Between Us escrita por Mikah Fernandes, Uma Garota Qualquer


Capítulo 2
O Novo Lar




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Você deve estar se perguntando: Quem sou eu? Meu nome é Joanne, tenho 15 anos, sou uma garota “normal” do ensino médio. Por que normal entre aspas?  Eu sou aquele tipo de menina que você olha e pensa: você é mesmo menina? Tenho cabelos médios de um castanho bem escuro, meus olhos são de um castanho escuro, que de vez em nunca fica claro, eles são uma das poucas coisas que eu gosto em mim, geralmente uso roupas largas, já que sinceramente são bem mais confortáveis, não costumo me preocupar muito com minha aparência, então meus cabelos estão quase sempre bagunçados.

A minha família? Bem, minha mãe sabe ser um doce de pessoa, mas ultimamente ela não dá a mínima para seus filhos, ela diz que ambos já são bem grandinhos e já podem se virar, e isso faz com que ela saia frequentemente com homens que ela julgava ser de bom caráter, mas no final das contas não consegue achar ninguém descente. Meu irmão é do tipo totalmente antissocial que fica o dia inteiro jogando videogame, e esquece o mundo, admito que acho legal como ele consegue escapar tão facilmente de uma realidade difícil de lidar, e o admiro por isso, ele é muito inteligente, e sempre me ajuda nas tarefas de matemática.

A maior incógnita da minha vida é meu pai, eu não tenho a mínima ideia de quem seja, já perguntei para minha mãe e ela simplesmente diz que ele a abandonou quando ela estava grávida, o meu irmão apenas concorda com suas afirmações.

Sei que meu irmão sabe quem é meu progenitor, mas ele me parece ser controlado pela minha mãe para que nunca me diga.

Ainda penso que meu pai é um daqueles caras que minha mãe se encontra em uma noite pra nunca mais, por isso nem ela mesma sabe quem é, é de certa forma até compreensível.

***

Meus olhos haviam se fechado quando atirei. Quando voltei a abri-los vi a harpia com as duas mãos puxando – ou pelo o menos tentando – a flecha do olho. Vi Stone carregando Clary nas costas e correndo atrapalhadamente.

— Anda, antes que ela avise os “amigos”. – disse Stone.

Enquanto corria uma pergunta surgiu em minha cabeça.

— Por que o Stone está te carregando?

— Eu tenho asma, motivo pelo qual não participo da Educação Física-  seu tom de voz ficou triste – Talvez seja por isso que meu pai não goste de mim.

— Achei que não ia porque tinha que roubar doces de crianças. – brinquei.

Ele soltou uma risadinha e negou com a cabeça.

— Chegamos. – Stone anunciou.

Quando entramos, pude perceber o quão o Acampamento Meio-Sangue era maravilhoso. Parecia que os 10°C fazia do lado de fora não afetava o clima de dentro, fora do acampamento estava cinza, lá dentro fazia sol. Tudo era perfeitamente incrível.

Clary desceu das costas do Stone e suas botas pretas fizeram um som estranho, ela ajeitou a calça preta colada, passou a mão pela blusa tirando toda a sujeira da mesma.  Caminhamos para dentro do acampamento. Eu fui ao lado de Stone, ainda meio confusa com aqueles acontecimentos. 

Stone explicou que humanos não conseguem entrar pelo as paredes invisíveis de proteção do acampamento, e ainda complementou com o fato e que o motivo pelo qual ele foi nos buscar é porque somos semideusas. Aquela idéia me assombrava. Qual dos vários deuses seria meu pai? Zeus? Hermes? Tomara que ele seja legal. E que pelo o menos ele venha me visitar de vez em quando... Me perguntei quem seria a mãe da Clary. Já que seu pai era um renomado professor de Educação Física, que inclusive me adorava nas aulas dele, já que eu sempre fora a aluna elétrica e esforçada dele, apesar de não ser nenhum gênio do esporte.

Andamos mais um pouco, e vimos um homem velho, mas nem tanto, seus cabelos pretos e ondulados chegavam até os ombros mostrando alguns fios de cabelo branco, olhos castanhos, estava em uma cadeira de rodas, com as pernas cobertas por um pano branco.

— Olá, garotas! Eu sou Quiron, e você deve ser Clary e Joanne

—Oi! – Eu e Clary respondemos juntas.

— Stone! Fez um ótimo trabalho de última hora, parabéns!

— Obrigada, Quiron!

Stone saiu trotando, naquele momento ele já tinha tirado a calça, ele tinha mesmo pernas de bode, mas não liguei muito para isso, já tinha visto coisas realmente estranhas demais tentando me matar, então um menino-bode andando na direção oposta a minha, era tranquilo.

— Então... Quiron eu acho que você me confundiu com outra pessoa. – disse – Eu sou apenas uma humana.

— Não, eu não confundi. Se estivesse cometido o erro de trazê-la, você nem teria passado pela barreira de Thalia - ele apontou para os limites do acampamento, onde nós havíamos entrado.

