Life Surprises [HIATOS] escrita por July Beckett Castle


Capítulo 16
Chapter 16 – All I Lost


Notas iniciais do capítulo

Oii gente linda do meu coreh!! Eu sei que eu demorei, e peço desculpas por isso, é que está dando aquela crise de "não inspiração" rsrs
Obrigada pelos comentários de vocês ♥ Fico feliz que estejam gostando!!
Prontos para um capítulo "tenso"? Preparem os coraçãozinhos minha gente! Avisando: pode ter palavrões aqui!
Espero que gostem do capítulo, boa leitura!



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Life Surprises
Capítulo 16 – Tudo o que eu perdi

 

Já era madrugada na Grécia, e ainda era tarde em Nova York. Mac estava em sua sala esperando uma chamada de Esther, ele parecia ansioso e preocupado, seu semblante sério demonstrava que tinha algo importante escondendo... Bom, era algo que ele precisava falar com Stella, e foi realmente sério. Foi quando ele foi chamado para o caso mais cedo naquele dia, e quando chegara na cena tivera uma desagradável surpresa. Toda equipe foi avisada da situação, nem todos eram cientes do envolvimento de Stella e então quando Mac contara pareceu que o chão deles desabou. Toda a tarde foi triste demais para os CSIs, apesar de não conhecer a vítima, todos eles ficaram muito tristes... Mac é tirado de seu devaneio pelo seu celular tocando.

10 horas atrás

Assim que Mac desligara a chamada com Esther pelo Skype, ele foi direto para a cena de crime a qual foi chamado. Dirigiu com um sorriso no rosto, foi bom ter conversado com as meninas antes delas irem, isso ajudaria com a saudade que sentiria delas enquanto estivessem em outro país. Seus pensamentos ficaram tanto em Stella que sem perceber ele já estava na cena do crime. Chegou em frente ao um prédio no centro da cidade, policiais estavam em frente ao prédio e ele pôde ver Jessica conversando com alguns civis, a faixa amarela no local para que ninguém invadisse a cena do crime e seus CSIs chegando junto com ele. Saindo do carro, Mac pegara o seu kit e colocara sua arma no coldre na cintura (ele tinha tirado a arma já que iria para o aeroporto levar as meninas), após ter pego suas coisas, o CSI andou até seus colegas e os cumprimentou.

Mac T. – Hey, vocês!- Chamou ele, antes que Danny e Sheldon atravessassem a faixa amarela.

Os dois CSIs sorriram para o chefe e esperaram ele chegar até eles.

Danny M. – Bom dia chefe!- Saudou o loiro. – Stell já partiu?- Perguntou já sabendo a resposta. Sheldon ao lado dele riu e Mac fechou a cara. Eles sabiam que Mac não estava tão confortável com a ida de Stella para Grécia, o homem estava louco só em saber que “suas” meninas partiram para ficarem longe dele por uma semana inteira.

Mac T. – Já, Danny.- Respondeu o homem.

Sheldon H. – Que isso Mac, você já está sentindo falta delas?- Brincou Sheldon.

Os três passaram por baixo da faixa amarela que um dos policias levantara para eles e andaram até em frente para encontrar-se com Jessica.

Mac T. – Olha só vocês, caras, eu me despedi dela, e vocês não!- Brincou Mac (como nunca fazia) e saiu andando na frente com um sorriso no rosto.

Foi uma surpresa para os dois CSIs ver o chefe fazendo uma brincadeira (que não fosse com Stella [e mesmo que não tenha sido engraçada]) enquanto estava em uma cena de crime. Os dois trocaram olhares e riram. Tinha uma primeira vez para tudo. Com isso, eles voltaram a atenção para o trabalho e seguiram Mac até Jessica.

O corpo não estava na calçada ou na rua, o que fez suspeitar que estava dentro do prédio, eles só não sabiam o porquê de Jessica ainda estar fora com aquelas pessoas. Ao ver os colegas de trabalho se aproximarem, Angell foi ao encontro deles dispensando a mulher com quem conversara.

Jessica A. – O corpo estava lá em cima, nós estamos em código 5, protocolo 10.- Bufou Jessica. Os CSIs olharam curiosos.

Mac T. – Você quer dizer, o corpo está infectado?- Questionou Mac, com uma certa curiosidade já que não viu nenhum carro da CDC ou nenhum agente federal por lá. Jessica estreitou os olhos.

