La Petite Princesse Argent escrita por shadowhunter


Capítulo 5
A sapa ganha poder


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem o capítulo, ele está cheio de emoção.



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Passei o dia seguinte com os meus amigos, evitando o trio de ouro o maximo possível. Se eu quero a confiança deles é preciso dar um espaço para eles. E até que foi bom passar o dia com os meus amigos, eu descobri muitas coisas sobre eles que eu não sabia antes. Henry gosta da Katherine e Maya tem uma pequena queda pelo Sebastian. Arden não suporta a sua meia irmã, Cho, e Stlies é afim da Malia. Foi muito bom descobrir essas coisas, me senti mais ligada a eles. Mas algo me incomodou, Malia acha que eu gosto do Harry e bem... Eu fiquei um pouco indecisa.

No dia seguinte eu encontrei o trio de ouro em seu lugar de sempre, Hermione tinha acabado de receber o Profeta Diário e assim que ela pegou o jornal soltou uma grande exclamação e o abria para nos mostrar Umbridge com um enorme sorriso, piscando lentamente para nós sob a manchete.

MINISTÉRIO QUER REFORMA NA EDUCAÇÃO DOLORES UMBRIDGE NOMEADA

PRIMEIRA ALTA INQUISIDORA DA HISTÓRIA

— Umbridge... Alta Inquisidora?! – Foi a exclamação sombria de Harry, deixando escorregar da ponta dos dedos a torrada meio comida. – Que é que eles querem dizer com isso?

— Isso não é nada bom – falo para Malia, que tinha acabado de chegar

— Com toda certeza – ela concorda

Hermione leu em voz alta:

— Ontem à noite, o Ministério da Magia surpreendeu a todos aprovando uma lei que concede ao próprio órgão um nível de controle sem precedentes sobre a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

“Já há algum tempo, o ministro tem se mostrado apreensivo com o que acontece em Hogwarts”, comentou seu assistente-júnior, Percy Weasley. “O decreto é uma resposta às preocupações expressadas por pais ansiosos que sentem que a escola está trilhando um caminho que desaprovam.”

Não é a primeira vez nas últimas semanas que o ministro Cornélio Fudge tem usado novas leis para realizar aperfeiçoamentos na escola de magia. Em 30 de agosto recente, foi aprovado o Decreto de Educação n.o 22, para assegurar que, na eventualidade do atual diretor não conseguir apresentar um candidato a uma vaga de professor, o Ministério selecione uma pessoa habilitada.

“Foi assim que Dolores Umbridge acabou sendo indicada para o corpo docente de Hogwarts”, disse Weasley ontem à noite. “Dumbledore não conseguiu encontrar ninguém, então o Ministério nomeou Umbridge e, naturalmente, ela alcançou imediato sucesso...”

— Ela o QUÊ?! – exclamou Harry em voz alta.

— Que sucesso ela alcançou? – pergunto

— Espere, ainda tem mais – disse Hermione séria:

— “... imediato sucesso, revolucionando inteiramente o ensino da Defesa Contra as Artes das Trevas e informando em primeira mão ao ministro o que está realmente ocorrendo em

Hogwarts.”

É esta função que o Ministério está formalizando agora ao aprovar o Decreto de Educação n.o 23, que cria o cargo de Alta Inquisidora de Hogwarts.

“Inicia-se assim uma nova fase no plano ministerial para enfrentar o que alguns têm chamado de queda nos padrões de Hogwarts”, diz Weasley. “A Inquisidora terá poderes para inspecionar seus colegas educadores e se assegurar de que estejam satisfazendo os padrões desejados. O cargo foi oferecido à Profa Umbridge, que aceitou a nova incumbência e a irá acumular com o cargo docente que ora exerce.”

