Nada pra mim escrita por ReMione


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Todos os direitos autorais (personagens e mundo HP) pertencemà diva Tia JK.



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Scorpius

Eu e Rose estávamos rindo. Porque eu admiti que às vezes olhava para ela como se a comendo com os olhos.

Ela era bonita e sabia disso. Não chegava a ser convencida por isso - na verdade, o convencido ali era eu.

Devo admitir que sempre admirei sua autoconfiança. E que ela me intrigava por ter sido sempre totalmente imune às minhas investidas nas poucas vezes que tentei jogar algum charme pra cima dela.

Aquele dia tinha sido diferente. Acho que pela primeira vez vi Rose me notando de verdade. Feria meu orgulho saber que ela só tinha se disposto a ter uma conversa decente - e até flertar um pouco - comigo porque ela estava passando por uma barra e eu era a única pessoa disponível no momento.

— Nossa, me sinto uns 10 kg mais leve agora! - Ela chamou minha atenção, me tirando dos meus devaneios. - Realmente foi bom poder falar isso para alguém.

— E agora? Você vai pedir para alguém te buscar para você ir passar as Festas com sua família? - Perguntei, tentando parecer natural. Mas no fundo estava me sentindo triste: estava gostando da companhia dela naquele castelo solitário.

— Nem pensar! De jeito nenhum! Por que você acha que eu faria isso? - Ela me perguntou com sinceridade.

— Sei lá.

— Scorpius, eu não disse que já estou okay com a situação. Só melhorei um pouco... Acha que vai ficar livre de mim assim tão fácil? - Ela terminou rindo.

— Eu não queria ficar livre de você. Me dá uma ponta de inveja... Apesar dos problemas, você tem uma família gigante para ficar do seu lado.

— Você tem seus pais.

— Meu pai deve estar sendo uma companhia tão boa como sua mãe nesse momento. Tenho certeza qde que você não iria para a Austrália agora.

— É, não mesmo... Mas você tem a Suzie também.

— A Suzie tem a vida dela. Ela é como uma irmã pra mim, mas... Não quero arrastá-la comigo. Ela não tinha nenhum dos avós quando nasceu, então era bem apegada a Vovó Cissy também. Parece que ela está lidando melhor com a saudade de Vovó do que eu. Não quero chegar lá e estragar isso. - Tinha dito muita coisa pra ela na tarde que passamos juntos vendo minhas fotos de família, mas não cheguei a mencionar a adoração de Suzie por Vovó Cissy.

— Entendo.

— Você pode mudar de ideia a qualquer momento e ir para alguma das 20 casas cheias de barulho e de cabelos vermelhos que devem ter. - Ela riu.

— Você nunca deixa passar isso!

— Eu acho legal até. Deve ser divertido dividir sangue com tanta gente assim.

— É. Exceto quando esse monte de gente resolve dar opinião na sua vida e te dizer como você deve ou não deixar de fazer. Imagina? Ter de não dar ouvidos a todos os meus tios e meus primos, aos tios dos meus primos... Sem contar meus avós. - Só de pensar aquilo me angustiava. Agora estava começando a entender o quanto Rose precisava desse tempo sozinha. - Desculpe. Falar dos meus avós assim na sua frente.

— Não se preocupe. Eu não estou tão mal assim a ponto de não conseguir ouvir a palavra avó. - Se fosse há um ano atrás, quando Vovó me contou que estava doente e não teria muito tempo de vida, essa fala teria sido diferente. Mas eu já tinha aprendido a separar as coisas.

— Okay. - Ela afirmou, com um olhar desconfiado.

Nos encaramos silenciosamente por alguns segundos.

— Mesmo passando o Natal aqui, eu devia comprar presentes. - Ela disse, quebrando o silêncio. - Acho que vou pedir à Professora MacGonagall para ir a Hogsmeade e escolher alguns presentes. Quer ir comigo?

— Rose Weasley, você está me chamando para sair? - Falei intrigado e ela corou um pouco.

