Alexander escrita por Helena Lourenço


Capítulo 1
Capitulo um – Primeira Vista


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :)



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Forks, Washington –
                                                                                     Capitulo um – Primeira Vista
                                                                                                      – Parte 1.

Traumas, certas vezes, nos fazem fracos
Para depois fazer de nós mais fortes.



  INVERNO. Para muitos a melhor época do ano. Para mim; a pior. Primeiro que foi em um inverno que meu pai desapareceu, e a, exatamente, um ano, no inverno, eu fui violentada pelo meu padrasto. Minha mãe não sabe, na verdade, ninguém jamais suspeitou que isso um dia aconteceu. Eu tinha 15 anos, e estava bêbada em uma festa. Minha mãe brigou comigo por horas quando voltei para casa cheirando a cerveja e cheia de hematoma por todo o corpo, achando, suponho, que foi o efeito da bebida. Não tive coragem de contar-lhe o que realmente aconteceu àquela noite, ela não acreditaria. Ela ama Jacob acima de tudo, acima até do que ela deveria me amar.
  Não consigo olhar para Jacob, quando estamos jantando, ou quando tenho que ir para a escola com ele. E para piorar a situação, minha mãe me deixa sozinha com ele. Por mais que eu implore, ela sempre sai e sempre me deixa sobre os olhares, maliciosos, de Jacob
  Na primeira semana, eu não saia do quarto, chorava e me arranhava para evitar que gritasse. Contudo minha mãe me fez “criar vergonha” e sair para fazer minhas obrigações – servir de escrava para ela e Jacob.
 Meu avô veio nos visitar no primeiro mês. Eu praticamente implorei para que ele me lavasse para a Suíça com ele. Mas, obvio, minha mãe foi contra, alegando que ficar longe de mim seria terrível. Ora, ela mal liga para o que e faço ou deixo de fazer, somente quando não são as vontades dela.
  Não conheço a família de meu pai. Minha mãe não gosta de falar nele, pelo o que ela diz meu pai não foi o melhor marido do mundo. Tudo que eu sei é que meu pai se chamava Edward, e que pertencia a uma família importante na Ásia. Às vezes eu penso em fugir para lá, saber alguma coisa. Ou para apenas me afastar de Jacob e de minha mãe.
 − Nessie – disse minha mãe do andar de baixo – venha jantar!
   Minha mãe e eu somos bem parecidas, fisicamente falando. Temos os mesmos olhos castanho-verdes, o mesmo sorriso forçado, a mesma pele pálida. A única coisa que não tenho em comum com a minha mãe são os cabelos. Os cabelos dela são do mais perfeito escuro como a noite, ao contrario do meu ruivo-fogo-desbotado. Ela não diz, mas tenho certeza que herdei essa tonalidade do meu pai. Nossa personalidade não coincide em nada. Ela é rabugenta, grossa, sem educação nenhuma, estressada e fala o que quiser quando quiser. O perfeito oposto de mim; calma, sensata, penso sempre o que falar ou que fazer. Se não fosse a semelhança física, eu diria que sou adotada. Mas verdade seja dia; minha mãe nunca me adotaria.
− Já estou indo, mãe.
 Não temos uma casa grandiosa, ou cheia de luxos. Na verdade, minha casa é a mais pobre de todo o bairro; Tinha dois andares, era toda feita de madeira e pedras. Não era pintada nem nada, era a típica casa de um duende. Não que eu tivesse vergonha da casa, pelo contrario; eu amo. Mas minha mãe...
−Nessie, o que acha de passar um tempo fora? Tipo na Suíça? – disse minha mãe enquanto tirava a mesa.
− Isabella – repreendeu Jacob– ainda não acho isso uma boa idéia.
− Passar um tempo com o vovô? – perguntei animada. Ficar longe de Jacob? Maravilha. Ela assentiu – então sim.
− Ótimo – comemorou – vou ligar para meu pai, e avisar.
Jacob olhou-me com raiva. Podia ver em seus olhos escuros que ele não concordava com isso. Pedi licença e subi para meu quarto. Deitei-me na cama, e, como de costume, comecei a desenhar.
Já passava das 22h00minh quando, finalmente, minha mãe conseguiu falar com o meu avô. Ele chegaria daqui uma semana, e me levaria com ele. Ficar longe de Jacob, da minha mãe e toda essa patifaria que eu chamo de bairro, parecia um sonho.
                                                          ₰
 