As novas medidas do Ministério receberam o apoio entusiástico dos pais dos alunos de Hogwarts. “Eu me sinto muito mais tranquilo agora que sei que Dumbledore está sujeito a avaliações justas e objetivas”, declarou o Sr. Lúcio Malfoy, 41, à noite passada de sua mansão de Wiltshire. “Muitos de nós, que no fundo queremos que nossos filhos sejam felizes e bem-sucedidos, estávamos preocupados com algumas decisões excêntricas que Dumbledore andou tomando nos últimos anos, e ficamos contentes de saber que o Ministério está atento à situação.”

Sem dúvida, entre as decisões excêntricas mencionadas encontram-se as nomeações controversas apontadas pelo nosso jornal, entre as quais se incluem a contratação do lobisomem Remo Lupin, do meio-gigante Rúbeo Hagrid e do ex-auror delirante Olho-Tonto

Moody. Naturalmente, correm muitos boatos de que Alvo Dumbledore, que no passado foi o Chefe Supremo da Confederação Internacional de Bruxos e Bruxo-presidente da Suprema Corte, não está mais à altura de administrar a prestigiosa Escola de Hogwarts. “Acho que a nomeação da Inquisidora é o primeiro passo para assegurar que Hogwarts tenha um diretor em quem possamos depositar nossa confiança”, declarou uma fonte do Ministério à noite passada. Os juízes da Suprema Corte, Griselda Marchbanks e Tibério Ogden, renunciaram aos seus mandatos, em protesto à criação do cargo de Inquisidora de Hogwarts. “Hogwarts é uma escola e não um posto avançado do gabinete de Cornélio Fudge”, declarou Madame Marchbanks. “Trata-se de mais uma tentativa repugnante de desacreditar Alvo Dumbledore.”

(Leiam a história completa das supostas ligações de Madame Marchbanks com grupos de duendes subversivos na p. 17.)

Hermione terminou de ler e olhou para os dois garotos sentados à sua frente.

— Então agora sabemos como foi que acabamos alunos da Umbridge! Fudge aprovou o “Decreto de Educação” e forçou a sua contratação! Agora lhe concedeu o poder de inspecionar os outros professores! – Hermione ofegava e tinha os olhos muito brilhantes. – Não consigo acreditar. É um absurdo!

— Eu nunca ouvi tanta bobeira em toda a minha vida – digo abismada – Isso é... Um verdadeiro absurdo!

— Sei que é – disse Harry. Ele olhava para a mão de um jeito estranho e sombrio, o que me deixou muito curiosa para saber o motivo. Mas no rosto de Rony começou a se abrir um sorriso.

— Que foi? – perguntaram Harry e Hermione juntos, olhando para ele.

— Ah, mal posso esperar para ver a McGonagall ser inspecionada – disse feliz. – A Umbridge não vai saber nem o que foi que a acertou.

— Verdade – falou Malia sorrindo – Isso vai ser algo bom de se ver – fala com um sorriso maroto

— Ah, vamos – disse Hermione, levantando-se de um salto –, é melhor irmos andando, se ela estiver inspecionando a classe de Binns não vamos querer chegar atrasados...

Mas Umbridge não estava inspecionando a aula de História da Magia, que foi tão desinteressante quanto a da segunda-feira anterior, tampouco estava na masmorra de Snape, quando chegamos para os dois tempos de Poções, em que o nosso trabalho sobre a pedra da lua foi-lhe devolvido, o meu com um enorme “O”

 – Dei a vocês as notas que teriam recebido se tivessem apresentado esses trabalhos no seu N.O.M. – disse Snape com um sorriso afetado, ao passar pelos alunos devolvendo os deveres.

— Isto deverá lhes dar uma ideia realista do que esperar no exame.

Snape foi até a frente da classe e se voltou para a turma.

— O nível geral dos deveres foi abissal. A maioria de vocês não teria passado se fosse um exame real. Espero observar um esforço bem maior no trabalho desta semana sobre as variedades de antídotos para venenos ou terei de começar a distribuir detenções para os tapados que receberem “D”

Algo me diz que isso tem algo haver com o Harry, porque sempre tem algo haver com ele quando se trata do Snape. Ele não pode fazer isso para sempre, não pode descontar o seu amor não correspondido no Harry, ele não tem culpa pelas coisas que o pai dele fez e pela mãe dele ter se casado com James Potter, ele em conheceu os pais.