— Se eu algum dia te chamasse pra um encontro, não ia ser uma tarde de compras. Meu currículo amoroso não chega nem perto do seu... mas eu costumo namorar, sabia?

— Touchè. - Ela estava abrindo uma brecha? Não custava tentar. - Então aquele chinês é um cara de sorte? - Ela tinha namorado um cara asiático, monitor da Corvinal um ano à nossa frente.

— Primeiro, o Alex não tem nada de chinês. Ele é inglês e tem pais coreanos. - Ela disse com indignação.

— Você não respondeu à minha pergunta.

— Você não deixou que eu terminasse. Primeiro, ele não é chinês. Depois... ele foi um cara de sorte. Não é mais. E isso aconteceu faz tempo já!

— Não minta, Rose. Outro dia mesmo, depois de uma daquelas festas do James, eu vi você se agarrando com ele no corredor dos dormitórios masculinos!

— Não era para ninguém ter visto aquilo! - Ela agora estava vermelha como uma pimenta. - Mais alguém viu? - Ela perguntou preocupada.

— A Jess estava comigo, mas acho que ela estava alegrinha demais para notar... E ela não lembrou quase nada daquela noite no dia seguinte, de qualquer forma. Vocês entraram no quarto antes de mim, mas já não sei se você teve o mesmo "cuidado" na hora de sair.

— Na hora de sair ninguém me viu. Eu saí pela janela, tive que voar até a janela do meu quarto. E eu ODEIO voar.

— E por que esse segredo todo?

A famosa "walk of shame" era bem comum nas manhãs seguintes às festas de James. Chegava a ser engraçado aquele monte de gente andando de fininho pelo castelo com cara de ressaca rumo aos próprios dormitórios.

— Nada, nada. - Ela se apressou em responder.

— Rose, que preocupação toda é essa?

— Nada. Já disse! - Ela elevou o tom de voz para responder. E em seguida tentou desviar o assunto. - Quem diabos é Jess?

— Vamos fazer o seguinte... - Eu falei, levantando da cadeira e sentando em uma poltrona perto da lareira. Não sem antes apanhar nossas taças e mais uma garrafa de vinho cheia. - Eu respondo a uma pergunta sua, você responde a uma pergunta minha.
Ela, ainda sentada à mesa, me olhou ressabiada.

— Não sei se isso é uma boa ideia.

— Eu já te provei hoje que sei guardar segredos o suficiente, não?

— Sim. Mas você também sabe espalhar boatos. Por que eu confiaria em você?

— Eu prometo. Fica entre nós. - Eu estava parecendo uma garota fofoqueira de tanta curiosidade pra saber a história por trás daquela noite dela com o namoradinho dela. E não tinha medo de nenhuma pergunta que ela pudesse me fazer.

Ela levantou da mesa e rumou para o sofá à minha frente.

— Se você contar isso pra alguém, eu faço questão de te matar pessoalmente. - Ela disse, retirando as botas de cano alto e se sentando confortavelmente.

O vestido subiu um pouco e ela não fez nenhum movimento para arrumá-lo. Eu me perguntava se ela tinha deixado as pernas quase que totalmente descobertas de propósito.

— Não vai ser necessário. - Eu respondi enquanto abria a nova garrafa de vinho e enchia as taças.

— Assim espero. - Ela disse, pegando sua taça.

— Eu começo. Você e o Yang namoraram sério tempo suficiente para que ninguém achasse estranho vocês dois se agarrando depois de uma festa daquelas num flashback qualquer. Por que você não queria que ninguém tivesse visto?

— É que eu estou, ou estava, meio que saindo com outro cara... - Ela falou, meio envergonhada. Antes que eu pudesse perguntar, ela continuou. - Minha vez... Jess é a garota de ontem à noite?

— Sim.

— Uau, fazem três semanas desde aquela festa. Três semanas com a mesma garota? Você está tentando quebrar alguma espécie de recorde?

— Bom, não tenho de responder isso porque é a minha vez de perguntar. Quem é o cara com quem você está, ou estava, "meio que" saindo?

