La Petite Princesse Argent escrita por shadowhunter


Capítulo 6
O perdão e o Beijo




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Mas eu nunca quis te machucar
Eu sei que com o tempo vou aprender a
Tratar as pessoas que amo
Como eu quero ser amada
Isso é algo que tenho que aprender

 

 

Hermione não mencionou sua sugestão para Harry ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas durante duas semanas inteiras. Durante essas duas semanas consegui conquistar a amizade e confiança dela, parecíamos melhores amigas. Depois do ocorrido no Salão Comunal passei a evitar o Harry, mas ainda precisava ficar de olho nele e então tinha que observa-lo de longe, ele tentou falar comigo algumas vezes mas sempre o ignorava.

Comecei a me passar ainda mais tempo com o pessoal da Sonserina e da Corvinal, éramos um grupo estranho e unido, e isso meio que chamava atenção. E infelizmente chamávamos a atenção do Malfoy, parece que ele percebeu que estou ignorando o Potter e está se aproveitando disso, ele sempre me pega desprevenida e sozinha, da em cima de mim e da última vez tentou me agarrar.

Na sexta Hermione veio conversar comigo e Malia, ela disse que Harry tinha aceitado a ideia e pediu para que nós estivéssemos lá ao lado dele e que eu o ajudasse a dar as aulas. É claro que eu fui contra, mas ela veio dizendo que sabia que o único motivo do ministro ter concordado com a minha expulsão da aula de DCAT era porque eu praticamente não precisava daquelas aulas, porque devo saber feitiços mais avançados do que no sétimo ano. Claro que disse que ela estava exagerando, mas não adiantou muito e então tive que aceitar a proposta.

O dia da visita a Hogsmeade amanheceu claro, mas ventoso. Fui, como sempre, a primeira a acordar e já fui logo me arrumar, queria estar pronta antes de todas. Abri o meu malão e de lá tirei uma saia azul e uma camisa branca de manga e gola alta. Fui tomar o meu banho e quando terminei, comecei a fazer a minha maquiagem: Fiz os meus olhos parecerem mais delicados e com a sombra azul destaquei o verde dos meus olhos, por fim passei um batom rosa. Coloquei uma meia calça branca de rendinha e depois coloquei a roupa escolhida, para completar o visual peguei um saltinho branco que a Fleur me deu de aniversario e, como estava frio, peguei o meu sobretudo branco e um par de luvas azuis. Me olhei no espelho, contente com o que via e sai do banheiro.

Quando Hermione acordou disse a ela que ia escolher a sua roupa enquanto ela tomava um banho. Decidi pegar uma camisa de manga jeans e um suéter preto e branco, calça jeans clara e um par de botas pretas. Ela saiu do banheiro e se vestiu e então fiz uma maquiagem simples e a entreguei um sobretudo branco.  Malia foi a próxima a se arruma. Ela optou por uma camiseta vinho e calça jeans preta, um par de botas pretas, uma jaqueta da mesma cor e um gorro. Sua maquiagem é escura e forte. Descemos e fomos tomar café. Depois do café da manhã, nos enfileiráramos perante Filch, que conferiu seus nomes na longa lista de alunos que tinham permissão dos pais ou guardiões para visitar a vila. Quando chegou a vez de Harry, Filch, o zelador, cheirou-o longamente, procurando algum cheiro diferente. Depois fez-lhe um breve aceno com a cabeça e segurou a tremedeira do queixo.

— Hum... por que o Filch estava cheirando você? – perguntou Rony, quando saiamos, decididos, pela estrada que levava aos portões.

— Imagino que estivesse procurando cheiro de Bombas de Bosta – disse Harry com uma risadinha. – Esqueci de contar a vocês...

E narrou o que acontecera no dia em que fora despachar a carta para Sirius, e Filch embarafustou pelo corujal segundos depois, exigindo ver a carta. Para sua surpresa, Hermione achou a história interessantíssima, de fato, muito mais do que ele próprio.

— Ele falou que alguém lhe dera uma dica de que você estava encomendando Bombas de Bosta. Mas quem terá sido?

