Dangerous escrita por Karina A de Souza


Capítulo 31
Joshua Martinez


Notas iniciais do capítulo

Olá :3



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Passei alguns dias no hospital após Daniel me dar um tiro no peito. Ele conseguiu fugir, e ninguém podia imaginar onde ele havia se metido. Eu esperava que tivesse morrido por aí.
Semanas passaram, transformando-se em um mês. Ressler recuperou a memória aos poucos, e logo voltou ao trabalho. Era hora de dar atenção total à lista de Reddington.
—Red nos forneceu o nome de um traficante de drogas e armas que transporta as mercadorias em corpos de pessoas mortas. –Keen disse, Aram se engasgou com o café. Segurei o riso. Já vi coisas piores. –Joshua Martinez. –Uma foto dele apareceu na tela.
—Endereço ou algo assim?-Perguntei.
—Joshua tem muitos galpões e muitas casas seguras, vamos demorar um pouco para encontrar em qual ele está atuando agora.
—Aram?
—Já estou fazendo uma lista com todas as propriedades no nome de Joshua Martinez. –Avisou.
—Ótimo. Me chamem quando partimos para a ação. –Comecei a me afastar em direção à sala de Ress, quando percebi a movimentação atrás de mim. Me virei, vendo algo inacreditável. Daniel estava algemado, com dois agentes cercando-o. Tive que parar pra tentar entender o que estava acontecendo.
—Sei onde podem encontrar aquele cara. –Apontou para a tela grande. –O conheço.
—É seu amigo?-Ele deve ter notado o veneno na minha voz, porque abaixou um pouco a cabeça.
—Não, mas andei o investigando por conta própria por um tempo.
—E vai nos dizer o que sabe. –Meera disse se aproximando de Daniel e cruzando os braços.
—Não podemos confiar nele. –Ressler avisou. Me espantei um pouco pela raiva estampada no rosto dele. Ele sabia o que Dan havia feito com minha equipe.
—Ele vai colaborar, não é?
—Conto tudo o que sei, - Daniel disse. –Mas em troca, quero ir para uma prisão especial. Nada daquelas com presos comuns. Quero atenção especial.
—E eu quero te dar um tiro na testa. –Comentei, dando um passo pra frente, Ress segurou meu braço.
—Não vai conseguir nada com isso, Jen. –Estreitei os olhos na direção dele. –Vou dizer tudo, mas só com o acordo.
—Tudo bem. –Meera cedeu. –Vamos conversar.
***
—Não acredito que ela vai ouvir aquele idiota!-Reclamei, andando de um lado para o outro. –Não confio nele! Tem algo errado aí, eu sinto.
—Jenna, calma. –Donald pediu, digitando rapidamente no computador.
—Sério, não gosto da ideia de Daniel nos dando informações.
—Vai ter que se acostumar. –Elizabeth avisou, parando na porta. –Ele acabou de nos dar um endereço. –Suspirei.
—Se morrermos, sabem de quem é a culpa.
—Daniel?
—Meera Malik.
***
—É aqui. –Murmurei, olhando para a construção à nossa frente. Um grande galpão de aparência velha. Mexi na fechadura, trancada. Me afastei, procurando um grampo no bolso para abri-la. Ress se aproximou e chutou a porta com tudo, fazendo-a abrir, então entrou. –Isso, alerte os possíveis bandidos que estão aí que estamos invadindo, gênio. –Peguei a arma e segui atrás dele e de Keen.
—Não tem ninguém aqui. –Ressler disse. –Está vazio.
—Há sangue seco no chão. –Elizabeth apontou. –Devia ser um dos galpões de Joshua.
—Devia. –Concordei. –Mas não é mais. Daniel nos deu o endereço errado.
—Ou apenas desatualizado. Não acho que ele tenha feito de propósito.
—Antes eu também não acharia, mas agora que sei o que ele fez... Não confio mais nele, nem um pouco.
—Vou avisar Meera. –Pegou o celular e se afastou. Ressler estava andando pelo galpão, procurando alguma coisa, guardei a arma e fui até ele.
—Achou algo interessante?
—Nada. –Respondeu. –Mas há possibilidades de ser um dos depósitos que procurávamos.
—Eles devem ter feito a limpa antes de sair, não deixaram provas que podiam comprometê-los. São espertos.
—Jen.
—Que? São espertos mesmo.
—Daniel deu outro endereço. –Keen avisou, perto da porta. –Vamos.
—Se estiver vazio, juro que vou até a base atirar na cabeça dele.
***
—Dessa vez não chute a porta. –Avisei, saindo do carro com Keen e Ress. –Tem carros lá atrás, e luzes acesas no andar de cima, com certeza têm alguém aí.
Era um galpão maior que o último, muito maior. Aparentava ter pelo menos uns quatro andares, e não parecia tão abandonado quanto o outro. Esse devia ser o atual local da base de Joshua.
Ressler foi na frente, mas o empurrei para o lado, abrindo a porta com um grampo. Quanto menos barulho melhor, e menos chances de sermos pegos. Porém, antes que entrássemos no galpão, armas foram engatilhadas e colocadas contra nossas cabeças. Merda.
Alguém tirou a arma do meu coldre e me empurrou para o galpão, podia ver Keen e Ressler pelo canto do olho, ambos na mesma situação que eu.
—Pegamos esses três tentando invadir. –O homem atrás de mim avisou. Um outro se aproximou. Loiro, quarenta e sete anos, alto. Joshua Martinez. –São do FBI.
—Sabia que uma hora iriam aparecer. –Sorriu. –Levem-nos lá para baixo. Quando terminarmos aqui, eles serão um dos nossos transportadores. –Ah, maravilha. Estamos ferrados.—Vão, levem os três.
