His Selection - HIATUS escrita por Any Louze


Capítulo 3
Inscrição


Notas iniciais do capítulo

Em primeiro lugar eu gostaria de agradecer a todos que mandaram a ficha dos Seleciondos. Eu recebi 21 fichas ♥ então muuuito obrigada a todos que se deram o trabalho de fazer uma ficha
Se você não fez a ficha e quiser ver como ficou, ou se você fez e ainda não viu dê uma olhada no meu twitter pois eu já coloquei todas elas lá (@anylouze)
Peço desculpas pela demora, mas eu tive trabalhos e provas da faculdade que precisaram da minha atenção, mas se tudo der certo eu já estou de volta semana que vem
Espero que gostem



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POV Maxon

Depois de ficar mais alguns minutos com Celeste eu volto para casa sem fazer nenhum barulho. Guardo a moeda que ela havia me dado no jarro junto com todas as outras moedas. Sempre que nos encontrávamos eu levava uma foto. Geralmente era uma foto que sobrava e ninguém mais queria ou uma foto tirada com os filmes que sobravam dos meus trabalhos, mas Celeste adorava e fazia questão de me dar uma moeda por cada foto, mesmo eu dizendo que não era necessário. Todas essas moedas estavam guardadas e eu não pretendia gastá-las.

Me deito na cama com cuidado para não fazer nenhum barulho e fecho os olhos sendo rapidamente levado pelo mundo dos sonhos

 

#

 

— Maxon.... Maxon - minha mãe me chamava em voz baixa

Eu estava exausto. Essa era a consequência de encontrar Celeste. Estar morrendo de sono no dia seguinte

— O que foi, mãe? - pergunto ainda meio sonolento

— Eu tenho uma proposta pra você - ela sussurra

— Proposta pra que? - pergunto me sentando na cama e esfregando os olhos

— Pra você preencher o formulário. Não diga nada apenas me escute - fala e eu assinto com a cabeça.

Minha mãe não precisava saber que eu já havia concordado em preencher o maldito formulário

— Se você se inscrever na Seleção eu vou deixar você ir trabalhar sozinho e ficar com trinta por cento do que você ganhar - ela fala e eu sorrio

Mesmo sendo fotógrafo eu sempre acompanhava os eventos da minha mãe. Nós éramos contratados juntos, ela cantava e eu fotografava. Poder aceitar ou recusar os eventos que eu fosse trabalhar seria maravilhoso, além de eu já poder juntar um dinheiro para o meu casamento com Celeste.

— Feito - sorrio e ela me abraça

— Ótimo, preencha o formulário agora, pois iremos ainda hoje entregá-lo - reviro os olhos

— Posso tomar café antes?

— Não - ela diz saindo do quarto e eu rio

Levanto da cama e troco de roupa. Desço as escadas e vou para a cozinha. Nossa família era uma das poucas famílias de Cinco que tinham uma casa de dois andares, mas isso era por causa de Kota, meu irmão. Quando ele começou a ficar famoso ele não queria que seus fãs descobrissem que seus pais viviam em uma casinha minúscula. Então ele deu dinheiro para a gente construir mais um andar na nossa casa minúscula. Desde aquele dia eu não falo mais com o meu irmão, se ele tinha vergonha da própria família ele era não era digno da minha preocupação.

Assim que minha mãe me vê ela me estende o formulário e uma caneta. Revirando os olhos eu começo a preencher aquilo, eles pediam várias coisas. Minha idade, peso, altura, línguas que eu falava - além do português eu falava francês e espanhol - meus hobbies, pedia para eu descrever minha personalidade e contar brevemente minha história. Não entendi o motivo de tantas perguntas, mas preenchi tudo da maneira mais sincera possível contente por ter meu próprio dinheiro a partir daquele dia.