— Não sei – disse Harry, dando de ombros. – Talvez Malfoy, ele acharia isso uma grande piada.

— Duvido que tenha sido ele – fala Malia com um tom malicioso – Ele esteve muito ocupado nesses últimos dias – fala me olhando

— Malia! – a repreendo.

— É a mais pura verdade – ela se defende

— O que a Malia quer dizer – pergunta Harry

— Não é da sua conta Potter – falo com um tom rude

— Aonde é que estamos indo, afinal? – perguntou Harry, me ignorando totalmente. – Ao Três Vassouras?

— Ah... não – respondeu Hermione, despertando do seu devaneio –, não, está sempre lotado e muito barulhento. Disse aos outros para nos encontrarem no Cabeça de Javali, o outro pub, sabe qual é, fora da estrada principal. Acho que é um pouco... sabe... suspeito... mas os estudantes em geral não vão lá, por isso acho que não seremos ouvidos.

Nós descemos a rua principal, passamos pela Zonko’s – Logros e Brincadeiras, onde não me surpreendi em encontrar Fred, Jorge e Lino, passamos pelo correio, de onde as corujas saíam em intervalos regulares, e viramos para uma ladeira lateral, no alto da qual havia uma pequena estalagem. Um letreiro maltratado de madeira estava pendurado sobre a porta, em um suporte enferrujado, com o desenho da cabeça decepada de um javali, pingando sangue na toalha branca que o envolvia. O letreiro rangia ao vento quando eles se aproximaram. Hesitamos à porta.

— Que lugar agradável – falei ironicamente

— Bem, vamos – disse Hermione, ligeiramente nervosa. Harry entrou à frente.

Não era nada parecido com o Três Vassouras, cujo grande bar dava a impressão de calor e reluzente limpeza. O Cabeça de Javali compreendia uma salinha mal mobiliada e muito suja, e tinha um cheiro forte, talvez de cabras. As janelas curvas eram tão incrustadas de fuligem que pouquíssima luz solar conseguia chegar à sala, iluminada com tocos de velas postos sobre mesas de madeira tosca. O chão, à primeira vista, parecia ser de terra batida, mas, quando pisei, deu para perceber que havia pedra sob o que concluiu ser uma camada secular de sujeira acumulada.

Havia um homem no bar que trazia a cabeça toda envolta em sujas bandagens cinzentas, embora ainda conseguisse engolir incontáveis copos de uma substância ardente e fumegante por uma fenda no lugar da boca; dois vultos encapuzados se achavam sentados a uma mesa junto a uma janela; Eu até julgaria que fossem Dementadores se não estivessem conversando com um forte sotaque de Yorkshire, e em um canto sombrio junto à lareira havia uma bruxa com um véu negro e espesso que lhe caía até os pés. Só era possível ver a ponta do seu nariz porque seu volume fazia o véu levantar um pouco.

— Não sei como está se sentindo, Hermione – murmurou Harry, quando atravessamos o recinto até o bar. Ele olhava especialmente para a bruxa com o pesado véu. – Não lhe ocorreu que a Umbridge possa estar embaixo daquilo?

— O maior problema desse lugar é a sujeira – falo com nojo – Esse lugar é nojento

Hermione lançou um olhar de avaliação para a figura velada.

— A Umbridge é mais baixa do que aquela mulher – murmurou. – E, de qualquer forma, mesmo que venha aqui não há nada que possa fazer para nos impedir, Harry, porque verifiquei mais de duas vezes as regras da escola. Não estamos fora do perímetro permitido; perguntei especificamente ao Prof. Flitwick se os estudantes tinham permissão para entrar no Cabeça de Javali e ele disse que sim, mas recomendou várias vezes que trouxéssemos os nossos copos. E consultei tudo em que pude pensar sobre grupos de estudo e deveres, e decididamente estamos cobertos. Só não acho que seja uma boa ideia a gente ficar alardeando o que está fazendo.

— Não – disse Harry –, principalmente porque não é bem um grupo para fazer deveres que estamos organizando, não é?

