A demência pelo mundo escrita por Vênus


Capítulo 16
A nave enfim chega


Notas iniciais do capítulo

MDS! QUANTO TEMPO! Não sei nem se tem alguém lendo ainda essa bagaça, mas aqui vai o maior cap da minha vida, façam bom proveito. E NEM VEM RECLAMAR DO TAMANHO! SE NÃO EXCLUO A FANFIC!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/689557/chapter/16

   A noite passou como se não houvesse nada com que se preocupar, silenciosa como sempre. Dentro dos quartos não se ouvia ruído ou qualquer som distinguível o bastante, até das máquinas não se ouvia barulho algum. Ela passara com tranqüilidade. Bem, não se pode dizer o mesmo do amanhecer.

—ACORDA POVO PREGUIÇOSO! –gritou Taína-chan enquanto tirava as cobertas de suas colegas de quarto-.

   Elas se contorceram tentando abrir os olhos para ver quem as havia acordado. Ao ver a imagem de Taína-chan, Ingrid revirou os olhos.

—Só o que faltava! –disse ela se escondendo debaixo do travesseiro- Quando não é o Pedro, é a Taína!

   Carla com os olhos cansados olhou para o relógio em cima de sua cômoda, esfregou os olhos e em seguida viu que horas eram.

—São 05h10! Nós acordamos às 07h00! –ela se afundou no travesseiro-.

   Taína-chan, pensando como elas poderiam estar querendo dormir especialmente naquele dia, colocou uma mão na cintura e olhou suas colegas com um olhar nada acolhedor.

—E como vocês conseguem dormir sabendo que hoje vai ser o dia do ataque?! Precisamos nos preparar enquanto ainda há tempo!

—O ataque vai ser na hora do almoço! –Ingrid jogou um travesseiro em Taína-chan- Vai dormir!

   Taína-chan, aborrecida, cruzou os braços e se dirigiu ao banheiro.

—Lugar exótico para se dormir. –falou Carla sonolenta-.

   Voltando do banheiro, ela com dois potes cheios de água -e um sorrisinho sádico-, jogou um em cada colega.

—AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! –Gritaram as duas- Isso está frio!

—Vamos acordando!

—Está bem, está bem! –disse Ingrid se levantando revoltada- Você venceu, nós levantamos!

—Levantamos?! –perguntou Carla-.

—Levantamos!

   Taína-chan triunfante caminhou até a porta.

—Não se esqueçam de arrumar as camas! –ela deu uma piscadinha e saiu do quarto-.

   Carla e Ingrid se entreolharam.

—Ela devia ser general  –disse Carla levantando-.

—Manda mais que a minha mãe!

—Vamos começar a chamá-la assim agora.

                                                       ...

   Taína-chan estava andando pelos corredores, “Eles são piores que corredor de hospital! Impossível não se perder aqui! Agora sei o porquê de Pedro ter dado um GPS...” pensava.

   Avistou uma figura familiar adiante, pelo cabelo e jeito de andar concluiu que era Larissa.

—Larissa-senpai!

   A mesma, surpresa ao ouvir seu nome proclamado, mirou quem havia lhe chamado.

—Taína-chan? O que faz acordada a essa hora? –ela olhou o relógio que estava na parede- Deveria estar dormindo.

—Não consigo dormir sabendo que vai acontecer um ataque ao meio-dia! Aliás, como vocês conseguem?!

—Eu não durmo.

—Ufa! Não sou só eu!

   Pedro aparece saltitando como uma hiena com mola.

—Bom dia!

—COMO PODE ESTAR DESSE JEITO SABENDO QUE VAI TER UM ATAQUE HOJE?!  -gritou Taína-chan- DORMIU COM O BOZO?!

   Pedro ajeitou seus cabelos que haviam se bagunçado devido ao vento que o grito de Taína-chan tinha feito.

—Bom dia, Pedro. –Larissa fez uma leve reverência-.