   Acordei, particularmente cedo, aquela manhã. Vovô chegaria em poucas horas e eu não via a hora de revê-lo. Charlie Swan é um dos melhores policiais da Suíça, todos o respeitam e admiram, igualmente a mim. Toda vez que ele vinha nos visitar deixava claro seu desconforto com Jacob, o que me fazia amar mais o meu querido avô. Ele vive com Sue, sua esposa desde a separação com a minha avó, Renée. Com ela, ele tem dois filhos – que segundo minha mãe são pirralhos e arrogantes – os gêmeos Seth e Leah. Não os conheço, somente por fotos.   Eles têm a mesma idade que eu, 16.
  O soar de pneus fez-me pular. Olhei pela janela e avistei o carro de vovô aproximando-se da casa. Desci correndo as escadas e abracei meu avô, quase o derrubando-o.
− Nessie – disse vovô – já estou velho, querida.
 – Desculpe – o soltei – quando vamos?
— Está tão apressada em se livra de mim, Nessie? – perguntou minha mãe
 Não ia ser desrespeitosa com ela, então apenas acenei um não com a cabeça. Minhas malas já estavam prontas, e colocadas no carro de vovô. Despedi-me com um aceno em direção a janela da casa de Clarie, minha única amiga. Da casa de minha mãe até o aeroporto são 45min de viajem. Cansada de ouvir o radio, coloquei meus fones de ouvido e coloquei um acorde de violino. Sempre preferi musicas clássicas aos Rock que minha mãe costumava ouvir. Ela dizia que eu sou a ovelha negra da família. Não entendo; minha mãe parece me odiar, mas não me deixava vir morar com o meu avô, e de uma hora para outra me manda para a Suíça?  
— Nessie – chamou-me – está ansiosa para morar na Suíça?
— Honestamente? – perguntei – não sei.
— É uma cidade nova. Você nunca esteve em outra cidade, é normal.

Não respondi, apenas forcei um sorriso. Abaixei o vidro do carro e olhei como as árvores, cheia de gelo, de Forks me fariam falta. Pouco tempo depois estávamos em Seattle, embarcando para a Suíça, onde eu recomeçaria a minha vida. Longe de Isabella, Jacob e do medo.

    
    Não sei quando exatamente eu adormeci, só lembro-me de Charlie me acordando, alegando já termos chegado. O avião ainda estava no ar quando troquei de roupa. Segundo ele, a Suíça fazia mais frio que Forks. Vesti um casaco verde, por cima de uma blusa de manga preta, prendi parte do cabelo e voltei ao acento, esperando o avião, finalmente, pousar.
   Quando saímos da sala de desembarque, uma mulher com traços indígenas – que suponho que seja Sue, estava esperando. Charlie foi até ela e lhe deu um singelo beijo em seus lábios finos. Ela sorriu para mim, e atendeu o celular, que havia começado a tocar uma irritante musica.

                                                                                                       – Claker Port, Suíça –
                                                                                          – Capitulo um – Primeira Vista
                                                                                                        – Parte 2
.
Um novo lar, uma nova vida, uma nova esperança


