Minha cabeça está doendo, estou tonta e esse lugar onde estou deitada está gelado. Limpei a baba que molhava minha bochecha, olhei em volta, estava meio escuro, mas com certeza eu não tinha dormido ali porque eu queria. Levantei tonta, andei até chegar a umas grades, várias outras além da minha estavam por ali.

— Pareceu ser uma pancada e tanto - observei o homem na cela ao lado - Parece que está machucado na sua cabeça. 

Levei a mão até lá e um pouco de sangue, droga, por que alguém me bateu se eu sequer consigo bater em alguém? Me sentei perto da grade e esperei minha cabeça parar de rodar. Olhei o homem da cela ao lado, tinha um sotaque engraçado.

— Onde estou? - perguntei parecendo cansada.

— Maior prisão do universo - ele se aproximou e e sentou perto da grade que nos separava, fui me arrastando até ele - Pela quantidade de guardas que passam por aqui, parece que muitos novos foram trazidos para cá.

— Novos?

— Prisioneiros - ele riu - Aqui estão os piores malfeitores de todos os tempos, e não brinco quando digo de todos os tempos. - olhei pela frente da minha cela, eu não consegui ver dentro das outras - Eu não sei o que estou fazendo aqui.

— Nem eu... - falei fechando os olhos.

— Você deve ter feito algo para eles te baterem dessa forma - eu levei a mão até o machucado.

— Será? - ele deu de ombros e sorriu.

— Logo vão acender as luzes para indicar o amanhecer, espero que fique tudo bem.

— Eu também. - apoiei na grade - Desculpa, qual o seu nome?

— Todos me chama de Doctor - ele sorriu. Eu o encarei, aquele chamar me era familiar, mas de onde eu o conhecia. - E você é...?

— Carla.

— Prazer te conhecer.