Me apaixonei escrita por AnneLovegood


Capítulo 2
Capítulo dois


Notas iniciais do capítulo

Mais um
Espero que gostem



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"Você não tem culpa se eu estou sofrendo. Se fantasiei de verde esta história. Você tem namorado, posso até estar errado. Mas tenho que ganhar você . É mais do que desejo é muito mais do que amor. Eu te vejo nos meus sonhos e isso aumenta mais a minha dor."

Agi feito um idiota após perceber que gostava da Granger. Sai correndo. Só parei quando me vi em meu quarto. Nunca em minha vida pensei que me enteressaria por alguém como ela. Acreditava que um casamento arranjado como todos os puro sangue seria o meu destino. Não que eu pensasse em me casar com G ranger, mas em um contrato de casamento eu iria aceitar uma mulher estranha, e logo formaria laços com ela. Um dia viria a amá-la, quem sabe. Porém, Granger nunca fora uma opção de paixão na minha vida. Pra falar a verdade, nem pensava na Granger como uma amiga.

– Draco! Planos pra hoje! Galera vai se reunir na ala leste...bebidas, conversas fora, jogos, relaxar...- falou Nott ao entrar de sopetão no meu quarto.- O que foi?

– Eu...gosto da Granger...- murmurei ainda tentando encontrar algum motivo pra dizer que não, não gostava dela daquele jeito.

– Também gosto dela.- falou sentando na cadeira da escrivaninha.

– O que quer dizer?- perguntei bruscamente encarando-o.

– Ah, ela é legal. Como não gostar dela?- o puxei pela camisa erguendo-o.

– Explique-se!- exigi sentindo meu corpo tremer.

– Wow. Acho que você gosta mais...- riu.- Eu não gosto dela assim, cara. Me solta!- pediu. Me esforcei a manter a calma e soltá-lo.- Hahaha, essa é nova! Você está mesmo gostando dela?- suspirei me sentando na cama.- Desde quando?

– Não sei.- confesso apoiando o braço nos joelhos.

– Relaxa, cara. Foi boa a escolha, ela é legal. E hoje em dia, ninguem liga pra status de sangue...- confortou-me.

– Mas...ela não gosta de mim. Não dessa maneira.- reflito.- E tem aquele...Weasley. Até parece que ela vai preferir ficar comigo...- bufei.

– E por que não? Você é rico, inteligente, as garotas te acham bonitão...- inumerou.

– Esqueceu de Ex comensal, Sonserino, e que passei anos destratando ela...

– Bem dito! EX comesal, se redimiu. Sonserino, ela não liga pra isso, e parece ter te perdoado pelas ofensas passadas. Ou não andaria com a gente nesses dias. E o Weasley é passado.- pontuou pensativo.- Já falou alguma coisa pra ela?

– Não sou idiota, Theo. Falar e ser dispensado? Não, obrigado.- rebati sentindo meu coração bater como louco.

– Se acovardando? Esse não é o Malfoy que conheço.- falou. De fato, eu estava temeroso com aquilo. Era muito novo me sentir dessa forma, de certa maneira me apavorava.- Qual o plano?

– Que plano?- estranhei.

– De conquistar o coração da Granger, oras.

– Theo, não há plano.- balancei a cabeça.

– Então comece a pensar em um! Vamos ir pra ala leste nos distrair e amanhã começamos a pensar em algo.- pontuou andando até a porta.- Amortentia nem pensar, né?- indagou parado no batente.

– Claro que não! Se é pra gostar de mim, que seja de verdade.- não acredito que ele pensou nisso.

– É, foi o que pensei.- murmurou.- Vinte minutos na entrada!- gritou já fora do quarto.

Durante o banho fiquei tentando encontrar motivos para estar com um parafuso a menos. Por que tinha de gostar justo dela? Não seria pela gentileza? Pela amabilidade? Pela coragem? Tudo isso.

Na entrada da Comunal, Nott estava a minha espera. E estava esquisito, todo sorridente como se tivesse ganhado um prêmio.

– Está bem?- pergunto.- Está parecendo um idiota com esse sorriso.- digo começando a andar.

– Só animado pra beber um pouco.

A sala que pegaram para a reuniãozinha estava sem uso, limparam e enfeitiçaram, pois do lado de fora, não se ouvia a bagunça que estava dentro. Não uma bagunça geral. É que muitos falavam alto, gargalhavam. Logo, uma bagunça.