Termino de preencher tudo e coloco o formulário dentro do envelope e o entrego para minha mãe que não podia esconder o seu sorriso de orelha a orelha

— Vamos - ela diz indo apressada para porta arrancando risadas de May e Gerad

— Vamos aonde? - eu pergunto começando a comer

— Entregar o formulário - ela diz já na porta

— Mas eu quero terminar de comer

— Você come depois! - ela diz saindo

— Será que se eu não for junto ela vai perceber? - pergunto para os meus irmãos que riem ainda mais

— Maxon! - minha mãe grita do lado de fora e eu suspiro

— Acho que não - pego mais um pedaço de pão seco e saio - Tchau - aceno para meus irmãos

— Se você continuar me enrolando vou diminuir para vinte por cento! - ela fala irritada

— Eu já estou aqui - digo em tom de rendição

— Vamos logo - ela diz

Começamos a andar em direção ao Departamento Provincial de Carolina e quando nos aproximamos a quantidade de rapazes ali presentes era absurda. Iríamos passar boa parte da manhã na fila. Minha mãe fechou a cara diante da concorrência, mas eu apenas abri mais o sorriso, quanto maior a quantidade de pessoas menor seriam as chances de eu ser sorteado

— Será que irão tirar foto? - minha mãe pergunta ao ver as pessoas das Castas mais altas muito bem vestidas, mais do que o normal

— Não sei - digo com um dar de ombros

— Você poderia ter vindo mais arrumado - ela diz irritada

Não entendi o motivo da irritação, eu estava razoavelmente bem vestido para um Cinco. Estava com uma camisa azul marinho gola V e um shorts branco, simples, mas bem vestido.

— Bom dia Magda, bom dia Maxon - a senhora Newsome nos cumprimenta ao entrar na fila e mais atrás vinham seus filhos

— Bom dia - respondo sorrindo - Veio inscrever os gêmeos? - pergunto

Celeste tinha dois irmãos gêmeos de dezesseis anos, ambos eram morenos de olhos castanhos como ela, ou seja, muito bonitos.

— Sim. Eles estão muito ansiosos - ela sorriu gentilmente

— Boa sorte a eles então - minha mãe responde forçando um sorriso

Não que minha mãe tivesse algo contra os Newsome, muito pelo contrário, devíamos muito a eles, já que Celeste dava aulas aos meus irmãos pela metade do preço - minha mãe achava que era apenas por bondade, mas Celeste também fazia isso por mim - mamãe só estava agindo assim pois queria que eu fosse o escolhido

— Obrigada, mas pelo que eu ouvi A Seleção não é tanto um sorteio quanto parece - sussurra para nós

— Como assim?! - minha mãe pergunta preocupada

— Acho que eles estão escolhendo os Selecionados, que outro motivo teria para tirar fotos e preencher aquele formulário gigantesco

— Você tem razão - minha mãe concorda e depois olha para mim analisando se deveríamos ou não voltar para casa

Por fim ela apenas passa a mão ajeitando meu cabelo e volta a falar com a senhorita Newsome

— E Celeste como está?

— Bem e anda muito feliz estes dias

— É mesmo? - minha mãe diz sorrindo

— Sim. Sai cantarolando pela casa com um olhar apaixonado. Eu acho que ela finalmente encontrou alguém - sorrio com isso

Celeste cantarolando pela casa com um olhar apaixonado, isso só podia ser por mim

— E você sabe quem é? - minha mãe pergunta curiosa como de costume

— Não, mas acho que esse rapaz vai ser meu genro. - ela diz e meu sorriso se abre ainda mais

Eu não podia estar mais feliz. A senhora Newsome estava certa de que Celeste estava completamente apaixonada por um rapaz misterioso, mas ela não fazia a menor ideia de que esse sortudo rapaz misterioso era eu. Que era para mim que ela estava cantarolando e que eu era o motivo de seu olhar apaixonado.

