A demência pelo mundo escrita por Vênus
Apenas algumas horas, era o tempo que levaria para chegar ao seu destino, não tinha mais como voltar, e o comandante nem pensava nessa hipótese.
Pedro estava em uma das salas fazendo anotações, quando Larissa aparece meio preocupada.
—Aconteceu de novo. –dizia Larissa enquanto cruzava os braços-.
—Pensei que eu houvesse concertado da última vez.
—Pelo visto não funcionou. –ela puxa uma cadeira e senta- Precisamos tirá-los rápido daquela confusão temporal ou eles vão enlouquecer.
—Fique calma, Larissa. –ele sorri- Eu darei um jeito.
Larissa olha para o chão, dá um suspiro e olha para Pedro novamente.
—De novo voltando no tempo... Pensei que tivesse parado.
—Você sabe que eu não altero nada na linha temporal, só gosto de ver novamente o que aconteceu. –disse Pedro enquanto guardava seus cadernos de anotações-.
—É muito cruel se sujeitar a ver novamente tudo que ocorreu, além do mais é perigoso, toda vez que você faz isso acontece um paradoxo temporal, o tempo é distorcido.
—Estou trabalhando nisso. –ele para por um instante- A nave chega amanhã para o ataque, você preparou o que eu pedi?
—Sim, está tudo em ordem... Mas temos que tirá-los do paradoxo para que o plano funcione.
.....
—Eu já disse que não saí do lugar! –dizia Carla enquanto andava aborrecida- Vocês que ficam saindo e me deixando sozinha!
—Você saiu sim! –disse Eric- Ficamos preocupados!
—Só vocês, -disse Luciano- eu não fiquei preocupado.
Taína-chan bate na cabeça do Luciano.
—EI!
Todos estavam discutindo, cada qual com sua razão, a situação estava a ponto de virar a 3° guerra Mundial quando Pedro apareceu com um aparelho em suas mãos.
—Ah, finalmente! –disse Ingrid- Estamos praticamente perdidos aqui! Nem sabemos usar o GPS!
Pedro regulou algumas coisas na máquina que estava segurando e apertou um botão.
—Pronto! –disse Pedro-.
—Pronto? –disse Ingrid- PRONTO?! Não mudou nada!
—Vocês foram pegos por um paradoxo temporal, -disse ele- estavam se encontrando com vocês mesmos.
—Isso explica o porquê de vocês dizerem que eu tinha sumido... –disse Carla-.
—Enfim, sigam-me, -disse Pedro- vou garantir que não se percam.
É claro que todos queriam era matar Pedro ao invés de segui-lo, mas não havia outra opção.
Após um pequeno tempo caminhando –dois anos- eles chegaram a uma sala.
—Fiquem nessa sala até o jantar. –disse Pedro-.
—Quê? –disse Jeferson- E o lanchinho?!
—Divirtam-se. –Pedro sai da sala-.
—AAAAAAAAAH! Eu já estou com fome! –disse Jeferson-.
—Eu divido minha comida com você! –disse Taína-chan-.
—Sério? Obrigado! –Jeferson estava pegando um biscoito- Ei, que olhar é esse? Você está com segundas intenções sobre a minha pessoa?
—Terceiras intenções... –disse ela se aproximando-.
—Ei... Eu tenho spray de pimenta aqui!
Taína-chan bate nele.
—AI! POR QUE VOCÊ FEZ ISSO?!
—Tinha um mosquito ali.
Luciano sentou no sofá e colocou a mão no bolso procurando seu celular.
—Espera um pouco... –disse Luciano- Meu celular!
—O que tem? –perguntou Ingrid-.
—Ele não está aqui!
—Ele estava com você nos outros dias? –perguntou Eric-.
—Pensando bem... –disse Luciano tentando se lembrar- Eu não o vejo desde que vim pra esse prédio maluco!
—Espera aí! –disse Ingrid- Eu também não vejo meu celular desde que vim pra cá!
Todos começam a procurar seus celulares, mas para deixá-los ainda mais intrigados, eles não encontraram.
—Esse Pedro! –disse Taína-chan- Além de tudo roubou nossos celulares!
—Vamos fazer uma revolta e pegar de volta! –disse Luciano levantando do sofá-.
Enquanto Luciano e Taína-chan foram fazer cartazes de protesto, Eric e Ingrid começaram a falar sobre os episódios de Animes e séries que iam perder.
—Ainda bem que aqui tem livros, -disse Carla- vou poder ler muito!
—Bem que podia ter um Netflix... –disse Eric-.
—Deve ter internet em algum lugar daqui! –disse Ingrid- É impossível que um prédio com tanta tecnologia quanto esse não tenha um simples Wi-fi!
Ingrid e Eric começam a procurar um roteador, Jeferson sai de fininho de perto da Taína-chan e vai falar com a Carla.
—Eu não queria falar perto deles...
—O quê? –perguntou Carla curiosa-.
