A Dona da Loja de Discos escrita por British


Capítulo 30
Revelação


Notas iniciais do capítulo

O próximo capítulo é o último, pessoal... Enfim, aproveitem a leitura! ;)



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Depois de conversarem bastante, Sasori convenceu Sakura a ver Chiyo no quarto. A rosada estava com um pé atrás, pois sabia que a avó de Sasori não gostava dela e mantinha Shion numa espécie de altar. Sakura engoliu seco, quando entrou no quarto e viu os olhos da senhora, mesmo abatida, repousarem sobre ela. Sasori disse a avó que Sakura estava ali para vê-la e a velhinha retrucou “Não preciso da sua pena”. Sasori pediu perdão pela atitude da avó e Sakura compreendeu. De repente, o celular de Sasori tocou e ele foi atender fora do quarto, deixando as duas sozinhas. Sakura estava nervosa. Sabia que dona Chiyo seria arredia.

— Por que veio? – Perguntou Chiyo.

— Queria dar apoio a Sasori.

— Vai comemorar quando eu morrer?

— Claro que não dona Chiyo! Rezo para que a senhora se recupere! Sasori ficará muito mal caso aconteça alguma coisa com a senhora.

— Se eu morresse, ele iria para Konoha atrás de você.

— A senhora sabe que eu e seu neto terminamos, certo?

— De que adianta? Ele é louco por você. Coitadinho do meu neto. Ele anda tão abatido.

— Mas é por sua causa dona Chiyo.

— Não me culpe por isso. Sasori começou a definhar desde que você terminou o noivado.

— Dona Chiyo, seu neto me traiu. Eu não terminei com ele sem motivo.

— Tola. Acha mesmo que Sasori seria capaz?

— Mesmo que tenha sido uma armação da Karin, eu sei que Sasori gosta dela.

— Você é uma burra menina.

— Por que a senhora diz isso?

— Se você não enxerga um palmo na frente do seu nariz sobre os sentimentos do meu neto, não sou eu que vai falar.

Quando Sasori retornou ao quarto, Sakura e Chiyo já tinham parado de falar. Então, o ruivo due um beijo na testa da avó e disse que levaria Sakura embora.

— Como foi a sua conversa com ela?

— Eu não entendi algumas coisas que ela disse.

— Sobre o que?

— Sobre nós. Ela disse que eu sou a culpada por você estar assim tão abatido.

— Desculpe, Sakura. Acho que deixei minha avó preocupada.

— Você ficou tão mal assim depois que u fui embora?

— Bem, eu fiquei. É claro que eu não culpo você, mas eu te amo, Sakura. Ver você indo embora foi algo terrível pra mim. Vovó achava que depois de tudo eu voltaria para Shion e quando viu que isso não ia acontecer ficou chateada.

— Sua ex-namorada te procurou?

— Na verdade, não. Mas vovó sempre quis que fosse ela a minha esposa.

— E a Karin? Você foi vê-la?

— Não, não fui. Acho que não consigo mais ser amigo dela.

— Sasori, eu...

— Tá tudo bem, Sakura! Só de você estar aqui comigo já me deixa melhor.

— Acho que fui injusta com você.

— Você me julgou mal. Tudo bem que o que você viu não foi nada legal, mas eu te afirmo que nunca fui apaixonado pela Karin. Eu sempre deixei muito claro que eu amo você. – Sasori então segurou o rosto de Sakura com as duas mãos e beijou delicadamente, sendo correspondido.

— Eu te amo, Sasori.

— Fica comigo?

Sakura suspirou, encarou Sasori e acariciou o rosto dele.

— Enquanto você precisar, é aqui, do seu lado, que eu vou ficar.

— Quero que você fique comigo até quando eu não precisar.

— Eu vou ficar.

Sasori abraçou Sakura e entendeu que aquela conversa significava que eles estavam juntos de novo.

 

[...]

 

Enquanto isso, no hospital, Shion apareceu para visitar dona Chiyo. Ela gostaria de bancar a boa moça, mas quando soube que Sasori tinha saído a vontade de bancar a nora dos sonhos desapareceu. Então, quando Chiyo disse que Sakura estava lá e que não demoraria muito aos dois se acertarem, Shion ficou possessa de raiva.

— A senhora tinha que me ajudar! A próxima fase do plano era pra senhora convencer Sasori que eu sempre fui a melhor opção. Com a Sakura e a Karin fora do meu caminho seria mais fácil, mas nem pra isso a senhora serve mais. Tá aí, inutilizada, pronta pra morrer! – Cuspiu.

— Deixou sua máscara cair Shion? Acho que agora percebo que meu neto merece coisa melhor.

— Coisa melhor? Tipo o que? A Sakura?

— Nunca fui muito com a cara da Sakura, mas essa menina se despencou da cidade dela até aqui só para cuidar do meu neto. Talvez, eu estivesse errada sobre ela.

— Tomara que a senhora morra logo para deixar de falar asneiras! – Cuspiu.