Jessica A. – Eu não sou muito boa com essas coisas.- Bufou ela. Realmente, quando era para falar entre códigos ou os protocolos ela não era tão boa quanto pensava. Talvez porque nunca precisou fazer isso antes. – O corpo está se dissolvendo, começou no peito onde foi atingido pela bala. Já foi levado para o necrotério, então vocês podem brincar de cientistas no segundo andar apartamento 5.- Avisou Jessica.

Mac ficou com uma carranca e não dissera nada.

Sheldon H. – Bizarro.- Comentou o moreno para o amigo ao lado enquanto seguiam o chefe.

Danny M. – É nisso que eu estava pensando.- Comentou o loiro seguindo o chefe. – Ótimo nome, cara, pensou mais rápido que eu.- Brincou o loiro batendo nas costas do amigo. Os dois riram e continuaram a andar.

Ao chegarem no segundo andar como Jessica dissera, foram logo para o apartamento que a detetive ordenou, mostrando os distintivos para dois dos policias que estavam na porta eles puderam entrar no apartamento que julgaram ser da vítima. Deram uma bela observada no apartamento; era arrumado, bem moderno, mas parecia que ninguém residia o lugar. Não tinha porta-retratos ou qualquer indicio de que alguém residia o lugar, os móveis foram bem colocados, e a limpeza estava em ordem...

— A vítima era um corretor de imóveis.- Disse um detetive local, entrando na cena do crime e se movendo até eles que estavam parados analisando o local.

Então foi aí que entenderam. Toda perfeição para que o lugar ficasse engomado era para vendê-lo, ou alugar, eles não sabiam.

Mac T. – Quem encontrou o corpo?- Pergunta Mac, agachando por onde tinha uma poça de sangue, que ele julgou ser onde a vítima estava.

— Os vizinhos ouviram o tiro e ligaram para a policia, nós viemos e descobrimos o corpo.- Respondeu o detetive local. O homem estava de terno e usava uma gravata cafona, tinha um bloco de notas na mão e uma caneta.

Danny M. – Não há sinais de luta.- Disse ele já começando a fotografar o local.

Sheldon H. – Achei uma substância estranha.- Avisou o moreno já recolhendo uma amostra do que encontrara. 

Mac T. – Ok, pessoal, peguem tudo que precisamos e voltem para o laboratório.- Ordenou Mac. Ele tinha recebido uma mensagem que o preocupou, por isso resolveu pegar suas coisas e voltar para o laboratório para encontrar-se com Adam. E claro, seus subordinados acharam estranho ele largar a cena do crime agora, eles não tinham encontrado nada, nem mesmo Mac, então porquê ele estava os deixando?

Mesmo sem saber o que o chefe escondera, os dois acenaram com a cabeça concordando. A propósito, eles tinham trabalho a fazer. Pegando suas coisas, Mac deixou a cena do crime e correu para fora do prédio, deixou suas coisas no banco de passageiro do carro e dirigiu para o laboratório. Ele não sabia o que esperar da notícia que Adam tinha para lhe dar.

Quando chegou no laboratório, a primeira coisa que Mac fez foi ir em disparada para a sala de Adam. Tinha uma coisa que ele prometera a Stella a um tempo atrás, mas acabou que não precisou pois ela tinha descoberto que estava tudo bem, mas Mac não parou com sua investigação, se alguma coisa acontecesse com a irmã de Stella ele queria ser o primeiro a saber. Por Deus, ele esperava que nada tivesse acontecido com a irmã de sua amiga. Que, quando chegasse na sala do subordinado não fosse nada, só a localização de Esther Bonasera-Nagel. Ele conhecera a mulher, ela mal vivia em um canto só e junto com os seus dois filhos, ele a conheceu quando ela veio visitar Stella ainda grávida de sua primeira filha, depois a viu mais uma vez nos Estados Unidos quando já estava com a bebê de 1 aninho visitando a tia. E a última vez que ele viu a irmã de Stella foi quando ela estava grávida de seu segundo filho com o seu segundo marido, ele estava ciente que o primeiro casamento dela não deu certo por causa de sua instabilidade para ficar em um lugar só.

Quando percebeu, já estava na sala de Adam, e se preocupou ao ver a cara de seu subordinado. Algo aconteceu e ele temia que fosse grave demais.

Adam R. – Chefe, antes de começar, é a irmã da Stell, não é?- Pediu um pouco sem jeito. E sim, Mac temia mais ainda agora.

Mac T. – O que você encontrou, Adam?- Questionou ele.