Assim que a aula acabou acompanhei o trio de ouro para almoçar, Hermione foi o caminho todo tentando saber qual foi a nota que nós tiramos, ela não é nem um pouco sutil.

— Hermione – disse Rony com rispidez, provavelmente cansado da menina –, se você quiser saber que notas nós tiramos é só perguntar.

— Eu não... eu não tive intenção... bom, se vocês quiserem me dizer... – ela se faz de desentendida

— Sim, você teve – eu falo me servindo

— Eu não... eu não tive intenção... bom, se vocês quiserem me dizer...

— Tirei um “P” – disse Rony, servindo uma concha de sopa em seu prato. – Contente?

— Ora, não tem do que se envergonhar – disse Fred, que acabara de chegar à mesa com Jorge e Lino Jordan, e estava se sentando à direita de Harry. – Não há nada de errado com um saudável “P”.

— Mas – perguntou Hermione – “P” não significa...

— “Passável”, isso mesmo – disse Lino. – Mas ainda é melhor do que um “D”, não é? “Deplorável”?

Harry ficou vermelho e começou a tossir, Hermione continuou a falar das notas. Ela não percebe que o amigo está desconfortável com isso? Até eu estou!

— Então a melhor nota é “O” de “Ótimo” – ia dizendo –, depois tem o “A”.

— Não, o “E” – Jorge a corrigiu. – “E” de “Excede Expectativas”. Sempre achei que Fred e eu devíamos ter recebido “E” em tudo, porque excedemos as expectativas só de comparecer para prestar os exames.

Todos riram, exceto Hermione, que insistiu. Ela é muito insistente

— Então, depois do “E” tem o “A”, de “Aceitável”, e esta é a última nota para aprovação, não é?        

— É – respondeu Fred, enfiando um pãozinho inteiro na sopa, transferindo-o para a boca e o engolindo de uma só vez.

— Aí vem o “P” de “Passável” – Rony ergueu os dois braços fingindo comemorar – e “D” de “Deplorável”.

— E por fim o “T” – Jorge lembrou ao irmão.

— “T”? – perguntou Hermione, parecendo admirada. – Ainda abaixo de “D”? Que é que significa “T”?

— “Trasgo” – disse Jorge imediatamente.

Depois eles começam a falar sobre a inspeção da Sapa Velha, mas algo faz com que eu pare de prestara atenção na conversa. Sabe aqueles momentos em que você sente que está sendo observada e tenta ignorar, mas não consegue?  É assim que eu me sinto, sinto como se estivesse sendo observada e eu odeio isso, já passei por isso no ano anterior e não foi nada legal, pensei que as pessoas já estivessem acostumadas comigo. Olho em volta, tentando localizar a pessoa e depois de um tempo eu a encontro.

Sentado na mesa da Soserina, com aquele cabelo platinado e aquele sorriso convencido. Draco Malfoy estava me olhando por horas e isso não me agrada nem um pouco. Olho para ele como se perguntasse o que ele pensa que está fazendo e então ele pisca para mim. Idiota! Sinto alguém passando o braço sobre os meus ombros, como um abraço possessivo, e Malfoy desvia o olhar e então eu percebo que Harry está me abraçando. Ignoro as batidas rápidas e incontroláveis do meu coração e volto a ouvir a conversa.

— Com quem vocês têm aula hoje à tarde? – perguntou Fred a Harry.

— Trelawney... E a própria Umbridge.

— Eu só tenho aula com a doida da Trelawney – falo como se não fosse nada – A sapa me expulsou das suas aulas.

— Ela fez o que? – Harry pergunta surpreso. 

