Oi, Eu Sou o Aroou escrita por Reading lover


Capítulo 2
2.


Notas iniciais do capítulo

Se inscrevam no canal do Arou: https://www.youtube.com/channel/UCscTqcamNDl-2fy-Ws-l-pQ



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No dia seguinte, Arou acordou totalmente desanimado. Ele deu uma olhada em seu canal, que tinha alcançado 78 inscritos; um pouco indiferente, ele apenas fechou a página e abriu a que continha seu “especial” de 100 inscritos, que era apenas mais um vídeo de Minecraft, mais um como qual quer outro de seu canal.

 Em uma ação rápida devido ao medo de mudar os planos, Arou apagou o especial. Suas mãos tremiam e ele pensava seriamente se havia feito a coisa certa, xingando a si mesmo em seus pensamentos por ser tão estúpido e inconsequente. Porém, ao parar para respirar e refletir, ele percebeu que aquela era a coisa certa a fazer. Aquele jogo não agradava a si mesmo, o canal não estava certo para ele. Ele esperava apenas que seu público entendesse, o que provavelmente não iria acontecer.

 Mas seu canal seria o que ele quisesse, e jogar um jogo que não era totalmente de seu agrado com certeza não era sua coisa favorita do mundo para ser o foco de seu canal. Havia tantas ideias, tantos planos em sua mente, e ele queria botá-las em prática. Com a grande mudança que seu canal sofreria, Arou precisava mudar tudo. O ícone, que era um skin do Minecraft imitando sua aparência, não poderia mais ser o mesmo.

 As primeiras horas do dia passaram rapidamente. O almoço foi igualmente rápido, pelo fato de Arou comer como se não visse um prato de arroz e feijão há semanas. Seus pais riram, já sabendo que o filho fazia aquilo quando estava animado.

 Depois de almoçar com sua família e se preparar para sair, Arou foi em direção à porta, dando um rápido abraço em seus pais.

— Para onde você vai?- seu pai perguntou. Ele era alto e seus cabelos castanhos começavam a ficar grisalhos. Ele parecia sério, mas era apenas reservado. Quem o conhecia melhor tinha sorte.

— Vou para uma espécie de escritório. Mas não é tão longe e eu já chamei o táxi- Arou respondeu forcando um sorriso para parecer convincente.

— Nosso garoto está tão crescido- sua mãe falou enquanto segurava firmemente seu rosto- eu me lembro da época que você tinha 14 anos. Era todo gorduchinho e tímido- ela sorriu enquanto Arou apenas conseguia desviar o olhar. Não era bacana relembrar aqueles tempos- tenho muito orgulho de você- ela terminou o puxando para um forte abraço. Desde o início do ano, o trabalho estava exigindo mais tempo de sua mãe que os três membros daquela casa gostariam. Quando ela não estava em uma sala dando aula, ela estava no computador de casa fazendo slides ou coisas do tipo. Era bom partilhar momentos como aquele com ela.

 Não querendo sair nunca mais daquele momento de carinho, mesmo que um pouco exagerado, mãe e filho apenas se soltaram devido ao táxi que já estava estacionado na frente da casa. Com um breve aceno, Arou saiu de casa com a empolgação cada vez mais agitada.

 O “escritório” que Arou estava indo não era tão perto assim como seu ele disse para seu pai, mas o taxista logo soube onde era o lugar- provavelmente porque várias pessoas frequentavam aquele lugar, ou simplesmente pelo fato de nenhum outro lugar da cidade se chamar “Najas”- evitando qualquer espécie de demora.

 Chegando lá, a primeira coisa que o rapaz de olhos azuis fez foi olhar o edifício. O lugar tinha um tamanho razoável: não era nem um pouco pequeno, mas o pessoal de lá provavelmente tinha algum tipo de problema para deixar todos os seus membros confortáveis. Sua cor era um verde folha, e o letreiro NAJAS era verde escuro. Algumas partes precisavam ter a pintura renovada dando a impressão que já estavam velhas e malcuidadas. Talvez eles tivessem preguiça de pintar.

 Com um ar confiante, Arou abriu a porta de vidro e entrou passando por uma catraca que não estava funcionando. As paredes lá dentro estavam na mesma situação que as de fora; mas pelo menos tudo estava organizado, e o ambiente tinha um cheiro bom de produto de limpeza.

