Minha gota preferida - O amor nasce na chuva escrita por Bia de asa


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá! Postarei o 3 e o cap 4 hoje. Estou me preparando para atualiza mais umas 3 fics minha e ainda revisar meu livro que terminei ontem. Mas issos só depois que eu voltar da igreja... Tenho tanta coisa pra fazer hoje. Agradeceria se os leitores comentassem. Boa tarde!



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Às vezes eu ficava me imaginando dentro de um centro cirúrgico fazendo uma cirurgia de alto risco e sendo bem sucedida. A cada dia que passava, eu chegava mais perto de realizar meus sonhos.

Já no terceiro ano de medicina, começaram os estágios. Estava super ansiosa e Jamily não podia estar diferente. Minha amizade com Will era estável, não avançava nem regredia. Não sei se ele deixou de ser um chato ou se me acostumei como o jeito dele olhar pra mim.

Ao lado da FEM tinha um hospital se quinze andares. Nunca havia entrado lá, mas dava pra perceber que era gigante. Teríamos nosso primeiro dia de estágio lá. Retirei do meu armário meu jaleco branco que havia comprado há pouco tempo e já estava ansiosa para vesti-lo. O coloquei em minha bolsa e segui para o hospital. Nosso instrutor nos apresentou cada sala e local.

— Vocês têm dez minutos para se arrumarem — ele informou. — Estarei na recepção quando terminarem.

Ele era Dr. Diego. Não era muito velho apesar de já ter alguns cabelos brancos. Peguei meu jaleco da bolsa e já estava mais que ansiosa para usá-lo. O vesti e mantive um sorriso no rosto. Caminhei rumo à recepção por um corredor deserto e pouco iluminado. Tive a leve impressão de que estava perdida.

De repente ouvi passos atrás de mim. Me virei rapidamente, mas era só o Will.

— Você está impressionante — ele elogiou.

— Obrigada — disse sorrindo. — Você também está perfeito.

Ele deu alguns passos em minha direção até ficarmos 30 centímetros longes um do outro. Tínhamos quase a mesma altura, mas Will era um pouquinho maior.

— Só faltou uma coisinha.

— O quê?

— Seu nome bem aqui. — Ele falou ao encostar a mão no meu bolso esquerdo à altura do peito. — Daniele Almeida.

Sorri e respondi:

— O seu também. Willian Gonçalves.

— Mas eu nunca quero passar pelas suas mãos, doutora Daniele. Nada contra você, mas eu não entro em uma sala de cirurgia nunca.

Nós dois rimos.

— Mas eu quero ter uma consulta com o Geriatra Willian.

— Isso significa que eu ainda vou te ver até quando ficar velinha?

— Eu espero que sim — sussurrei.

Coloquei a mão por cima da dele enquanto ele abotoava um último botão perto do meu pescoço.

— Você está linda.

Apenas sorri. Meus olhos fitaram por detrás dele, pelos lados e depois o chão. Estávamos a sóis como havíamos ficado poucas vezes. Ele escorregou as mãos até minha cintura e perguntou:

— Será que há alguma possibilidade da gente se beijar?

Meus olhos encontraram os dele. Parte de mim queria responder sim, mas outra se negava a esse desejo. Observei-o no fundo dos seus olhos como nunca havia olhado antes. Ele sorriu e eu o abracei.

— Nosso professor deve estar nos esperando — ele disse baixinho quando ainda estávamos abraçados.

— Tem razão.

Voltamos para a recepção do hospital onde o Dr. Diego e todos os outros estagiários também estavam.

— Niele, por onde você estava? — perguntou Jamily.

— Por aí.

— Sozinha?

— Claro que não.

— Com seu namorado?

— Que namorado?

— Ora, o Will.

— Nós não estamos juntos.

— Acho que você está me enganando. Vocês vivem se enfiando em becos desertos para ficarem sozinhos.

— Claro que não! E pare de falar besteira.

— Tá, mas já rolou beijo?

Demorei um pouco para responder.

— Não. Acho que ambos estamos tomando coragem.

— Ai, que romântico!

Rimos juntas e continuamos a ouvir as instruções do médico.