— Me expulsou das aulas dela, não acredito que não percebeu isso – falo

— Achei que você se recusava a aparecer e assistir a aula – ele se defende

— Vai, seja bonzinho e fica calmo com a Umbridge hoje – disse Jorge para Harry. – Angelina vai enlouquecer a mulher se você perder mais um treino de quadribol.

Mas os meninos não precisaram esperar até a Defesa Contra as Artes das Trevas para encontrar a Umbridge. Nós estávamos sentados em umas cadeiras no fundo da sombria sala de Adivinhação, tirando da mochila nossos diários de sonhos, quando Rony deu uma cotovelada nas costelas de Harry e, ao olhar para o lado, vimos a Umbridge surgir pelo alçapão no piso. A turma, que estivera conversando alegre, calou-se imediatamente. A queda abrupta no nível do barulho fez a Trelawney, que vagava pela sala distribuindo exemplares do Oráculo dos sonhos, virar-se para olhar.

— Boa-tarde, professora – disse a sapa com seu largo sorriso. – Você recebeu o meu bilhete, espero? Informando a hora e a data da sua inspeção?

Trelawney fez um breve aceno com a cabeça e, parecendo muito descontente, deu as costas à recém-chegada, e continuou a distribuir os livros. Ainda sorridente, Umbridge agarrou o espaldar da poltrona mais próxima e puxou-a até a frente da classe, de modo a colocá-la alguns centímetros atrás da cadeira da Profa Trelawney. Sentou-se, então, apanhou a prancheta na bolsa florida e ergueu a cabeça em atitude de expectativa, aguardando o início da aula. A Profa Trelawney apertou os xales em volta do corpo, com as mãos ligeiramente trêmulas, e inspecionou a turma através das enormes lentes de aumento dos seus óculos.

— Hoje continuaremos o nosso estudo dos sonhos proféticos – disse, numa corajosa tentativa de reproduzir o seu tom místico habitual, embora sua voz tremesse um pouco. – Dividam-se em pares, por favor, e interpretem as últimas visões noturnas do colega com a ajuda do Oráculo.

Ela fez um movimento largo para retomar o seu lugar, viu a Profa Umbridge sentada bem ao lado, e imediatamente se desviou para a esquerda, e veio em minha direção, já que eu nunca tenho uma dupla, ordens de Dumbledore.

— Com o que você sonhou hoje, minha querida? – ela pergunta me olhando através daquelas enormes lentes.

— Eu não vi direito – eu disse – Mas eu ouvi um choro de um bebê e uma mulher estava gritando com o bebê – falo um pouco perdida – Perdão professora, não foi um sonho claro – explico.

— Tudo bem, querida, nem sempre os nossos sonhos são claros – fala com compaixão e sai.

A aula foi a pior de todas, a sapa não parava de fazer perguntas e de me olhar com cara feia. As coisas pioraram quando ela pediu que Trelawney fizesse uma profecia para ela, porque ela sabia exatamente que a doida da Trelawney não ia fazer. Depois que a aula acabou os meninos foram para a aulda de DCAT e eu fui para o meu dormitório.

Depois da minha expulsão da aula de DCAT passei a ficar a maior parte do tempo no meu dormitório, às vezes estudando e as vezes escrevendo cartas para os amigos e a família e as vezes fico na companhia de Dumbledore. Mas hoje eu não tenho muito que fazer e então passo a maior parte do tempo deitada os deveres, isso é muito entediante. Quando o dia terminou Harry já tinha mais uma detenção, e eu já não sabia mais o que fazer para ajudá-lo. Então decidi deixar isso por conta dele e ir viver um pouco, até porque eu não sou a babá dele.

***

Na manhã seguinte decidi acordar mais cedo que o normal, para dar uma volta pelo castelo. Sempre gostei de fazer isso, sai de manhã cedo e dar uma volta, às vezes ver o nascer do sol. Isso sempre me fez bem, sempre me ajudou a controlar os sonhos, e não faço ideia do motivo que fez com que eu parasse com isso, me sinto tão viva quando o faço.