Minha mãe e senhora Newsome continuaram conversando, mas eu as ignorei. O único pensamento que eu tinha na cabeça era que Celestee me amava tanto quanto eu amava ela. Não que eu tivesse dúvidas antes, mas se ela havia deixado isso transparecer significava que era um sentimento grande demais para ela guardar para si mesma. Quando eu me sentei para tirar a foto eu podia não ser o mais bonito, o mais rico ou o mais bem vestido, mas eu com toda certeza era o que tinha o sorriso mais radiante de todos.

Depois que tiro a foto e entrego o formulário preciso fazer um enorme esforço para disfarçar o meu sorriso, não queria levantar suspeitas para a minha mãe. Sabia que dona Singer notaria se um mísero fio de cabelo meu estivesse fora do lugar, imagina um sorriso tão radiante quanto o que eu estava agora

Assim que chegamos em casa May corre em minha direção e se joga no meu colo

— Como foi? - pergunta animada

— Apenas entregamos o formulário e tiramos uma foto - digo a segurando - Não foi nada de mais

— Tinha muita gente? - ela pergunta sem se abalar

— Todos os rapazes disponíveis da província - minha mãe diz descontente

— Mas você vai ser o sorteado, Max. Eu tenho certeza - minha irmã diz me dando um beijo na bochecha

— E por que você acha isso? - pergunto me sentando no sofá com ela ainda em meu colo

— Porque você seria o melhor rei que Illéa poderia ter - diz dando de ombros como se estivesse me dizendo que meus olhos são castanhos e que o céu é azul

— E por que você diz isso?

— Porque você é carinhoso, pensa nos outros e é lindo - diz sorrindo - Seria um ótimo rei, Max

— Eu não acho - digo dando de ombros

— Ninguém perguntou o que você acha - diz rindo e sai do meu colo

— Mãe, alguém precisa ensinar bons modos para a May! - falo em um tom mais alto para que ela possa ouvir

— Ela está apenas te imitando - minha mãe responde e meus irmãos começam a rir de mim

— Obrigado pelo apoio mãe

— De nada filho - ela diz irônica e eu reviro os olhos

— Temos algum trabalho hoje? - pergunto indo para a cozinha para ajudá-la com o almoço

— Sim. Temos um casamento as sete e eles irão pagar pelo filme da máquina - ela diz contente

— Ótimo! - digo sorrindo enquanto preparo o arroz

Mamãe e eu preparamos o almoço enquanto May e papai estavam no estúdio e Gerad estava em seu quarto. Quando tudo fica pronto chamamos todos para a refeição. Eram raros os dias que meu pai almoçava em casa, então sempre que ele estava mamãe fazia sua comida preferida, mesmo sendo meio cara.

— O estrogonofe está divino, Magda - papai disse terminando o prato

— Obrigada Shalom

— Como foi a entrega do formulário? - ele pergunta ao terminar

Aqui em casa eram raras as vezes que repetíamos o prato. Não passávamos fome desde o inverno, mas não era bom abusar da sorte

— Nada de mais - digo dando de ombros

— Encontramos com a senhora Newsome. Ela foi inscrever os gêmeos - mamãe começa a falar - Parece que a filha mais velha, Celeste está com um pretendente

— Verdade? Espero que seja um bom rapaz, ela merece sendo tão doce e gentil. Não acha Flash?

— Sim, papai - digo sorrindo

Meu pai me chamava de flash, pois desde pequeno eu era apaixonado por câmeras e sempre adorava tirar fotos com o flash ligado, então o apelido pegou.

Terminamos o almoço e eu ajudo a mamãe a lavar a louça como de costume. Não queria que May e Gerad tivessem que perder a infância deles fazendo tarefas banais como essas. Se eu precisasse ficar um tempo a mais sem descansar para que eles pudessem brincar eu não me importava.