— Vou contar ao meu neto a verdade sobre você.

— Dona Chiyo, se a senhora contar sobre mim vai ter que contar que você ajudou, aliás, que a senhora me mandou fazer isso. Ou esqueceu?

— Admito que tenho uma parcela de culpa, mas foi você que organizou tudo para afastar Sakura de Sasori.

— A mandante do crime tentando lavar as mãos. Dona Chiyo, suas mãos estão tão sujas quanto a minha que organizei tudo isso...

De repente, a porta se abriu. Era Sasori junto de Sakura. Os dois escutaram o final da conversa e estavam chocados.

— Então quer dizer que você e a vovó armaram isso? – Perguntou Sasori espantado.

— Ótimo! Chegou quem faltava! – ironizou Shion – Quer saber, eu quero que todos vocês vão à merda! Só de ver a infelicidade de vocês por um tempo já me deixa satisfeita! Tchau.

Shion saiu e Sasori nem tentou impedi-la. Seu olhar agora estava em sua avó, que agora estava mais frágil do que nunca.

— Como teve coragem, vovó?

— Eu achava que Shion fosse mais adequada, querido. Eu me enganei, mas quem armou tudo foi ela.

— A senhora pode me contar como ela planejou tudo? Sakura também quer saber. – Perguntou Sasori se sentando na beira da cama da avó.

— Com certeza. Eu quero saber de tudo dona Chiyo. – Disse Sakura.

— Eu liguei para Shion pedindo para que ela separasse vocês. Então, ela disse que tinha um plano perfeito. Pelo que ela me contou, iria usar Karin como pivô para ela bancar a boa moça. Pediu ajuda de um tal de Sasuke Uchiha também e do ex-amante da Karin para que tudo desse certo. O primeiro passo foi colocar na cabeça da Sakura a ideia de que você e a Karin poderiam continuar sendo amigos coloridos, depois ela fez com que Sakura ficasse com ciúmes mandando fotos e mensagens se passando pela Karin.

— Como ela conseguiu o celular da Karin? – Questionou Sasori.

— Sasuke deu dinheiro a ela para contratar um bandido qualquer para roubar o aparelho e depois devolver. Assim plantaria discórdia entre vocês.

— O flagrante também foi uma jogada dela né? – perguntou Sakura.

— Sim, ela organizou tudo com Suigetsu.

— Acho que eu e Sakura devemos um pedido de desculpas a Karin, certo amor? – Sasori disse para Sakura.

— Sim, amor. – concordou Sakura.

— Vocês dois estão juntos? – Perguntou Chiyo.

— Nos acertamos e foi por isso que voltamos logo para o hospital. Eu queria muito dizer para a senhora que eu e Sakura vamos ficar juntos independentemente de qualquer coisa. – Revelou Sasori.

— Vocês nem precisaram saber da verdade para se acertarem. Acho que agora acredito no amor de vocês. – Admitiu Chiyo.

— Obrigado vovó.

— Obrigada dona Chiyo.

— Sakura, cuide bem do meu neto. Sasori é especial. Sei que meus dias aqui para tomar conta dele estão acabando e antes de partir tudo que eu gostaria era vê-lo feliz. – Disse Chiyo, muito fraca.

— Vovó, a senhora vai melhorar. – Disse Sasori com os olhos marejados.

— Não precisa mentir pra mim, querido. Eu aceito o que vier. Só preciso ter a certeza que vocês dois serão felizes. Não deixem que os invejosos destruam esse amor. – Disse Chiyo e Sasori começou a chorar.

— Dona Chiyo, eu amo o seu neto e, agora que tudo está esclarecido, não vamos permitir que nada nos separe. Nos tornamos mais forte com essa história toda.

— Você será uma boa esposa para o meu neto. – Constatou Chiyo.

 

[...]

 

Após saírem do hospital, Sakura e Sasori foram atrás de Karin. Queriam conversar com a ruiva, dizer que sentiam muito por terem acusado-a de algo que ela não tinha feito. Quando Karin abriu a porta de seu apartamento e viu os dois ali ficou surpresa.

— O que fazem aqui? – Perguntou após Sasori e Sakura se acomodarem no sofá da sala.

— Vinhemos pedir desculpa. Afinal, te culpamos por algo que você não fez. – Começou Sasori.

— Não sou tão inocente assim, afinal, se eu não tivesse te beijado Sasori, Sakura não teria entendido tudo errado. – Disse Karin.

— Só queríamos que você soubesse que agora já sabemos que você não tentou nos separar. – Disse Sakura.

— Eu nunca faria algo assim, Sakura. Sabe por que? Sasori sempre disse que te amava. Eu me apaixonei por ele no meio do caminho, mas sempre soube que não era correspondida. Eu só queria continuar sendo amiga dele. Só isso. – Admitiu Karin.

— Eu não me incomodo que vocês sejam amigos. Enfim, eu queria pedir desculpas por ter te julgado mal, da mesma forma como julguei Sasori.