Com isso, Adam descobriu a resposta. Virou tão real quando saiu da boca do seu chefe. Mesmo que Mac nem tenha confirmado nem negado, ele sabia a resposta, só não sabia como conta-la, então iria começar do começo.

Adam R. – Esther Negal e o marido tem conexão com nossa vítima.- Informou ele. – Pelo o que parece, eles eram os que estavam interessados no apartamento e já tiveram com o corretor da Walter Company, já havia mostrados alguns locais para o casal antes, de acordo com os registros. Mas aconteceu algo estranho, os Negals -falou com uma certa dificuldade já que o sobrenome citado era alemão-, não apareceram para esse encontro que seria hoje, e não ligaram para a corretora.- Informou o rapaz. – Então eu fiz uma busca mais eficaz, procurei por cada câmera da cidade usando a nova tecnologia...- Suspirou. – Eles apareceram em três imagens nessa rua...- Colocou no computador para que Mac visse. Era a mesma rua do apartamento onde encontraram a vítima. – Chefe, eles foram levado por esse carro.- Apontou para o carro preto onde, nas imagens de ângulos diferentes mostravam um casal sendo obrigado a entrar. – Eu consegui a placa...-Falou cabisbaixo. 

Agora:

Mac T. – ...Stella, sua irmã morreu.- Ele não sabia como explicar isso, além do mais agora que sua amiga chegara nesse instante em Atenas. Assim que antedera a chamada ele logo pediu para Esther passar para Stella, e então ele explicou tudo o que ouvira de Adam, tudo o que aconteceu antes disso para dar a notícia ruim.

Ouve-se silêncio, o celular estava no viva-voz, a equipe estava na sala prontos para dar apoio para a amiga, mas nada ela falou e eles não puderam dizer nada também. Mac estava aliviado que não era só ele para dar a notícia ruim, mas sim toda a equipe, a família de Stella estava lá para dar apoio.

— Não, Mac, você está errado, ela não morreu.- Se convenceu Stella. Mac temia por isso, então ficou calado para que Stella tivesse seu primeiro momento de luto. — Não, Mac, isso não é verdade, Adam está errado.- Disse ela. – Mac, diz para mim que isso não está certo!- Implorou, parecendo que já estava chorando.

Mac T. – Stell, nós confirmamos.- Lamentava-se por ter que dizer isso para ela, e ainda por telefone. – Eu sinto muito.

— Mac...- Ela sussurrou, incapaz de continuar pois já soluçava.

Lindsay M. – Oh, querida, nós sentimos tanto.- Falou Lindsay sentada no sofá com o marido a abraçando-a.

Mac T. – O seu pai já sabe, Stell, ele vai te buscar no aeroporto.- Avisou ele. Com o que soube, Stella ainda estava no aeroporto de Atenas, então o pai dela estaria indo buscar ela e sua filha.

 Obrigado, pessoal, eu, an, vou... Meu pai chegou aqui.- Engasgou ela.

Mac entendeu que ela não queria falar agora, então apenas a deixou desligar. A equipe olhou para ele com as sobrancelhas levantadas.

Don F. – Mac, o que você via fazer?- Questiona Flack.

A equipe não sabia o que o chefe iria fazer, desde que o homem falara com o pai de Stella ele não dissera mais nada sobre para eles.

Mac T. – O senhor Bonasera mandou uma passagem para Grécia, eu estou indo para lá.- Avisou levantando-se de sua cadeira e pegando a mala que estava ao seu lado.

Não foi uma surpresa para equipe que Mac iria fazer isso, eles já esperavam, aliás, Stella estava precisando de seu apoio mais que tudo nesse momento que ela ficaria tão fragilizada.

#####

Atenas, Grécia
00h10m

Ao desligar seu telefone, Stella não conseguia respirar, as lágrimas já escorriam em seu rosto descontroladamente. Saber que sua irmã estava morta foi o fundo do poço para ela. Logo sua irmã, a menininha doce que ela ajudou a criar, a mulher que ela levou até o altar, que conquistou o mundo com suas roupas, a aventureira que ela tanto chamou de irresponsável mas nunca conseguiu parar de amar. Sua irmãzinha acabara de lhe deixar. Não foi só ela, mas seus dois filhos. Ela não teve oportunidade de mostrar quão bela era sua filha ou, falar pela última vez com ela.