– Não vou ficar muito tempo.- falei para meu amigo.- Temos aula amanhã.

Em pouco tempo, estava com um copo na mão divagando com outro aluno sobre qual vassoura seria a melhor para um artilheiro. Nott sumira em meio as pessoas.

Não sei quanto tempo se passou, mas eu já estava um pouco bebado e aquilo era a deixa para ir embora. Andei pela sala a procura de Nott, o achei enfim perto da porta aberta.

– Theo.- gritei.- Vou nessa.- meus olhos estavam pesando. Bati levemente em seu ombro e me encostei. Foi quando notei por que ele estava ali.- Granger?- tentei me aprumar. O que ela fazia ali?

– Malfoy? Você tambem?- espantou-se.- Theodore, em alguns minutos, McGonagall vai fazer a ronda diária! Querem ter detenções?- exasperou-se.

'Ah é, eu tinha me esquecido que ela era monitora...'

– Xiu! Não grite!- repreendeu Nott puxando-a para dentro da sala e fechando a porta.

– Por Merlim, vamos ser expulsos!- guinchou nos olhandos furiosa. Tentei, talvez se não estivesse bebado fosse bem sucedido, mas foi inevitável não rir ao vê-la daquele jeito.- O que deu nele?

– Sei lá.- respondeu Nott.

– Caramba, que fofa.- continuei rindo.

– Ele está bebado?!- indagou se inclinando para frente.

– Um pouco, talvez.- falei parando de rir e ficando sério. O que diabos eu falei?!- Vou pro meu quarto.- anunciei abrindo a porta. Iria me enforcar depois dessa vergonha...

– Não!- Granger me empurrou e fechou a porta.- A essa hora, Minerva está na ronda! Temos de esperar.- cruciou me encarando. Cogitei a hipótese de beijá-la. Ficaria zangada ou retribuiria?

– Quanto tempo temos de espera?- interrompeu Nott.

– Ela termina a ronda em duas horas.- murmurou num lamento.

***

Me recusei a beber mais. Não faria outro papelão. Todos se calaram quando perceberam Granger ali. Mas relaxaram ao ve-la sentar-se conosco. Theodore trouxe mais bebida. Hermione olhou com desconfiança para o copo.

– É uisque de fogo. Um bem ruinzinho por sinal...pra ficar bebada, vai precisar bem mais que um copo.- comentou Nott me dando um copo também.

– Por que fizeram isso?- indagou sorvendo um pouco.- Verdade. Isso é horrível.- disse com uma careta.

– Estavamos entediados, e uma reuniaozinha faria bem.- respondeu meu amigo.- Draco pensou em te chamar, mas não te encontramos...

"Eu o quê!?" Engasguei e o encarei. O que raios ele estava dizendo?

– E procuraram onde?- zombou a garota.

– Na biblioteca.- deu os ombros.- Onde mais seria?

– Na comunal da Grifinória.- pontuou.

– Nem sei onde fica isso...- rebateu saindo dali pra ir jogar snap explosivos com um grupo de garotos.

– As vezes acho ele muito alegre pra um Sonserino...- comenta ao meu lado.

– Só por que somos Sonserinos, temos de ser amargurados?

– Não.- se apressou em dizer.- Eu só os via de cara fechada e olhar de desdém. Nunca imaginei que fossem...normais.- explicou.

– Bem, alguns podem ser mais frios que outros. Theo sempre foi agitado.

– Você também me parece mais normal. Quero dizer, menos arrogante.- riu.

– Amolecendo a meu respeito, Granger?- digo erguendo a sobrancelha.- Estou sem qualquer fardo. Isso liberta qualquer um das máscaras que têm de usar.- pontuo.- Quanto tempo ainda vai demorar pra poder sair? Bebi demais e quero dormir...

– Deve faltar pouco...- murmurou consultando seu relógio de pulso.- Oh, faltam dez...acho que não vai haver problemas se sairmos agora.- comentou me encarando. Droga! Era muito tentador querer beijá-la.- Vamos, Malfoy.- me ergo e sinto a cabeça rodar.- Está bem?- pergunta ao me apoiar em seu ombro.- Vou chamar Theodore.

