A Dona da Loja de Discos escrita por British


Capítulo 2
Prazer, Sakura!


Notas iniciais do capítulo

Enfim, a Sakura vai aparecer! Boa leitura! Aproveitem!



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No seu segundo dia de férias, Sasori acordou cedo para aproveitar o café da manhã no hostel. Não encontrou com Konan por lá, então imaginou que o turno de sua nova amiga era apenas o noturno. Comeu sozinho, depois subiu para trocar de roupa e, em seguida, saiu para conhecer o lado comercial da cidade. Como chegou no início da noite, muitas lojas já estavam fechadas.  Então, aproveitou para ver o que podia achar de interessante para comprar. Tinha que levar algum suvenir para sua avó e Deidara. Não achou nada que o cativasse, então continuou andando até que se deparou com a Full of Songs. Dessa vez, a loja estava aberta.

Na vitrine, tinham inúmeros discos de vinil antigos além dos sucessos do momento. Era uma loja eclética. Assim que pisou lá, a música de fundo que tocava era Shake It Out – Florence + The Machine. Sasori então caminhou até a sessão de Rock e começou a procurar por algum vinil que não tivesse em sua coleção. Em Suna, era muito difícil achar vinis, então a Full of Songs parecia uma espécie de paraíso para o ruivo. Quando achou o vinil de Bleach do Nirvana, Sasori sorriu. Foi nesse momento que uma garota de cabelos róseos e olhos verdes impressionantes o abordou.

— Está precisando de alguma ajuda? – Perguntou a garota sendo gentil e, quando Sasori virou para encará-la, ficou encantado.

— Quanto custa?

— R$ 120. – Disse em seguida apontando para a etiqueta em cima do vinil.

— Ah, obrigado.

— Se precisar de qualquer coisa, pode me chamar. Eu sou a Sakura! – Sorriu.

Sasori ficou ainda mais encantado ao vê-la sorrindo. O que ela aquela garota tinha de especial? Ele não sabia explicar, mas algo o prendia e o instigava a continuar mantendo contato visual. Por um momento, se esqueceu de como era falar. Ela lhe roubara as palavras, o ar.

— Você é a dona daqui? – Perguntou, lembrando-se do que Konan havia falado.

— Sim e você é turista?

— Sou, meu nome é Sasori. Tá tão na cara?

— Konoha não é muito grande, então dá pra saber quando alguém não é daqui. Seja bem-vindo a cidade! Tá hospedado onde?

— No hostel do centro.

— Ah, conheceu a Konan?

— Sim. Inclusive, ela me pediu para falar pra você que ela vai pagar o que deve na próxima semana.

— Tudo bem. Ela é louca de mandar um recado desse por alguém que ela acabou de conhecer. – Riu.

— Acho que ela foi com a minha cara. – Comentou.

— Deve ter ido sim. Bem, vai querer levar mais alguma coisa? Eu posso te ajudar a procurar. – Ofereceu ajuda e Sasori resolveu aceitar. Não estava procurando nada em especial, mas, se isso pudesse fazer com que aquela mulher ficasse mais algum tempo ao seu lado, ele aceitaria.

— Eu queria encontrar um presente para um amigo meu.

— Ele gosta de que tipo de música? Rock que nem você?

— Não, ele é mais festeiro.

— Música eletrônica?

— Não.

— Música sertaneja?

— Também não. Ele gosta daquelas músicas chicletes que agarram você e não soltam nunca mais.

— Ah, sei bem do que seu amigo gosta. Ele escuta Wesley Safadão?

— Acho que é isso aí mesmo.

— Vem cá, tenho o que você quer. – Sakura puxou Sasori pela mão e o ruivo gostou do breve contato. Quando chegaram a sessão de Forró, a rosada mostrou tudo que ela tinha do gênero.

— É esse cara mesmo que ele vive escutando.

— Seu amigo tem um gosto bem diferente do seu.

— É, mas fazer o que? É meu amigo.

— Bom, é só isso então?

— É. Obrigado pela ajuda Sakura.

— De nada. Foi um prazer atendê-lo. Volte sempre que quiser, ok?

— Ok. – Sorriu.

— Ah, Sasori, todo sábado aqui tem música boa rolando. Se quiser vir pra aproveitar, pode vir. É um evento gratuito.

— Pode deixar que eu vou vir.

— Você veio pra cá sozinho?

— Sim, estou de férias e queria aproveitar.

— Mas viajar sozinho não é sem graça?

— Certamente, acompanhado seria mais divertido. Mas conhecer lugares sozinhos também tem o seu charme. Posso conhecer pessoas novas por causa disso.

— Acho muito corajoso. Eu nunca viajei sozinha.

— Pode matar minha curiosidade sobre você?

— Sobre o que?

