366 Rabiscos escrita por Priy Taisho


Capítulo 13
Capítulo 13 - Implicâncias


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Quantos anos, hein? hahahah tem alguém ai ainda? alô?
Muita coisa aconteceu, mas decidi voltar a escrever minhas histórias antigas, além de publicar algumas novas que eu tenho guardada hahahah
Por algum motivo, esse capítulo esta pronto desde 2017 e eu não fiz a publicação aqui, percebi apenas hoje, enquanto relia a história...
Enfim, espero que gostem!
Boa leitura!



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11 de março de 2016 – 12:45min

 

Tic...Tac

Minha mãe sempre encheu a boca para dizer sobre o quão rápido o tempo passava quando estávamos em companhias agradáveis. Era um praxe de seus discursos calorosos todas as vezes em que nos reuníamos com pessoas sentimentalmente importantes.

Ela cochichava para mim, que o karma daqueles que não gostavam de alguém, era passar uma demorada quantidade de tempo com essa pessoa.

O karma pessoal de minha mãe era minha avó paterna. Eu perdi as contas de quantas vezes presenciei, junto ao meu pai, as duas trocando farpas sobre assuntos banais.

Minha avó paterna era do tipo caseira, que tinha dedicado toda a sua vida à cuidar dos filhos, do marido e de sua casa. Para ela, era uma audácia que minha mãe não governasse a cozinha como ela.

E não digo que as habilidades culinárias de minha mãe são péssimas. Eu gosto e muito de todos os pratos que ela se arrisca a fazer quando tem tempo.

Minha avó estufava o peito e não controlava sua língua ao criticar minha mãe, para o meu pai, sabendo que ela os escutaria.

Os meus pais discutiam todas as vezes que minha avó ia embora, dessa vez, achando que eu não os ouviria.

Com o tempo, todas as vezes que minha avó avisava que iria nos visitar, minha mãe dispensava Susan, poupando-a de ter que ouvir críticas à sua comida, e assumia o controle da cozinha, me tendo como sua auxiliar mirim. Era divertido, nós ouvíamos música alta, cantávamos usando colheres como microfone e de vez em quando, meu pai até ajudava.

Eu nunca contive minha expectativa em agradar minha vó. Meus olhos brilhavam e eu aguardava até que ela elogiasse a comida.

Minha mãe devia fazer o mesmo, mas de maneira mais discreta do que a minha.

— Sakura ajudou no preparo da comida, mãe. – Disse meu pai certa vez, atraindo a atenção de minha avó para si. – Devo ter alguma foto dela com o rosto sujo de molho por aqui... – Acrescentou ele tateando os bolsos atrás do celular.

— Certamente que Sakura ajudou no preparo da comida, querido. – Minha avó sorriu para mim e levou um copo de suco até seus lábios. – Isso aqui só pode ter sido preparado por uma criança. – Acrescentou ela antes de beber um gole generoso do suco.

Eu continuei sorrindo e não entendi quando meu pai deixou de procurar o celular e minha mãe saiu da mesa sem dizer uma única palavra.

Naquela noite, eu encontrei minha mãe sentada na sala, sozinha, no escuro, abraçada à uma almofada. Ela pareceu surpresa ao me ver e me acolheu em seus braços quando eu me aproximei. Ela não disse uma única palavra e eu senti que ela estava chateada.

Lembro-me de ter me afastado dela um pouco e coloquei ambas as minhas mãos em seu rosto surpreso. Eu queria vê-la feliz de novo. Feliz, como ela estava mais cedo, na cozinha. Então eu perguntei, com a maior inocência, se nós poderíamos fazer um bolo no dia seguinte.

Ela beijou os nós dos meus dedos e me apertou em um abraço sufocante, que fez com que eu me esperneasse e com que nós duas rissemos. Mais uma vez, eu não entendi sua reação, mas estava tudo bem, se ela já estava rindo novamente.

Agora, sentada à mesa, junto aos Uchihas, eu entendia como minha mãe se sentia diante da minha avó.

Não dos Uchihas, propriamente, mas de Kaguya. A única pessoa, que além de mim, se destacava por não ter o cabelo e os olhos negros como os Uchihas. Ela se sentava na cabeceira da mesa, já que seu marido ligara anunciando que poderíamos almoçar sem sua presença.

Fugaku sentava-se à sua esquerda e Mikoto, em frente a ele. Itachi escolheu um lugar ao lado da mãe e eu me sentei ao seu lado, Sasuke, que estava em minha frente, tentava disfarçar, mas eu conseguia ver todas as vezes que ele observava minhas reações.

— O baile será beneficente. – Kaguya falou enquanto cortava algo em seu prato. – Seu pai disse que falou com você, Fugaku. Sobre o discurso.

— Ele comentou algo do tipo. – Respondeu o senhor Uchiha com simplicidade. – Acho importante que Itachi e Sasuke estejam presentes, precisam começar a assumir os compromisso como herdeiros legais. – Olhei para Sasuke, mas dessa vez, ele mantinha os olhos fixos no prato, embora estivesse apenas remexendo a comida.