  Claker Port é uma cidade pequena no sudoeste da Suíça. Com um total de 1.876 habitantes – agora 1877–. A cidade fica em um porto, o mar e praticamente de casa. O que é bom, considerando que eu adoro o mar, mesmo que boa parte do ano ele esteja congelado. A casa do meu avô é... Fantástica. Totalmente diferente da minha antiga casa; paredes de tijolos brancos e portas de vidro. Tinha um jardim na frente, que deixava a casa ainda mais magnífica.
— O que achou da casa, Nessie? – perguntou Charlie. Não tinha palavras ainda, então acenei com a cabeça. Charlie riu. Um soar de pneus derrapando chamou-me atenção, Charlie também pareceu notar, pois tinha um olhar serio.
— Alexander – disse – de novo dirigindo em alta velocidade, rapaz? Terei mesmo que conversar com Aro e Sulpicia?
— Não, Sr. Swan – respondeu o rapaz, Alexander, colocando a cabeça para fora do Porshe azul escuro, fazendo seus cabelos negros voarem – foi a ultima vez, prometo.
Meu avô serrou os olhos para o garoto. Ele não parecia ter mais que 17 anos, e, pelas roupas – uma camisa jeans azul claro sem mangas e pulseiras estilo roker, eu diria que ele é do tipo rebelde, tipo aqueles garotos que não tem pais.
— Muito bem, Alexander – começou Charlie – se eu lhe pegar dirigindo o carro do seu pai, vou ter que levá-lo para a delegacia. Você ainda não tem idade para dirigir.   
   Alexander fez um aceno com a mão e saiu com o carro. Peguei-me pensando em como aquele garoto seria uma grande encrenca. Vovô me arrastou para dentro de casa e mostrou-me meu quarto, e, nossa. O quarto era, literalmente, do tamanho da minha casa inteira. Tinha tons de rosa claro nas paredes, uma estante de livros, um closet. O banheiro tinha tons de bege, um espelho que tomava toda a parede leste.
   Sue trouxe uma badeja de frutas para mim, e depois saiu, deixando-me sozinha para arrumar minhas coisas. Terminei tudo em mesmo de duas horas, organização sempre foi o meu forte.
  Charlie veio conversar comigo depois que terminei tudo. Era bom ter ele por perto. Ainda não vi Seth nem Leah, suponho que os gêmeos – pirralhos e arrogantes, segundo mamãe – estariam na escola. Bem, certo que, já era umas 9h00min da noite, de uma quarta-feira. Desci para o andar de baixo onde Sue ajudava uma mulher de uns trinta anos a colocar a mesa de jantar.
— Precisa de algo, Nessie? – perguntou-me – o jantar vai demorar um pouco, Seth e Leah ainda não voltaram.
— Posso esperar – disse – onde eles estão?
Ela olhou-me por sobre o ombro e rui
— estão na casa da Emily – respondeu – você vai conhecê-la
  Acenei com a cabeça e segui para a sala. Havia uma enorme TV em frente a um sofá branco, vi que também tinha uma parede de livro. Fui até ela e olhei. Não vi nenhum livro que me agradasse, até achar Romeu e Julieta. Já li esse livro, e, honestamente, acho a historia egoísta. Romeu, um jovem apaixonado que, por achar de sua amada, Julieta, estava morta, matou-se. Um ato de amor para muitos, mas não para mim. Romeu foi egoísta ao desistir da vida por causa de uma mulher. Mulher essa, que por alguma razão irrelevante, resolveu brincar de morrer.
  – Por que fica encarando o livro em vez de lê-lo? – a voz estava bem no meu ouvido, uma voz rouca e grave, e ao mesmo tempo jovial e tranqüila. Virei-me para ver o mesmo rapaz que Charlie passou um sermão hoje pelo inicio da tarde. Alexander, eu acho.
— Estava pensando em como a historia é egoísta – guardei o livro e olhei-o. Seus cabelos negros estavam penteado, diferente de como estavam hoje mais cedo. Os olhos de um mais perfeito azul. Ele pareceu pensar sobre o que eu tinha acabado de falar.
— Acha Romeu e Julieta uma historia egoísta? – acenei com a cabeça – por quê?
 – Romeu, um jovem apaixonado pela filha dos inimigos de sua família. Um dia, ele depara-se com Julieta, seu grande amor, caída, morta. Ele então resolve que sua vida não faria sentido sem Julieta e se mata. Puro egoísmo.
— Não acho que seja uma historia egoísta. – pegou o livro e folheou – Romeu matou-se, pois não suportaria a vida sem sua amada.
— Puro egoísmo – repeti. Peguei o livro de sua mão e o recoloquei no lugar. De novo – Alexander, não é? – perguntei – foi assim que Charlie o chamou hoje cedo
— Chama seu avô somente de Charlie? – perguntou e riu – E, por favor, somente Alec.
— Só quando ele não está por perto, somente Alec – brinquei e ele riu.
— E você, qual seu nome?
— Se você rir eu te mato – ameacei – Renesmee.

