Billdip - De novo, Bill. escrita por LeaDoll


Capítulo 7
Confissões




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O adolescente terminou de se vestir, sem parar de pensar no que tinha acabado de acontecer. Se arrependia do que fez: não porque era estranho, mas sim por causa da reação de Bill. Geralmente o demônio só ia rir da cara dele ou algo assim, mas não, depois daquela conversa estranha pós-beijo estranho ele só saiu de lá.
Bill deve estar na sala ou algo assim, não tenho porque me preocupar, pensou.
Dipper foi até o banheiro e passou a mão pelos cabelos, se lembrando de como Bill tinha os arrumado no dia anterior, e droga, ele não conseguia parar de pensar no loiro. Afinal, a culpa não é de Dipper se o demônio que tentou dominar o mundo tem uma forma humana extremamente encantadora.
Desceu as escadas, tomando coragem para falar com Bill, mas não encontrou ninguém na sala. Nem na cozinha.
Talvez ele esteja com a Mabel..?
— Mabel? — bateu na porta do quarto da irmã, que respondeu com um "pode entrar" alto demais.
— O que foi, Dip-Dop? — a morena perguntou, sem parar de costurar um suéter roxo com algum animal no centro.
— ...Eu achei que Bill estivesse com você?
— Ele não tá com você? — Mabel parecia preocupada, parando tudo para olhar para seu irmão.
— Não exatamente, nós meio que tivemos um incidente e ele saiu do quarto, então...
Incidente?
— É, haha, longa história, vou procurar ele, tchau. — falou rápido, fechando a porta nervosamente, não queria que Mabel descobrisse sobre o que aconteceu. De qualquer forma, o importante agora era achar Bill.
Saiu da cabana e se perguntou para onde iria se fosse o Bill. A floresta, talvez? Dipper correu para lá e começou a chamar pelo nome do outro.
— Bill? — o chamava, e ficou em silêncio quando passou por algumas árvores e encontrou aquela estátua de pedra do dorito. Junto a ela, o próprio Cipher estava ali, sentado ao lado, inspecionando a estátua.
— Eu sinto falta de ser lindão assim... — o loiro murmurou para si mesmo, e Dipper aproveitou a oportunidade para se aproximar, fazendo com que o outro se virasse rapidamente em um ato de reflexo.
— Ah, Dipper, é você. — disse ele, sem parecer surpreso, se virando de volta para a estátua.
— Por que veio pra cá..? — o moreno perguntou, se sentando do lado de Bill. Dipper se sentiu um pouco mal quando percebeu que o outro se afastou dele na hora.
— Não te interessa.
— Bill, sobre antes, eu... desculpa, não quis fazer aquilo e você sabe disso.
— E esse é justamente o problema! Você é mesmo um idiota ou o quê? — Bill gritou, claramente irritado. Se levantou e saiu de lá, entrando mais ainda na floresta, e o moreno não pode evitar mas correr atrás dele. Afinal de contas, Bill Cipher ainda podia ser perigoso e não era uma boa o perder de vista, sem contar que queria resolver as coisas entre eles.
— Me espera, droga! Pra onde você-
Antes que pudesse completar a frase, Dipper sentiu um empurrão e caiu para trás, tendo um impacto horrível com a terra e ainda por cima sentindo como se tivesse caindo de um penhasco.
...
Uma chuva fraca se iniciou, e Dipper conseguia sentir suas roupas ficando molhadas. Estava perdido na floresta, e logo percebeu que era o mesmo sonho de antes. Parecia que estava vendo um filme em primeira pessoa: não conseguia controlar o sonho, mas parecia realístico até de mais.
Passou por uma placa torta que lia "Gravity Falls", e começou a seguir pelo lado que ela apontava. Se sentia horrível, como se não tivesse comido ou dormido a dias, e seu corpo parecia cada vez mais pesado...