— Quem é Thalia? - Clary perguntou.

— Ela é uma semideusa, filha de Zeus. Ela era aquele pinheiro – apontou para o pinheiro que se encontrava a vários metros do acampamento. – Mas agora ela faz parte das caçadoras de Ártemis.

— O que é...?

— Eu já explico.

Quiron nos levou para conhecer o acampamento, era incrível, ele explicou sobre os deuses e cada um tem um chalé, onde seus respectivos filhos vivem.

— Vocês ficaram no chalé de Hermes até que a mãe ou o pai de vocês as reclame, de acordo com suas idades... 15 e 16, certo?

— Sim – respondi

— De acordo com suas idades vocês já deveriam ter sido reclamadas.

— Isso é um problema? – perguntou Clary.

—Não, não, com certeza não, talvez hoje a noite ele ou ela as reclame - fiz um sim com a cabeça.  – Vejo vocês no jantar, pratiquem alguma coisa, para vocês se prepararem para amanhã a noite, independente de vocês serem reclamadas ou não.

— O que tem amanhã? -  Clary perguntou.

— Caça bandeira. A noite você saberá mais sobre isso – assentimos.

Quiron virou a cadeira de rodas e saiu de perto de nós, estávamos andando e apareceu um garoto com um olho só, chutei ser um ciclope, já que eles eram os seres mitológicos que possuíam apenas um olho bem no meio da testa. Atrás dele apareceu uma harpia, admito ter parado por um segundo temendo pela minha vida, e percebi não ter sido a única a fazer isso.

Quando estavam a uns dois metros perto de nós, eles pararam.

— Olá! – o ciclope disse sorridente, sendo acompanhado por um oi vindo da harpia.

— Oi – disse e pude perceber que Clary estava assustada demais para dizer qualquer coisa.

— Meu nome é Tyson e essa é a Ella

— Eu sou Joanne e essa é a Clary – Clary sorri e acena.

— Ella gosta de vocês – disse Ella sorridente

— Acho que meu irmão vai gostar de vocês – o ciclope disse ainda com um sorriso no rosto.

— Quem é seu irmão? – perguntou Clary, dando sinal de vida.

— Ele é filho de Poseidon, ele é muito lega... – ele estava dizendo antes de ser interrompido por Clary

— Deus do mar?

— Sim, por quê?

— Nada, só estou me familiarizando com as coisas – ela sorriu dando de ombros

— Vocês já viram os pôneis? – Tyson perguntou arregalando os olhos em admiração

— Pôneis? – disse curiosa

— Pelo jeito vocês nunca ouviram falar dos Pégasos – uma voz masculina disse, Tyson e Ella deram espaço e por Deus... deuses. O que era aquilo? Que corpo era aquele? Que pessoa era aquela? Os cabelos negros e os olhos da cor do mar, realçavam a sua beleza, fazendo que ele se parecesse um Deus grego em pessoa.

— Fecha a boca Joanne, sua baba já está fazendo um novo oceano – Clary falou baixo o suficiente para apenas eu ouvir.

— Prazer, Percy – ele estendeu a mão para Clary, que só sorriu. Ele ficou um pouco sem jeito e estendeu a mão pra mim, apertei e sorri mais vermelha que um tomate.

— Então, garotão, onde fica o chalé de Hermes? – minha colega pergunta atraindo a atenção do garoto

— O chalé 11, venham, eu lhes mostro – ele começou a andar e nos o acompanhamos até a série de chalés que tinham.

O chalé de Hermes era mais um dos enormes chalés do acampamento, cada um com cores e decorações diferentes. Quando entramos o amontoado de crianças e adolescentes olhou para nós, e voltaram logo em seguida a tacar ovos e fazer outras brincadeiras engraçadas.

— Stolls! Semideusas novas – Percy gritou, nos empurrando e fechando a porta.

— Duas de uma única vez? Essa é nova – disse alguém, e alguns semideuses pegaram ovos e farinhas e se preparavam para atacar.

— Olha só, queridos. Se alguém tacar isso em mim, eu quero a cara de vocês – exclamou Clary.

— Já podem mandar ela para o chalé de Ares – afirmou o que tinha um ovo em cada mão.

— Onde nós podemos dormir essa noite? – perguntei.

— Tem um canto ali – disse um dos gêmeos que se aproximaram de nós – Eu sou o Connor e esse é meu irmão Travis.

— Olá, sou Joanne e essa é a Clary – Clary acenou positivamente

— Venham meninas, vamos mostrar onde vocês vão dormir – Travis disse.

Todas as beliches estavam ocupadas então eu e Heloísa tivemos que dormir no chão, dois ocupantes das beliches se ofereceram para dormir no chão, para que nós pudéssemos dormir na beliche. Eu recusei, já Clary...

Arrumamos nossa cama, e saímos para conhecer aquele lindo acampamento.


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