Ele se esforçou, muito para não rir. Reverei os olhos e sai da sala. Charlie e Sue conversavam com um casal. Não os conhecia; ele tinha o cabelo escuro, liso que iam ate seus ombros, vestia um terno preto e tinha os olhos azuis. Ela tinha cabelos loiros ondulados ate a cintura e tinha olhos verdes.
— Nessie – chamou-me Charlie – venha conhecer o casal Volturi
Tímida, entrei na sala e fui para o lado de Charlie. Acenei com a cabeça para o casal. Alec entrou logo em seguida e sentou-se ao lado deles.
— Este é Aro Volturi – gesticulou para o homem que sorriu para mim – e essa é Sulpicia, sua esposa. – a mulher, Sulpicia, também sorriu – e Alexander você já conhece, considerando que estavam conversando.
— Prazer em conhecê-los, Senhor e Sra. Volturi – disse. No momento seguinte, dois adolescentes totalmente desarrumados entraram. Não acreditei quando reconheci Seth e Leah.
— O que significa isso, Seth e Leah Swan? – Sue colocou as mãos na cintura, e sua expressão estavam seria diferente da Sue que conheci hoje cedo – além de passar o dia fora, ainda aparecem assim – ela balançava a cabeça de um lado para o outro – Aro, Sulpicia peço desculpas por isso.
— Não se preocupe, Sue – Aro levantou uma das mãos – sabemos bem como é ter filhos rebeldes. – disse. Mas rapidamente acrescentou – não me refiro a Alexander. Pelo contrario não poderia ter filho melhor – seguirei o riso, lembrando do pequeno incidente com Charlie. Meu avô olhava para os lados, e Alec tinha um sorriso amarelo nos lábios – Jannett que é o problema. Na verdade, aquele namorado que ela arrumou. Dimitri não-sei-o-que  
— Dimitri Denali – disse Alec – ele é filho de Kate e Garrett Denali.
— Já ouvi falar dos Denali – disse Charlie – são boas pessoas.
— Sim – começou Sulpicia – Kate e Garrett são boas pessoas. Dimitri que é o problema. O rapaz tem 19 anos e não obedece aos pais, fuma drogas, bebe bebidas alcoólicas.  – ela balançava a cabeça, desapontada – não quero isso para minha filha. Daqui a pouco ela me aparece grávida. Ela só tem 15 anos.
— Sendo assim – disse Charlie – proíba o namoro. Mande-a para uma escola interna, longe daqui
— Já cogitamos essa idéia – disse Aro suspirando tristemente – ela disse que fugiria e nunca mais saberíamos dela.
   Parei de ouvir a conversa ali. Subi para o andar de meu quarto, contudo parei diante uma porta aberta. Tinha diversos instrumentos, mas o que me chamou atenção foi o violoncelo. Hesitante, peguei o instrumento e comecei a, fracamente, tocar. Debussy, tocado em violoncelo, em minha opinião, muda completamente. Errei uma nota. Nunca fui muito boa violoncelista, contudo achava lindo tocar.
  Coloquei o instrumento de volta no lugar e fui para meu quarto. Deitei-me e fiquei encarando o teto. Ate que ouço batidas na porta. Digo somente um “entre”
— Não vai jantar? – Alec escorou-se na porta.
— Perdi a fome – menti – e não estou a fim de participar de tal assunto.
— Sei bem como é – disse vindo em minha direção – posso perguntar uma coisa?
— Pode.
— Porque veio morar aqui?
— Minha mãe me mandou – disse – mas eu já queria vir desde o...
Parei de falar quando percebi o que estava fazendo. Quase contei sobre o estupro e isso seria horrível
— Desde o que, Renesmee? – perguntou-me
— Nessie – disse – me chame de Nessie. E, desde que minha mãe casou com meu padrasto – menti – odeio ele.
— porque não diz isso a ela?
— já disse – afirmei – mas ela não liga.


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Notas finais do capítulo

:)



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