Amor & Orgulho escrita por RaihC, Izzy Lancaster Hutcherson


Capítulo 19
XIX


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!
Vocês não imaginam a felicidade de retornar e encontrar pessoas já conhecidas minhas, que acompanham a história desde os primeiros capítulos. Escrever é um hobby que descobri aos 14 anos e desde então eu nunca parei, não tenho talento, mas deixar a imaginação e as palavras escorrerem pelos meus dedos é um alívio para a alma.
Eu espero que gostem do capítulo de hoje e aviso desde já que talvez eu os deixem com um leve bug,isso se entenderem corretamente as linhas da história. Boa leitura



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Brianna Whyle sempre sabia quando algo de ruim estava próximo de acontecer. Uma estranha habilidade que sempre a acompanhou desde a infância e graças a essa habilidade ela e sua irmã sobreviveram desde que abandonaram seus antigos nomes e enterram o passado. Juntas reconstruíram uma nova vida, uma nova identidade e encontraram a felicidade.

Porém, nesse exato momento sentia sua pele formigar como se a neve a tocasse. Seus músculos estavam rígidos e um aperto singelo se formava em seu peito. Isso a fez pegar a pena e um papel, escrever de forma rápida, sem caprichar na caligrafia, selar a carta e mandar um dos criados entregá-la a um endereço que recordava com nitidez.

Seus olhos miravam o espelho da cabeceira, sua imagem refletida na superfície plana. Os olhos experientes, apesar de estar com seus quarenta e oito anos, uma idade considerada avançada a se viver, uma boca fina que guardava inúmeros segredos. Os cabelos castanhos, com um toque avermelhado ao receber luz solar, estavam presos em um coque bem feito e modesto. Antigamente ela mesma costumava fazê-los em outras pessoas, agora tem pessoas que possam a servir do mesmo modo que já serviu alguém. Afinal, o destino é dono de mais segredos e mais mistérios dos que ela carregava sobre si e sobre outras pessoas.

Durante esses anos, sempre esteve próxima a corte sulista, rodeando os mais formosos bailes e estando nas mais aristocráticas rodas de conversas. Apesar de sem muitas aventuras, na maior parte das vezes, a nobreza tinha uma camada de perversidade que poucos entendem, mas que Brianna conhecia como ninguém. O que diria sua mãe se a visse nesse exato momento? Tinha finalmente um título de alto escalão que sua mãe sempre desejou lhe dar, tinha terras com colheitas abundantes e um cofre com recursos que abasteceriam famílias inteiras por alguns bons anos, tinha filhos perfeitamente aristocráticos e era reconhecida como uma nobre a quem se deve tomar como inspiração, apesar de estar viúva por uma consequência trágica do destino.

Assim como seus pensamentos se voltaram para a sua falecida mãe, também vagaram para seu pai. Sua áspera maneira de querer que todos estejam sob seu comando, prontos como uma peça descartável de xadrez, em que suas mãos de ferro poderiam mover como bem entendesse. A forma como seus olhos pareciam munições bélicas quando confrontava alguém. Já viu duas vezes o mesmo olhar ser direcionado a sua mãe, enquanto ainda era uma pequena menina assustada; em meio a um palácio luxuoso, totalmente diferente da singela casa em que viviam.

— Me odiaria se soubesse o que fiz, meu pai. Entretanto, o senhor sempre me odiou desde o nascimento, não fará diferença alguma entre os demais ódios - sussurrou enquanto caminhava suavemente até o quarto de Elizabeth

Quando a viu reconheceu si mesma na jovem, ingênua como uma freira, brava como um leão.; Compartilham os mesmos olhos doces e suaves como o céu em uma manhã sem nuvens. Reconheceu o desespero, o medo, o olhar suplicante. Sabia que não deveria se sensibilizar a tal ponto, afinal era a prática mais comum entre os nobres, entre sua classe de direito.

Em meio a todos os perigos, após dois anos juntas uma da outra, sentaram como se as mais confiantes confidentes. Elaboraram um plano, conseguiram recursos, planejaram minuciosamente os pequenos e grandes detalhes, as possibilidades de algo sair errado. No fim, tudo saiu como planejado, elas chegaram até Oxfor e ficaram em uma pequena estalagem até que conseguiram um trabalho em uma bela casa de campo de uma viúva marquesa.

Eloá Montieve precisava de uma dama de companhia e seu neto órfão de uma preceptora. Duas órfãos lhe era suficiente para tal tarefa. Então Clara ficou designada a ensinar ao pequeno marquês e Brianna a fazia companhia a velha marquesa de um enorme coração. Com o tempo Brianna conseguia ter uma educação digna de uma dama, a marquesa tratou de ensinar boas maneiras e a levar a jovem para cada lugar que fosse. Enquanto Clara lhe ensinou a ler, escrever, latim e francês. Permaneceu naquela casa durante curtos 5 anos na companhia de Clara, mas esta veio a um vantajoso casamento, que a pós próxima do perigo, mas a acobertou ao mesmo tempo. A jovem tinha mudado muito, não apenas de aparência, mas de comportamento. Era mais firme, mais experiente, mais forte. Agora com vinte e três anos era difícil lembrar a pequena menina de treze anos em que seus pais encontraram pela última vez.

