POV. LUDMILA

Era uma cachoeira incrível, era muito linda, tinha um brilho, uma magia, não sei como explicar. Parei de boca aberta, olhando fixamente pra cachoeira

EU: Eh.... Eh.... - me perdia na água caindo, era tão harmônico

FEDE: Lindo, incrível, mágico - fala ele sorrindo, andava pra perto da cachoeira, nos estávamos num pico e a cachoeira fica embaixo de nos 

EU: Como conheceu esse lugar? - falo ainda olhando em volta 

FEDE: Meu avô, não sei se conheceu ele... - eu nego com a cabeça 

EU: Não tive a oportunidade - falo sorrindo 

FEDE: Ele tem uma casa aqui perto, uma casa de férias, antes não era mas insistimos pra ele ir morar perto da família e ele deixou a casa como casa de férias, esse era o nosso lugar, só meu e dele, vinhamos aqui desde que eu me conheço por gente - fala ele animado, sorrindo e tocando nas árvores

EU: Ele ainda vem aqui com você? - pergunto olhando pra ele e ele nega mudando o semblante

FEDE: Depois que meu pai adoeceu ele teve que tomar conta das empresas e nunca mais vi ele - fala ele ficando triste, eu o abraço por impulso e fica um clima estranho 

EU: Esse lugar é lindo - falo sorrindo

FEDE: Você.... É a primeira pessoa que eu trago aqui - fala ele meio tímido e eu fico surpresa

EU: Sério? E por que isso agora? - pergunto confusa 

FEDE: Não sei, só sei que esse lugar é muito especial pra mim e.... Você também é - fala ele e eu solto um sorriso maior que meu rosto 

EU: Sério? - falo me aproximando e ele assente

FEDE: Mesmo acontecendo o que aconteceu você ainda vai ser a minha melhor amiga - fala ele jogando um banho de realidade em mim, eu fecho a cara na hora, fico estressada, irritada, frustada, puta essa é a palavra, pra que fui terminar com meu namorado dos EUA

EU: Olha eu quero ir embora - falo irritada 

FEDE: Que? Por que? Você nem entrou ainda - fala ele rindo 

EU: Eu quero ir embora Federico, não quero ficar aqui, já cansei, não dá pra me levar pra casa como qualquer cara normal faria com uma bêbada que é a "melhor amigazinha" ou a "amiga especial"? ME DEIXA EM PAZ - falo gritando no final e saindo correndo pra dentro da floresta, corro pra fugir dele, fugir dali e de tudo, queria poder pegar um avião e ir pra um lugar bem distante onde eu não conhecesse ninguém

FEDE: LUDMILA! LUDMILA! VOLTA AQUI! O QUE EU FIZ? MERDA LUDMILA. RESPONDE PORRA - grita ele irritado, estava perto de mim mas eu me escondi atrás de uma árvore - TA BOM, QUER SABER FODA SE, FICA AI SE PERDE, EU VOU EMBORA, AH CUIDADO COM COBRAS TEM MUITAS AQUI - grita ele tentando me assustar o que funcionou 

EU: Pera ai, vai me levar embora? - falo fria e ele assente também estressado, fomos o caminho todo em silêncio até que no carro dele, ele para no meio da estrada num impulso assustador 

EU: O que foi isso? - falo assustada 

FEDE: O que foi aquilo Ludmila? Não lembrava que você era tão bipolar daquele jeito, será que pode me falar o que eu fiz? Qual é o seu problema? - fala ele aumentando o tom de voz 

EU: Todos, todos os problemas, inclusive você, eu estar aqui com você, estar nesse carro, nesse lugar, voltar pro studio, voltar pra Buenos Aires, sair de Nova York e o pior de tudo achar que você ainda estaria esperando por mim, que eu não seria apenas sua amiga, apenas uma pessoa especial - falo com voz chorosa, ele se mantinha calado, parecia chocado, saiu do carro sem dizer uma palavra e eu olhava pra janela, não conseguia encarar ele, olhava de dentro do carro com lágrimas nos olhos, ele olhou pro carro e balançou a cabeça em sinal negativo, eu já nervosa sai do carro bati a porta com toda força que tinha

EU: O QUE QUE É AGORA? - grito irritada 

FEDE: Algo no carro quebrou - fala ele sem olhar pra mim e eu grito, solto um grito agudo, não sei se era pelo pneu, por eu estar no fim do mundo ou pelo Federico não ter correspondido meus sentimentos, ele se mantinha olhando pra mim, parecia que tentava decifrar o que eu sentia, olho pra ele e entro no carro, ele liga pra alguém e entra no carro também, se matem no silêncio por uns minutos 

FEDE: Liguei pro reboque e só vão poder vir amanhã de manhã - fala ele e eu balanço a cabeça em sinal negativo - Olha não sei o que está acontecendo com você mais a gente pode ficar na casa do meu avô, não é muito longe 

EU: O que ta esperando - falo e saio do carro, eu sai na frente sem nem saber qual era o caminho e ele me seguiu 

FEDE: Ludmila, Ludmila - chamava ele 

EU: QUE QUE É - grito e ele me olha como se fosse explodir 

FEDE: OLHA JÁ CHEGA, SE VAI FICAR DE IGNORÂNCIA COMIGO É MELHOR VOCÊ DORMIR NO CARRO, PORRA, O QUE VOCÊ QUERIA VOCÊ FICOU LONGE POR 3 ANOS LUDMILA, 3 ANOS, EU TIVE QUE SEGUIR EM FRENTE, CRESCE CARA, VOCÊ FOI PRA NOVA YORK PRA CRESCER, AMADURECER, PARECE QUE EU AQUI CRESCI MAIS QUE VOCÊ, EU E VOCÊ FOI UM AMOR DE ADOLESCENTES, E QUANDO VOCÊ ESCOLHEU NOVA YORK E NÃO A MIM ESSE AMOR ACABOU - explode ele me fazendo chorar rios de lágrimas e começo a correr de novo, ele chuta o chão e corre me seguindo, eu me jogo no chão sentada e volto a chorar, ele se aproxima e senta do meu lado sem dizer uma só palavra 