— Jura? – falo sarcasticamente e revirando os olhos - Cinco cervejas amanteigadas, por favor – falo para o barman que tinha acabado de chegar.

O homem colocou cinco garrafas muito empoeiradas, muito sujas, e bateu-as em cima do bar. Pagamos e nos retiramos para a mesa mais afastada do local.

— Querem saber de uma coisa? – murmurou Rony, olhando para o bar entusiasmado. – Poderíamos pedir qualquer coisa que quiséssemos aqui. Aposto como aquele sujeito nos venderia qualquer coisa, não ia nem ligar. Eu sempre quis experimentar uísque de fogo...

— Você... é... monitor — lembrou Hermione com rispidez.

— E você não aguentaria – fala Malia – É uma bebida muito forte

— Ah! – exclamou Rony, o sorriso sumindo do rosto. – É...

 – Então, quem foi que você disse que viria encontrar a gente? – perguntou Harry, abrindo a tampa enferrujada da cerveja amanteigada e tomando um gole.

— Eles já estão chegando? – pergunto impaciente – Quero aproveitar um pouco o vilarejo – falo entediada

— Meia dúzia de pessoas – repetiu Hermione, verificando o relógio e olhando para a porta, ansiosa. – Pedi para chegarem por volta dessa hora, e tenho certeza de que todos sabem onde fica... ah, veja, talvez sejam elas agora.

A porta do pub se abrira. Uma faixa larga de poeira e luz dividiu momentaneamente o recinto, e em seguida desapareceu, bloqueada pela chegada de várias pessoas.

Primeiro entrou Neville com Dino e Lilá, seguidos de perto por Parvati e Padma Patil com (revirada básica de olhos) Cho acompanhada de uma de suas amigas risonhas e Maya, Sitles e Arden aparecem seguindo-a, então (sozinha e parecendo tão sonhadora que poderia ter entrado por acaso) Luna Lovegood; depois Katie Bell, Alícia Spinnet e Angelina Johnson, Cólin e Dênis Creevey, Ernesto Macmillan, Justino Finch-Fletchley, Hanna Abbott, e uma garota da Lufa-Lufa, com uma longa trança descendo pelas costas, cujo nome Harry não sabia; três garotos da Corvinal que ele tinha certeza de que se chamavam Antônio Goldstein, Miguel Corner e Terêncio Boot, Gina, seguida de um garoto louro e magricela de nariz arrebitado, que Harry reconheceu vagamente como jogador do time de quadribol da Lufa-Lufa e, fechando a fila, Fred e Jorge Weasley com o amigo Lino Jordan, todos três carregando grandes sacas de papel, cheias de artigos da Zonko’s.

— Você não tinha dito que era meia dúzia? – pergunto em um tom divertido

Mas Harry... Ele meio que acabou de surtar:

— Meia dúzia de pessoas?! – exclamou Harry, rouco, para Hermione. – Meia dúzia de pessoas?

— É, bom, a ideia pareceu muito popular – respondeu Hermione, feliz. – Rony, quer puxar mais umas cadeiras para cá?

— Vocês vieram – falo para os meus amigos – Por que vocês vieram? – pergunto desconfiada causando risos, mas eu não tinha dito para ninguém sobre essa reunião

— Lia nos contou – fala Maya – Ela nos convidou para essa reunião

— Eu não ia perder você como professora – fala Stiles rindo – Será épico

— Cho me obrigou – fala Arden entediada – Ela está afim do Potter – então Malia pisa em seu pé – É claro que eu também estou aqui para te apoiar – fala dando um sorriso forçado.

— Bom... Obrigada pelo apoio – falo com um sorriso triste, a ideia de Cho corresponder aos sentimentos de Harry me deixa mal.

Vou em direção a Hermione e Harry e acabo sentando ao seu lado, Rony senta ao lado de Hermione e Malia ao meu lado. Em pares e trios, os recém-chegados se acomodaram a nossa volta, alguns parecendo muito excitados, outros curiosos, Luna mirando sonhadoramente o espaço. Quando todos terminaram de puxar cadeiras e se sentar, a conversa morreu. Todos os olhares se concentraram em Harry.

