Capítulo VII 

Tulipas Vermelhas S2 

—  Maria sou eu Bella, posso entrar? 

— Estevão e agora, Bella está aqui... Se esconda logo! Na voz de Maria tinha pavor! 

—Só um momento Bella. 

— Aonde eu vou me esconder?  

— No banheiro, não! ela pode querer usa-lo. Dentro do roupeiro. Rápido! 

— Você não pode está falando sério!  

— Eu não estou brincando, entre logo lá o eu mesmo te coloco lá dentro. - Maria estava tensa, nervosa! 

Estevão não acreditava que ele naquela idade estava se escondendo em um roupeiro, se escondendo da própria filha! 

 _ Oi meu anjo, desculpe a demora em abrir a porta, estava terminando de me vestir! Vamos entre!  - Maria pegou em uma da mão de Bella e foram sentar na cama. Na outra Bella carreava algo parecido com um livro 

—Não, eu que peço desculpa pelo horário é que estava mexendo em umas coisas antigas e me deparei com esse álbum, você gostaria de vê? 

— Claro Eu vou adorar! 

Maria começou a vê toda a infância da filha resumida em fotos! E aquilo doía, nenhuma mãe, devia ter que conhecer a infância da filha através de fotos. Maria perdeu todos os detalhes da vida de Bella, perdeu o primeiro passo, a primeira palavra, perdeu o primeiro dia na aula. Olhar aquelas fotos só a mostrava o quanto ela perdeu e para ela o grande culpado disso tudo era o cara que ela estava quase se entregando! Dentro dela o ódio veio à tona com mais força, ódio dele e principalmente dela! Ela nunca poderia ter deixado se levar pelo o desejo, deixa-se  levar pelo coração eram um luxo que ela nunca mais se permitiria! 

Bella continuava mostrando as fotos e contando sobre sua infância. Já fazia uma meia hora que elas conversavam, Estevão continuava dentro do roupeiro! Bella contou a historia sobre á ultima foto do álbum e se despediu de Maria. Maria foi até o roupeiro onde estava Estevão abriu a porta e o ajudou a sair.  

— Pensei que ela nunca mais ia embora! – ele falou isso se aproximando novamente de Maria. Ela se afastou  virando de costa pra ele. 

— Saia do meu quarto Estevão!  - A voz de Maria era firme! 

—Meu amor, deixe-me ficar mais um pouco com você. – Estevão disse isso  passando as mãos no cabelo de Maria. 

— Escute, o que aconteceu aqui foi um erro! Eu quero que você saia do meu quarto agora! 

— Maria, meu amor eu senti você nos meus braços todos os seus toques, seus beijos me fizeram vê que você ainda me ama, assim como eu te amo! 

— Não seja patético Estevão, o que aconteceu aqui foi carência, um momento de insanidade! Então saia do meu quarto. 

— Você trata um momento como esse que aconteceu á pouco como uma insanidade, como carência? Então se fosse qualquer outro homem, isso aconteceria? Você se entregaria a outro homem por carência? –Estevão estava alterado, segurava os braços de Maria com força. 

— Me solte Estevão!  -Maria conseguiu se desvencilhar dele. 

— Me Responda Maria, responda minhas perguntas! 

— Sim Estevão, Sim para todas suas perguntas! Por que você acha que uma mulher não tem o direito de sentir desejo ou sentir-se carente? Você acha que isso é um direito só masculino? Cometi um erro essa noite movida somente pelo desejo e isso não mais acontecerá!  - Maria mentia em cada palavra, jamais ela poderia se entregar a outro homem que não fosse ele, mas uma coisa ela tinha certeza disso ele nunca iria saber! 

— Acho que esse não foi seu único erro movido pelo desejo, conheço outro bem pior! E concordo com você que uma mulher também pode sentir desejo isso não é errado, mas é um erro quando esse desejo machuca outra pessoa! 

— E quais são meus erros Estevão, qual outro erro eu cometi que machucou alguém? Não é a primeira vez que você me acusa disso, me diga qual foi meu erro? 

— Você melhor que ninguém deve saber! – ele deixou o quarto de Maria como se carregasse o mundo em suas  

*Quarto Estevão 

Estevão chegou a seu quarto, foi até o espelho e olhou o seu reflexo, o que ele viu, foi um homem derrotado, humilhado...  As coisas que mais faz mal a um homem são as coisas não ditas, principalmente aquelas que não nos permitimos dizer a si mesmo. Estevão estava sendo engolido pelas palavras não ditas, dês da volta dela ele só ouviu acusações em cada três palavras de Maria três ela o condenava e ele apenas aceitava suas condenações como um réu que foi pego em flagrante... Mas e os crimes dela ele se perguntava, ela se acha dona da verdade, dona da razão uma mulher íntegra, será que o tempo além de fazer-la esquecer da peça teatral do amor que fingia sentir, esqueceu também que me causou a maior dor, por que não a dor maior do que a dor da perda, a perdas dos sonhos de uma vida juntos, de seus projetos, a traição do amor idealizado, para ele Maria tinha traído não apenas de forma carnal, claro que essa parte afetava seu orgulho de homem, mas ela tinha sido cruel, pois além de trai-lo ela o trai com um homem que ele mais respeitava e admirava... Tinha lhe traído com Artur San Roman, seu próprio irmão. Nem uma traição poderia ser pior! Foi uma traição dupla, traída pela mulher amada e o irmão seu maior laço familiar... Assim ele acreditava!  