– Não precisa! Estou bem.- falei me endireitando.- Deixe-o se distrair. Vamos.- eu estava certo de que aquele uisque de fogo barato me daria dores de cabeça no dia seguinte.

Pelos corredores só se ouvia o som da nossa respiração. Saimos da reunião sem nos despedirmos. Não havia necessidade.

– Já se decidiu o que vai fazer quando sair da escola?- perguntou depois de um silêncio duradouro.

– Não. Você, certamente já sabe desde o primeiro ano.- soltei enquanto viravamos um corredor.

– Não.- lamentou-se.- Não quero fazer algo que me fruste futuramente.- fiquei calado. Esse era um dos motivos pra eu não ter me decidido ainda.

Quando chegamos nas escadas comecei a subí-las sem pensar muito.

– Aonde vai, Malfoy?- indagou confusa.

– Te acompanhar...?- disse com certa dúvida.

– Não. Eu vou te acompanhar.- pontuou me puxando pela manga da camisa.- Se te pegarem sozinho pelo castelo, essa espera de nada valeu. Mas se o pegarem comigo, posso dar qualquer desculpa.- inumerou tomando a direção das masmorras.

– E se pegarem você sozinha depois?- perguntei.

– Sou monitora.- deu os ombros caminhando.

– Se é assim, por que não saimos antes da sala?

– Uma coisa é ser pega pelo Filch ou um professor. Outra coisa é a Minerva.- cruciou sorrindo. Ri seguindo-a.

Fiquei imaginando...não era impossível gostar dela. Eu, com toda a minha "educação" de odiar os trouxas, gosto...seria possível ela, com todas as mágoas chegar a gostar de mim?

– Poderia?- sussurrei.

– O que disse?

– Nada. Só pensando alto.- disfarcei.

– Você faz muito isso não é? Quando fica calado, está pensando.- olhei-a de canto, na maioria das vezes quando estou calado, me imagino num futuro, como estaria, logo teria de tomar um rumo na vida.- Isso é bom. Antes falava as coisas sem pensar, agora pondera.- disse baixo.

Senti o estomago revirar. Ela ainda lembrava do quanto fui cruel nos anos anteriores.

– Desculpe-me, Granger.- falei quando nos aproximams da entrada da Comunal Sonserina.- Me arrependo de algumas coisas que fiz, uma delas foi ser preconceituoso com vocês, nascidos trouxas.

– Está tudo bem, Malfoy. É passado agora.- sorriu gentil.- O importante é o arrependimento genuíno.- suspirei adimirando-a, queria poder tocar lhe, sentir como seria abraçá-la, seria tão bom quanto eu pensava?

– Está se sentindo bem, Malfoy?- perguntou me analisando.- Está esquisito...- murmurou.

– Só pensando no que fazer...- sussurrei sentindo meu peito inflar de coragem.- Perdoe-me por isso...- murmuro. Eu andava usando muito esse termo. Parecia que fui azarado por essa palavra, que sempre que necessário, deveria dizê-la.

E fui me inclinando devagar. Seus olhos antes confusos se arregalaram ao compreender o que eu faria a seguir, no entanto, não se afastou. Não, eu não a beijei. Pelo menos não de imediato. Eu apenas queria tocá-la. Passei os dedos devagar pela sua bochecha. A vi arfar e me olhar de uma forma que nunca tinha visto. Foi tão rápido que ainda não sei quem beijou primeiro. Prefiro achar que fui eu, que criei coragem para fazer aquilo.

Tão pequena, mas com grande força...

Segurou-me forte pelo pescoço me puxou para si. Talvez eu tivesse imaginado, mas me pareceu que ela retribuiu e não que a forcei a continuar. Por uns instantes me senti perdido como se fosse cair a qualquer momento. Dei dois passos e nos apoiei na parede. Devo confessar que o beijo foi bom. No começo foi meio desesperado, quase não conseguia respirar de tão afobado. Mas logo foi cessando e se acalmando, queriamos retardar o fim. Porém, ele veio e o que eu temia aconteceu.

– Merda!- sussurrou me olhando e saiu apressada. Eu devia deixá-la ir, era mais comôdo. No entanto, eu a alcancei antes de sair das masmorras. A bebida ja estava passando.

– Granger.- a segurei pelo braço parando-a.- Não fuja. Me encare.- pedi.

