O Coração de um Nerd escrita por LivyBennet


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Finalmente fériaaaaaaaaaaaaaaaassss!!! Ok, +-. É só um Recesso, mas estou feliz por me livrar das provas. A culpa é delas, gente, não minha. #caradepau
Mas apesar do hiato forçado, aqui está mais um cap. do nosso nerd mais querido.
Enjoy ^^



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POV. GREG (Brooklyn Beach - 1986)

“Parece que terminamos”, Alice comentou, batendo as mãos para limpá-las.

“Eu acho que ficou bom, e você?” Ela assentiu, sorrindo.

“Também acho. Agora merecemos um descanso.” Concordei.

“Completamente a favor. Está com fome?” Sua expressão me deu a resposta que eu precisava. “Tem uma lanchonete aqui perto. Você conhece?” Ela sorriu.

“Sim. Sempre vou lá com minha mãe. Eles têm sorvetes incríveis, e é exatamente isso que eu quero para me livrar desse calor.”

“Verdade. O verão não vai perdoar esse ano.”

Demos mais uma breve olhada ao redor, apreciando o trabalho feito e, satisfeitos, fomos na direção da lanchonete.

Era segunda-feira, Dia da Terra, e finalmente tínhamos terminado nosso trabalho. A ideia veio em um dia que estávamos indo para casa (ela morava a três quadras da minha casa), e ela percebeu que havia uma praça na nossa vizinhança que quase não tinha árvores. Tivemos a ideia de plantar algumas, mais especificamente 4, e usar isso como o projeto do Dia da Terra. Acabamos tendo que passar pela maior burocracia. Tivemos que ir na prefeitura para pedir permissão para plantar as árvores, pois assim eles teriam como inclui-las na agenda de manutenções.

Depois veio o trabalho duro. Compramos as mudas das árvores (sorte que tinha uma floricultura perto da praça que vendia mudas de plantas) e fomos sujar as mãos. O Sol de começo de verão não estava ajudando muita coisa, então preferimos roupas leves. Em mais ou menos quatro horas conseguimos plantar, adubar e regar as três árvores. Obviamente estávamos mortos de fome e sujos de terra, mas a última parte não nos incomodava tanto. O trabalho tinha sido feito e era isso o que importava.

Enquanto comíamos na lanchonete, acabei descobrindo que a Alice era uma pessoa fácil de se conversar e divertida também. Desde que eu havia conhecido a Meggie e começamos a namorar, eu não me sentia mais estranho perto de garotas. Talvez a inexperiência me deixasse nervoso antes, e eu fiquei feliz que isso não me causasse mais problemas. Não que eu olhasse para outra garota que não a Meggie, mas antes me irritava bastante não conseguir falar alguma coisa.

Depois de comermos, eu a acompanhei até perto de sua casa. Era uma caminhada curta, e logo à esquina de sua rua, porém, quando ela foi se virar para me dizer algo, pisou em um pequeno buraco na calçada e se desequilibrou. Segurei-a o melhor que pude para que não caísse, e quando dei por mim nossos rostos estavam muito próximos. Ajudei-a a se equilibrar e sorrimos sem graça um para o outro. Ficamos em silêncio alguns segundos até que ela disse um “obrigado” baixo e lá nos despedimos. Ela agradeceu pelo lanche, me deu um leve beijo no rosto e seguiu descendo a rua.

O caminho todo que fizemos e, depois, o que fiz para casa, tive a impressão de estar sendo observado. Olhei várias vezes para trás, mas não vi ninguém suspeito, então continuei meu caminho. Ao chegar em um ponto da minha rua onde eu tinha vista completa da minha casa, percebi o porquê da sensação de me sentir observado. Eu ESTAVA sendo observado, e a cara de pouquíssimos amigos da Meggie, encostada em seu Porsche, de braços cruzados, me dizia que algo não estava bem.

“Oi? Tudo bem?”, cumprimentei um pouco hesitante.

“Você adia o nosso fim de semana por duas semanas seguidas com a desculpa de que precisa estudar e hoje eu te vejo saindo com outra garota? É a primeira vez, Greg, que você sai com ela?”

Sua voz soava baixa e ameaçadora, mas acima de tudo, magoada. Sentindo que o terreno era perigoso, tentei acalmá-la.

“Meggie, você entendeu errado--”

“Errado?”, ela me interrompeu. “Estamos namorando há duas semanas, eu te vejo saindo de uma lanchonete com outra garota, todo sorrisos, e eu estou entendendo errado.”

“Não foi assim, Meggie. Alice e eu não temos nada. Eu só estava sendo gentil com ela.”

“Gentil? Sério? Eu vejo meu namorado praticamente agarrado com outra e você quer que eu acredite em apenas gentileza?”

Cerrei minha mandíbula levemente, começando a ficar irritado com as acusações infundadas dela. Eu não havia feito nada de errado. Apenas fui com uma colega de turma fazer um trabalho da escola e aconteceu de ela tropeçar e eu segurá-la. Nada além disso. Mas, aparentemente, Meggie preferia acreditar que eu era infiel.

“Você não vai me escutar, não é?”

Ela bufou, claramente incrédula.

“Como se você tivesse uma explicação razoável para me dar.”