— Hum – começou Hermione, a voz ligeiramente mais alta do que normalmente, nervosa. – Bom... hum... oi.

O grupo transferiu as atenções para ela, embora os olhares continuassem a se voltar a intervalos para Harry.

— Bom... hum... bom, vocês sabem por que estão aqui. Hum... bom, Harry, aqui, teve a ideia, quero dizer – (Harry lhe lançara um olhar cortante) – eu tive a ideia... que seria bom se as pessoas que quisessem estudar Defesa Contra as Artes das Trevas, e quero dizer realmente estudar, sabem, e não as bobagens que a Umbridge está fazendo com a gente... – (A voz de Hermione de repente se tornou mais forte e mais confiante.) – Porque ninguém pode chamar aquilo de Defesa Contra as Artes das Trevas. (“Apoiado, apoiado”, disse um menino, e Hermione pareceu se animar.) – Bom, eu pensei que seria bom se nós, bom, nos encarregássemos de resolver o problema.

Ela parou, olhou de esguelha para Harry e continuou:

— Com isso, eu quero dizer aprender a nos defender direito, não somente em teoria, mas praticando realmente os feitiços...

— Mas acho que você também quer passar no N.O.M. de Defesa Contra as Artes das Trevas, não? – perguntou Miguel Corner, me fazendo revirar os olhos. Como se os N.O.M.s fossem a coisa mais importante do momento, que idiota.

— Claro que quero – respondeu Hermione imediatamente. – Mas, mais do que isso, quero receber treinamento em defesa adequado porque... porque... – ela tomou fôlego e concluiu – porque Lorde Voldemort retornou.

A reação foi imediata e previsível. A amiga de Cho guinchou e derramou cerveja amanteigada na roupa; Terêncio Boot teve uma contração involuntária; Padma Patil se arrepiou; e Neville deu um ganido estranho, que ele conseguiu transformar em uma tossida. Todos, porém, olharam fixamente, e até mesmo pressurosamente, para Harry.

— Tá de brincadeira comigo, né? – resmungo alto o suficiente para todos ouvirem e me encararem como se eu fosse louca – É apenas um nome – eu falo – O que há num nome? O que chamamos de rosa teria o mesmo cheiro com outro nome – falo citando Romeu e Julieta, fazendo Hermione sorrir – E assim, se chamamos Voldemort de outro nome ele ainda seria cruel e ainda sim nos mataria – falo olhando para cada um deles – Parem de me encarar – reclamo – Sei que sou bonita e que estou certa, então parem – falo impaciente, todos desviam o olhar e voltam a encarar Harry

— Bom... pelo menos este é o plano – disse Hermione, se recompondo. – Se vocês quiserem se juntar a nós, precisamos resolver como vamos...

— E cadê a prova de que Você-Sabe-Quem retornou? – perguntou o jogador louro da Lufa- Lufa, num tom bem agressivo.

— É o que diz e acredita Dumbledore – fala Malia olhando para o jogador

— Você quer dizer que Dumbledore acredita nele — interrompeu o garoto louro, indicando Harry com a cabeça.

— Quem é você? – perguntou Rony, sem muita polidez.

— Zacarias Smith, e acho que tenho o direito de saber exatamente o que faz você afirmar que Você-Sabe-Quem retornou.

— Não, você não tem – fala Malia irritada

— Olhe – respondeu Hermione, intervindo rapidamente –, não foi bem para tratar desse assunto que organizamos a reunião...

— Tudo bem, Hermione – disse Harry.

É obvio que a maioria das pessoas estavam ali para ouvir sobre o que aconteceu no labirinto. Eles não estavam ali porque queriam aprender DCAT, estavam ali porque são um bando de curiosos que não tem nada de bom para fazer.

— O que me faz afirmar que Você-Sabe-Quem retornou? – ele repetiu a pergunta, encarando Zacarias nos olhos. – Eu o vi. Mas Dumbledore contou a toda a escola o que aconteceu no ano passado, e, se você não acreditou nele, também não vai acreditar em mim, e não vou perder a tarde tentando convencer ninguém.