—Você está muito tensa, Taína-chan! –Pedro sorriu- Descontraia-se um pouco! Quer jogar cartas?

—VOCÊ TÁ BRINCANDO COM A MINHA CARA?

   Carla e Ingrid aparecem no corredor.

—Viu? Não falei que era a general? –disse Carla-

—É, pelos gritos –disse Ingrid-.

   Novamente surpresa por haver pessoas acordadas no horário, Larissa perguntou:

—General?

—A Taína-chan é a general, -disse Ingrid enquanto desviava o olhar da mesma- se bem que... Um general manda menos que ela.

—O QUE VOCÊ QUER DIZER COM ISSO?!

   Carla fez um gesto rápido tapando os ouvidos.

—Você está gritando mais do que você grita no seu blog! –disse Ingrid se certificando de que não havia ficado surda- O que aconteceu?

—O Pedro quer jogar cartas em um momento como esse!

   Ele mostrou o baralho que tinha em suas mãos.

—Que absurdo! –disse Ingrid cruzando os braços-

—Pois é, era isso que eu estava tentando explic...

—Nem ia nos chamar! Eu e Carla também gostamos de jogar! Certo, Carla?

—O quê?

—Você gosta de jogar cartas?

—O quê?

—Está vendo, general? Você estourou os tímpanos dela!

—Quê?

—Vocês não estão falando sério... –disse Taína-chan indignada- Estão?

—Claro que estamos!

— O quê?

—Bem, -disse Pedro- quem quiser jogar me acompanhe! O café da manhã será servido às 08h00 como sempre!

—Está bem! –disse Ingrid- Vamos Carla?

—Quê?

—VOCÊS VÃO MESMO JOGAR CARTAS?!

—Não leve a vida tão a sério! –disse Pedro sorrindo- Afinal, você não sairá vivo dela!

   Pedro, acompanhado de Carla e Ingrid, sai do corredor.

—Espera aí! –disse Taína-chan- Essa frase é do Bob Marley!

                                                ...

   Enquanto isso o leitor vai ver o que acontece no quarto dos garotos.

   Todos dormem.

   É só isso mesmo.

                                                 ...

   Na sala de jogos, Pedro organizava o baralho em uma mesa, enquanto Carla e Ingrid olhavam admiradas a sala de jogos.

—Por que você nunca nos trouxe aqui antes? –perguntou Ingrid mexendo nas peças de dominó-.

   Pedro se sentou.

—Vocês nunca pediram!

—E como íamos saber que tinha uma sala de jogos?!

—Vocês nunca olharam o mapa do prédio? –perguntou Pedro enquanto passava um monte de cartas para Ingrid cortar- Tem um em cada quarto.

—Nunca prestei atenção... –ela cortou-.

—Isso explica! –ele sorriu enquanto distribuiu as cartas- É bom estudar esse mapa! Ajuda quando estiverem perdidos!

—Tem tantas coisas nesse prédio que às vezes parece que é impossível explorar tudo!

—Carla, -disse Pedro- você começa.

   Não houve resposta.

—Carla? –chamou Ingrid-.

   Silêncio total.

— Carla! Você começa! –disse Ingrid em um tom mais alto-

—O quê?

—É pra você começar o jogo!

—Quê?

—Você tem que começar

—Quê?

—É PRA VOCÊ COMEÇAR O JOGO!

—Não precisa gritar! –disse Carla pescando uma carta-

—ALFACES ME MORDAM!

                                                   ...

   Voltando ao quarto dos meninos.

   Todos dormem.

   Não há mais nada a narrar.

                                                   ...

—Mas Larissa! –Taína-chan parecia incorfomada- Você que é uma pessoa sensata tem que dizer pro Pedro para treinarmos!

—Ele sabe o que faz.

—Ah, com certeza sabe!

   Larissa deu alguns passos quando parou, parecendo ter uma idéia- virou-se e se dirigiu à Taína-chan.

—Já que você está aqui, poderia ir à biblioteca pegar alguns livros para mim?