Até que ele acordou.
Se sentou e sentiu uma dor horrível nas costas, sua cabeça latejando e uma de suas pernas doía como nunca. Olhou para o lado e viu o garoto loiro, falando alguma coisa, mas Dipper estava com uma dor de cabeça tão intensa que não conseguia compreender uma palavra do que Bill dizia. Felizmente, essa dor passou em poucos segundos.
— Foi... Foi um acidente, eu juro! — o outro balbuciava, e Dipper não estava entendendo nada.
— Bill, fica calmo. O que aconteceu..?
— Você caiu. Dali. — apontou para um penhasco não tão alto, de uns dois ou três metros de altura no máximo, mas não deixava de ser um penhasco — Isso... meio que foi culpa minha. Não foi de propósito, mas... Você não acredita em mim, né..? Provavelmente me odeia mais ainda agora.
— Tudo bem, eu acredito em você.
— Sabia que você ia dizer isso, acho melhor eu só- Espera, o quê?
— Eu acredito em você, Bill. E eu não te odeio, se te odiasse não teria feito aquilo hoje.
— ...Ah. Sobre isso, desculpa por ter corrido pra cá. Se eu não tivesse vindo nada disso teria acontecido e você não teria se machucado, desculpa...
— Para de pedir desculpas, isso é incomum demais pra você, já disse que tá tudo bem. — Dipper mentiu com um sorriso confortante, na verdade se sentia horrível, mas era estranho demais ver Bill Cipher pedindo desculpas.
— Acho que eu já deveria te contar que eu me preocupo você, Pinheirinho, mais do que qualquer humano ou demônio. Por mais estranho que pareça, você é o primeiro humano que me fez sentir assim.
— Bill, você gosta de mim? Tipo... gosta, gosta? — perguntou, e o outro hesitou um pouco antes de concordar com a cabeça, resultando em Dipper abrindo um sorriso.
— Existe um motivo para eu ter procurado a sua ajuda ao invés de a de qualquer outro humano. — sorriu de volta, deitando sua cabeça no colo do outro e olhando para o rosto dele — E você, Pinheirinho? Gosta de m-
Bill foi interrompido por um par de lábios beijando o canto de sua boca, e o jeito que ele ficou envergonhado fez o coração do moreno bater mais rápido.
— Acho que você já sabe. — Mais uma vez, Dipper sorriu, mexendo nos cabelos do outro, desde a parte mais escura até os fios de tom loiro claro, e Bill fechou os olhos.
— Você não sabe o quão errado é um demônio amar um mortal. — Bill comentou, ainda de olhos fechados.
— E você não sabe o quão errado é um mortal amar um demônio, — Dipper respondeu — mas eu não ligo.
Era realmente estranho para Dipper pensar que estava apaixonado por quem já foi seu inimigo, e ainda esse cara o amava de volta. Ele sempre achou que Bill tinha uma personalidade adorável — mesmo quando ele era um dorito —, mas na época Dipper não teve a chance de estar tão próximo dele, de ver como Bill realmente é.
Olhou para cima e sentiu se perguntou que horas eram, Dipper já estava começando a ficar faminto, considerando que não tomou café e nem almoçou.
— Melhor voltarmos para a cabana agora ou Mabel vai ficar brava. Por quanto tempo eu fiquei inconsciente?
— Quatro horas e pouco, por aí.
— E você ficou aqui o tempo todo?
— Mhm. Eu não tinha como te levar sozinho e não queria chamar sua irmã, ela ia me matar.
Dipper riu do comentário e tentou se levantar, mas Bill não deixava de jeito nenhum.
— Bill?
— Me deixa dormir.
— Mas devem ser tipo, quatro da tarde. E eu to morrendo de fome.
— Mmm, não.
— Eu até te carregava até a cabana se minha perna não estivesse doendo. — comentou, e Bill levantou na hora.
— Você se machucou e a culpa foi minha, portanto, é a minha obrigação te levar até lá!
— N-Não precisa, eu to bem, sério. — mesmo dizendo isso, Bill fez questão de o carregar até a cabana, e Dipper nem reclamou.
Tudo bem que Bill só o aguentou até metade do caminho, mas o que vale é a intenção.


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Notas finais do capítulo

adivinhem
eu entrei de férias hoje, o que significa mais tempo para escrever a fanfic e mais updates ❤