O grupo inteiro pareceu ter prendido a respiração enquanto Harry falava. Zacarias falou, mudando de tom:

— Só o que Dumbledore nos contou no ano passado foi que Cedrico Diggory foi morto por Você-Sabe-Quem, e que você trouxe o cadáver de volta a Hogwarts. Ele não nos deu detalhes, não nos contou exatamente como Cedrico foi morto, acho que todos gostariam de ouvir...

— Se você veio ouvir, exatamente, como é que Voldemort mata alguém, eu não vou poder ajudá-lo. – Sua irritação, ultimamente sempre tão à flor da pele, estava mais uma vez crescendo, era visível. Não tirou os olhos do rosto agressivo de Zacarias Smith – Não quero falar sobre Cedrico Diggory, está bem? Portanto, se é para isto que você veio, é melhor ir embora.

Nenhum deles se levantou, nem mesmo Zacarias Smith, embora continuasse a observar Harry atentamente.

— Então – recomeçou Hermione, com a voz novamente muito esganiçada. – Então, como eu ia dizendo... se vocês quiserem aprender alguma defesa, então precisamos resolver como vamos fazer isso, com que frequência vamos nos encontrar e aonde vamos nos...

— É verdade – interrompeu a garota, com a longa trança nas costas, olhando para Harry – que você é capaz de produzir um Patrono?

Correu um murmúrio de interesse pelo grupo quando ela disse isso.

— Sou – confirmou Harry, ligeiramente na defensiva.

— Um Patrono corpóreo? – perguntou novamente a garota

— Hum... você conhece Madame Bones? – perguntou ele.

A garota sorriu.

— É minha tia. Sou Susana Bones. Ela me contou como foi a sua audiência. Então... é verdade mesmo? Você conjura um Patrono em forma de veado?

— Na verdade é um cervo – ele corrige a menina – Mas sim, conjuro.

— Caramba, Harry! – exclamou Lino, parecendo profundamente impressionado. – Eu não sabia disso!

— Mamãe disse a Rony para não espalhar – comentou Fred, sorrindo para Harry. – Disse que Harry já chamava muita atenção sem isso.

— Ela não está errada – murmurou Harry, e algumas pessoas deram risadas.

A bruxa de véu, sentada sozinha, mexeu-se ligeiramente na cadeira, o que fez com que ficasse desconfiada e atenta.

— E você matou um basilisco com aquela espada que fica na sala de Dumbledore? – perguntou Terêncio Boot. – Foi o que um dos quadros na parede me contou quando estive lá no ano passado...

— Hum... é, matei, sim.

Justino Finch-Fletchley assobiou, os irmãos Creevey se entreolharam, assombrados e Lilá Brown exclamou baixinho: “Uau!”. Malia se segurava para não rir e tentei fazer o mesmo, Harry estava começando a corar.

— E no nosso primeiro ano – contou Neville ao grupo –, ele salvou a Pedra Teosofal...

— Filosofal – sibilou Hermione.

— Isso... das mãos de Você-Sabe-Quem – concluiu Neville.

Os olhos de Hanna Abbott estavam redondos como dois galeões.

— E isso para não mencionar – disse Cho (Harry se virou instantaneamente para ela; Cho estava olhando para ele e sorrindo; revirei os olhos diante de tal cena) – todas as tarefas que ele precisou realizar no Torneio Tribruxo no ano passado: passar por dragões, sereianos e acromântulas e outros seres...

Houve um murmúrio de concordância favorável em torno da mesa.

— Escutem – disse ele e todos silenciaram na mesma hora –, não quero parecer que estoutentando ser modesto nem nada, mas... tive muita ajuda em tudo que fiz...

— Não, com o dragão você não teve – disse Miguel Corner imediatamente. – Aquilo foi um voo superirado...

— É... bom – concordou Harry, sentindo que seria grosseiro discordar.

— E ninguém ajudou você a se livrar dos Dementadores, agora no verão – disse Susana Bones.

