aqui ou coisa assim? – A voz da novata fez com que Agatha se virasse bruscamente e, por um instante, Susan achou que ela ficou ainda mais pálida do que já era.

— De certa forma sim, querida. – Respondeu Melinda, suavemente. – Nós estamos com alguns problemas com relação aos animais da área, os humanos mataram grande parte deles e precisaremos racionar alimentação por alguns meses. Decidimos que nos separaremos em duplas e digamos que cada um vai auxiliar nas necessidades alimentares do outro durante esse período – A líder completou, observando com curiosidade a expressão de Susan, que permaneceu inalterada.

— Então Luke e Jhonny, Amber e Daniel...? – respondeu, não conseguindo completar.

— Exatamente. – sorriu Melinda, grata que a novata tinha compreendido sem muitos problemas. – E você e Agatha.

A novata olhou rapidamente para Agatha, que evitou seu olhar. Ela parecia estranhamente desconcertada.

— Mas... Mas e você, Melinda? – Susan perguntou, não conseguindo guardar a dúvida.

— Ah, eu? Eu já tenho quase mil anos, querida. Já enfrentei períodos de falta de alimentação bem maiores. Além disso, temos algum estoque e eu vou poder me alimentar também. Vocês que são mais jovens precisam se manter sempre alimentados para não cometerem algum tipo de... Ato desnecessário – A líder não entrou em detalhes, mas era óbvio que tipo de atos ela se referia. – Bom, vou começar a organizar as bolsas de emergência. Até logo, crianças.

Afastando-se da sala, Melinda começava a imaginar como esses meses se seguiriam. Essa casa vai virar de cabeça para baixo, comentou consigo mesma seguindo em direção ao freezer de emergência.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima. ♥



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