Fomos levados para o nível abaixo da terra, por uma série de degraus escorregadios, então deixados em uma sala pequena, suja e escura. Os homens saíram, nos deixando no silêncio.
—Alguém tem um plano?-Keen perguntou.
—Eu tenho. –Respondi. –Na verdade ainda não, mas daqui alguns segundos eu devo ter.
—Ele vai nos usar para transportar drogas e armas. –Donald lembrou. –Vai nos matar.
—É por isso que precisamos de um plano. –Olhei em volta. A sala tinha apenas algumas máquinas velhas e enferrujadas. Me aproximei de uma abertura que levava à alguma coisa escura. Parecia um túnel, mas era pequeno demais. Talvez um coelho passasse por ali, nós não.
—Alguma coisa?
—Ainda estou pensando. –Parei no lugar, a mente trabalhando o mais rápido possível. –Não tem saída além daquela. –Apontei para a porta por onde entramos. –Então vamos ter que sair por ali mesmo.
—Como?-Keen perguntou. –Há muitos homens armados lá em cima. Estamos desarmados e em minoria.
—Querida Elizabeth, eu ainda não terminei. –Ela suspirou, Donald cruzou os braços. –Vamos ter que esperar aqueles três voltarem, desarmá-los e deixa-los inconscientes, então subir e atirar em quem ficar no caminho.
—Não parece um bom plano.
—Tem um melhor? Apresente-o.
—Bom...
—Tem ou não tem?
—Não. –Sorri triunfante.
—Então é o meu mesmo. Vamos, temos que encontrar alguma coisa que sirva de arma caso falhemos.
Me enfiei no monte de máquinas, procurando por alguma peça solta que fosse útil. Consegui arrancar uma alavanca de ferro, pesada o suficiente pra rachar a cabeça de alguém se fosse preciso. Ressler conseguiu uma corrente e Keen alguma coisa afiada que parecia uma alavanca, mas não dava pra ter certeza.
Depois, nós esperamos. Podia ouvir a agitação vinda da parte de cima do galpão, então carros. Alguém estava indo embora. O que era bom.
—Ress, você ainda está com a chave do carro?-Perguntei. Ele fez que sim. –Ótimo, vamos ter como ir embora. Lembre-se: o essencial é sair daqui, e não matar todo mundo. Shh, tem alguém vindo.
A porta abriu. Os três mesmos homens de antes entraram. Keen e eu acertamos dois deles na cabeça, enquanto Ress enforcava o outro com a corrente, até ele apagar. Pegamos armas e subimos. Não havia tanta gente ali quando antes, mas ainda assim era muita gente.
—Ei!-Joshua gritou da escada que levava ao segundo andar. –Os agentes!
Aí começou um tiroteio infernal. Demorou alguns bons minutos até conseguirmos atravessar o galpão e sair, seguindo para o carro.
Ress acelerou para longe, mas um carro veio atrás de nós. Peguei a arma, recarregando-a.
—Não faça movimentos bruscos com esse carro, Donald Ressler, por favor. –Abri a janela e me estiquei pra fora, mirando nos pneus da caminhonete vermelha que nos seguia. O carro perdeu o controle, ainda tentando seguir em frente, mas após acertar a cabeça do motorista (eu sou boa de mira ou não?) acabou batendo numa árvore. Me sentei de volta no banco. –Pronto, não estamos mais sendo seguidos.
—Como fez aquilo?-Keen perguntou. Dei de ombros, pegando o celular no porta-luvas e jogando pra ela.
—Avisa pra Meera o endereço daquela droga e que vão precisar de muitos agentes. Eles têm que ir antes que Joshua vá embora com tudo.
***
Joshua Martinez foi preso, junto com boa parte da “equipe” dele. Os corpos encontrados no galpão foram identificados e devolvidos para as famílias. E os que já tinham sido enviados com as drogas e armas estavam sendo recuperados para terem os mesmos destinos que os outros.
Tudo estava certo, tirando o fato de eu querer atirar na cabeça de Daniel.
—Você nos colocou numa armadilha!-Gritei, tentando alcança-lo, onde ele estava sentado e algemado. Ressler me puxou para trás, pela cintura, sabendo que se eu não fosse segurada, coisas ruins iam acontecer. –Você avisou que íamos lá! Quando Joshua te pagou pra isso, ein?
—Não sei do que está falando, Jen.
—O caramba que não sabe! Há quanto tempo trabalha pra Joshua?
—O que? Eu não trabalho pra ele!
—Arrã, sei.
—Jenna, se acalme. –Meera pediu, então se virou para Daniel. –Você está preso, Daniel Vidar, por assassinar a equipe Dangerous, e colocar agentes numa emboscada.
—Eu não fiz isso!-Ele gritou, enquanto era levantado por dois agentes que eu só conhecia de vista. –Não armei nada... Eu...
—Levem-no. –Ressler me soltou assim que Daniel estava fora de vista.
—Tudo bem?-Perguntou. Meera saiu.
—Sei lá. –Respondi. –Daniel era como meu irmão, e agora... Tudo está muito confuso, entende?-Fez que sim. –Perdi toda minha equipe, por causa dele. Por causa... De... Um ato idiota. Ele não queria mais fazer parte da Dangerous... Então... Achou que se livrar de nós lhe traria liberdade.
—Por que não disse antes?-Dei de ombros.
—Agora acabou. Tudo.
—Você não está sozinha. –Segurei a mão dele.
—Sei que não.
Eu tinha perdido todos os meus irmãos, toda minha família, mas pelos menos tinha Ressler agora.


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Notas finais do capítulo

Só a avisar, no próximo capítulo tem mais treta. O que? Acharam que tinha acabado?



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