— Não – concordou Harry –, não, o.k., eu sei que fiz algumas coisas sem ajuda, mas o que estou tentando dizer é que...

— Você está tentando fugir do compromisso de nos mostrar tudo isso? – perguntou Zacarias.

— Tenho uma ideia – disse Rony em voz alta, antes que Harry pudesse falar –, por que você não cala a boca?

— Ora, todos viemos para aprender com Harry, e agora ele está dizendo que, no duro, não sabe fazer nada disso.

— Não foi isso que ele disse – reagiu Fred.

— Quer que a gente limpe seus ouvidos para você? – perguntou Jorge, tirando um longo instrumento metálico de aspecto letal, de dentro de uma das sacas da Zonko’s.

— Ou enfie isso em qualquer outra parte do seu corpo, para falar a verdade, não somos muito luxentos – acrescentou Fred.

— Não fale o que não sabe Smith – fala Stiles – É melhor calar a boca e ficar quieto, ninguém aqui pediu a sua opinião.

 — Bom – disse Hermione depressa –, continuando... a questão é: estamos de acordo que queremos tomar aulas com o Harry? E claro com Charlote também – ela fala chamando a atenção de todos para mim – Ela concordou em ajudar o Harry com as aulas, até porque ela sabe muito sobre feitiços defensivos.

— Não precisa exagerar – falo baixinho

Houve um murmúrio de aprovação geral. Zacarias cruzou os braços e se manteve calado, talvez porque estivesse ocupado demais em prestar atenção ao instrumento na mão de Fred.

— Certo – disse Hermione, parecendo aliviada de que alguma coisa tivesse sido finalmente decidida. – Bom, então, a próxima questão é: com que frequência vamos ter essas aulas? Na verdade, eu acho que não adianta nada nos encontrarmos menos de uma vez por semana...

— Calma aí – disse Angelina –, precisamos ter certeza de que não vão se chocar com o nosso treino de quadribol.

— Não – disse Cho –, nem com o nosso.

— Nem com o nosso – acrescentou Zacarias.

— É claro que isso não vai acontecer – falo pela primeira vez sobre o assunto – Vamos nos certificar de que as reuniões aconteçam sem interferir em nenhum treino.

— Muito bem! – bradou Ernesto Macmillan, – Pessoalmente, eu acho que as aulas são realmente importantes, possivelmente maisi mportantes do que qualquer outra coisa que vamos fazer este ano, até mesmo os N.O.M.s que vêm aí!

Ernesto olhou para os lados ostensivamente, como se esperasse que os colegas fossem gritar: “Claro que não são!”, mas ninguém disse nada, então ele continuou:

— Pessoalmente, não consigo entender por que o Ministério nos impingiu uma professora inútil como essa, em um período tão crítico. É óbvio que se recusam a admitir o retorno de Você-Sabe-Quem, mas daí a nos mandar uma professora que está tentando nos impedir por todos os meios de usar feitiços defensivos...

— Nós achamos que a razão por que Umbridge não quer que treinemos Defesa Contra as Artes das Trevas – disse Hermione – é que ela tem uma ideia alucinada de que Dumbledore pode usar os alunos da escola como um exército particular. Acha que ele poderia fazer uma mobilização contra o Ministério.

— Claro – falo ironicamente – Até porque um bando de adolescentes é capaz de se voltar contra o mistério e vencer – falo revirando os olhos

— O ministro pirou – fala Arden – Essa é a única explicação lógica para tudo isso.

Depois Luna comentou sobre o exército particular do ministro e ficamos nessa discussão até Gina os interromper, ainda bem que ela fez isso já não estava aguentando mais. Depois que decidimos os quando seria as reuniões e discutimos locais para praticar, Hermione tirou da bolsa um pergaminho e uma pena e, depois de hesitar um pouco, disse:

— Acho... acho que todos deviam escrever seus nomes para sabermos quem está presente. Mas acho também – e inspirou profundamente – que todos devemos concordar em não sair por aí anunciando o que estamos fazendo. Então, se vocês assinarem estarão concordando em não contar a Umbridge nem a mais ninguém o que pretendemos fazer.