— Bem, como ficaram sabendo a verdade? – Perguntou Karin curiosa.

— Ouvimos Shion contando parte do plano para minha avó no hospital e aí quando ela foi embora, vovó contou tudo co detalhes. Aliás, Suigetsu fez parte do plano assim como Sasuke, ex-namorado da Skaura.

— Entendi, Sasori. Fico feliz em saber que vocês dois estão juntos de novo. – Sorriu Karin.

 

[...]

 

Alguns dias depois de contar toda a verdade, Chiyo faleceu. Sasori ficou desolado. Sakura tentava consolá-lo, mas o ruivo não conseguia ficar bem. Sasori chorou até que suas lágrimas secassem. Durante o velório, Sakura, Deidara e Ino ficaram o tempo todo dando suporte ao professor que estava quieto demais. A dor da perda da avó era  gigantesca. Sakura ficou abraçada com ele o tempo todo.

— Você precisa ser forte agora, Sasori. – Sussurrou Sakura no ouvido do noivo, que ainda chorava.

— Estou tentando, mas é tão difícil Sakura.

— Ela foi em paz. Dona Chiyo sabia que você ficará bem, que eu, Deidara e Ino não vamos deixar você nunca. Você não está sozinho, meu amor. – Sakura beijou Sasori no rosto e ele fechou os olhos sentindo o carinho.

— Sasori, sua avó está descansando agora. Você tem que pensar nela com carinho e só. Não fique se lamentando porque você tudo que pode para ajuda-la enquanto ela esteve viva. – Disse Deidara, que estava ao lado de Ino, de mãos dadas.

— Eu sinto muito pela sua perda, Sasori. Sua avó foi uma mulher muito forte. Ela te criou, te educou, te transformou nesse homem tão bom, então fique orgulhoso dela e pegue emprestado um pouco dessa força pra aguentar essa barra agora.  – Disse Ino sendo solidária.

— Obrigado, pessoal. Vocês são os melhores amigos do mundo. – Sasori tentou sorrir.

Quando Karin chegou, ela deu um abraçou apertado no ruivo.

— Lamento muito. – Disse Karin.

— Infelizmente, tinha chegado a hora dela partir. – Sasori tentou não chorar mais.

— Lembre-se que você não está sozinho. Estamos todos aqui por você. – Disse karin antes de se afastar novamente.

No fim daquele dia, quando Sasori repousou sua cabeça no travesseiro, se sentiu triste. A certeza de que nunca mais abraçaria sua avó, fez com que ele chorasse soluçando por horas. Sakura respeitou aquele momento do parceiro e apenas permaneceu abraçada com ele durante toda a noite, enquanto fazia cafuné em seus cabelos. Nenhum dos dois dormiria naquela noite. Quando Sasori se virou e encarou Sakura, os olhos verdes dela, os mesmos pelos quais ele tinha se apaixonado quando a conhecera, agora eram como doses extrafortes de calmante em sua alma. Sasori viajou naqueles olhos sem nada dizer. O silêncio ao lado de Sakura era confortável. Quando os primeiros raios de sol começaram a entrar pela janela, Sasori beijou Sakura. Queria senti-la. Após se afasterem, ele tomou coragem para dizer algumas coisas para ela.

— Sakura, lembra que quando estávamos em Konoha você me levou até uma casa abandonada que tinha uma árvora mágica? A árvore que realizava desejos? – Começou Sasori.

— Sim, eu me lembro. O que tem ela?

— Meu desejo se realizou.

— E não foi algo bom?

— Quando eu pedi, achei que fosse algo bom. Agora, eu já não sei mais. – Confessou.

— O que você pediu?

— Que não existisse nenhum empecilho para que nós ficássemos juntos.

— Isso não é algo ruim, meu amor.

— Sakura, e se a minha avó morreu por causa do meu pedido? Querendo ou não, ela era o que me impedia de ir morar com você em Konoha. – Sasori ia continuar a falar, mas Sakura colocou um dedo nos lábios do amado.

— Não fale isso. A morte da sua avó não tem nada a ver com o seu pedido. Ela já estava debilidade e doente, meu amor. Além disso, nós já tínhamos reatado nosso noivado quando ela faleceu. Não há porque você pensar numa coisa dessas, está bem?

— Eu me sinto culpado.

— Você não é. Você foi dedicado a ela até o último momento.

— Tem razão. Acho que estou falando besteira. Bem, agora eu vou vender essa casa e com o dinheiro comprar uma em Konoha.

— A nossa casa?

— Sim, a nossa casa. Aí, vou procurar um emprego e assim que conseguir, nós vamos nos casar. – prometeu Sasori.

— Por que a pressa?

— Não quero adiar mais meus planos com você. Quero recomeçar.

— Sasori, acho que a Ino vai ter um treco ao saber que vamos casar primeiro que ela.. – Sakura riu e Sasori sorriu junto.

— Ela terá de se entender com Deidara! Não vamos adiar nosso casamento por causa deles.


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