—Aqui tem biblioteca?

—Sim, Segundo andar subterrâneo, corredor 6.

   Taína-chan colocou as coordenadas no GPS.

—Quais livros?

Período de recuperação Merceer e Guerras Ali3ns.

—Está bem.

                                                   ...

—Ganhei! –Ingrid exclamou-.

—De novo? -Disse Carla- Não é possível! Deve ter alguma coisa nas suas cartas!

—É que ela é uma ótima jogadora. –disse Pedro-.

—Você a deixou ganhar!

—Nem vem querer tirar minha vitória!

   A porta da sala de jogos abre lentamente, era Larissa, com passos silenciosos foi até onde o restante das pessoas se encontrava.

—São 06h00. -disse ela enquanto mirava o jogo- Jogando Kãdo de novo?  

—Quê? –disse Ingrid- Kãdo?

—Você não explicou pra elas? –Larissa sorriu- Bem típico da sua parte. Pedro, nós precisamos nos organizar se quisermos ter tempo.

   Ele levantou guardando as cartas em uma caixinha de vidro.

—Estou indo, Larissa! Não se esqueça dos livros!

   Carla também levantou.

—Podemos ir junto? –perguntou ela-.

—Podem, -Larissa entregou um papel a cada uma- aqui está uma lista do que vocês vão fazer. Eu iria pedir para vocês fazerem de qualquer jeito.

—Quê?! –Ingrid ficou Ingridnada- Nós vamos ter que fazer coisas?

—Lógico, aqui não tem corpo mole.

—Mas e os robôs? Eles já não fazem isso? –perguntou Carla-

—Vocês querem ir junto ou não?

—Está bem. –elas seguiram Larissa para fora da sala-.

                                              ...

No quarto dos meninos...

   Luciano virou para o outro lado da cama e começou a falar enquanto dormia.

—Morte... Dor... –ele sorria- Sofrimento!

   Eric jogou um travesseiro nele.

—Fica quieto que eu quero dormir!

—Eu estava dormindo, seu... –Luciano viu que Eric voltara a dormir- Só o que me faltava, não se pode nem mais sonhar em paz!

   Ele deitou e dormiu novamente.

                                              ...

   Taína-chan andava olhando para seu GPS, ela parecia bem concentrada.

—Corredor 6, corredor 6... –Ela olhou para frente- Aqui! Corredor 6! E essa porta deve ser a que tem a biblioteca!

   Ao abrir, um livro passou voando a um milímetro de seu nariz.

—Mas o que...

   Antes que ela pudesse completar a frase, uma revoada de livros a atacou derrubando-a no chão.

—Socorro! –ela defendia o rosto com as mãos- O que deu nesses livros?!

—Leia-me! Leia-me! –eles diziam em coro-.

—Em pleno século XXI vocês acham que eu vou ler em um livro? Gente, PDF está aí para isso, tenho um aplicativo no celular para baixar livros e...

   Um livro se atirou nos braços de Taína-chan e abriu na página 46.

—Veja como minhas folhas são bonitas e livres de furos feitos por traças!

   Outro livro empurrou os outros livros e se exibiu para ela.

—Minha capa é tão bela! Eu deveria estar exposto em um museu!

—Não o julgue pela capa! –disse um livro velho aos pedaços-.

—VOCÊS QUEREM PARAR COM ISSO?! NÃO VOU LER LIVRO NENHUM! SÓ VIM PEGAR PRA DAR PRA LARISSA!

   Os livros todos ficaram em absoluto silêncio.

—Larissa? Aquela Larissa?

—Como assim aquela Larissa? –Taína-chan aproveitou a deixa para levantar e tirar o pó de suas roupas-.

—Quais livros ela quer?

—Até que enfim! Gente civilizada! Quer dizer, livros. –ela pareceu tentar se lembrar de algo- Ah, sim! Período de recuperação Merceer, e o outro livro se chamava... Guerras Ali3ns!

