A Garota da Lua escrita por calivillas


Capítulo 32
Aquário – o equilíbrio do poder




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Quando todo aquele turbilhão cessou, pode respirar aliviada, estreitando meu filho nos meus braços e Gabriel se aproximou de mi, observando a cena, sem querer interromper.

—Tenho algo para entregar a você — Enfim, ele falou, colocando meu cordão no meu pescoço, que lhe emprestei para ajudá-lo a fugir. Eu já estava sentido falta dele.

— Obrigada — disse, envolvendo a pedra nos meus dedos.

— Esse é nosso filho?

— Sim — Virei o bebê para que o visse melhor. — Ele é perfeito!

— Posso segurá-lo? –perguntou, com suavidade, mas, receosa, eu não queria me separar de Alexandre, novamente, nem por um segundo, fiquei olhando para ele sem tomar uma decisão. Por fim, estiquei meu braço e o entreguei a ele.

— Não seguro um bebê, há milênios! — Ele falou, desculpando sua falta de jeito, teria que me lembrar de perguntar mais tarde, quem seria este último bebê que ele segurou.

— Ele parece com você. Tem seus olhos – afirmei, quando ele admirava o rostinho do bebê, parecendo orgulhoso do que eu disse.

Nesse momento, fomos cercados pela os outros imortais, que estavam na estação.

— O senhor deseja vê-los! – Nix anunciou de modo formal e nós estávamos cansados demais para resistir.

Então, fomos levados a presença do Senhor do Ocidente, no hotel onde estava hospedado, e ele nos recebeu de uma forma bastante calorosa.

— Esse é nosso novo imortal? Meu neto! Depois de tanto tempo! — ele exclamou ao ver o bebê no meu colo, parecia muito satisfeito. – Posso vê-lo? – Mostrei Alexandre para ele ainda nos meus braços.

— Esse serzinho cheio de poder! O que será que nós espera? Suponho que sejam coisas fantásticas – ele profetizou ao ver meu bebê, isso me deixou incomodada, Salvatore parecia ter algo em mente para o futuro de Alexandre e eu não estava gostando nada daquilo.

— Salvatore, nós precisamos descansar um pouco – eu pedi, estava realmente exausta.

— Claro! – ele respondeu, compreensivo. – Cila, leve Diana e o bebê para um dos quartos! Qual o nome dele?

— Alexandre – respondi, olhando para Gabriel que fez uma cara feia.

— Alexandre! – Salvatore repetiu, orgulhoso. — Eu tive um filho com este nome! Um grande guerreiro! Agora, se não se importa, preciso conversar com Gabriel.

Eu não gostei nada disso, mas Gabriel me tranquilizou com os olhos e eu segui Cila até um quarto, pois precisa trocar e amamentar Alexandre. No quarto, Cila anunciou, mostrando me um armário cheio de coisas para bebê e esclareceu:

— Seu pai ordenou que providenciássemos tudo para o bebê. – Aquilo não cheirava bem, e não era a fralda de Alexandre que me dava aquela sensação, mas, eu teria que esperar.

Troquei as fraldas do meu filho, sob olhar enojado de Cila, e, depois, o amamentei também sob a sua expressão de terror dela.

— Como pode fazer algo assim? – ela me perguntou com cara de repugnância, não respondi nada, talvez, seja por isso que não tinham mais bebês.

Gabriel apareceu após um certo tempo, ajoelhando ao meu lado, enquanto ainda amamentava o bebê, quase adormecendo.

— Ele estava faminto – eu observei, olhando para Alexandre, com carinho, que retribuiu meu olhar. — O que Salvatore queria com você?

— Ele quer a minha ajuda para controlar meu pai. Mas, ele está certo, vou precisar fazer isso mesmo, pois meu pai ainda está confuso, e meu irmão Enki poderá o influenciá-lo mal.  Helena e minha mãe são mulheres, não terão vozes muito ativa sobre ele. Você sabe, ele não passou pela revolução feminista. Eles irão voltar para o Oriente e eu os acompanharei por um tempo.

— Entendo! – Contudo, na verdade, não entendia, não queria me separar dele, outra vez.

— Seu pai acha melhor, você, sua mãe mortal e o bebê ficarem sobre a proteção dele — Gabriel concluiu.

— Não, eu não quero isso. Quero criar Alexandre longe de toda essa luta de poder.

— Você sabe que isso será impossível, sendo nós quem somos e nem sabemos quem o nosso filho é. Quanto poder poderá estar envolvido. Nós não temos saída.

Um arrepia percorreu minha espinha, ele estava certo, mas...

— Sim, talvez, possamos achar uma saída por algum tempo – falei, dando um sorrisinho maroto para ele. – Como vai sua falsificação de passaportes?

Em uma casa confortável no subúrbio de Vancouver, tentávamos levar uma vida quase normal, contudo, sabíamos, por ser quem somos, que essa calmaria não poderia perdurar por muito tempo. Porém, naquele momento, na cozinha da minha casa, lutava com Alexandre, atualmente, com um ano e meio, que tentava, ferozmente, pegar um biscoito de chocolate em cima da bancada, ele se esticava, esperneava e chorava, mas eu o segurava firme no meu colo.

— Nada disso, rapaz! O senhor pode ser um grande guerreiro, mas, está quase na hora do almoço e sua avó fez uma comidinha gostosa para você! — Mas o bebê não se conformava, chorando alto, quando ouvimos um barulho vindo do computador, em cima da mesa. – Olhe! É o papai! Ele vai falar conosco agora! – comuniquei, tentando distraí-lo, coloquei-o na cadeira alta e me sentei na frente da tela e a imagem de Gabriel surgiu.

— Como estão as coisas por aí? Por que Alexandre está chorando? — ele perguntou, vendo o bebê soluçando na cadeirinha atrás de mim.

— Ele quer biscoito, mas eu falei que já está quase na hora do almoço, por isso ele está chorando – expliquei e continuei: – Como estão as negociações por aí?

— Difíceis! Meu irmão Enki é uma péssima influência para nosso pai, com suas ideias bélicas, mas estamos conseguindo acalmar os ânimos. Acho que em breve poderei me encontrar com vocês aí. – Nesse momento, Gabriel começou a rir.

— Por que você está rindo? – perguntei, olhando para trás, para acompanhar o seu olhar, quando vi o biscoito de chocolate flutuando em direção a Alexandre, que o segurou com a mãozinha e deu uma mordida.

— Vamos ter que ensiná-lo não fazer isso em público. – disse, rindo também.


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