— Igor. Ele é de Durmstrang. Por isso o "meio que" saindo... É meio diferente sair com alguém que mora na Bulgária.

— Imagino. Mas isso vai ficar para a próxima pergunta, já que é sua vez de perguntar.

— Quem é Jess afinal.

— Jessica Lynn. Lufa-lufa. Quarto ano. Morena, cabelos castanhos cacheados.

— A amiga de Lily?

— Sim.

— Ela parece legal.

— Ela é. Voltando a você: Igor de Durmstrang... É o filho do Krum, que fez intercâmbio aqui em Hogwarts no ano anterior.

— Sim.

— E claro que você não vai me responder nada antes da sua pergunta, então manda.

— Três semanas com uma garota é bastante para o Padrão Malfoy. Você está tentando quebrar alguma espécie de recorde?

— Não, não estou tentando quebrar nenhum recorde. E não existe um Padrão Malfoy. De onde você tirou isso?

— Eu ouço os boatos. Garota bonita, 15 dias... Com direito a algumas sessões de flashback posteriormente. Você só namorou aquela apanhadora da Sonserina aqui em Hogwarts.

— Aquela apanhadora da Sonserina chama Sophie. E, como já disse, não existe nenhum Padrão Malfoy predeterminado. Eu deixo rolar até quando as coisas estiverem sendo agradáveis. Só isso. Para constar, ontem a Jess me lembrou que estamos ficando há 2 meses.

— Então vocês estão namorando?

— Não.

— Você sabe que nenhuma garota "lembra" para o cara há quanto tempo estão juntos a troco da nada, né?

— Não preciso responder porque é minha vez de perguntar. Quando Krum estava em Hogwarts, você namorava o Yang. Você estava com os dois?

— Não! Tá louco? Eu e Igor conversávamos bastante aqui em Hogwarts porque o pai dele é muito amigo da minha mãe. Mas eram só conversas. Alex começou a ficar com ciúmes mesmo assim. O ciúme do Alex se tornou insuportável. Era implicância não sóbcom o Igor, mas com todo cara que chegasse perto de mim. Eu terminei com ele no primeiro mês das férias de verão, antes de eu viajar pra Itália. Na Itália, encontrei Igor "passeando" pelas ruas de Milão. Acho que foi Dominique que contou pra ele, porque Igor definitivamente não faz o tipo de quem estaria interessado na Semana de Moda de Milão. Ficamos juntos durante a minha viagem. Depois ele veio "passear" pela Inglaterra, então sempre nos víamos. Quando as aulas começaram, as coisas ficaram mais difíceis, mas continuamos dando um jeito de nos ver. Naquele dia da festa do James eu tinha tido uma briga idiota com Igor mais cedo. O Alex veio conversar comigo e... bem, você já sabe como terminou. Mas foi só aquela noite. Não quero que nenhum dos amigos do Igor daqui de Hogwarts conte disso para ele. Não estamos no melhor dos momentos, mas não quero que esse lapso com Alex interfira nas coisas.

— É... Sua vida é bem movimentada também.

— Também?! Eu estive com 2 caras no último ano. Alex foi meu primeiro namorado! Com quantas garotas você ficou no último ano?

— Bom, eu voltei a namorar a Sophie de novembro do ano passado até o início das férias de verão. De lá pra cá, foram umas 10 ou 15 garotas, eu acho. Okay, minha vida pode ser até mais "movimentada" que a sua. Mas a sua tem muito mais drama.

— Claro! Você foge assim que te aparece algum sinal de drama! Mas suas "amiguinhas" fazem drama sim, você é que não acompanha. Já vi muita garota sofrer por sua causa.

— Porque elas optam por se iludir. Eu não prometo nada a elas.

— Homens... - Ela disse, revirando os olhos e tomando um grande gole de vinho e esvaziando a taça.

Eu rapidamente a enchi de novo e aproveitei para completar a minha, que estava quase no fim.

Sim, estávamos atingindo níveis de álcool bem perigosos. Mas a conversa estava boa, e eu não queria parar tão cedo.


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