   Os livros se entreolharam –se é que isso é possível- e deram passagem à Taína-chan.

—Eu hein, por isso que não vou a bibliotecas.

   Ela viu alguns livros em destaque, dois deles eram os quais ela estava procurando. Pegou os que ela precisava, analisando a capa empoeirada.

—Que desenhos estranhos! Ah, livro é tudo estranho mesmo. –ela viu que os livros não gostaram do que ouviram- Brincadeirinha! Descontraiam-se um pouco!

   “Descontraia-se!”, ela riu, era o mesmo que Pedro havia lhe falado há pouco.

—Foi um prazer conhecer vocês, agora saiam da minha frente.

   Ela saiu às pressas do local.

                                                    ...

—Você não pode estar falando sério –Ingrid andava em círculos enquanto se Ingridnava ainda mais-.

—Ah, estou. –Larissa deu a ela um pano e uma vassoura-.

—Concordo com a Taína-chan! –ela ainda tentou argumentar- Deveríamos estar treinando e não limpando mesas!

—Limpar a mesa ajuda seu equilíbrio imunológico.

—Claro que ajuda! –Ingrid pegou o pano e começou a limpar a mesa, em seguida olhou para Carla- E você aí? Não vai limpar o chão?

—Quê?

—Não se faça de surda! Nem pense em escapar, pegue aqui a vassoura.

—Deixo atrás da porta? –perguntou Carla-.

—Muito engraçado, limpa logo isso aí! –Ingrid esfregava com tanta força o pano que mais um pouco arrancaria um pedaço da mesa fora- Por que você perguntou se nós poderíamos vir junto com eles, hein?

—Era melhor que ficarmos sozinhas naquela sala! –Carla pegou a vassoura e começou a limpar-.

   Ingrid olhou com fúria uma mancha que não queria sair.

—Às vezes parece que a Larissa faz de propósito isso! Nos testa até o limite!

—Não seja tão cruel. –Pedro entrou na sala- Ela gosta de vocês.

   Um pequeno robô entrou na sala e começou a espanar os móveis.

—Ela deve realmente nos amar –disse Ingrid batendo na maldita mancha que não saia a qualquer custo-.

—Assim você vai quebrar a mesa...

—Você concerta depois com uma de suas máquinas!

—Está com raiva?

—NÃO!

   O robô passou o espanador pela mancha e esta saiu facilmente.

—Essa mancha não foi com a minha cara.

                                                 ...

    Taína-chan andava –ou melhor, corria- temendo que algum livro a estivesse seguindo. Quando viu Larissa, quase gritou.

—Larissa! –ela correu ofegante- Aqueles livros são loucos! Agora entendi porque pediu que eu fosse buscar!

—Livros loucos? –Larissa pegou os livros que estavam com Taína-chan- Eles me parecem normais.

—Não! Não esses! Aqueles que voam e ficam dizendo “leia-me, leia-me!” com uma voz irritante!

   Larissa a olhou fixamente.

—Com licença –ela saiu andando rapidamente-.

—Ei! Aonde você vai? Nem pra dizer “obrigada”? Tenho que incentivar no meu blog as pessoas a serem mais educadas! Vou te contar, viu? –ela deu alguns passos- E você aí que está lendo? Sai fora! Essa cena já acabou! Ai, esse povo enxerido...

                                                    ...

—Acabei! –Ingrid sentou em uma cadeira suspirando de alívio- Nunca mais quero limpar mesas tão grandes!

—Era só isso que vocês tinham que fazer ou tem mais alguma coisa?

—Deixe-me ver... –Carla pegou o papel que constava as informações- Acordar os garotos às 07h00...

—Está de brincadeira. Acordar um menino! Deve ser mais fácil um bicho-preguiça participar da corrida dos 100m!

   Larissa surge de repente na sala com dois livros nas mãos.

—Ah, -Pedro levantou- conseguiu os livros! Perfeito!

—Sim... Pedro, eu preciso falar uma coisa, é sobre a Taína-chan...