— Claro, claro. – Kaguya falou desinteressadamente. – Rin e Obito chegarão no fim da tarde. – Anunciou ela e dessa vez, a senhora Uchiha deixou que os talheres caíssem de maneira ruidosa na mesa. – Algum problema com os talheres, querida? – Questionou desviando os olhos de Fugaku para Mikoto. O olhar dela para a mãe de Sasuke, era o mesmo que minha avó lançava para a minha mãe.

— Não, eles apenas escaparam da minha mão. – Mikoto respondeu voltando a comer, claramente sem vontade alguma.

— Você sempre foi desajeitada.

Olhei para Sasuke e ele encarava a vó impassível, mas seus olhos estavam repletos de raiva. Itachi, ao meu lado, tinha uma expressão semelhante.

— Isso melhorou com o tempo. – A senhora Uchiha respondeu Kaguya com um tom de brincadeira. – Eu...

— Não foi uma melhora visível. – Kaguya interrompeu Mikoto e levou o copo com suco até os lábios que estavam curvados em um sorriso. – Aquelas aulas...

— Chega, mãe. – Fugaku a interrompeu com um tom de voz alto. – Essa conversa é desnecessária.

Kaguya olhou para Fugaku com raiva por ele ter a repreendido na frente de todos. Quando os olhos dela pousaram em mim, fui a primeira a cortar o contato visual.

— Tem razão.

Mais tarde, naquele mesmo dia, Sasuke, Itachi e eu estavamos fazendo um tour pela propriedade. Os Uchihas me apresentavam os jardins, indicando cada objeto que remetia uma lembrança de suas infâncias.

— Quando estavam construindo essa fonte, Sasuke inventou que seria divertido sair correndo pelos jardins à noite. – Itachi explicou apontando para a fonte do jardim. – Ele caiu em um buraco e ficou gritando desesperado por ajuda. – Acrescentou aos risos.

— Me lembro muito bem de você caindo no mesmo buraco que eu, quando veio me procurar, Itachi. – Sasuke rebateu rindo da careta que o irmão mais velho fez. – Como era mesmo que você dizia? – Ele fez uma expressão pensativa. – “Sasuke, tem alguma coisa tocando meu pé!”, e eu dizia que eram apenas folhas.

— E o que era?

— Uma barata. – Sasuke respondeu-me rindo ainda mais. – Itachi gritou tanto, que nossos pais nos encontraram no mesmo instante.

— Eram mais de três baratas.

— Tenho certeza de que eram sim, Itachi. – Coloquei a mão em seu ombro, tentando parecer compreensiva. – Três baratas terríveis. – Ele afastou minha mão e me xingou.

— Otários. – Itachi começou a caminhar na frente, colocando as mãos nos bolsos da bermuda. – Vovó pegou pesado com a mãe hoje. – Comentou ele repentinamente parando para nos esperar.

— Ela nunca pega leve.– Sasuke cruzou os braços e tornou a ficar sério. – Tia Rin e tio Obito ficarão aqui também, vai ser um inferno. – Olhou para mim e deu um sorriso fraco. – Sinto muito que você vá presenciar isso.

— Isso o que?

— A guerra fria que existe dentro da família Uchiha. – Itachi que me respondeu, parecendo mais conformado com a situação do que Sasuke. – Minha mãe não gosta da tia Rin e é recíproco.

— Por que? – Até onde eu sabia, dona Mikoto tinha o gênio forte, mas se dava bem com a maioria das pessoas.- Não consigo imaginar sua mãe brigando com alguém. – Confessei.

— Porque ela e minha tia namoraram meu pai. – Sasuke explicou voltando a caminhar. – E não que seja óbvio, mas minha avó tem certa preferência por tia Rin.

— Não seja modesto. – Itachi falou com escárnio. – Se a casa estivesse pegando fogo com mamãe e tia Rin dentro, Rin seria salva e a velha serviria churrasco de Mikoto com molho feito a base de ódio.

Sasuke e eu rimos, mas a verdade por trás daquelas palavras era imensa.

Quando o avô de Sasuke chegou, me surpreendi com sua cortesia. Ele me cumprimentou com um beijo no rosto e fez o mesmo com Mikoto.

Madara Uchiha, tinha os cabelos negros e longos como Itachi, a mesma estatura de Fugaku e suas feições eram incrivelmente parecidas com Sasuke.

— Fico muito feliz que vocês estejam aqui. – Disse ele enquanto passava seu braço direito sobre os ombros de Kaguya. – Amanhã teremos um grande dia. Podemos conversar em meu escritório, Fugaku?

— Após o jantar, Madara. – Kaguya puxou o marido para a realidade da maneira mais sutil que pode. – Vocês terão muito tempo para conversar.


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Notas finais do capítulo

Continua... Mereço reviews? O que acharam? hahahahah por favor, me digam se alguém ainda lê isso aquiiiii hahahahha
Até a próxima!



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