Os olhos de Annabeth se encontraram com um par de olhos verdes. Aquilo bastou para fazer com que ela se sentisse incomodada. A garota se ajeitou na cadeira e colocou o capuz para que não vissem seu rosto, que estava corado. O professor entrou na sala e começou a escrever na lousa.

Annabeth não conseguiu se concentrar na explicação do professor. Seus olhos estavam fixos na lousa, mas tudo o que ela ouvia era Rachel e o garoto de olhos verdes sussurrando. A loira fingiu estar copiando o que o professor escreveu na lousa, prestando atenção no que o garoto e Rachel conversavam.

— Eu acho melhor você ficar longe dessa garota. Ela é meio estranha. Ninguém sabe muito dela. - Rachel sussurrou. - Cuidado com quem anda, Percy.

— Eu sei. Vou tomar cuidado. - ele sussurrou de volta.

Annabeth apoiou sua cabeça nas mãos, tentando se segurar. Sua cabeça doía, assim como seu corpo todo. A educação física definitivamente não era para ela. A sala começou a girar. Annabeth se inclinou para frente, tentando conter a dor que sentia. Levantou-se, fazendo com que todas as cabeças se voltassem para ela.

— Annabeth? - o professor chamou.

A garota sentiu suas pernas ficarem bambas e caiu no chão, sem equilíbrio. Ela sentiu seu estômago revirar enquanto a puxavam para cima. Percy e uma garota morena estavam tentando ajudar Annabeth. Ambos pegaram ela pelo pulso, fazendo com que a garota contesse um grito.

Os dois arrastaram Annabeth para a coordenação. Ela ouviu Percy insistindo para que ela fosse para o banheiro, mas a outra garota negou. Annabeth agradeceu a garota mentalmente. Assim que recuperou seus sentidos, percebeu que estava na coordenação, sozinha.

—Annabeth, você me ouviu? - a coordenadora perguntou.

Annabeth olhou para o lado e se deparou com um par de olhos verdes a observando.

— Pode ir, Percy. Sala 21.

Percy olhou para Annabeth uma última vez e se retirou. A garota loira tinha certeza que o conhecia. Era impossível esquecer aquele par de olhos verdes vibrante.

— Annabeth, o que eu te disse sobre dormir na aula?

—Dor... Dormir? - perguntou em um sussurro.

A coordenadora assentiu. Annabeth levantou a cabeça, tentando prestar atenção no que a mesma dizia. As palavras não se encaixavam na mente da loira. Não faziam sentido. 

— Promete tentar se concentrar? - ela perguntou, finalizando a conversa.

— Prometo.

Annabeth não sentiu remorso em mentir para a coordenadora. Afinal, promessas eram palavras, e palavras são vazias. Não tem significado. Ainda confusa, a garota saiu da coordenação, sem saber diferenciar o sonho da realidade.