*Flashback On 

*Muitos anos atrás 

*Dia que Estevão pediu Maria em casamento!S2 

 Era um domingo ensolarado, os dois estavam na fazenda junto com, Alba, Artur Sandoval e Patrícia... Artur e Patrícia eram casados há pouco tempo parecia muito felizes! Todos sabiam que Estevão pediria Maria em casamento naquele fim de semana... Alba estava furiosa, ainda não acreditava que Estevão pediria Maria em casamento! Estevão organizou todo o perdido durante meses, ele queria que fosse um dia inesquecível! Ele construiu uma estufa de flores, a estufa tinha quase toda parte de vidro, tanto o telhado como as partes laterais! Era na cor branca que dava uma sensação de paz, mas a beleza realmente estava dentro! Dentro da estufa tinha dez mil tulipas vermelhas. Estevão levou Maria até lá, colocou um venda em seus olhos, ela estava bastante curiosa em saber qual era a surpresa que o amor de sua vida tinham feito, quando Estevão mandou ela tirar a venda ele estava á joelhado com uma caixa de alianças nas mãos, Maria não acreditava no que seus olhos estava vendo! 

 — Maria meu amor, escolhi esse lugar, pois foi em um lugar parecido como este que minha vida começou fazer sentido! Foi em meio a tulipas vermelhas que eu te encontrei e me apaixonei naquele mesmo instante... Dês daquele momento você é o ser mais importante da minha vida, você é a mulher que eu quero dormir e acordar todos os dias da minha vida!  Você é o meu único e verdadeiro amor, eu te esperei a vida toda, e esperaria mais mil vidas, só pelo prazer de te olhar por um segundo que fosse... Eu não precisei de mil vidas pra te encontrar e quero poder te olhar por toda minha vida, em cada segundos, minuto e horas para todo sempre! Você aceita ficar comigo para todo sempre? - Estevão abriu a caixinha da aliança, tanto ele como Maria estavam emocionados. 

— Sim meu amor, mil vezes sim! Para todo sempre minha vida.- Estevão colocou aliança na mão de Maria e o dois se beijaram! 

Alba observava tudo sem ser vista, ela estava completamente odiada de ouvir as coisas que Estevão falara para Maria! Vê os dois felizes pra ela era inaceitável. Alguém se aproximou dela a surpreendendo... 

— O que faz ai tia Alba? Parece que não está feliz que seu sobrinho mais novo encontrou o verdadeiro amor! - Artur conhecia a tia muito bem! Sabia que ela não era um boa pessoa. 

— Verdadeiro amor, que idiotas vocês são! Essa ai e igual a sua mulher se não for pior, Duas interesseiras! - Alba disse isso rindo na cara de Artur.  

— Nunca mais ouse falar de minha mulher.- Artur segurava o braço de Alba com força, ele tinha um ódio no olhar que Alba nunca tinha visto antes. 

— Calme meu sobrinho, me desculpe se eu enxergo o que você não consegue vê. Se eu fosse você vigiaria mais sua mulher! - Alba gostava de envenenar e colocar duvidas na cabeça das pessoas e ela sabia que Artur já tinham desconfiança sobre o amor de Patrícia. 

— Eu também enxergo muita coisa tia Alba, principalmente em relação ao meu irmão e sei que você é muito mais suja que qualquer outra mulher no mundo! Fique longe de mim e de Patrícia e não se meta com meu irmão e Maria ou você vai se arrepender! - Ele disse isso e saiu deixando Alba com mais ódio!  

 Alba ficou pensando em tudo que Artur lhe falou... 

— Artur você que vai se arrepender eu vou acabar com a sua vida! Você acha que me conhece está muito enganado eu vou dar o meu pior pra destruir você e essa desgraçada da Maria e junto vai a mosca morta da sua mulher! me aguarde Artur!  Eu vou conseguir destruir todos vocês . Eu só preciso de um plano, e tudo  vai começar com a mosca morta da Patrícia! Primeiro acabo com o casamento feliz, e logo depois destruo Maria! 

*Flashback Off 

*Sábado  

*Fazenda 

A madrugada de Maria foi péssima! Tudo o que ela disse, cada uma das palavras, cada sílaba era carregada de mentiras, mentiras que ela achava ser necessárias...  O mais doloroso de tudo, foi que ela percebeu que o magoou! Quando amamos alguém em algum que momento, por qualquer motivo vamos magoa-lo, não significa que não amamos e sim que somos seres humanos e erramos, reconhecemos e pedimos desculpas, porem Maria iria ter que fingir, que tudo o que aconteceu na noite passada não significou absolutamente nada! Maria tomava um banho, tentando criar coragem pra encarar Estevão, mentir pra ele já estava virando um rotina...  Novamente as lembranças do beijo e das mãos de Estevão retornaram a mente de Maria, eu tenho que esquece-lo! Ela saiu do banho foi até o espelho e falou pra si mesma... 

