Eu estava deitada sobre as folhas secas daquele bosque. Acordei pois tive um pesadelo, logo levantei e olhei em volta, quando percebi que eu não estava sozinha e um menino estava do meu lado. Era ele? Era mesmo ele? Cheguei perto e toquei seu rosto com a ponta fria do meu dedo. Ele acordou, com um susto eu me afastei.

Nos levantamos e ficamos próximos. Não sei bem como começou, mas ele levantou sua mão e eu toquei, ele logo levantou a outra, que também segurei. Depois começamos a girar, lentamente, enquanto apenas nos olhávamos. Depois fomos brincar de pega pega. Ele era o pega, eu sai correndo e me escondendo entre as árvores, logo fui pega por ele, que me abraçou pelas costas. Rimos e depois fomos para uma pedra que tinha por ali e brincamos de espelho. Ele fazia e eu imitava, uma mão. Outra mão. E depois ele aproximou seu rosto. Como uma criança mimada, me virei e sai de perto dali.

Mais alguns minutos se passaram e ele estava de costas para a pedra. Pedi para ele fechar os olhos, ele obedeceu. Eu estava com uma saia por cima do short, e retirei aquela saia, ela estava incomodando, me agachei e fui até ele e agarrei suas pernas.

Ficamos brincando por mais algum tempo até eu fechar meus olhos novamente. Não estávamos no bosque, estávamos em uma rua, ele na minha frente e eu andando até ele levando uma bicicleta. Dei aquele veículo a ele e logo pedi para ele subir, eu o estava andando a andar de bicicleta. Foi rápido, mas depois me aproximei e falei que iria tirar as rodinhas, ele não concordou muito no início, mas depois aceitou. Agora eu teria que ensiná-lo a andar na bicicleta sem rodinhas. Na primeira tentativa, ele caiu no chão, mas não se machucou. Na segunda tentativa, pude ver um leve arranhado no seu joelho. Eu peguei um band-aid e posicionei  certamente no machucado e depositei um beijo. Olhamos um pro outro e sorrimos.

O parabenizei quando conseguiu finalmente ficar andando sem cair uma vez. Pedi pra ele ir em minha direção. O deixei em um lado da rua e fui correndo para longe dele, quando percebi que a distância era boa, pedi para ele vir até mim.

"Sou uma ótima professora", pensei, "Logo estaremos andando livremente por aí, totalmente despidos, na nossa bicicleta sem rodinhas".

Ele estava se aproximando, fechei os olhos e me virei para recebê-lo com um beijo.

Ele não estava chegando.

Tropecei e finalmente abri os olhos, ele não estava mais ali. Me senti totalmente sem ar, eu não estava conseguindo respirar direito.

Fechei os olhos com força e emergi da banheira.