Stella sentiu alguém lhe puxar para um abraço que ela não conseguiu corresponder, mas voltou a respirar ao sentir o cheiro doce de sua filha, ao sentir seus braços magros envolvendo-a, sua filha estava lá, e era importante que ela fosse forte para sua filha agora, o propósito de ir até a Grécia foi por ela, foi por sua pequena Esther.

O senhor Bonasera estava se aproximando da filha junto com alguns homens atrás dele, Stella se afastou de Esther e a abraçou de lado assim que viu seu pai se aproximando. Jade ficou sem reação, não sabia o que estava acontecendo com Stella, nem quem era esse homem que estava lhe assustando. Quando o homem velho parou em frente de Stella, ele não dissera nada, seus olhos caíram na menina ao lado de sua filha, ela parecia um pouco com Stella, mas não foi nada “parecido” como mãe e filha, apesar da semelhança entre elas ser grande.

Stella B. – γεια πατέρα.- Falou Stella em grego para seu pai. [T:Oi pai.]

O homem nada dissera, apenas acenou a cabeça e abriu os braços para sua filha ir até ele. Assim Stella fez, dispensou sua filha e correu para os braços do pai lhe abraçando apertado, matando a saudade e se confortando pela perda de sua irmã. Foi realmente triste para o senhor Bonasera, apesar de tanto criticar sua filha por ser quem era, ele a amava além de tudo, assim como ama sua filha que está em seus braços agora.

Stella B. – Esther!- Ela chamou a filha quando se distanciou do pai, a menina foi ao seu encontro para conhecer o homem que lhe assustou um pouco. Ao ouvir esse nome, o senhor Bonasera sentiu uma dor no peito, nunca mais chamaria sua filha, nunca mais a veria. – Esse é o meu pai, Alexandre Bonasera!- Apresentou ele a sua filha.

A menina sorriu docemente, apesar de não saber da situação ainda carregava um olhar triste por ver sua mãe tão mal e pálida depois de ter falado com Mac. O homem acabou sorrindo também, a menina era encantadora, não tinha como não se apaixonar. Ele perdera uma filha, mas ganhara uma neta.

Esther B. – Είναι μια χαρά να σας γνωρίσουμε.- Pronunciou Esther, falando em grego como sabia. [T: É um prazer conhecê-lo!]

O senhor Bonasera sorriu em surpresa ao ouvir a garota falando grego.

Alexandre B. – O prazer é meu, Esther!- Respondeu ele arriscando em seu inglês que não era tão bom assim.

Por um lado Stella ficou aliviada que seu pai tenha aceitado sua filha, mas por outro estava triste em ver seu pai tão desanimado. Mesmo assim, parecia que Esther trouxera uma paz para o homem, e isso deixava Stella em paz também.

Alexandre B. – Tem um carro que vai levar vocês para casa.- Avisou ele. – Então, quem és?- Se referiu a Jade. A morena sorriu para o homem e estendeu o braço para cumprimenta-lo, ele fez o mesmo.

Jade Z. – Jade Zabotto, senhor.- Se apresentou. – Assistente social.- Disse.

O homem ficou um pouco perdido no que ela falou e ouviu um de seus seguranças repetindo o que a mulher falou sendo que em grego.

Alexandre B. – Oh sim, claro. Bem vinda a Grécia!- Saudou com um meio sorriso. A mulher sorriu e seguiu Stella junto com Esther e um segurança do senhor Bonasera até a saída do aeroporto e as três entraram em um carro. Na ida até a casa de seu pai, Stella contara para elas o que ouviu de Mac, e claro, as duas mostraram apoio a grega.

Ao chegarem na grande casa dos Bonasera, as três se instalaram em um quarto. Stella resolveu tomar um banho e tentar descansar, mas ela sabia que não iria acontecer depois da flechada que levou no peito. Entrou no banheiro e já despida entrou no boxe do banheiro e abriu o chuveiro, deixou que a água molhasse o seu corpo, permitiu-se a chorar como nunca mais fizera antes. Pensou em tudo que perdeu e agora sua irmãzinha, sua pequena irmãzinha a quem lhe ensinou tanta coisa e ajudou. Tantos conselhos bobos que já ouvira de sua irmã, a insistência dela para que ela casasse e seu amor pela família.

No que ela estava metida?

Isso não saiu da cabeça de Stella. Sua irmã estava com problemas, estava na sua cidade e não a chamou. Em que ela estava envolvida e o quão perigoso era? Outra coisa também lhe veio a mente, Esther estava indo comprar um apartamento em Manhattan, será que ela pensava em se mudar para lá?

