Arcana escrita por Master


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá amores ♥
Estou com mais uma fanfic, dessa vez com uma do Capitão América/Os Vingadores. Impossível ver um filme deles sem sofrer com a vontade de escrever a respeito.
Espero que vocês gostem.



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Por algum motivo, eu gostava de música clássica. Embora o motivo para tal preferência já tenha se esvaído de minha mente há muito tempo, mas eu tinha quase certeza que era pelo ballet. Eu não era uma bailarina, disso eu tinha consciência, mas enquanto meus ouvidos captavam a música, vozes de uma mulher ecoavam em minha mente com comandos como “Grand Jeté! Grand Battement!”. Agora eu já não tinha mais certeza se eu não era mesmo uma bailarina.

Na verdade, eu já não tinha mais certeza de nada.

Eu nem mesmo sabia mais quem era eu.

Você já se perdeu de si mesmo? Já viu a essência de sua alma se esvair aos poucos até não restar nada?

Eles sempre me permitiam um último desejo e dessa vez eu pedi para ouvir uma música, assim que a música acabasse, ela já não seria mais minha música favorita pois eu não lembraria mais dela.

Eles sempre apagavam tudo, exceto uma coisa ou outra. Uma lembrança da escolha deles, seja ela boa ou ruim. E eu sempre me apegava a ela, com um desespero incomum. Eu deveria ser perfeita aos olhos deles, então para eles não era benéfico que eu me lembrasse do passado, das minhas falhas ou até mesmo dos meus acertos.

Eles diziam que eu era a filha perfeita.

Mas afinal de conta... quem eram eles?

E quem sou eu?

E então a música acabou levando consigo todo o meu apelo por um milagre e salvação, mesmo sabendo que para pessoas como eu, pedir por um milagre era a coisa mais pecaminosa possível. Milagres não vinham para pessoas ruins.

Deus não daria a salvação para seus filhos pecadores.

Me sentei automaticamente naquela cadeira de ferro gelada, que fez meus braços a mostra se arrepiarem, e eles já começaram seu trabalho ligando inúmeros fios em minha cabeça.

Olhei para o senhor que anotava informações em sua tabela e ele desviou os olhos do papel para me encarar, ele deu um mínimo sorriso.

Está pronta, Arcana? – Perguntou ele corriqueiro.

Em minha mente havia uma jovem que chorava e gritava “Não”, mas eu sabia que essa jovem não tinha noção das coisas terríveis que aconteciam ao se dizer não para eles.

Então eu assenti.

— Sim, senhor!

A jovem continuou a chorar em minha mente enquanto o homem se levantava de onde estava e se dirigia a uma máquina não tão longínqua.

— Iniciando a reinicialização do Projeto XVI Arcana. Apaguem toda a sua mente, até não restar nada.

Tentei me lembrar da bela música que havia tocado a pouco tempo e me agarrar nela como um fio de esperança, e então senti meu cérebro fritar por completo enquanto gritava de dor, mas já não era uma dor física, era uma dor da alma.

~~~~

— Diga-me, quem é você? -  Perguntou um homem de cabelos grisalhos, enquanto ajeitava seu óculos de meia lua que escorregava por seu nariz delgado.

Franziu os olhos impaciente pela demora da resposta, que era acompanhada por olhar sem vida da outra pessoa. Olhou para um médico que se encontrava ao lado dela e o mesmo pareceu checar os sinais vitais da mesma.

Ele limpou a garganta e isso pareceu chamar a atenção da mulher sentada em uma maca.

— Diga-me, quem é você? – Repetiu a pergunta, dessa vez impaciente.

— Eu sou Arcana. – A resposta saiu ensaiada. – Agente Arcana, do Projeto XVI Arcana.

— Diga-me Arcana... Quantas vezes você já encontrou o Soldado Invernal?

Ela franziu o cenho pensativa, claramente confusa, o nome lhe remetia algo, mas em sua mente nada aparecia.

— Não o conheço, senhor. – Respondeu.

O homem encarou o médico que engoliu a seco com certo medo, ele checou alguns papéis tentando não transparecer o nervosismo.

— Desculpe senhor, nós apagamos completamente tudo, como foi ordenado. – O médico proferiu. – Mas podemos reaver essas memórias, se for preciso.

O homem suspirou exausto.

— Não é preciso. – Disse por fim. -  O Soldado Invernal é um assassino altamente treinado por uma organização rival nossa, chamada HYDRA, nós costumávamos nos “encontrar” bastante com eles. Essa organização está aos pedaços, mas como sabemos mesmo se cortarem uma cabeça, outras duas nascerão em seu lugar.

— Devo encontra-lo, senhor? – Ela perguntou um pouco cética.

— Encontrá-lo e trazê-lo vivo. – Ele ordenou seriamente. – Essa é uma missão super alfa, Arcana, o que significa que não será fácil. Se entrar naquele lugar é completamente difícil, sair será completamente exaustivo.

— Qual o local, senhor? – Questionou.

— Wakanda.

Ela pareceu ponderar por um segundo e um sorriso sombrio apareceu em seu rosto, como se uma piada interna tivesse sido contada.

— Vou me preparar, senhor, com sua licença. – Ela pulou da maca e deu as costas sendo acompanhada pelo médico.

— E lembre-se Arcana... – O homem levantou a voz e ela parou no mesmo lugar. - Не так страшен чёрт, как его малюют.

Como um mantra, os olhos azuis da garota se tornaram completamente sombrios.

O homem tinha razão: O diabo não é tão terrível como o pintam.

Mas ela era.


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Notas finais do capítulo

Se gostarem deixem um review ai, ajuda muito! Se não gostarem, deixe um review com a sua crítica construtiva, ajuda do mesmo modo :)

Até o próximo.



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