Satsuki batucava a bancada da cozinha americana inquieta. Ela foi liberada mais cedo do trabalho por causa de seu aniversário (vantagens de ser amiga próxima do chefe), mas Daiki não seria liberado antes também. Quando acordou, não recebeu um único parabéns da parte dele, nem parecia que ele sabia ser seu aniversário — mas é claro que ele sabia, além de ser seu namorado também era seu amigo de infância (e ela o havia avisado sobre o aniversario uma semana antes também, só para garantir). Estava ansiosa com a sua chegada. Certamente ele apareceria com algum presente, nem que fosse no mínimo alguns sais de banho.

Com a demora a angustiando, decidiu se deitar no sofá e procurar alguma coisa na TV para distraí-la. Eram cinco e quarenta, Daiki já devia ter chegado. Do jeito que ele é idiota, as chances dele ter esquecido e se lembrado na última hora e ido comprar o presente minutos antes eram muito altas — não seria a primeira vez que isso teria acontecido. Bufou baixinho, começando a resmungar diversos tipos de ofensas que eram abafadas por uma almofada (Ahomine, idiota e ganguro eram, sem dúvidas, as que mais se repetiam). Mas logo ela se interrompeu por ouvir a campainha, levantando do sofá num pulo e praticamente voando até a porta.

— Por que demorou tanto?! — perguntou logo de cara, não conseguindo ocultar sua ansiedade. Analisou Aomine dos pés à cabeça. Uniforme, mochila e carranca. Seu presente estava guardado na mochila, será?

— Tive que resolver umas coisas antes de vir. — deu de ombros, passando pela rosada para que ela pudesse fechar a porta e colocando suas coisas na mesa, logo indo até a cozinha para beber um copo com água.

Ela ficou alguns segundos encarando Daiki. Ele devia parar logo com aquela atuação (muito boa, por sinal, já que ela estava começando a acreditar que ele tinha esquecido), que já a estava deixando profundamente magoada. Depois daquele tempo em silêncio, Aomine finalmente percebeu o olhar de Satsuki em si. Deu um último gole e colocou o copo na pia, logo se virando para ela.

— O que é?

Grosso, pensou consigo mesma.

— Não está se esquecendo de nada? — cruzou os braços com uma sobrancelha erguida, fazendo um beicinho ao ver que ele ainda estava desentendido. Estressada, pegou o calendário que estava pendurado na parede e jogou nos braços do mesmo, dando meia-volta e saindo da cozinha com passos pesados após ver a expressão surpresa do namorado.

— E-Ei, Satsuki... — ela apressou o passo até o quarto ao perceber que ele estava a seguindo. Ficou iretirada demais para conseguir sequer olhar pra ele.

Quando entrou no quarto, bateu a porta com todas as suas forças e se jogou na cama, ficando sentada agarrada no travesseiro com as bochechas infladas.

— Pra que todo esse drama? — abriu a porta devagar para conseguir "erouter a bandeira branca", mas logo a fechou novamente para não ser acertado por um controle. Satsuki pode ouvir um pesado suspiro.

— O sofá 'tá te esperando.

— Posso pegar alguma roupa?

Se levantou apressadamente e pegou um conjunto de roupas no armário, indo também até o banheiro para pegar o shampoo e uma toalha, logo abrindo a porta rapidamente e jogando tudo encima do mesmo, a batendo em seguida.

— Mulher doida...

E não esqueça as flores
              em cada aniversário