EU: Eu sinto muito - falo chorando, de cabeça baixa 

FEDE: Não, eu que... Exagerei, explodi, desculpas - fala ele botando a mão no meu ombro 

EU: NÃO, NÃO, PARA, NÃO TOCA EM MIM, EU NÃO MEREÇO NEM UM TOQUE SEU, EU FUI BURRA, BURRA, FUI INGÊNUA A PENSAR QUE VOCÊ NÃO CONHECERIA OUTRA MULHER, EU SOU ESTUPIDA, BURRA, ahh meu deus, o que eu fiz da minha vida, eu sai de Nova York, desisti do meu filme, terminei com meu namorado, Fellipe Díaz, só pra vim pra cá, pra um garoto que não liga mais pra mim - falo chorando e o fede ficava só me observando - Você lembra lá na cabana, a minha última noite lá? No barco, você falou que mesmo que errasse, ficasse longe, ou qualquer coisa seu amor nunca iria mudar, mas eu também deixei claro na carta que não pedi pra você me esperar, eu fui burra, nunca devia ter voltado, voltei pra que? Pra passar vergonha só se for, eu tenho nojo de mim mesma, nojo, nojo, NOJO - falo gritando e ele me pega forte e tenta me forçar a olhar pra ele

FEDE: Olha pra mim, você não tem que ter nojo de si mesma, você é incrível, você é forte, bonita, inteligente, esperta, bondosa, você ta em todos os cartazes de Nova York e eu nunca deixei de te amar, nunca, te amo até hoje e cada vez fica mais intenso, a cada segundo, minuto, hora, esse amor fica mais intenso, mais forte e poderoso, mas eu não posso, eu não tenho forças pra aguentar te perder de novo e eu sei que é isso que vai acontecer, sempre que precisarem de você eles vão te chamar e eu não vou poder ir com você. Eu te amo Ludmila, sempre te amei e sempre amarei, você é incrível - fala ele e eu chorava muito, ele me ajudou a levantar, limpou minha roupa e me levou pra casa do avô dele 

EU: Olha, quer saber foda se - falo entrando na casa e beijo ele, beijo ele intensamente, apaixonadamente, loucamente, o beijo tinha saudades muita saudades, eu ainda o amava, ainda era louca por ele, nos fomos entrando enquanto nos beijávamos, eu tirei a blusa dele e ele tirou meu casaco, eu beijava ele ferozmente, ele tirou meu vestido me deixando de lingerie e eu tirei a calça dele, fomos subindo pro quarto que acho que era o dele já que a cama era em formato de carro, ele foi me deitando e me beijando, eu arranhava as costas e o tanquinho dele, lambia ele, ele me chupava, dava vários chupões no meu pescoço, eu lambia o tanquinho dele e ele tirou meu sutiã e minha calcinha e ele me pegou e me forçou contra a parede e me penetrou até gozar dentro de mim e quando terminamos nos jogamos na cama de carro dele 

FEDE: Meu deus! Eu trai minha namorada - fala ele com os olhos arregalados, eu olho pra ele com cara de "depois de tudo que fizemos você fala isso" 

EU: Sinto muito, ela nunca vai saber, isso foi errado, nunca devia ter acontecido e nunca aconteceu e nem nunca mais vai se repetir - falo levantando e botando minha lingerie 

FEDE: Que que é hein? - fala ele levantando também 

EU: Que que é? Nada, me esquece ta bom, não podemos ser amigos, nem colegas, nem conhecidos, nem próximos, nem nada, nos não podemos nos falar, ficar perto um do outro e.... - falo rápido e andando pela casa ele me virou pra ele 

FEDE: Por que? Depois de tudo o que fizemos você fala isso - fala ele repetindo meu pensamento e eu olho incrédula pra ele 

EU: Ue você que começou, que tipo de pessoa fala depois de tudo "ah meu deus eu trai minha namorada" - falo fazendo voz fina e ele se aproxima sorrindo

FEDE: Desculpa ta bom, não devia ter falado isso, eu quero continuar com você - fala ele me abraçando

EU: Como amigo eu não consigo, sinto muito - falo e ele nega 

FEDE: Não, eu quero que fiquemos, mas escondido - fala ele e eu o olho indignada 

EU: O que? Você pirou? Nossa Pasquarelli você mudou muito, sabe eu quase não vejo mais o homem que um dia eu amei, o que aconteceu com você? - falo balançando cabeça

FEDE: O que é? Que que tem a gente tentar, você não quer ficar comigo? - fala ele rindo 

EU: Quero mas eu não sou amante, eu não sou e nem vou ser seu babaca, você já ta namorando uma puta não precisa de amante - falo e saio correndo entro num quarto fecho a porta, empurro o armário e deito na cama chorando muito, ele batia na porta e implorava pra eu ouvi ele, gritava, implorava, mas eu não abri, fiquei pensando no que faria, estava sem meu celular, sem minha bolça, sem nada, não sei como fugir, só sei que não quero ficar perto desse psicopata nem mais um segundo, ele é louco, mas.... Eu ainda o amo?!