O dia parecia mais leve depois do meu pequeno ritual. O café parecia ter um clima mais agradável e a aula de Feitiços chegou até a ser interessante, tudo estava indo bem. O meu bom humor era tão grande que, quando eu entrei na sala de Transfiguração e vi a Sapa Velha, nem ela conseguiu acabar com o meu sorriso. Sentei no meu lugar de sempre com uma Malia desconfiada e esperei educadamente a aula começar, a Sapa Velha estava a observar cada movimento meu. A Professora McGonagall entrou decidida na sala, sem dar a menor indicação de que sabia que Umbridge se achava presente.

— Agora chega – disse ela, e os alunos fizeram imediato silêncio. – Sr. Finnigan, tenha a bondade de vir até aqui e entregar esses deveres aos seus colegas... Srta. Brown, por favor, apanhe esta caixa de ratinhos... não seja tola, menina, eles não vão lhe fazer mal... e dê um a cada aluno..

Hem, hem — fez Umbridge, usando a mesma tossezinha boba que usara para interromper Dumbledore na primeira noite do ano letivo. A Professora McGonagall fingiu não ouvir. Simas devolveu o meu trabalho, peguei o trabalho sem olhar para o colega e vi que tinha conseguido um “O”..

— Isso vai bom – comentou Malia com o um tom divertido na voz

— Dessa vez serei obrigada a concordar – falo sorrindo marotamente para a minha amiga

— Muito bem, ouçam todos com atenção... Dino Thomas, se fizer isto outra vez com o ratinho lhe darei uma detenção... a maioria da turma conseguiu fazer desaparecer as lesmas, e mesmo aqueles que as deixaram com vestígios do caracol entenderam o objetivo do feitiço. Hoje, vamos...

Hem, hem — fez Umbridge.

Sim? — disse a Professora McGonagall se virando, as sobrancelhas tão juntas que pareciam formar uma linha única e severa.

— Eu estava me perguntando, professora, se a senhora teria recebido o meu bilhete avisando a data e a hora da sua insp...

— Obviamente que a recebi, ou teria lhe perguntado o que está fazendo na minha sala de aula – disse ela, dando as costas com firmeza à Umbridge. Muitos estudantes trocaram olhares de alegria. – Como eu ia dizendo: hoje, vamos praticar o Feitiço da Desaparição em ratinhos, que é bem mais difícil. Bem, o Feitiço da Desaparição...

Hem, hem.

— Eu me pergunto – disse a Professora McGonagall numa fúria gélida, virando-se para a outra – como é que você espera avaliar os meus métodos de ensino habituais se continua a me interromper? Em geral, eu não permito que as pessoas falem quando eu estou falando, entende?

Malia segurou o seu riso, assim como Rony.

Umbridge pareceu que tinha levado uma bofetada no rosto. Não falou, mas endireitou o pergaminho em sua prancheta e começou a escrever furiosamente. Parecendo supremamente indiferente, a Profa McGonagall se dirigiu mais uma vez à turma.

— Como eu ia dizendo: o Feitiço da Desaparição se torna mais difícil quanto maior a complexidade do animal a se fazer desaparecer. A lesma, como invertebrado, não apresenta grande desafio; o ratinho, como mamífero, oferece um desafio muito maior. Não é, portanto, um feitiço que se possa realizar com a cabeça no jantar. Vocês já conhecem a fórmula cabalística, então vejamos o que são capazes de fazer...

Umbridge não acompanhou McGonagall pela sala como fizera com a Trelawney; talvez tenha percebido que a colega não permitiria. Fez, no entanto, um número muito maior de anotações, sentada em seu canto, e quando McGonagall finalmente disse aos alunos para guardarem o material e sair, ela se levantou com uma expressão muito séria no rosto. Quando os alunos saíram enfileirados da sala, vi a Umbridge se aproximar da escrivaninha da McGonagall;cutuquei Malia, que avisou aos outros, e intencionalmente ficamos para trás para escutar.