– Por que se vai rir de mim como tantas vezes antes?- disparou num soluço.

– Claro que não! Achei que tinha percebido que não sou mais assim.- argumentei.- Não quero zombar de você...- afirmei segurando em seu rosto, estava prestes a chorar? Isso seria o fim se a visse chorar.- Desculpe-me, não farei de novo.- falei soltando para que se fosse. Nunca mais tocá-la seria um martírio, no entanto, teria a lembrança desse beijo.

Fiquei vendo-a ir. Eu já estava conformado com toda essa minha sina. Não ter o que quero. Aquilo contraindo dolorido no meu peito era novo para mim.

***

A semana se arrastou e Granger tentou agir natutalmente como se nada tivesse acontecido, mas bastava eu a encarar pra perceber que ela não estava firme. Nott notou essa mudança e tentou arrancar de mim o que houve. Se ele falou com ela, nada me disse.

O feriado de natal chegara e eu não pretendia ir passá-lo em casa. Meus pais tentam reerguer a beleza que a mansão ja teve, mas enquanto isso, prefiro ficar longe. Theo sim foi pra casa. Ele tinha sorte de não ter se envolvido tanto na guerra. No dito dia, acordei um pouco mais disposto. Esse dia tinha o poder de me alegrar.

Cheguei cedo ao café da manhã e havia realmente quase ninguém ali. Alguns minutos depois o correio começou e a coruja de Theo me entregou um grande embrulho. Lhe dei um pedaço da batata que eu comia e ela se foi alegre.

"Draco, feliz natal! Confesso que não sabia o que lhe dar, mas então me veio uma ideia brilhante! Mandei algo pra te ajudar com a Hermione. Ah, e mandei algo para ela, por favor entregue.

Nott"

Abri o embrulho realmente curioso. O que tinha meu nome era pequeno comparado ao que ele mandou pra Granger. Os deixei de lado e voltei a comer, iria abrir na privacidade do meu quarto. Não confiava muito no que Nott me mandara. "Ajudar com a Granger..." era um exemplar de um livro sobre costumes trouxa. Acho que saber mais deles ajudaria.

No caminho para as masmorras, vi de relance Hermione indo para o Grande salão. Com medo de não a ver depois, corri para a Comunal Sonserina pegar o presente que eu tinha comprado a ela. Já estava guardado a tanto tempo. Comprara pouco depois de iniciarmos uma amizade, mas fiquei receoso em entregar. Mas natal era isso, troca de presente, momento perfeito.

Tive de me conter para não entrar correndo no salão. Parei e tentei agir naturalmente. Ela estava no mesmo lugar de sempre. Segurava um envelope.

– Bom dia, Granger.- saudei tenso ao me aproximar. Ficou me olhando estranhamente, como daquelas vezes em que a via tentar resolver os trabalhos de aritimancia. No fim, deu-me um sorriso fraco e guardou o envelope no bolso da blusa.- Feliz natal!- desejei me sentando e lhe empurrando o embrulho de Nott.- Theodore acabou de mandar.

Abriu entusiasmada e curiosa. Pelo aspecto achei que seria livros, mas não. Era uma caixa; um porta joias. Ela riu balanlando a cabeça.

– Um porta jóias.- continuou rindo.- Theo é mesmo um maluco. O que vou guardar aqui se não tenho essas coisas?- sorriu me olhando.

– Bom, pode começar com isso. Lhe estendo o meu presente.- Feliz natal.- não era uma grande jóia, uma correntinha simples e delicada com apenas uma pedra no pingente. Achei que combinava com ela. Havia comprado quando começamos a nos dar bem, em forma de agradecimento pela segunda chance.

– Obrigada.- exclamou puxando do saquinho a correntinha.- É lindo...

– Que bom que gostou.- soltei o ar enquanto ela mesma colocava a corrente.

– Ãm, o seu presente eu iria das mais tarde...- comentou vermelha.

– Não precisava ter me comprado nada.- argumentei um tanto constrangido e de certa alegre por ela ter pensado em me presentear.- Quando entrei me pareceu preocupada, aconteceu algo?- tentei engatar uma conversa.

– Nada com que eu precise pensar por enquanto.- finalizou começando a comer.

Eu não fazia ideia do que era, mas certamente não estava gostando do mal pressentimento que me causava.


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Notas finais do capítulo

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Bjok



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