Assim que a louça estava lavada saio de casa com a minha câmera e o pouco filme que havia sobrado do meu último trabalho e saio pelas ruas em busca de coisas para fotografar para colocar no meu portfólio. Mesmo já tento três portfólios diferentes, um com cada tema. Eu nunca me cansava de tirar fotos. O dia estava ensolarado, perfeito para fotografar algumas flores, mas outra coisa havia me chamado atenção. Uma criança sentada no chão, provavelmente uma Sete, observava o céu. Uma expressão esperançosa passava pelo seu rosto e eu não puder me conter apontei a câmera para ela. Ajustei o foco, captei as luzes e fotografei. A foto saiu na hora e havia ficado perfeita. A menina com seus pequenos cabelos loiros encarando o céu esperançosa, uma foto tão linda que com certeza iria para a minha coleção particular.

Ando mais um pouco pelas ruas e vejo Celeste andando com seus irmãos. Ela não tinha me visto e mesmo se tivesse não viria falar comigo, ou talvez viesse afinal éramos amigos fora da casa da árvore. Ela estava linda com um vestido florido indo até metade das suas pernas e seus cabelos negros soltos balançando ao vento. Mirei minha câmera para ela e esperei o momento perfeito para tirar uma foto. Ela me viu, sorriu para a câmera, a foto havia ficado linda, claro com uma modelo perfeita como ela não esperava outra coisa. Ela esperou seus irmãos se distraírem com alguma coisa e me mandou um beijo que eu de uma forma muito clichê "peguei" no ar o que a fez sorrir

— Eu te amo – disse sem fazer som algum

— Eu também te amo – respondi da mesma forma

Ela abriu ainda mais o sorriso e acenou antes de ir embora acompanhada de seus irmãos e me deixar para trás admirando sua foto que iria para minha pequena coleção de fotos dela que eu mantinha muito bem escondida em uma caixa no fundo do meu armário

Ando mais um pouco pelas ruas e estava quase anoitecendo quando chego em casa.

— Maxon Schreave você tem exatos vinte minutos para se arrumar para o casamento! - minha mãe grita quando eu chego em casa

— Vou ficar pronto em quinze - digo subindo as escadas

— Acho bom! - ela grita de volta

Antes de fechar a porta do meu quarto escuto a risada dos meus irmãos e acabo rindo também, minha família era única.

Assim que termino de me arrumar desço as escadas e minha mãe me analisa. Estava com uma camisa social preta que pertencia ao meu pai, uma calça jeans escura, um sapato social do meu pai e uma gravata azul marinho. Meu cabelo estava com gel e bem penteado, as famílias de Três davam uma gorjeta ótima quando eu estava bem arrumado

— Vamos - minha mãe fala saindo pela porta

Infelizmente tínhamos de ir andando até o local pois não haviam ônibus por não ser tão longe de nossa casa, mas também não era tão perto. Mais ou menos quinze minutos de caminhada e mamãe estava de salto alto, ou seja, ela reclamava a cada passo que dávamos

— Calma, mamãe. Estamos quase chegando - digo quando vejo a casa da família de Três que havia nos contratado

— Se você estivesse de salto não me pediria calma! - ele reclama novamente e eu apenas reviro os olhos

Finalmente chegamos na casa e foi como qualquer outro dia de trabalho. Eu andava pelo local tirando foto de tudo e de todos. Tinha cinco filmes inteiros a minha disposição, mas não quis abusar, pois o que sobrasse seria meu. Mamãe tocava seu violino e cantava lindamente e eu tirei algumas fotos dela também. A festa acabou por volta das quatro da manhã e mamãe e eu voltamos a pé, mas agora mamãe já estava sem seus saltos e usava um chinelo que ela havia levado.

Quando chegamos em casa eu fui direto para o meu quarto, estava exausto e só queria dormir. Havia sobrado meio filme e o dono da festa permitiu que eu ficasse com ele, como de costume. Fiquei imaginando quantas fotos poderia tirar e em como poderia arrumar meu novo portfólio amanhã antes de ajudar a mamãe a fazer o almoço. E com esses pensamentos acabo adormecendo


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram??
Próximo capitulo vai ser maior, eu juro.
Vejo vocês nos comentários, ou semana que vem.
Beijos