The cheating game escrita por Corujinha


Capítulo 10
Peter não é prático (não mesmo)


Notas iniciais do capítulo

Olá, pequenos traiçoeiros! Estive sumida, né? Tive uns problemas... Não acho que vocês realmente querem saber sobre isso. Então, direto pra história.



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—Sua amiga vai ficar bem. –avisa a enfermeira. –A facada não foi profunda, pegou uma parte superficial da derme.

—Mas e o sangue que ela perdeu? –pergunta Henry.

—Não chegou a ser um litro, ela vai ficar meio grogue por um tempo, mas acredito que será liberada no final da tarde de amanhã. Afinal, já fizemos os pontos.

—Obrigada. –agradeço.

      A enfermeira deixou a sala de espera caminhando normalmente. Teria Karma errado? Se eu conheço essa aspirante a serial killer é que ela pode ser bem brutal, e ela teria matado a Jack, isso está muito estranho. Ela só não matou a Flore porque eu cheguei, e ela tentou me matar. Ela não deixaria Jack escapar. Isso é realmente estranho. Ela não é tão esperta quanto pensávamos.

      Peguei meu celular e mandei uma mensagem para o Liam avisando que a Jack está bem. Ele e o Brian estão andando pelo hospital para se acalmarem. O que é pouco provável. Liam é o melhor amigo da Jack, e ela é a dele, ele ficou mais abalado com o ferimento dela do que com a própria morte da Ash. E isso é bem visível. O Brian eu não sei porque ele está tão nervoso, talvez eles sejam mais amigos do que eu penso, afinal, eu não vejo tudo o que eles estão fazendo, bem, não 24 horas por dia.

—Precisamos acabar com isso. O mais rápido possível.

—O jeito mais prático é pegar uma arma, apontar pra sua cabeça, e puxar o gatilho. –instrui Peter.

—Credo. –Henry parece não curtir a “praticidade” do Peter. Não acho que alguém curta isso.

—Precisamos de um plano. –reflito. Essa é a coisa mais óbvia das coisas óbvias.

—Isso é visível. –concorda Connor.

—Vamos recapitular o que sabemos... –sugiro.

—Asiática com sotaque. –fala Henry.

—Hábitos franceses. –cita Connor.

—Psicopata maluca. –todos encaram o Peter após essa conclusão óbvia. –Tá bom, talvez ela seja bipolar. Ela muda extremamente de personalidade nas cartas e mensagens.

—E nos presentes. –concluo. –Ela me mandou um colar de coração e um veneno.

—Ela te mandou presentes? –pergunta Henry, em parte assustado, em outra parte, curioso.

—Sim.

—Por que você não disse? –questiona Connor.

—Não achei que seria necessário e não queria preocupar tanto vocês com isso.

—Que fofa. –Peter tenta me elogiar, ou não. Nunca sei o que ele está pensando. Ele tenta apertar minha bochecha e eu desvio rapidamente e bato em sua mão.

—Continua se quiser perder a mão. –ameaço.

—Quero ver você tentar. –ele me desafia.

—Comecem a brigar e eu coloco os dois de castigo.

—Ih! O Connor virou mamãe. –ironiza Henry.

—Um pai também pode colocar de castigo, sabe.

—Então você é o pai, o Brian deve ser a mãe. –Henry continua.

—Ah, vem aqui Henry. –ele fala, e começa a transparecer agressividade.

—Me façam pagar mico num hospital, e eu juro que mato vocês dois. –continuo a ameaçá-los.

—Não acho que tenha como vocês serem parte da minha família.

—Por que não, Peter? –indaga Henry.

—Porque, Henry, nenhum de vocês é normal.

—Disse o normalzão. Aquele que anda na linha. O que nunca fez algo errado. O arcanjo Gabriel. –Connor comenta sendo sarcástico.

—E eu já disse para me chamar de Sr. Underwood.

      Esses garotos me enlouquecem. No mau sentido, é claro.

—Gente, concentra. –peço.

—Tá bom. Bipolar, asiática, hábitos franceses, acho que só isso mesmo. –resume Peter.

—Droga.

