Invisível aos olhos escrita por Flávia Monte


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!!



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— Até mais! – Grito para Tom um pouco antes de ele passar pelo portão.

Ele acena, de uma forma muito agitada, e sorri. É como se estivese mais nervoso do que aparenta. E eu não achava que seria possível. Pelo que eu entendi seus únicos amigos até agora tinha sido sua família. Acho que fará bem a Tom... Conhecer novas pessoas. Ter novas esperiencias. Apesar de que acho que as menininhas correrão dele, se por acaso ele agir como os caras nos livros de adultos.

— Você é a irmã de Tomas?

Uma mulher vestida formalmente para na minha frente e isso me surpreende, por que não a vi chegar. Ela tem cachinhos castanhos até a altura do ombro e está sorrindo, parecendo está realmente feliz por estar ali. Concordo com a cabeça levemente.

— Sou da família dele sim, mas não irmã. Mas serei eu a trazê-lo e buscá-lo todos os dias. – Digo, apertando a mão que ela me ofereceu.

— Serei a professora dele, me chamo Anastácia. Mas os alunos me chamam de Ana, por ser mais fácil. O senhor Willian disse que Tomas não está muito acostumado a conviver com crianças da idade dele, mas que não deverei ter nenhum problema. Você teria outro concelho? É sempre bom conhecer a família dos alunos. – A mulher parece estar sendo sincera e eu sorrio de volta.

— Hm... Só uma coisa: se ele tiver qualquer problema, me ligue imediatamente. O meu número é...

— Ah! Já tenho seu número. O senhor Willian deixou comigo. Na verdade, foi ele quem disse que você era a irmã de Tomas... Não fui eu que tirei conclusão ou algo assim. – Anastácia dá de ombros, meio sem graça.

— Bem... – Explicar que sou irmã de Billy seria um tanto estranho e longo. E eu estou com pressa para a faculdade. – Não faz mal me considerar a irmã dele. Eu tenho que ir então. Volto assim que terminar a aula dele. E que horas seria?

— Ah... Começa agor as sete e termina uma hora da tarde.

Hum... Isso pode me complicar com a conversa com a Prime, mas não terei problemas em levar Tom em casa e depois ir para a cafeteria. Concordo com a cabeça e aceno.

— Até logo, então.

—⟰-

— Hey, Cass. Está um pouco atrasada hoje, hein. – Uma menina de longo cabelo negro está em pé ao lado da minha mesa.

— Oi, Fran. Faz tempor que não te vejo.

Francisca tem dezenove anos, como Prime, e está na minha aula de fotografia. Uma das “artes” que tenho que terminar antes do fim do período. Seus olhos são castanhos, mas diria que são um pouco estranhos. Bem, não sei ao certo. Todo ano essa garota viaja para alguma parte do mundo e simplesmente não têm a matéria dos dias que faltou. E foi assim que nos conhecemos.

— Você teria as anotações das últimas seis aulas?

Ela se senta ao meu lado, onde já está acostumada a sentar. Já que as mesas dessa aula são duplas. Francisca coloca o leptop em cima da mesa e começa a passar algumas fotos de Roma.

 - Você tem que pensar mais na sua carreira, Fran. Faltar assim não é bom. – Tiro o meu caderno e dou a ela, enquanto o professor puxa o telão da sala.

— Faltar? Não considere assim, pequena Cass. Eu não estou perdendo tempo, estou ganhando brilho. Veja as minhas fotos! Veja essa aqui! – Ela aponta para Panteão, que eu vi em um dos lívros de literatura.

— Não é grande coisa...

— Para mim é! – Ela tira algumas fotos da matéria que escrevi e rapidamente passa para o computador. O professor não se incomoda mais comigo, já que ela faz isso a dois anos.

Apesar de fazermos essa aula juntas, não é para o mesmo propósito. Ela está querendo se formar como arquiteta. E viajar pelo mundo inteiro, faz com que tenha visões que eu nunca tive. E isso é maravilhoso para a carreira dela, sim. No entanto, sem passar nas provas, Francisca vai acabar sem lugar para ficar. Afinal, seus pais não têm muito dinheiro.