— Konan me falou que essa loja pertence a sua família há gerações. Você assumiu isso aqui ainda muito nova?

— Trabalho desde a adolescência aqui. Assumir o negócio da família sempre foi o meu sonho. Sou realizada no que faço. Gosto de cuidar daqui. Além do mais, as pessoas mais interessantes da cidade vivem aqui dentro, então é trabalho e diversão ao mesmo tempo.

— Entendo.

— E você faz o que? Também fiquei curiosa.

— Sou professor de inglês num curso em Suna.

— Nossa! Legal! Suna é muito longe daqui!

— Gosto de conhecer lugares diferentes.

— Vai ficar quantos dias?

— Até o final do mês.

— Ainda vamos nos ver muito por aqui então.

— Eu espero que sim! – Sorriu.

— Olha, sábado vem aqui! Vou te apresentar aos meus amigos. Não posso deixar você sozinho sendo que eu conheço um bando de gente que vai te achar tão interessante quanto eu!

— Você é gentil.

— Você vai ver que todos aqui são assim. Sasori, estão me chamando, mas vê se não some beleza? – Sakura piscou e Sasori sorriu.

— Pode deixar!

Assim que viu a rosada se distanciar, Sasori ficou se perguntando porque não tinha pensado em conhecer Konoha antes. Sakura parecia ser a mulher dos seus sonhos. Bonita, simpática, leve e gentil. Tão diferente de todas que já conhecera. Tão diferente de Shion que, apesar de ser muito bonita, estava sempre preocupada mais consigo mesma do que com os outros. Sasori definitivamente queria encontrar com Sakura de novo e não esperaria até sábado para isso.

 

[...]

 

No hostel...

— Pela sacola na sua mão vi que foi na Full of Songs. – Deduziu Konan.

— Fui e dei seu recado a Sakura.

— Obrigada. E aí, o que achou?

— Da loja ou da Sakura?

— Das duas coisas.

— A loja e a Sakura são incríveis.

— Ela é muito gente boa mesmo. Pena que é apaixonada por um imbecil que dá em cima de toda a cidade.

— E por que você está me contando isso?

— Notei que ficou interessado nela. – Deu de ombros e Sasori ficou levemente vermelho.

— Impressão sua.

— Não precisa ficar com vergonha, Sasori. Olha, eu dou a maior força pra você ficar com a minha amiga. To cansada de vê-la chorando pelos cantos por causa do imbecil do Sasuke Uchiha.

— Se por acaso eu quisesse ficar com a sua amiga, você poderia me dizer quem é esse Uchiha?

— Ele é considerado o cara mais bonito da cidade. Foi namorado da Sakura na época da escola, mas terminou com ela quando entrou pra faculdade. Ele disse que não tava pronto para um relacionamento e aí, desde então, ele fica com diversas garotas. Às vezes, até mais de uma ao mesmo tempo, mas a Sakura não esqueceu ele. E, tipo, às vezes, ele dá alguma esperança pra ela.

— Como a sua amiga pode se apaixonar por um cara assim?

— Ah, ele sabe conquistar uma mulher. Pode apostar.

— Se ela gosta dele, eu não tenho nenhuma chance.

— Deixe de ser pessimista. Sábado eu vou com você lá na Full of Songs. Vai ter um show da banda do Sasuke lá. Assim você se aproxima da Sakura e ainda conhece o Uchiha.

— Ok.

 

[...]

 

No dia seguinte, Sasori foi fazer uma trilha logo cedo. Assim que chegou ao topo do rochedo, ele ficou maravilhado com o visual. Dava para ver toda a cidade lá de cima, então ele tirou algumas fotos com o celular e aproveitou para ligar para Deidara, pois queria notícias de sua avó.

— Oi, Deidara. Como estão as coisas aí?

— Tá tudo na paz, brother. Sua velha tá bem. Meio reclamona, mas bem.

— Tem dado os remédios dela direitinho?

— Claro, ruivo! Não se preocupa com a gente! E aí como estão as coisas? Conheceu alguma mina interessante?

— Conheci, mas ainda não rolou nada.

— Nada de ficar no zero a zero, entendeu?

— Eu tenho 28 dias pra isso mudar, Deidara.

— Desenrola logo essa situação, porque você não quer passar todo esse tempo sem uma garota né?

— Eu tenho tempo, além disso não vim pra cá pra desencalhar.

— Até porque você não está encalhado. A Shion tá louca pra te pegar de volta. – Ao ouvir o comentário, Sasori revirou os olhos.

— Não estraga meu dia falando dela, por favor.

— Então, me fale dessa garota que você conheceu. Qual o nome?

— Ela se chama Sakura. É muito bonita. Tem olhos verdes, cabelos róseos, pele clara. Sei lá, ela parece um anjo.