Brianna esteve ao lado da marquesa até seus últimos momentos, permanecendo fiel aquela pessoa que as salvou até seus vinte e sete anos. O marquês já se encontrava na universidade quando a marquesa se fora, porém em seu testamento, deixou um bom dote para Brianna e a recomendação de que ela poderia permanecer nas terras o tempo que lhe fosse preciso. Não que ela imaginasse que um dia poderia ser expulsa da propriedade, conhecia o marquês, acompanhou sua vida durante longos oito anos e ele a tinha como alguém próximo. Porém, ela nunca esperaria o dote como herança.

Aos vinte e sete anos sua esperança de casar era tão grande quanto a um grão de mostarda, mas o destino a surpreendeu quando um dos filhos mais novos do visconde a pediu o cortejo e meses depois em matrimônio. Ao contrário do que imaginavam as más boas, o visconde e a viscondessa a receberam como receberiam uma aristocrata legítima. Por ironia do destino seus sogros ascenderam ao título de conde alguns meses após o casamento, seus dois filhos mais velhos sucumbiram a uma febre alguns anos depois, seu marido ascendeu como visconde e ela deu à luz ao primeiro herdeiro nos auges dos trinta anos, quando todos pensavam ser impossível. Henry não foi o seu único filho, em menos dos 5 anos que se seguiram; ela deu à luz a mais 3 belas crianças, todos varões. As únicas coisas que de fato eram suas em toda sua história era seus filhos, seus amados Henry, Antony, Marvel e Beatee.

Agora estavam apenas com o pequeno Beatee ao seu lado. Os sempre iam para um colégio preparatório quando completavam seus quatorze anos, em seguida iam para a universidade como o costume aristocrático. Logo seu caçula também teria de lhe deixar, apenas teria a companhia dos criados e veria seus filhos apenas quando fosse férias escolares. O fato de vê-los crescer é assustador doloroso, eram tudo o que ela tinha e o que era verdadeiro em sua vida. Seus únicos bens também eram vítimas de seus segredos.

Foi assim que Brianna chegou a dolorosa confirmação de que ela e Clara fazia exatamente o que sempre odiaram durante toda a sua vida, assim como aqueles que as controlavam, elas controlam inúmeras pessoas e suas ações modificam inúmeras vidas até os dias atuais. No fim, Brianna era de fato filha de quem era, também possuía mãos de ferro e era uma habilidosa jogadora de xadrez.

O Conde Everdeen chegou naquela tarde após o pôr do sol, com os músculos cansados e o corpo tenso. Veio a galope durante todo o caminho, uma tentativa sucedida de diminuir o número de horas de viagem até a casa Everdeen, mas isso teve seu preço físico. Ao entrar no casarão encontro criados andando de um lado para outro e o cunhado analisando alguns papéis enquanto o chá esfriava na prateada bandeja.

—Conte-me como ela está, Peeta? - suplicou o conde - Diga-me alguma boa notícia, meu filho.

—Senhor Everdeen, eu… - as palavras morreram em sua boca, ele apenas abaixou a cabeça e puxou o sogro em um abraço espirituoso, como se estivesse transmitindo forças.

—Eu não posso perder mais uma esposa, filho. Foi tão difícil enterrar a mãe de Cato e Annie. Foi tão difícil ver meus filho tristes.

—Pense positivo e agarre a fé, eu tenho certeza de que ela irá se recuperar.

—E você, como está? Tenho plena certeza de que esteja amparando meu tesouro, mas há alguém que lhe ampare?- a pergunta surpreendeu Peeta. Sempre ouvi de seu pai o quanto o senhor Everdeen era um homem surpreendente quando se trata dos assuntos da vida, ele sempre fora o conselheiro de seu pai em inúmeros momentos durante os anos de amizade que possuem.

—Não se preocupe comigo, senhor. Eu estou bem e sempre tenho a quem recorrer nos Mellark

—Também tem nos Everdeen, é marido de minha filha e embora se neguem a permitir que o amor floresça entre vocês, ambos compõem essa família.

—Obrigada senhor. A condessa está com Katniss no quarto, ela tem estado lá desde que soube
        - Irei me juntar a minha esposa.

Peeta retorna a se sentar e se questiona sobre o assunto daquela conversa. O que seu sogro gostaria de dizer? Será que o patriarca Everdeen desconfiava dos sentimentos da filha acerca do marido, teria de fato um afeto escondido sob a desculpa de uma amizade devota?

Seus pensamentos foram interrompidos quando uma Katniss silenciosa lhe deu um beijo na bochecha antes de se sentar na poltrona ao lado e levar um dos biscoitos a boca, encostando-se em seguida na poltrona e fechando os olhos cinzentos por alguns segundos.

Será que a jovem o amava em segredo? Haveria uma possibilidade construir um casamento por amor? Não era difícil amar Katniss. Ele poderia aprender com facilidade, aprender não, pois foi pensando em aprender que o jovem descobriu que já dominava tal arte, porque antes mesmo que se desse conta ele já estava sendo vítima do amor.


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Notas finais do capítulo

E aí gente? O que acharam do Peeta finalmente raciocinar um pouco? Qual a opinião sobre a nova personagem? Gostaram da Brianna? Não deixem de comentar sobre o capítulo, é muito bom interagir com vocês e me dá um gás a mais para retornar. Um beijo e até o próximo capítulo ♥



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