Eu entrei em centros cirúrgicos e visitei pacientes com casos delicados e precisavam urgentemente ser operadas.

— Está vendo aquela senhora ali? — perguntou o médico apontando um dos leitos. O quarto não era muito grande, mas cabiam dez camas e algumas máquinas que mantinham vivos os pacientes.

— O que ela tem? — perguntei.

— Precisa de um transplante de coração urgente ou morrerá em menos de uma semana. É um caso para uma cirurgiã como você, um cardiologista e até mesmo um geriatra, não acha?

— Com certeza.

— Vamos operá-la na quarta pela tarde. Quero você presente na sala de cirurgia.

— E-eu? Quer que eu a opere?
Ele riu baixinho.

— Seria grande irresponsabilidade minha deixar esse caso nas mãos de uma estagiária, não acha?

Ele estava certo.

— Você vai estar na sala na hora da cirurgia — continuou ele. — Lá terá um cirurgião e um anestesista. O que quero que você consiga dois amigos para ajudar você. Fazendo alguns exames ou apenas para obterem mais experiência, o que acha?

— Ótimo.

— Acho que aquela sua amiga que está se especializando em cardiologia vai querer ajudar. Você também pode conseguir um geriatra?

Pensei um pouco, mas a resposta era óbvia:

— Claro.

Ao fim do dia, já à noite, fui para uma lanchonete próxima à praça. Tomei um suco e comi um hambúrguer; fiquei pensativa. Será que Will aceitaria me ajudar nessa cirurgia? Algo me dizia que sim. Precisava falar com ele naquele exato momento. Algo dentro de mim desejava vê-lo imediatamente, desejava chamá-lo. Fui até seu quarto e bati à porta e Talis, seu companheiro de quarto, abriu.

— Oi, você pode chamar o Will, por favor? — pedi educadamente.

— Só um instante. — Ele entrou e o ouvi gritar: — Will, sua namorada está aqui na porta te chamando!

— Mas eu não sou... — Talis saiu de meu campo de visão e Will apareceu na porta.

— Boa noite, Niele — ele me cumprimentou.

— Olá. — Sorri.

E depois apreciamos um silêncio constrangedor.

— Posso saber por que você me deu a honra de te ver a essa hora? — ele disse.

— Preciso falar com você.

Segurei as mãos frente ao corpo e suspirei.

— Vamos até a praça — pedi.

A praça estava agitada apesar de ser quase dez da noite. Will se sentou na grama e eu fiquei ao lado dele.

— Como foi seu dia? — ele perguntou.

— Cheio de novidades. Uma dela envolve você.

Contei a ele sobre a idosa que precisava de um transplante urgente. Contei que Jamily iria ajudar também.

— Você quer saber se eu desejo ajudar vocês? — ele perguntou.
Assenti.

— Mas é claro que eu quero. Vai ser uma experiência ótima.

— Obrigada.

Ele se deitou na grama e eu fiz o mesmo. Depois de alguns minutos a praça foi ficando deserta e as luzes se apagando. Meu relógio marcava meia-noite quando quase todas as luzes estavam apagadas e a praça apenas recebia luz da lua e das estrelas.

— Queria que no teto do meu quarto tivesse estrelas — comentou Will quebrando o silêncio.

— Eu também.

— Tá vendo aquela ali? — ele falou apontando para o céu.

— Qual? Aquela pequenininha que está no meio de todas aquelas outras?

— Essa mesma. É você. E aquela ali — Ele apontou para outra estrela que estava isolada ao lodo oposto a minha. — sou eu.

— Aquela solitária?

— É. Aquela sou eu, e essa é você. Percebeu?

— O quê?

— Não importa o quanto você esteja rodeada de outros, apenas aquela ali sou eu.

Confesso que não entendi, foram um tanto complexas pra mim suas palavras.

— É uma filosofia interessante — disse.

— Eu te amo — ele declarou de repente.

Paralisei. Não respirei, não falei. Senti quando sua mão tocou a minha e entrelaçou nossos dedos na grama. Fechei os olhos e o céu estrelado desapareceu.


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Notas finais do capítulo

Se alguém se interessar, pode ler minjas outras histórias, eu deixo rsrs



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