Respirei fundo, cansado da manhã exaustiva no parque e ainda mais daquela conversa sem sentido.

“OK. Então acho melhor conversarmos depois que você esfriar a cabeça. Essa briga não tem o menor sentido.”

Observei seus olhos queimarem com uma raiva fria, e então ela simplesmente entrou no carro e foi embora. Depois que o Porsche dobrou a esquina, fechei os olhos e soltei o ar que nem sabia que estava prendendo.

Será que ela não podia acreditar um pouco que fosse em mim?

Tentando deixar o assunto um pouco de lado, seguindo meu próprio conselho de esfriar a cabeça, entrei em casa e em poucos segundos estava largado no sofá repensando a conversa. Acho que é inútil tentar não pensar a respeito… Eu só esperava que ela realmente se acalmasse e percebesse que eu não havia feito nada de errado.

A campainha soou, me fazendo ficar de pé de um pulo, imaginando se seria a Meggie. Literalmente corri até a porta e a abri rápido. Para a minha enorme surpresa, lá estavam Lizzy e Chris me encarando com caras de acusação.

Eles viram… Foi tudo o que eu consegui pensar. E eu estava certo. Isso ficou claro pela primeira frase da Lizzy:

“Desde quando, Greg?”

Suspirei derrotado e abri mais a porta, convidando-os mudamente para entrar. Os dois sentaram no sofá e eu puxei a poltrona do meu pai e sentei de frente para eles. Eles ainda me encaravam e eu jurei que não sabia onde enfiar a cara. Chris falou pela primeira vez desde que chegaram:

“Fala.”

Envergonhado, contei tudo a eles, desde o começo. A verdade é que eu me sentia muito culpado. Nos últimos dois meses eles haviam passado por tanta coisa e haviam compartilhado tudo comigo, mas eu não consegui abrir minha boca para contar o que estava acontecendo comigo. Logo eu que sempre pedi que não tivéssemos segredos. Me esmurrei mentalmente pela minha hipocrisia e falei a única coisa decente que eu podia:

“Eu sinto muito. Quando tudo começou vocês não estavam bem, muito menos se falando, então eu não achei que seria a hora. Depois eu segui meu comodismo. Meggie também não contou para o irmão, então eu também não me senti no direito. Mesmo assim, eu devia ter contado ao menos que algo estava acontecendo.”

Eu encarava com muito interesse o pedaço de carpete entre os meus pés, odiando o silêncio deles. Depois do que pareceu uma eternidade, ouvi a voz da Lizzy:

“Greg… Não estamos com raiva.”

Ergui os olhos e fiquei aliviado por realmente não ver raiva nas expressões deles.

“Obrigado.” Lizzy sorriu e estendeu a mão, pegando a minha.

“Nós entendemos. Às vezes as coisas nem sempre saem como queremos. Mas, por favor, não esconda mais coisas sérias assim.” Chris assentiu.

“Mesmo que você ache que vai nos magoar. Amigos são para isso. Melhores amigos ainda mais.”

Assenti, feliz por ter os dois como meus melhores amigos, mas ainda com um peso no peito.

“Você viram a briga, não foi?” Eles assentiram. “Não sei se fiz a coisa certa dizendo para ela ir embora.”

“Foi o melhor que pode fazer”, Lizzy me confortou. “Meggie é bem estressada às vezes, mas ela só está com ciúmes, Greg. Logo vai passar, vocês vão conversar e se acertar.” Não consegui evitar as borboletas no meu estômago ao perceber de verdade que Meggie tinha ciúmes de mim.

“Tem razão.”

“Mas então”, Lizzy começou em um tom malicioso, “primeira namorada não é? Se eu bem conheço a Meggie vocês devem estar se divertindo muito...”

Com os olhos arregalados, senti o sangue esquentar meu rosto. Chris se esforçou ao máximo para conter o riso, mas foi inútil.

“Cara, eu queria uma câmera agora. Ia tirar uma foto e mostrar para a Meggie.” E continuou rindo da minha cara.

Revirei os olhos, mas tinha um sorriso no rosto.

“Por isso eu não queria contar. Vocês são horríveis.”

Lizzy, que tinha se juntado ao Chris nas risadas, completou minha desgraça:

“É que você fica fofo vermelho…”

Com minha melhor cara de ultrajado, respondi:

“Fofo? Ok. Com essa eu me retiro…”

Levantei da poltrona e fui em direção à porta da rua. Ouvi o barulho dos dois se levantarem e me seguirem.

“Isso. Para a rua mesmo”, ouvi a voz do Chris atrás de mim. “Afinal a gente tem que comemorar. Você desencalhou antes de mim.” Revirei os olhos, mas ri. Eles passaram na minha frente para que eu fechasse a porta, e eu observei os dois. É verdade que eu “desencalhei” primeiro, Chris… Mas pelos olhares de vocês dois, você não está tão longe assim…

***


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Notas finais do capítulo

Sim, Greg, aceite, você é fofo! I-NE-GÁ-VEL!
Reviews? Opiniões?

Próximo Cap.: NTMOC - 3ª Temporada Cap. 19 "Todo Mundo Odeia Ser Descolado"



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