—Eu sei. –fala Peter. E abre um sorriso irônico olhando para mim. Não que esse sorriso seja verdadeiro, não que algum sorriso de Peter tenha sido verdadeiro. Ele parece usar uma máscara para se esconder. Como eu sei disso? Ler pessoas é meio que a minha coisa.

—Eu devia ter ficado quieto no meu canto olhando a treta de longe. –reflete Connor.

—Deveria. –afirmo. –Eu te avisei.

      Os pais da Jack chegaram o clima no recinto começou a ficar tenso. Não sei por que, mas o Sr. Jackson tem um olhar tão sério, chega a ser assustador. Mas ele também se mostra completamente preocupado pela filha. A mãe dela está segurando o irmãozinho de Jack nos braços. Com um rosto muito inchado, ela chorou. E muito.

—Acho melhor irmos, não? –sugiro.

—É. –Connor concorda. Todos nós encaramos a família Jackson, e pelo que vejo, eles também causam o mesmo efeito nos meninos que causam em mim. Um medinho.

—Eu posso pegar sua moto emprestada? Você mora a umas três quadras daqui. Minha casa é meio longe. –pede Henry.

—Eu também moro longe daqui. –anuncia Connor, já vi que alguém quer carona.

—Arranhem a minha moto e eu arranho a cara de vocês. –aviso jogando a minha chave para Henry que a pega no ar.

—Te devolvo amanhã na escola. Prometo. –diz Henry.

—É bom ela estar intacta!

—Quer carona? –Peter oferece pra mim.

—Não, valeu. Vou a pé mesmo. –posso ter vindo com ele na vinda, mas na volta acho melhor não. Já tive o suficiente de Peter por hoje.

      Hoje é dia de lua minguante. Ela está bonita. Mas infelizmente não posso dizer que hoje foi um dia feliz. E eu gostaria que fosse. Deus, eu preciso resolver os meus problemas. Nunca pensei que aconteceria algo assim comigo. Eu imaginava muita coisa que pudesse dar errado, pessoas que pudessem buscar vingança, mas nunca uma assassina. E eu estou só esperando a reunião de toda a Corporação para abrir os arquivos na casa da Florence. Nós espalhamos para que se alguém achar, não ache tudo de uma vez e tenha mais trabalho. Já revirei os papéis da minha casa, nenhum asiático registrado. Jack já conferiu na casa dela. E o Liam a gente achou melhor não deixar nada com ele mesmo, afinal, é o Liam, ele não é a pessoa mais organizada do mundo, digamos assim.

      Um carro de luxo me segue devagar pelas ruas. E eu conheço esse carro. Reviro os olhos. O vidro vai se abaixando mecanicamente, e o rosto sarcástico de seu dono aparece.

—Tem certeza que não quer carona?

—Sim, Peter.

—Deixa de ser teimosa. Eu não mordo. Bom, não se você não quiser. –ele insiste.

—Peter, eu posso ir sozinha.

—Caminhar de madrugada já é perigoso, e com uma assassina à solta, é praticamente suicídio.

—Tá bom. –digo dando uma volta pra entrar pela porta do banco do carona.

—Doeu?

—O meu orgulho sim.

—Sobre os presentes, o que eram mesmo? –ele tenta puxar assunto.

—Um colar e um líquido que parece mata-lobos.

—Mata-lobos?

—É um veneno. Nunca viu Teen Wolf?

—O que é isso?

—Uma das minhas séries favoritas. Só veja.

      Peter para no início da minha rua, o estranho é que minha casa é no caminho. Mas tudo bem, eu posso andar um pouco. Sem problemas. Ouço um “click” e tento abrir a porta. Trancada dentro de um carro com um cara meio maluco. É eu definitivamente odeio o Peter.

—Peter... –já me viro preparada para ameaçar ele.

—Shh. –ele pede silêncio colocando o dedo no meio da boca e depois apontando para a minha casa.

      Ok, eu não odeio o Peter mais. Tem um palhaço na frente da minha casa. Ele está carregando balões de coração. Só isso que consigo ver daqui. E aquele maldito psicótico começa a olhar para a nossa direção. Por que a minha vida é tão péssima, cara?


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Notas finais do capítulo

COMENTEM! Obrigada. :)



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