   Carla se aproximou da conversa.

—O que a general aprontou dessa vez?

—Os livros Mahõ apareceram para ela!

   Pedro arregalou os olhos.

—O quê?! Os livros Mahõ?!

—Eu também achei estranho, mas...

—Espera! –disse Carla interrompendo- Alguém pode explicar o que é um livro Mahõ?

   Larissa olhou para Pedro, este fez sinal de consentimento.

—São livros mágicos. –Larissa começou a explicar- Eles podem revelar muitos segredos, assim como confundir esses segredos, uma mente boa tira proveito disso. Esses livros falam com as pessoas e “voam” digamos assim.

—É o quê? –perguntou Ingrid- Existem livros desse tipo?

—Existem, mas eles não aparecem a qualquer pessoa. Apenas à classe Hon.

—Isso está ficando cada vez mais confuso, -disse Carla- o que é a classe Hon?

—É uma classe rara de pessoas com antepassados em livros... –Larissa viu a expressão de espanto nos olhos das duas ouvintes- Não, elas não são parentes dos livros... São parentes dos personagens fictícios que tem nos livros.

—Mas se eles são fictícios, como que alguém pode ser parente deles? –perguntou Ingrid-.

—Isso ainda permanece um mistério. E, bem... Há condições para o grau de parentesco necessário. Apenas pessoas com no mínimo quinze gerações distantes dos personagens podem ver os livros Mahõ, e mesmo assim não são todas que conseguem.

—Então a general é parente distante de um personagem de livros? –Carla pareceu pensar- Por essa eu não esperava.

—Logo ela que não gosta de ler... –disse Ingrid-.

   Taína-chan entrou na sala.

—Até que enfim encontrei vocês! Precisavam ter me deixado sozinha?

—Taína-chan, sente... –disse Pedro- Temos coisas importantes pra te contar.

                                                  ...

   Sei que o leitor deve estar cansado de ver o que acontece no quarto dos meninos, mas peço que compreenda.

   Todos dormem.

   Isso está ficando monótono.

                                                   ...

—Classe Hon?! Eu?!

—Inacreditável –disse Larissa-.

—Todo mundo aqui tem um poder legal e eu com esse de ler livros! QUE PODER LEGAL! LER LIVROS!

—Não é bem um poder... –disse Pedro-.

—Dane-se! –Taína-chan levantou- Tem coisa mais inútil que isso? O que isso vai ajudar no ataque de hoje, hein? Vou contar uma história pros inimigos ouvirem?

—Eu queria ter poder de livros... –Carla ficou cabisbaixa-.

—Quer trocar? Eu fico com sua super força e você com meu poder de ver livros voando.

   Larissa encostou as mãos nos ombros de Taína-chan e a fez sentar.

—Taína-chan, os segredos, as respostas, os mistérios de todas as dimensões estão com você. Quer mais que isso? A resposta de todos os segredos do universo?

—O quê? –ela pareceu surpreendida- Os segredos... Comigo?

—Mais que isso, –Larissa tirou as mãos dos ombros dela- a classe Hon é muito importante, tem o poder que todas as classes queriam ter. E ela não vê só segredos... Ninguém pode saber disso, nenhum dos nossos inimigos! Sua vida, e quem sabe a nossa também dependendo se lhe descobrirem ou não, poderá estar em perigo. Mantenha em sigilo.

—Tudo bem... –disse ela ficando calada- Quem diria que aqueles livros malucos poderiam guardar segredos do universo... É... Não julgue um livro pela capa.

   Ingrid olhou para seu relógio.

—07h00! Hora de acordar os garotos!

—Eu fico aqui, -disse Taína-chan- correr daqueles livros me cansou.

—Está bem! –Ingrid esperou Carla se ajeitar- Vamos!

                                          ...

   No meio de um sono profundo...

   Carla e Ingrid entram tocando trombone e tambor.