Porra, ela só queria sua irmã de volta. Por que ela tinha que ser uma cabeça-dura? Por que ela tinha que ser ela? Stella odiava isso! Odiava profundamente! Sempre odiou o jeito que Esther teve que ser, as coisas imaturas que ela fez, tudo. Exatamente tudo o que Esther fez, ela sempre odiou. A escolha de ser estilista tinha um dedo de Stella, mas assim ela achou que estava a ajudar sua irmã, mas a mulher era inconsequente e sempre fazia as mesmas burradas. Sempre foi assim, quando ela engravidou pela primeira vez foi sem querer e estava desesperada, e Stella estava lá, para ajuda-la; Stella sempre esteve para a irmã na verdade, a tirando de problemas desde a adolescência, foi Stella que a tirou do mundo das drogas, porque sim, antes da gravidez complicada de Esther Bonasera, a mulher se acabara nas drogas, até foi presa uma vez, mas como o seu pai tinha muito dinheiro (e ainda tem) ela saiu no mesmo dia e continuou a andar pelo mal caminho.

Resolveu terminar logo o banho já que já começara a sentir-se com frio, desligou o chuveiro e quando a água parou de descer ela pegou sua toalha e passou pelo seu corpo, com outra toalha enxugou o seu cabelo e o enrolou com o mesmo, colocou-se para fora do boxe e ficou em frente ao espelho. Seus olhos estavam inchados, ela não esperava menos já que quebrou-se dentro do chuveiro, fechou os olhos apertando-os com força, a imagem do seu sorriso lhe veio a mente. Sua irmãzinha... Era tão difícil de acreditar que a pessoa que ela cuidou com tanto amor partira desse jeito... Jeito esse que ela não queria saber, vira tantos corpos em sua carreira, mas o dela ela estava se recusando a pensar em ver, apesar de querer dar seu último adeus. Claro, estava sendo difícil em aceitar, mas sempre que lembrara que tinha sua filha isso a fortalecia, se Esther conseguira ser forte então ela também coseguiria, iria fazer esse esforço não só por sua filha, mas pelo seu pai e pelos seus sobrinhos... Lembrou-se da última vez que vira Alice e Matthew, o menino tinha acabado de nascer e a pequena Alice estava em seus 2 anos, na verdade ela ainda tinha dois anos, mas faltava alguns meses para a doce garotinha completar 3. A filha de sua irmã faria 3 anos e ela não estaria aqui para comemorar, sua própria irmã estava morta, foi tão difícil de aceitar. Deus, como esse sentimento de perda era terrível. Stella sentiu como se tivesse perco tudo em sua vida... Novamente colocou em sua cabeça sua doce menininha, Esther precisava mais dela agora do que ninguém, a menina só tinha a ela agora, e por sua filha, pela sua família, Stella seria mais forte.

Saiu do banheiro com sua toalha enrolada em seu corpo, assim que colocou os pés no quarto deparou-se com sua filha com o seu computador conversando com alguém, a menina só veio notar a presença da mãe quando ela foi avisada pela pessoa com quem falava pelo Skype. Um pouco envergonhada por ter sido vista só de toalha pelas amigas de Esther, ela forçou um sorriso em seu rosto e correu até sua mala para pegar sua roupa. Stella não percebeu quando Esther se despedira dos amigos e fechara o computador para conversar com a mãe. A menina ficou em pé observando Stella procurar uma roupa em sua bagagem e quando Stella parecia ter encontrado ela foi andando em direção ao banheiro.

Esther B. – Mãe?- Chamou antes de Stella entrar no banheiro. – Eu desliguei, você pode ter sua privacidade aqui no quarto.- Avisou ela com um sorriso meigo. Stella olhou para filha e pegou seu sorriso, ela não tinha como fazer outra coisa a não ser sorrir para filha. Uma lágrima solitária caiu dos olhos de Esther e rolou pela sua bochecha rosada, ela queria tanto que sua mãe ficasse bem, não gostava de vê-la assim. Descobrira hoje que não gostava de ver sua mãe tão mal, ela se sentia mal também, apesar de entender a dor de Stella, ainda queria que sua mãe estivesse bem. Desejou tanto que Mac estivesse ali com elas, só ele saberia como lidar com sua mãe.

Stella B. – Tudo bem.- Concordou Stella, voltando para o centro do quarto, jogou suas roupas na cama e tomando uma respiração profunda percebeu que não conseguiria se estabelecer-se em pé, por isso se jogou na cama e fechou seus olhos.