 Saindo de uma de doze portas brancas estavam lá dentro, uma garota veio em sua direção. Ela tinha cabelos castanhos e levemente enrolados, era razoavelmente baixa, e usava óculos vermelho, além de usar um crachá escrito “Melyssa”, que Arou sugeriu para si mesmo que deveria ser o nome dela, rindo de como ele conseguia captar o óbvio.

— Olá, você precisa de alguma coisa?- ela perguntou gentilmente enquanto acenava com a cabeça.

— Eu ouvi dizer que vocês fazem... Coisas artísticas ou algo do tipo, e eu queria saber se tinha alguém que saiba desenhar no computador e essas coisas- ele falou juntando os dois braços atrás de seu corpo.

— Temos sim, eu vou te levar até a sala. A propósito, me chamo Melyssa, prazer- ela falou estendendo a mão. Mesmo aparentando ter a mesma idade que Arou, ela parecia ter um porte bem mais maduro.

— Prazer, pode me chamar de Arou- ele falou repetindo o gesto, com medo de parecer bobo.

 Os dois andaram até uma das portas brancas que tinha um cartaz escrito “se incomodar vai levar tiro”, mas Melyssa entrou sem se preocupar muito se iria atrapalhar ou não.

— Susu o Arou aqui quer um desenho- ela falou tentando disfarçar que estava quase dando risada.

— Se foi o Breno que te falou para me chamar de Susu... - a outra garota, Susu, falou irritada. Seu cabelo era liso e preto, seus olhos tinham cor de avelã, e suas bochechas eram mais rosadas que o normal.

 Melyssa riu ou ouvir o nome do tal Breno.

— Foi ele sim- ela disse rindo alto o bastante para todos das salas ao lado ouvirem.

— Oseio vocês- a outra garota falou fechando a cara- o Breno está deixando você mais naja que o normal.

— Também te oseamos. Bem, vou deixar vocês a sós para conversarem.

— Oi, meu nome é Suany- ela se apresentou quando sua amiga deixou a sala.

— Arou como você deve ter notado. Eu queria muito que você fizesse um desenho meu. Não tão realista, mas que as pessoas olhassem e logo soubessem que era eu.

— Ótimo. Diga “X”!- Suany exclamou tirando uma foto dele tão rapidamente que ele nem conseguiu sorrir ou ter tempo de arrumar o cabelo. Suany olhou a foto apertando os olhos, provavelmente já imaginando como ficaria- pode passar aqui ainda essa semana. Vai ficar ótimo.

 Arou sorriu, realmente agradecido. Ele esperava que aquele sorriso mostrasse o quanto estava animado.

— Eu venho buscar, pode ter certeza.

 Suany se despediu, levando Arou até a porta, garantindo mais uma vez que ele não iria se arrepender.

— E quando você voltar, nem pense em me chamar de Susu.

— Não prometo nada- ele falou dando de ombros enquanto ria. Suany virou de costas indo embora, sorrindo antes de fechar a sua porta mostrando que não estava brava de verdade.

 Enquanto esperava o táxi, Arou pegou seu celular, querendo ver os dados de seu canal naquela semana. Porém, ele se deparou com algo totalmente inesperado: ele havia perdido sete inscritos.

 O garoto se conteu muito para não chorar. Mas, querendo descontar sua raiva, ele começou a bater e chutar as paredes do Najas, sentindo-se cada vez mais um lixo em relação ao canal. Ele tinha volntade de gritar, de ir até a casa de cada uma daquelas sete pessoas que pararam de segui-lo.

 De relance, ele viu um garoto com um crachá escrito “Mike” o observando através das portas de vidro. Ele tinha cabelos pretos, olhos castanhos, e as feições finas. Ao ver a reação de Arou por ter sido descoberto em seu momento de total frustação ele riu, fazendo um gesto de que iria ficar tudo bem. No meio daquela tristeza toda, Arou conseguiu sorrir. De um certo modo, aquele lugar dava para ele uma sensação de acolhimento.

 Talvez ele precisasse apenas lembrar a si mesmo que existiriam momentos ruins, e que fosse necessário apenas dar um passo de cada vez, conseguindo assim seguir a diante.

 E aquilo era uma coisa que ele absolutamente queria e iria fazer.


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