—Quando nós estávamos presos no paradoxo temporal, eu achei um bilhete no chão, ele é bem estranho.
—Bilhete? Deixa-me ver.
Carla lê o bilhete em um tom de voz que Jeferson possa ouvir.
—“1° regra: Não se apegue. 2° regra: Não se importe. 3° regra: Sem decepções”. Mas esse bilhete é bem parecido com o que a Ingrid achou no corredor!
—Também achei, a diferença é que esse tem uma regra a menos.
—Tem alguma coisa que estão tentando esconder de nós.
...
—Pronto Larissa, eu já concertei, só há uma coisa que ainda tenho que resolver.
—Já até sei, -ela desvia o olhar- você trouxe sem querer o bilhete do passado não é?
—Exatamente, -disse Pedro- eu devia imaginar que você já sabia, já que isso afeta diretamente você.
Ela ajeita uma mecha do cabelo.
—Sim, aquele bilhete é em que eu me baseio, é praticamente meu modo de viver.
—Mais precisamente o modo de não viver.
—Foi assim que eu sempre vivi, cresci com esses conceitos, é algo praticamente impossível de mudar. –ela permanece sem expressão- Ainda mais no meu caso, eu fui um erro.
—Eu não chamaria isso de erro, -ele sorri- chamaria de sorte.
Ela sorri.
—Você tem um coração muito grande pro seu tamanho.
—Haha, eu sou bem alto.
....
—Terminamos os cartazes! –disse Taína-chan-.
—Oh, -disse Ingrid- então vocês conseguiram fazer algo juntos sem se matar.
—Quem disse que ele não está morto? –disse Taína-chan apontando para Luciano que estava jogado no chão-.
Ingrid e Eric se aproximam de Luciano.
—Olá? –disse Eric- Você está vivo?
—É lógico que eu estou vivo, só parei pra dormir!
—No chão?!
—Ele é mais macio que minha pele. –disse Luciano-.
Pedro abre a porta da sala.
—O jantar está pronto!
—FINALMENTE! –gritou Jeferson correndo para o andar da sala de jantar-.
Todos se entreolharam.
—Não me diga que tem alface de novo. –disse Ingrid-.
—Não... –disse Pedro- Tem chuchu.
—QUÊ? –Gritou Eric- EU NÃO SOU CANIBAL!
—Bem, eu vou indo pessoal, -disse Taína-chan- não quero deixar o Jeferson comendo sozinho, é uma falta de educação.
Taína-chan sai da sala. Pedro faz um sinal para todos saírem também. Luciano, Eric e Ingrid saem, quando Carla vai sair, Pedro interrompe-a.
—Sei que você está com o bilhete.
—Quê?! –disse ela-.
—É importante que me devolva, ele não pode ficar nesse tempo.
—Tudo bem... –ela tira o papel do bolso- Sabe, eu e a equipe já vimos esse bilhete antes, só que com uma regra a mais, eu gostaria de saber o que ele é.
—É o conceito de vida de uma pessoa.
....
Na sala de jantar, a equipe estava comendo tudo-menos o chuchu, eles deixam no canto do prato-, Carla e Pedro aparecem e se juntam à mesa.
—É melhor vocês comerem esse chuchu. –disse Pedro-.
—Pode ter certeza que eu vou comer, -disse Carla- eu gosto.
—Mas eu não gosto! –disse Eric-.
—É pra comer pra se alimentar e não pra saciar os gostos. –disse Pedro-.
Revoltados, começam a comer, já que todos sabem o que acontece caso eles não comam.
—E a Larissa? –Perguntou Eric- Ela não vem?
—Provavelmente não. –disse Pedro-.
—Ela nunca come no horário de refeições! –disse Ingrid- Merecia que um tubo de ventilação caísse em cima da cabeça dela!
—Tadinha. –disse Eric-.
—Tadinha nada, eu não quis tomar uma vitamina de alface e só faltou um meteoro cair em cima da minha cabeça, agora ela não quer comer nada e nada acontece!
Taína-chan se levanta.
—Amanhã vai acontecer o ataque da tal nave, não é? –disse ela- E até agora eu não sei o que eu faço nessa equipe.
—Você vai saber amanhã de manhã. –disse Pedro-.
—Mas o ataque é na hora do almoço!
—Tem bastante tempo pra aprender!
—E se eles resolverem se adiantar?
—Caso isso aconteça, -disse Pedro- nós dizemos que eles vieram cedo e vamos esperar até o horário certo enquanto tomamos chá e jogamos cartas.
—QUÊ?!
Pedro olha para o relógio na parede.
—Hora de dormir. –disse ele- quando terminarem de comer vão para os quartos. Ah, Taína-chan, você fica no mesmo quarto da Ingrid e da Carla, fiz umas reformas para caber mais uma cama.
—Por que eu não posso dormir com o Jeferson?
—Pedro, não faça isso. –disse Jeferson-.
Pedro se retirou, e aos poucos todo mundo fez o mesmo.
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