— Porra, mano! Já apaixonou? – Criticou Deidara ao ouvir o tom de voz meloso que o ruivo usou ao descrever a moça.

— Claro que não! Mas se eu for beijar alguém nessa viagem quero que seja ela!

— Bem, então beija logo! Porque se começar a beijar logo nos primeiros dias até o fim da viagem você tem sexo garantido! – Brincou Deidara e Sasori ficou vermelho em imaginar ele e Sakura juntos.

— Até que não ia ser nada mal, mas não vou ficar fazendo planos.

— Vá ao ataque! O Sasori que eu conheço não abre mão do que quer!

— Eu sei, Deidara! Vou atrás dela, pode deixar!

Após desligar o celular, Sasori ficou pensando na conversa que teve com seu melhor amigo.  Fazia algum tempo que Sasori não saía com ninguém. Primeiro, porque seu trabalho tomava muito de seu tempo. Segundo, porque Shion não largava do seu pé e sempre empatava qualquer ficante que o rapaz tentava levar para algo mais sério. Com isso, o ruivo queria aproveitar sua viagem de férias para conhecer alguma mulher interessante também. De cara, se encantou por Sakura. Agora, só cabia a ele conquistá-la, mas sabendo da existência de um rival logo de cara o tinha deixado menos confiante. O que faria Sakura trocar o seu amor de sempre por um turista que tinha poucos dias para curtir ao seu lado?

 

[...]

 

Na parte da tarde, Sasori resolveu passar na Full of Songs só pra ver se tinha sorte de encontrar com Sakura de novo. Precisava falar com ela de novo. Por sorte, viu que ela estava atendendo a um grupo de pré-adolescentes que pediam a ela o álbum mais recente do Justin Bieber. Quando Sakura terminou de atender aquela turminha e percebeu a presença do ruivo, foi caminhando até ele e nesse exato momento começou a tocar Close, de Nick Jonas feat. Tove Lo.

— O que te traz aqui, Sasori? – Perguntou Sakura assim que ficou de frente ao ruivo.

— Pensei se você podia me indicar alguma música legal. Lá em Suna não tem uma loja tão legal de discos como essa.

— Não é preconceituoso com bandas novas?

— De jeito algum. Meu amigo escuta Wesley Safadão, você lembra?

— É claro! – Ela riu.

— Então, o que tem pra me indicar hoje?

— Vem comigo! No segundo andar tem coisas das bandas de Rock aqui da cidade. Certamente, ninguém em Suna já ouviu falar. – Sakura então foi andando e Sasori a seguiu. Subiram um lance de escadas e num cantinho tinha tudo que ela gostaria de mostrar sobre as bandas de Konoha.

— Isto aqui é da banda de um amigo meu. É um single e se chama “Entrelaços”.

Sakura então colocou o disco para tocar, e Sasori gostou. Era um som leve e romântico.

— Você gosta de músicas mais calmas?

— Eu sou paz e amor. – Fez o sinal com o dedo e Sasori logo prestou atenção nela balançar a cabeça acompanhando a melodia.

— Podemos dançar? – Sugeriu e ela se surpreendeu.

— Podemos. – Sorriu e então segurou a mão do ruivo.

Sasori a puxou para perto de si e eles ficaram um bom tempo unidos pela música. Dançavam apenas sentindo um ao outro, sem qualquer outra interferência do tempo e espaço. A mão de Sasori ficou na cintura da rosada, enquanto os braços dela estavam em volta do pescoço dele. Um segundo antes da música acabar eles trocaram um olhar rápido e depois se afastaram.

— Você dança bem. – Ela elogiou e ele ficou sem graça.

— A parceira foi boa. – Devolveu o elogio.

— Podemos dançar de novo no sábado. Pode ser?

— Eu acho ótimo, Sakura! – Concordou.

— Eu vou ter que deixá-lo sozinho agora. Tem um cliente me chamando lá embaixo. Até mais!

— Até!

Sasori olhou para o primeiro andar da loja e viu um garoto loiro acenando para Sakura. Em seguida, Sasori observou que o garoto parecia íntimo da rosada, tanto que a abraçou quando ela chegou para atendê-lo. O ruivo sentiu ciúmes. Queria chegar perto dela e questioná-la quem era aquele rapaz, mas resolveu ir embora porque não tinha o direito de se sentir daquela forma. Sakura era apenas a dona da loja de discos, que por acaso havia chamado demais sua atenção. Talvez, ele não devesse tentar nada com ela. Afinal, daqui a 28 dias iria embora. Não tinha futuro. Por mais que a beijasse, sabia que aquilo só seria um romance de férias.


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Notas finais do capítulo

Parece que o sábado promete para o "casal" né? Gostaram? Comentários? Até o próximo capítulo!



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