— Há quanto tempo você está ensinando em Hogwarts? – perguntou Umbridge.

— Trinta e nove anos, agora em dezembro – respondeu McGonagall bruscamente, fechando sua bolsa com um estalo.

Umbridge fez uma anotação.

— Muito bem, você receberá o resultado da inspeção dentro de dez dias.

— Mal posso esperar – respondeu McGonagall, com uma voz fria e indiferente, e se encaminhou para a porta. – Andem depressa vocês cinco – falou nos empurrando.

Era quase meia-noite quando Harry deixou a sala de Umbridge aquela noite, sua mão agora sangrava tanto que manchava o lenço em que ele a enfaixara. Hermione enfim me contará o que estava acontecendo e decidi ajudar o mais rápido possível. Ele ficou surpreso com a minha presença, mas sorriu.

— Tome – disse entregando o frasco da poção que fiz - encharque a mão nisso, é uma solução de tentáculos de murtisco em salmoura e depois peneirados, deve ajudar.

Harry colocou a mão, que sangrava, na tigela. Bichento se enrolou em suas pernas, ronronando alto, depois saltou para o seu colo e se acomodou.

— Obrigado – disse, agradecido, coçando atrás das orelhas do gato com a mão esquerda.

— Eu ainda acho que você devia reclamar – disse Rony em voz baixa.

— Não – dissemos, Harry e eu, categoricamente

— McGonagall ia endoidar se soubesse...

— Provavelmente ia. E quanto tempo você acha que levaria para Umbridge aprovar outro decreto dizendo que quem reclamar da Alta Inquisidora será imediatamente despedido? – falo – Além do mais, é exatamente o que ela quer, ver até onde ele vai – digo olhando para o moreno

Rony abriu a boca para retorquir, mas não emitiu som algum e, passado um instante, tornou a fechar a boca, derrotado.

— Ela é uma mulher horrível – disse Hermione baixinho. – Horrível. Sabe, eu estava dizendo ao Rony e a Lotte quando você entrou... temos de fazer alguma coisa a respeito dela.

— Eu sugiro veneno – disse Rony com ferocidade.

— Eu sugiro jogar ela nas mãos dos centauros – falo amargamente – Mas poderíamos fazer algo diferente, algo civilizado.

— Não... quero dizer, alguma coisa para divulgar que é uma péssima professora, e que não vamos aprender defesa alguma com ela – explicou Hermione.

— Bom, e o que é que podemos fazer? – perguntou Rony bocejando. – Já é tarde à beça, não é não? Ela foi nomeada e veio para ficar, Fudge vai garantir isso.

— Deve ter algo que possamos fazer, ainda não é tarde demais – digo com esperança – Não pode ser.

— Bom – disse Hermione hesitante. – Sabe, estive pensando hoje... – Lançou um olhar nervoso a Harry, e então prosseguiu: – Estive pensando... talvez tenha chegado a hora de simplesmente... simplesmente nos virarmos sozinhos.

— Nos virarmos sozinhos fazendo o quê? – perguntou Harry, desconfiado, mantendo a mão flutuando na essência de murtisco.

— Bom... aprendendo Defesa Contra as Artes das Trevas sozinhos – concluiu Hermione.

— Ah, corta essa – gemeu Rony. – Você quer que a gente faça trabalho extra? Você tem ideia do quanto Harry e eu estamos outra vez atrasados com os nossos deveres e só estamos na segunda semana de aulas?

— Mas isto é muito mais importante do que os deveres de casa.

— É o nosso futuro que está em jogo – digo – As nossas vidas

— Trata-se de nos prepararmos, como disse o Harry na primeira aula da Umbridge, para o que nos aguarda lá fora. Trata-se de garantir que realmente possamos nos defender. Se não aprendermos nada o ano inteiro...

— Não podemos fazer muitas coisas sozinhos – disse Rony com um quê de derrota na voz. – Quero dizer, tudo bem, podemos ir procurar azarações na biblioteca e tentar praticá-las, suponho...