Fred estendeu a mão para o pergaminho e o assinou com animação, mas pude reparar que algumas pessoas não estavam satisfeitas com a ideia, provavelmente com medo de serem pegos.

— Hum... – disse Zacarias lentamente, sem receber o pergaminho que Jorge tentava lhe passar –, bom... tenho certeza de que Ernesto vai me avisar quando souber da reunião.

Mas Ernesto parecia bem hesitante em assinar, também. Hermione ergueu as sobrancelhas para ele.

— Eu... bom, nós somos monitores — desabafou. – E se descobrirem essa lista... bom, quero dizer... você mesma disse, se a Umbridge descobrir...

— Você acabou de dizer ao grupo que era a coisa mais importante que você ia fazer este ano – lembrou-lhe Harry.

— Ernesto – falou Maya – Assina logo – ela falou impaciente – Você prefere não correr riscos e não passar no N.O.M?

— Eu... certo – disse Ernesto –, acredito realmente nisso, só que...

— Ernesto, você realmente acha que eu deixaria essa lista largada por aí? – perguntou Hermione, irritada.

— Hermione não será a única responsável pela lista – falo irritada – Acha mesmo que vamos deixar a sapa descobrir sobre isso?

— Não. Não, claro que não – disse Ernesto, perdendo um pouco da ansiedade. – Eu... é claro, vou assinar.

Ninguém mais fez objeções depois de Ernesto, embora tenha visto a amiga de Cho lançar a ela um olhar de censura, antes de acrescentar o nome à lista. Quando a última pessoa – Zacarias – assinou, Hermione recolheu o pergaminho e guardou-o com cuidado na bolsa. Havia um clima estranho no grupo agora. Era como se tivessem acabado de assinar uma espécie de contrato.

— Bom, o tempo está correndo – disse Fred com vivacidade, ficando em pé. – Jorge, Lino e eu temos uns artigos de natureza delicada para comprar, veremos vocês depois.

— Vou procurar a Kat – fala Maya – Ela deve estar louca atrás de mim, você vem Lotte? – ela me pergunta

— Depois eu me encontro com vocês – falo, ela concorda e sai 

— Malia, vamos lá na Dedos de Mel? – pergunta Stiles corando, Malia aceita e eles saem.

Novamente em trios e pares, o restante do grupo também se despediu. Cho transformou o ato de fechar a bolsa para sair em um verdadeiro ritual, seus longos cabelos negros, balançando à frente do rosto e ocultando-o como um véu, mas a amiga, assim como a irmã, permaneceu ao seu lado, de braços cruzados, estalando a língua, de modo que Cho não teve outra escolha senão sair com ela. Quando a amiga abriu a porta do pub, Cho olhou para trás e acenou para Harry.

— Bom, acho que tudo correu bastante bem – comentou Hermione feliz, enquanto saíamos do Cabeça de Javali. Harry e Rony iam agarrados às suas garrafas de cerveja amanteigada.

— Aquele Zacarias é um chato – disse Rony, olhando de cara feia para o vulto de Smith, apenas discernível a distância. – Também não gosto muito dele – admitiu Hermione –, mas ele me ouviu conversando com Ernesto e Hanna na mesa da Lufa-Lufa, e pareceu realmente interessado em vir, e aí, que é que eu podia dizer? Mas, na verdade, quanto maior o número de pessoas melhor será, quero dizer, Miguel Corner e os amigos dele não teriam vindo se ele não estivesse saindo com a Gina...

Rony, que estava bebendo as últimas gotas da sua cerveja amanteigada, engasgou-se e cuspiu cerveja nas minhas vestes.

— Ronald! – exclamei irritada, mas ele nem me deu atenção. Peguei meu casaco e coloquei para esconder a parte molhada da roupa.

— Ele está O QUÊ? – engrolou Rony, indignado, suas orelhas agora parecendo cachinhos de carne crua. – Ela está saindo com... minha irmã está saindo... que é que você quer dizer, com Miguel Corner?