— Maria Sandoval, você não tem o direito de amar ele, lembre-se de tudo o que ele fez... ele não merece nem mesmo sua pena! Então fique linda e esqueça que aquela noite existiu! 

Maria desceu para o café da manhã, ela estava deslumbrante! Para o azar de Maria Estevão era o único que estava na mesa... 

— Bom dia Estevão -Ela disse isso e logo sentou  a mesa. 

— Bom dia Senhora Sandoval! -Estevão estava lendo um jornal e continuo mesmo após Maria sentar. 

— Vejo que sua educação regrediu muito durante esses anos, primeiro não bate na porta antes de entrar e agora continua lendo o jornal enquanto tem outra pessoa sentada com você! -Maria estava estranhando atitude de Estevão. 

— A senhora uma vez me disse que só bebi com amigos, lembra-se? Eu só falo no café da manhã com pessoas que acompanhai é de meu agrado! Me perdoe por ontem, como você mesma disse, foi uma insanidade! 

— Vejo que não dormiu bem, Senhor San Roman o seu humor não está dos melhores!  

— Não tão bem quanto a senhora! -Estevão tinha se prometido ignorar Maria, fingir que ela nunca voltou. 

Maria serviu uma xícara de café e levantou-se da mesa, quando ela ia saindo os planos de Estevão de ignora-la foi por água a baixo! 

— Onde você vai? 

— Dizem que mal humor é contagiante, não quero estragar meu dia! 

—Maria, volte aqui!  

Maria fez de conta que nem o ouviu e saiu pra fora da casa, o dia estava lindo o seu azul, nem parecia que tinha chovido toda á noite! Ela ficou admirando a beleza do lugar ouvido o cantar dos pássaros, ficou assim por um longo tempo... Quando Afonso chega por trás de Maria sem ser visto por ela, ele se aproxima em silencio e fala no ouvido dela... Bom Dia! Ela se assusta! 

— Afonso, você quase me mata de um susto! 

— Desculpa, Maria a minha intenção era te surpreender! - Ele disse isso rindo... 

— E me surpreendeu!- Maria também sorria! _ O que faz aqui? 

— Eu sentir saudade! - ele disse isso entregando uma  cravo vermelho nas mãos de Maria.  

— Obrigado Afonso você como sempre gentil!  

— E você como sempre linda! Sabe o significado do cravo vermelho? 

— Não! Qual é? 

— Significa respeito, amor e paixão. É oferecido como demonstração de admiração. Maria eu tenho admiração por você e nunca te escondi meus sentimentos, como também você sempre deixou claro que me tinha apenas como amigo, mas eu quero que fique bem claro pra você que o que eu disse ontem foi verdade, eu não saiu mais do seu lado! Claro só se você assim quiser! 

Maria ia responder Afonso, quando Estevão apareceu... 

— O que esse homem faz novamente aqui Maria? 

— Ele veio me vê algum problema?  

— Pouco me importa quem queira te fazer uma visita, mas eu não aceito esse homem na minha fazenda! Ontem fui obrigado a suportar a presença dele, hoje posso te garantir que ele sai de um jeito o de outro. - O tom de voz de Estevão era baixo, mas também firme! 

— Talvez eu tenha que lhe refrescar a memoria Estevão... Essa fazenda é minha! Será que já esqueceu que me deu ela quando nós casamos? 

— Então fique com essa fazenda, fique com esse homem, vocês se merecem! Não se preocupe, vou sair o mais rápido da sua fazenda! só preciso pegar minhas coisas. -Estevão virou pra ir embora, quando Maria o puxou pelo braço! 

— Não seja infantil, essa fazenda é sua como todas as outras coisa... Eu falei isso sem pensar, não me interessa nada que seja de você, eu nunca precisei e espero nunca precisar de nada que seja seu! Fique! Quem vai embora é Afonso, tenho certeza que ele não vai se importar! 

— De maneira nenhuma Maria! Como disse a pouco pra você, nada nesse mundo vai me fazer sair da sua vida! Eu te vejo segunda no Ateliê, tenho certeza que o clima lá é bem melhor que esse! -Afonso tirou a chave do carro do bolso, quando Maria falou... 

— Me espere, vou só pegar minha bolsa... Quero conhecer sua fazenda! - Maria ia saindo Estevão á puxou de volta pelo braço! 

— Você não vai á lugar nenhum com esse homem! 

—Me solte Estevão, você não é meu dono, você é meu ex-marido, quantas vezes vou ter que te lembrar isso? Nunca me impediu de nada nem quando éramos casados, acha que agora que é apenas meu ex-marido tem algum direito de falar assim comigo? -Maria se soltou e não esperou a resposta de Estevão... 

Maria saiu deixando Afonso e Estevão sozinhos... Afonso ia saindo quando Estevão o pegou pela gola da camisa!