— Não, concordo, já passamos da fase em que podemos aprender apenas com livros – disse Hermione. – Precisamos de um professor, de verdade, que possa nos mostrar como usar os feitiços e nos corrigir quando errarmos.

— Se você está falando do Lupin... – começou Harry.

— Não, não, não estou falando de Lupin. Ele está ocupado demais com a Ordem e, de qualquer jeito, o máximo que poderíamos vê-lo seria nos fins de semana em Hogsmeade, e eles não acontecem com tanta frequência assim.

— Quem, então? – perguntou Harry, franzindo a testa para ela.

Hermione deu um suspiro muito profundo.

— Será que não está óbvio? Estou falando de você, Harry.

Houve um momento de silêncio. Uma leve brisa noturna sacudiu as vidraças atrás de Rony, e o fogo oscilou. Olhei para o moreno, ele está bastante surpreso, acho que nunca pensou que poderia ensinar algo a alguém.

— Falando de mim, o quê? – perguntou Harry.

— Estou falando de você nos ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas.

Harry encarou Hermione. Depois se virou para Rony, atrás de algum apoio. Rony estava com a testa ligeiramente enrugada, em aparente reflexão. Então disse:

— É uma ideia.

— O que é uma ideia? – perguntou Harry.

— Você. Nos ensinar. – falo animada

— Mas...

Harry estava sorrindo agora, certo de que os dois estavam gozando com a cara dele.

— Mas eu não sou professor, não sei...

— Você não precisar ser um professor, nem precisa saber tudo – falo pegando em sua mão e sorrindo docemente – Você só precisa nos ensinar o que sabe e acreditar na gente – falo simplemente

— Harry, você foi o melhor do ano em Defesa Contra as Artes das Trevas – disse Hermione.

— Eu? – Harry agora estava com um sorriso maior que nunca. – Não, não fui, você me bateu em todos os testes...

— Não é verdade – respondeu Hermione calmamente. – Você me bateu no terceiro ano: o único ano em que nós dois prestamos exames e tivemos um professor que realmente conhecia o assunto. E não estou falando de notas, Harry. Pense no que você já fez!

— Como assim?

— Você tem certeza que quer um lerdo como o nosso professor? – pergunto, brincando, a Hermione.

— Sabe de uma coisa, não tenho certeza se quero alguém burro assim como professor – disse Rony a mim e a Hermione, com um sorriso afetado. Em seguida virou-se para Harry. – Vamos raciocinar – disse, fazendo uma cara igual à de Goyle quando se concentrava. – Uh... primeiro ano: você salvou a Pedra Filosofal de Você-Sabe-Quem.

— Mas aquilo foi sorte – retrucou Harry. – Não foi habilidade...

— Segundo ano – interrompeu-o Rony –, você matou o basilisco e destruiu Riddle.

— É, mas se Fawkes não tivesse aparecido, eu...

— Terceiro ano – disse Rony, ainda mais alto –, você enfrentou e pôs para correr uns cem Dementadores de uma vez só...

— Você sabe que aquilo foi por acaso, se o Viratempo não tivesse...

— No ano passado – continuou Rony, agora quase aos gritos –, você tornou a enfrentar Você-Sabe-Quem...

— Escutem aqui! – disse Harry, quase com raiva, porque agora os dois, Rony e Hermione, estavam rindo tolamente. – Querem me escutar um instante? Parece muito legal quando vocês falam, mas foi tudo sorte: metade do tempo eu nem sabia o que estava fazendo, não planejei nada, fiz apenas o que me ocorreu na hora, e quase sempre tive ajuda...

— Isso não é sorte – falo a ele – Isso é poder, é inteligência e coragem – falo lembrando de uma conversa que tive com Dumbledore – Aceite seus feitos, não se diminua.

Rony e Hermione continuavam a rir tolamente, e a irritação de Harry começou a crescer; nem ele sabia por que estava ficando tão zangado.

