Pov's Tomás

Henrique passou a andar de um lado passando a mão na barba.

— Então você que foi o causador essas coisas que estão andando lá fora _ fala olhando pela brecha da porta atrás da gente. _ Mas eles são feios, hein? _ diz sem preocupação alguma.

— É, vem cá, será que dá pra acelerar o raciocínio aí e dar uma resposta logo. Tem mais gente atrás do que procuramos _ minha parceira diz de braços cruzados e batendo o pé apressadamente.

— Tá bom _ ele levanta as mãos em sinal de rendição. _ Vou ajudar vocês, essa bomba não vai me fazer falta. Como eu disse, não queria roubar ela _ dá de ombros.

Abro um sorriso para Manu.

— Certo. Você tem revólver? _ pergunto para saber se teríamos que dar um à ele.

— Claro que não, tá doido? A polícia tava atrás de mim. Joguei fora.

Manuela pega uma arma da mochila e o entrega.

— Pega uma mochila, uma muda de roupa e comida. Você vai com a gente para o Rio de Janeiro _ informa.

— Tá, mas... A gente vai assim? Quer dizer, sempre ouvi que zumbis comem pessoas.

— Você mora numa área mais isolada _ explico. _ Quando os zumbis aparecerem em grupos maiores, a gente resolve. E você tem carro, cara.

— Hum, quer dizer que são especialistas em zumbis? _ ele pergunta.

Vejo minha parceira revirar os olhos.

— Vai arrumar a mochila e quando isso tudo acabar marcamos um dia de conversa com chá e biscoitos, okay? _ sorri com ironia e Henrique ri antes de fazer o que ela mandou.

— Acho que a sorte está voltando pra gente _ comento.

—  É... Só falta pegarmos a Homoclorina antes daquele cara.

— O Henrique tem um carro _ a lembro.

— E aquele idiota já está na nossa frente há muito tempo _ ela estala os dedos para indicar que eles já estão bem mais avançados do que a gente.

Respiro fundo. As coisas já estavam bem difíceis antes de aquela carta surgir, agora tudo piorou. Daqui à pouco voltamos para uma área onde havia mais casas e comércio, e consequentemente mais zumbis, e a situação vai piorar ainda mais.

— Tomás _ Manu me chama _ , não é muito importante, mas... Você não está curioso pra saber quem é essa pessoa misteriosa que quer roubar a Homoclorina?

Claro que eu estou! Seja quem fosse aquela pessoa, conhecia à mim, Rick e Manuela. Talvez não fosse um completo estranho, apenas alguém cuidadoso o suficiente para não nos deixar vê-lo.

— Tô pronto. Vamos? _ Henrique se aproxima.