— A aula de matemática ontem foi um saco, mas aquele garoto que eu te contei passou por lá para falar com o professor. Então, teve pontos possitívos! – Ela também não é uma pessoa muito dedicada.

Começo a escrever os detalhes que o professor diz sobre como a luz interfere muito na foto. Um ambiente pode ter mil pespectivas por uma simples mudança e iluminação. Depois de alguns exemplos de imagens, percebo que Francisca está falando comigo.

— E ai? O que houve?

— Com quem? – Pergunto, ainda olhando para o telão.

— Com aquela garota que eu vejo com você. A Prime, eu acho. Eu soube que ela ficou no hospital por alguns dias e tem um boato de ela está andando com uns caras meio barra pesada...

Han?

— Prime voltou hoje, eu quero até falar com ela um negócio. E os boatos são... – Mentiras? Eu não sei... Eu não duvido nunca de Prime. – São para pessoas sem vida própria. Não precisa ligar para isso. – Mexo na minha e vejo meu caderno de Literatura. Preciso falar com o senhor Stuart. Mas tenho que terminar essa aula, primeiro. Se Fran me deixar aproveitar o momento, é claro...

— Certo, certo. Então, eu vou com você no intervalo.

— Ok...

E Francisca também é bem fofoqueira. Não sei como sobreviveu ao colegial... Ou talvez seja por esse motivo que ela sobreviveu.

O professor termina de falar e simplesmente vai embora. Como sempre. Quardo o caderno com as anotações, e levanto, esperando a minha amiga. Amon também está nessa sala... Nossa! Ele deve realmente ter me odiado por nunca ter o notado. Ele acena com a cabeça e sai da sala. Vejo o saco de papel e me lembro do meu.

— Onde será que ela está?

— Não sei, Fran, mas também preciso perguntar uma dúvida para um professor meu...

— Então, vamos primeiro na sala dele, já que ele é o mais fácil de achar. – Dou de ombros e caminho para o último andar.

Demora um pouco mais que o previsto, e o horário de intervalo já está terminando. Quando enfim chego em frente a porta, ela está com a placa de “ocupado”. Olho para Fran, que levanta as mãos como se não soubesse o que fazer. Terraço. Prime sempre fica por lá. Volto o corredor inteiro e subo mais uma escada. Que bom que Prime fez uma cópia da chave para mim.

— É, Cass. Acho melhor a gente voltar.

Fran está com a sua câmera, e aproveita para tirar foto do lago. Me apoio de costas, na grade e como o lanche que os gêmeos prepararam. Sanduiche de carne com alface e tomate. Gostoso.

— Ei, aquela ali não é a sua amiga?

Olho para onde Francisca está apontando, olhando pela câmera e sim, é Prime. É visívelmente a menina de cabelos claros que senta na minha frente na aula. Ela está com uma blusa vermelha, e isso faz com que fique ainda mais fácil de enxergá-la. Em que sala ela está?

— Aquela não é a sala que a gente foi? A última do corredor...

Pego a câmera da mão de Fran e aproximo ao máximo. Prime está olhando para baixo, triste. Bem triste. Acho que ela está chorando, vejo uma mão indo ao queixo dela e levantando. O toque é intimo demais, me fazendo duvidar de aquele é mesmo o senhor Stuart. Ele anda para frente, para falar com ela, eu acho, e isso faz com que fique visível também. Ele a abraça pela cintura, novamente com intimidade. Ela não falou que o odiava? Por que o deixa tocá-la assim?

E então, as mãos dela vão até o pescoço dele o segurando e acho que Prime fica na ponta do pé. Por que sua boca consegue entrar em contato com a do senhor Stuart, facilmente.

— Nossa! E eu pensando que nenhuma conseguia chegar perto daquele gostoso! - Olho para Francisca, e ela parece me estranhar. – O que? Ele é! Qual o problema? Só por que ele é um professor...

— Não vejo problema nela namorar um professor. – A interrompo. Olho de novo pela câmera e o vejo limpar as lágrimas dela, e minha amiga sorri.  – O que eu vejo é uma catástrofe, por ele ser o noivo da irmã mais velha de Prime.


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Notas finais do capítulo

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