Esther B. – Eu irei tomar banho.- Avisou ela, mas permaneceu dentro do quarto. – O seu pai disse para eu tomar um quarto para mim, mas...- Limpou a garganta. – Será que eu posso ficar com você hoje?- Perguntou timidamente. Stella sorriu ao ver sua filha pedir para ficar com ela essa noite, era o que ela queria também. Não iria deixar sua filha mesmo se ela pedisse que fizesse.

Stella B. – Claro que sim, meu anjo.- Respondeu amorosamente.

A menina sorriu e se retirou do quarto entrando na suíte luxuosa, se pôs em frente ao espelho assim que fechou a porta atrás de si, tocou em seus cabelos que batiam no ombro e percebeu que já estavam maiores que na semana passada. Sorriu para o espelho como se tivesse treinando para isso, uma carranca se formou pelo seu rosto e agora ela quebrou... As lágrimas começaram a cair de seus olhos e rolarem pela sua face descontroladamente, e seus soluços eram abafados com sua mão na boca. Ela não conseguia lidar com a perda, ela era uma inútil, como poderia ajudar sua mãe se nem conseguia se ajudar, como poderia fazer esse trabalho se nem superara a morte de seu avô. O que ela iria dizer para sua mãe? O que ela devia fazer?

As perguntas lhe atormentaram, ela caiu sentada no chão frio sem fazer qualquer tipo de barulho, juntou suas pernas e as abraçou. Com sua cabeça enterrado no meio de suas pernas, Esther chorou como há muito tempo nunca tinha o feito. Tinha medo de fechar os olhos e ver a figura do seu avô morto no escuro, tinha medo de ficar no escuro, tinha medo de não poder mais ter uma mãe... Ela tinha tanto medo agora. Esse país foi tão estranhamente desconhecido para ela, lhe trouxe uma lembrança tão ruim.

Ela sabia que tinha que tomar banho antes que sua mãe viesse e batesse na porta chamando sua atenção, mas lhe faltou forças para que se levantasse desse chão frio. Estava com tanto medo. Ela queria ser forte para enfrentar seus medos, mas tinha tanto medo que não era capaz de enfrentar pois tinha medo de fracassar e o medo lhe corroer. Tentou respirações fortes, respirou fundo, mas não conseguia parar de chorar, não conseguia fazer isso.

Ela era tão inútil.

Como não conseguia se controlar? Como poderia ser uma garota tão azarada? Como sua vida podia ser tão triste, cheia de morte ao ser redor? Como? Ela queria uma explicação, não queria mais isso, não queria mais sentir-se fraca, não queria mais chorar pela morte de ninguém, nunca mais. Tudo o que queria era parar, parar de ser fraca e ficar forte, mas ela era apenas uma criança, certo? Já sofrera demasiado em sua vida, desde a infância difícil até agora, e ela só queria parar de sofrer.

Esther B. – Me desculpa, me desculpa...- Lamentou-se repetidamente em sussurros e olhando para o teto. – Perdoa-me vovô, eu sou tão fraca...- Ela estava se torturando com suas próprias palavras abafada. – Eu queria que minha mãe fosse forte, mas se eu não posso, se eu não aguento mais, como ela poderia? Sua irmã...- Soluçou e foi um pouco alto agora. – Eu queria tanto ajuda-la, eu juro que queria... Me perdoa, eu não sou tão forte quanto eu pensei.- Lamentava-se ela. Continuou sentada no chão abraçando suas pernas, ainda não encontrara forças o suficiente para levantar-se. Queria tanto que sua mãe tivesse orgulha dela, achava que se ela fosse fraca como estava sendo agora sua mãe iria a rejeitar, e ela não queria isso, não queria perder sua mãe, nunca. – Vá em paz vovô, e se você ver a irmã da minha mãe aí, diga a ela que eu adoraria conhecê-la.- Tomando a coragem que lhe foi tomada antes, Esther levantou-se do chão e se despiu para entrar no chuveiro.

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Stella Bonasera “A vida é a perda lenta de tudo o que amamos.” –Maurice Maeterlinck.


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Notas finais do capítulo

Tenso!
Espero que tenham gostado, estou sem tempo para escrever mais, mas vou dar um jeito para postar o próximo bem rapidão.
Tadinha da Esther, gente :( e da Stell :( Não merecia isso, e nós nem conhecemos a irmã dela :(
Até o próximo capítulo!! Beijus =^,^=



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