Pov's Tomás

Já é de manhã e Manuela e eu acabamos de pegar o zumbi que ela matou ontem quando estava a caminho do mercado. Não podemos ficar matando todo mundo né?

— Alguém me explica o por quê desse zumbi aqui? _ pergunta Melissa assim que deixamos o zumbi no chão da sala.

— É o nosso convidado para o almoço _ ironizou Manu.

— Bom, é que para procurarmos a Homoclorina, precisamos nos sujar com o sangue de zumbi, sabe? Para não sermos devorados _ explico da forma mais calma possível.

Ela começa a rir, mas tão de repente quanto começou.

— Achei que não precisaria fazer isso _ fala.

— Realmente, não precisa fazer... Se quiser morrer _ diz Manuela.

— Argh, tudo bem, tudo bem. Eu aceitei ir com vocês _ disse a loira _ Mas é tão nojento!

— É, fofa, é o preço que se paga! Podemos ir logo? _ fala minha antiga parceira, sem muita paciência.

— Certo, mas antes... _ ela começou _ Eu trouxe na minha mochila uma capa de chuva da minha casa, para caso eu pegasse uma tempestade. Posso vesti-la? Não quero sujar minha roupa por baixo.

Eu ri. Ela ainda se importa com roupa. Olhei rapidamente para Manuela e a vi revirando os olhos.

Assenti e a loira foi buscar a capa.

— Linda, não faz essa cara. Ela já está aceitando buscar a Homoclorina com a gente _ digo e Manuela bufa. Logo Melissa chega já vestida com a capa por cima.

— Pronto! Já podemos começar!

Peguei um facão na cozinha. As meninas prenderam os cabelos e começamos o processo.

Pov's Manuela

É cruel, eu sei, mas eu estou quase enfiando o estômago do zumbi morto na boca de Melissa. Ela não para de reclamar! Eu sei que é extremamente nojento se sujar com as tripas de um cadáver, mas ficar resmungando pra sempre vai mudar alguma coisa? Eu acho que não!

— Isso fede muito!!!! _ chorominga, ela.

— Melissa, você poderia calar a boca? _ peço. _ Eu sei, é horrível, mas garanto que é melhor do que morrer devorada.

Ela se cala muito contrariada. Depois de devidamente sujos, saímos.

O processo continua mesmo. Tomás olhando as placas e nós os seguindo. Tinha realmente tudo para dar certo, mas parece que nossa nova parceira não está muito disposta a nos ajudar.

— Ai meu Deus! Eles estão nos seguindo?! _ ela praticamente grita.

MAS QUAL É O PROBLEMA DELA?! É óbvio que eles não estavam nos seguindo, mas agora estão, claro!

— Não estavam! _ falo enquanto começamos a correr.

Já chamamos a atenção deles. Maravilha! Estamos apertando o passo e, infelizmente, eles também.

Mas, de repente, sinto meus braços sendo segurados por Melissa enquanto Tomás continuava a correr, provavelmente achando que estamos atrás dele.

Ela está louca?! Quer nos matar, é isso mesmo!

— Você está convidada, para o jantar, Manuela. Mas será a refeição _ diz ela.

— O que? Melissa, você tá doida? Me solta a gente vai morrer! _ me debati, mas ela apertou ainda mais meus braços. Eu não consigo olhá-la, já que está de costas para mim.

— A gente não. Você vai morrer.

Ela me solta e antes que eu possa me mover, vejo que estou no meio de um círculo enorme de zumbis. A loira fica ao lado deles.

Ela ainda estava usando antes uma capa de chuva, já que não queria sujar sua roupa. Do nada, Melissa tira essa capa que estava suja de sangue de zumbi e nenhum dos mortos-vivos se incomodou comigo. Só tem uma explicação par ela ficar limpa e tão tranquila do lado deles: Melissa é uma zumbi.

Não paro para pensar nisso, nem posso! Estou com um bando de zumbis do meu lado e um deles é uma garota com a aparência humana sem nenhuma imperfeição e que fala!

— Você... É uma deles! _ falo. O medo começou a tomar conta de mim.

— Olha, você não é tão burra quanto eu imaginei... Vamos amigos, temos um ótimo almoço! _ ela diz todos começam a se aproximar de mim.

Agora é fato: É o meu fim!