— Não fiquem aí sentados com esse sorriso bobo como se soubessem mais do que eu, era eu quem estava lá, ou não? – perguntou, indignado. – Eu sei o que aconteceu, está bem? E não me safei de nada porque era genial em Defesa Contra as Artes das Trevas, me safei porque... porque recebi ajuda na hora certa ou porque tive um palpite certo... mas fiz tudo às cegas, não tinha a menor ideia do que estava fazendo... E PAREM DE RIR!

A tigela de essência de murtisco caiu no chão e se partiu. Harry já estava de pé. Bichento disparou para baixo de um sofá. Os sorrisos de Rony e Hermione tinham sumido.

Vocês não sabem como é! Vocês, nenhum dos dois, vocês nunca tiveram de encarar Voldemort, não é? Vocês pensam que é só decorar uma pá de feitiços e lançar contra ele, como se estivessem na sala de aula ou coisa parecida? O tempo todo você sabe que não tem nada entre você e a morte a não ser o seu... o seu cérebro ou sua garra ou o que seja... como se alguém pudesse pensar direito quando sabe que está a um nanossegundo de ser morto ou torturado, ou está vendo seus amigos morrerem... nunca nos ensinaram isso nas aulas, como é que se lida com essas coisas... e vocês dois ficam aí sentados, achando que sou um garotinho sabido por estar em pé aqui, vivo, como se Diggory fosse burro, como se tivesse feito besteira; vocês não entendem, podia muito bem ter sido eu, e teria sido se Voldemort não precisasse de mim...

— Então nos conte como é enfrentá-lo, nos explique como conseguiu se safar da morte, vamos lá Harry, nos diga – falo irritada – Cedrico sabia muito mais do que você e está morto, ele não era burro e sabia no que estava se metendo – digo irritada – Bruxos mil vezes mais poderosos que você, estão mortos por causa deles, bruxos que sabiam muito mais do que um metidinho de 15 anos, você quer nomes? – pergunto irritada – Dorcas Meadowes, James Potter, Lilian Evans Potter... Quer que eu continue? Meu pai foi uma dessas pessoas, ele sabia feitiços que você não pode nem imaginar e está morto – falo chorando— Então não pense que achamos que você é o todo poderoso, o menino especial, o herói que vai salvar a todos nós. Você não chega nem aos pés daquelas pessoas e mesmo assim conseguiu enfrentar coisas que nenhum de nós uma dia conseguiríamos, então para com essa historia de coitadinho e de “Vocês não sabem o que eu realmente passei” – falo pondo o dedo em sua cara – Você não vê que não está na hora de pensar só em você? Tem uma guerra se aproximando e nós precisamos estar prontos, você vai ajudar ou não?

— Harry – disse ela timidamente –, você não está vendo? É por isso... por isso mesmo que precisamos de você... precisamos saber como é realmente... enfrentar ele... enfrentar o V-Voldemort.

Era a primeira vez que ela dizia o nome de Voldemort e isso, mais do que qualquer outro argumento, foi o que acalmou Harry. Ainda ofegante, ele tornou a se sentar na poltrona.

— Bom... pense no assunto – disse Hermione baixinho. – Por favor?

Decidi não esperar pela resposta dele, desejei um boa noite a todos e subi para o meu quarto. Coloquei o pijama e deitei na cama, minutos depois Hermione apareceu e me olhou preocupada.

— Lotte – ela sussurra preocupada

Eu apenas a abraço e começo a chorar, por incrível que pareça ela me abraça de volta. Não sei por quanto tempo fico assim, mas uma hora acabo pegando no sono, acabo sonhando com uma mulher ruiva. Ela olha nos meus olhos e diz: “Minha pequena guerreira, como eu queria ter visto-a crescer”.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Será que Harry pedirá perdão pelo que fez? Será que Lotte vai melhorar?
Não deixem de comentar
Bjs!!



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