—AAAAAAAAAAAAAAAAAAAHH! –Gritaram todos saltando da cama-

—São meninas! –disse Luciano- É o fim do mundo!

—Fujam para as colinas! –gritou Jeferson se escondendo-.

—Não é tão ruim ter meninas no quarto... –Eric olhou perverso-.

   Carla bateu o tambor na cabeça de Eric.

— Arrumem-se logo que está na hora do café! –disse Ingrid enquanto saia do quarto acompanhada de Carla-.

—Preferia quando o Pedro vinha nos acordar  –disse Luciano-.

—Eu preferiria que a Larissa viesse me acordar... –disse Eric-.

—Eu preferiria não acordar! –disse Jeferson-.

                                               ...

   Ingrid e Carla entram na sala do café triunfantes.

—Precisamos fazer isso mais vezes! –disse Ingrid-.

   Pararam olhando a mesa, estava cheia de comida. Como poderia ter sido arrumada em tão pouco tempo? Cada uma sentou em seu lugar e começaram a comer.

—A Taína-chan deveria devorar livros! –sugeriu Carla enquanto tomava um gole da sua xícara de café-.

—Muito engraçado –Taína-chan pegou um pedaço de pão-.

   Os garotos entram na sala se espreguiçando e bocejando.

—Opa! –disse Jeferson- Começamos o dia bem!

—Você esqueceu que fomos acordados por garotas? –disse Luciano-.

—A comida já vale isso.

   Eles se juntam à mesa.

—Larissa, -disse Eric- gostaria de fazer papel de despertador?

—Não, -disse ela- só papel de árvore mesmo.

—Papel de despertador... –disse Pedro- Eu poderia fazer isso com os despertadores quebrados! Economizaria árvores!

—Por favor, Pedro. –disse Taína-chan pegando a manteiga- Pra que papel? E os aparelhos eletrônicos?

—É melhor você ir se acostumando com papel, Taína-chan. –disse Carla- A classe Hon vai precisar de muito.

—Classe Hon? –perguntou Eric-

—Ah, é uma longa história –disse Taína-chan-.

—Você não vai comer de novo, Larissa? –perguntou Ingrid-.

—Não, obrigada.

—Você sobrevive de ar, não é? Nunca vi você comendo.

   Larissa, que estava em pé observando todos, foi em direção à saída.

—Taína-chan, vá para a biblioteca assim que possível. –disse Larissa enquanto saía- Estarei lá. Enquanto isso, Pedro explicará para os garotos sobre a classe Hon.

                                                  ...

   Larissa estava na biblioteca, olhando as prateleiras, pegou os livros que havia pedido para Taína-chan e os devolveu ao lugar que estavam.

   A porta abre, era Taína-chan. Esta entra devagar preocupada em ser atacada por outra revoada de livros.

—Que bom que foi rápida, -Larissa sentou em uma das muitas cadeiras que estavam cercando as mesas- por que está tão receosa?

—Sabe, não é fácil se livrar de um trauma daqueles... Eles quase me mataram!

—Não exagere.

   Taína-chan se sentou também.

—Por que me chamou aqui?

—Vamos tentar descobrir algum segredo.

—O quê?!

—Pode ser útil na luta de hoje.

   Larissa pegou nas mãos de Taína-chan e fechou os olhos concentrada.

—Vamos invocar algum espírito? –Taína-chan indagou-.

   Larissa abriu um de seus olhos e olhou fixamente para os de Taína-chan.

—Não está mais aqui quem falou.

—Feche os olhos também.

   Taína-chan fechou os olhos, suspirou, esperando acontecer algo.

—Está tensa.

—Eu não relaxo desde que soube desse ataque.

   Taína-chan fechou os olhos novamente. Um choque percorreu desde suas mãos até seu rosto.

—Mas como que...

—Não indague, –disse Larissa- apenas feche os olhos.