— Ela realmente precisa explicar? – pergunto irônica – Quer saber de uma coisa? Eu vou sair daqui, tchau – falo indo na direção oposta que a deles.

 

Mas paro no meio do caminho quando eu vejo o Malfoy se aproximando de mim. Ele tem um sorriso malicioso e isso me deixa assuntada, volto para o trio de ouro e Harry me olha estranho, Malfoy não se incomoda com o Harry e continua avançando. Então, em um ato de desespero, faço a única coisa que me vem a cabeça. Beijo o Harry.

No início ele não corresponde, surpreso por tal ato, mas depois de um tempo começa a corresponder. Suas mãos vão para a minha cintura e as minhas para o seu pescoço. É nesse momento que eu percebo que sentia falta desse beijo, ele sempre conseguiu mexer comigo de um jeito inexplicável e eu amo isso, e agora eu percebo que queria fazer isso desde o primeiro dia de aula, mas só agora tive a oportunidade. Nos separamos quando precisamos de ar, ambos vermelhos e arfando.

— O que... Foi... Isso? – ele pergunta tentando recuperar o ar

— Da última vez que eu chequei isso era um beijo – falo brincando, ele fica vermelho – Não aja como se nunca tivéssemos feito isso, foi só um beijo – falo um pouco preocupada, Rony e Hermione nos olhavam divertidos

— Por que só agora você fez isso? – ele pergunta sorrindo

— Bom saber que eu poderia ter feito isso antes – falo – Bom... Nos vemos no castelo, vou dar uma volta por ai – falo dando um selinho em Harry e saindo.

Malfoy, que estava parado no lugar desde o início de beijo, me olha com raiva e eu o ignoro com facilidade. Vou na direção de Maya e Kat, que me olham com caras maliciosas, e na direção dos meninos que estão rindo. Quando chego perto começamos a rir.

— Linda tarde, não acham? – falo rindo

— Claro – fala Henry rindo – Até porque para quem acabou de beijar Harry Potter e deixar o Malfoy com raiva, a tarde não podia ser nada mais do que linda

— Ela uniu o útil ao agradável – fala Kat – Nada mais justo.

Então vamos passear pelo vilarejo, sempre rindo e fazendo comentários sobre o acontecido. Depois de um certo tempo voltamos para o castelo, subo para o dormitório e tomo um banho. Visto um suéter, uma calça jeans e um sapato branco e prendo meu cabelo em um coque frouxo, depois desço para o Salão Principal. Mas antes que eu chegue sou puxada para um canto escondido.

Antes mesmo que eu tivesse a chance de gritar com a pessoa vejo que é Harry, ele está lindo como sempre. Moletom vermelho e jeans preto, e seus cabelos rebeldes estão molhados, o que prova que ele acabou de sair do banho.

— Onde esteve? – ele pergunta – Te procurei por todo o vilarejo

— Estava com uns amigos – respondo simplesmente – Queria falar comigo?

— Você me beijou para provocar o Malfoy? – ele pergunta direto

— Não, claro que não, por que acha isso?

— Porque quando você saiu ele ficou me olhando com raiva e disse que você só tinha me beijado para que ele se afastasse – ele diz irritado

— Eu estava fugindo dele, é verdade – admito – E, por mais que tenha feito isso para afastar ele, eu quis te beijar – falo – Quero te beijar desde o início do ano, mas você só tem olhos para a Cho, sempre teve

— Não mais – ele fala – Eu acho que foi só uma quedinha besta, talvez nem isso – ele fala sem jeito – Eu tento colocar na minha mente que é dela que eu gosto, mas não é verdade – ele fala pondo a mão em meu rosto – Eu não para de pensar na gente desde o Baile de Inverno, acho que gosto de você – ele fala sorrindo – Me perdoa por ter sido um babaca com você naquele dia, eu não queria ter te magoado.

— Tudo bem, eu já te perdoei – falo olhando em seus olhos – Sabe... Acho que gosto de você também – falo sorrindo.

E então ele me beija.  


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Será que eles vão ficar juntos ou Malfoy irá atrapalhar esse novo casal?
Não deixem de comentar
Bjs!!