   Ao fechar os olhos, uma imensa calma lhe veio, uma paz de espírito tomou seu corpo por inteiro. Teve a sensação de poder sentir todo o universo fluindo ao seu redor, cada movimento de cada estrela, e ela podia controlar tudo. Não sentia mais a presença de Larissa na frente dela, sequer o toque de suas mãos. Por um momento julgou-se estar sozinha, mas ouviu a séria voz de Larissa.

—Concentre-se, –a voz dizia- foque em um ponto, uma nave, um ataque, um segredo.

   Foco, ela se concentrou o máximo que pôde, ignorou as bilhões e bilhões de rotas de outras estrelas, procurou a nave.

—Está vendo algo?

—Estou conseguindo ver uma nave... –Taína-chan fraquejou, mas continuou se esforçando para ver-.

—Tente se concentrar nela.

   Taína-chan ouviu uma voz, mas não era a de Larissa, ela teve certeza que só ela podia ouvir. Uma dor aguda surgiu em sua cabeça, seguida de falta de ar. Um clarão, um grito, e de repente, o escuro.

   Ela abriu os olhos. Seu olhar assustado, suas pupilas encolhidas. Foi perdendo o equilíbrio, caiu da cadeira que estava e, encolhida, começou a tremer.

—Taína-chan? –Larissa se abaixou para checar sua respiração- O que houve?

   Ela não tinha expressão, apenas seus olhos arregalados e seu olhar sem direção, Taína-chan balbuciava algumas palavras enquanto tremia.

—Garoto... Arma secreta... Garoto... Arma secreta...

                                                     ...

—Pedro! –na sala de treinamento, Ingrid estava ingridnada- Já treinei esse golpe três vezes!

—Mas você fica tão bonita fazendo esse golpe...

—ENTÃO ERA POR ISSO?

   Antes que ela pudesse encostar suas mãos nele, a porta abre bruscamente. Larissa, com Taína-chan nos braços, entrou na sala.

—O que aconteceu com ela? –perguntou Jeferson-.

—Bem feito! –disse Luciano-.

   Carla deu um peteleco nele.

—Tentei fazê-la ter alguma revelação, –disse Larissa- deve ter se esforçado demais. Ela falou sobre um garoto e uma arma secreta.

   Pedro encostou sua mão na testa dela.

—Está com febre, leve-a para a enfermaria. Não tenho tempo para curá-la agora.

—Então a general não vai participar da luta? –perguntou Carla-.

—Não, ela não está muito bem pra isso. –Pedro fez um sinal para um robô que passava, este pegou Taína-chan e a levou-.

   Um tremor ocorreu, as luzes falharam por alguns segundos.

—São eles. –disse Pedro-

—O quê?! –Jeferson olhou surpreso- Mas...

—Vamos! Batalha! –Pedro saiu saltitando-.

   Todos ficaram olhando.

—Vamos logo! –Pedro chamou-os-.

   Em fila, seguiram Pedro.

—Dêem as mãos! –disse Pedro rapidamente segurando a mão de Ingrid e ligando o teletransporte-

   Ninguém conseguiu sequer raciocinar direito e já estavam em um campo fora do prédio.

—Que lugar é esse?! –Ingrid olhava para os lados- E solta a minha mão!

—É em cima do prédio subterrâneo!

   Havia lá não apenas uma nave, mas uma extrema, colossal, gigantesca nave, tão grande que poderia abrigar praticamente uma cidade dentro. A nave estava perto do chão, fazendo uma enorme sombra. Raios e relâmpagos faziam uma festa nas nuvens. Uma rampa, também gigantesca, desceu devagar, dando origem a um forte vento.

   De dentro, luzes piscavam em meio à fumaça que estava saindo lentamente da nave. Aos poucos uma sombra foi surgindo e quem era dono dela estava ficando cada vez mais nítido. Parecia um humano.

—Quem é você? –perguntou Ingrid-.

   Ele sorriu.

—Eu sou PS.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ainda tem fôlego depois de tantas emoções? Esse cap merece no mínimo um "obg por seu esforço" né? Comenta aí o que achou!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A demência pelo mundo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.