A Estranha Vida de Carmenny Edmond escrita por Katerrin


Capítulo 4
Rinite


Notas iniciais do capítulo

Olaa hauah

Eu gostaria de dizer que eu NUNCA, JAMAIS, NEVER abandonaria O Reino de Março. NUNCA MESMO

Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/689221/chapter/4

                                    Carmenny Edmond

Quando acordei já eram seis e quarenta da tarde.

Procurei minha tia por cada centímetro daquela casa, mentira, sou muito preguiçosa. Pelo visto minha tia não estava em casa, ela faz mais barulho que um boi quando está viva.

Fui para a sala, procurei os controles e não achei. No final fiquei vegetando no sofá durante alguns minutos até ouvir o barulho do carro e também o da garagem abrindo e fechando.

Cheguei!-grita minha tia enquanto abre a porta.-Meu deus! Que cara é essa? Alguém morreu?

Sim... Minha vontade de viver.-respondo ainda com a cara de rinoceronte que chupou limão.

Mas ela vai voltar! Olha o que eu comprei.-ela tira uma caixa da sacola.

Isso é chocolate?

Não. É um livro.-ela responde com uma cara de ''Sério que você perguntou isso?''.

Eu até gosto de ler, mas não costumava ter muitos livros, já que meus pais meio que mandavam nas minhas vontades.

O livro se chamava The Drowing Girl. E não tinha sinopse atrás, como alguns livros. Vinha com um marcador e uma folhinha com o desenho de uma libélula para pintar.

Gostou? Eu achei a capa linda. E como não tinha sinopse, só essas explicações misteriosas, decidi arriscar.

Eu adorei! Mas vou ler só nas férias. Os professores não vão me deixar em paz.-falo indo até as escadas.

O que vai querer de janta?-ela grita da cozinha.

Nada. Vou dormir, amanhã tem aula. E eu estou com sono.

Ah, tu que sabe.

Subo as escadas. Entro em meu quarto.

Me jogo na cama e pego o celular. Sete e dez. Sono não tem hora, fechei os olhos e dormi.

**

Acordei pensando em meu arrependimento por não ter comido nada de janta. Olho no relógio, seis e meia. Tenho uma hora para me arrumar.

Tia! Acorda!-grito batendo na porta do quarto dela.

Hm... Tá... Vai se vestir.

Tá.

Pego a mesma roupa do dia anterior, foda-se o que os outros pensam, visto ela e vou para a cozinha. Minha tia está fazendo o café.

Bom dia. Do que você gostaria. Não quer mais alegria?-ela cantarolava uma musiquinha que ela cantava quando eu era menor.

Oi, tia. Eu gostaria muito de um café.-me sento em uma cadeira ao lado da mesa.

Ela olha para minha roupa.

Você vai com a mesma roupa?

Vou sim. Se eu subir lá de novo e me trocar, vou me atrasar como ontem.

Olho no relógio, sete horas.

Toma esse café rápido. E pega sua mochila, vou voltar a dormir.-ela fala enquanto sobe as escadas.

Tá.

Tomo meu café rápido, quase queimando minha língua. Pego minha mochila e soco os materiais dentro.

Olho no relógio, sete e vinte, dá tempo.

Caminho tranquilamente até a porta e logo depois começo a correr. A escola é meio longe.

Ei!-alguém grita atrás de mim, me abaixo para dar uma rasteira quando vejo quem é. Isabelle. Ok, a parte da rasteira foi meio que exagero, mas é sempre assim. Automático.

Você por acaso não entendeu quando eu disse que não somos amigas?

E você não entendeu quando eu disse que você seria minha amiga querendo ou não?-eu tenho vontade de dar um pontapé na cara dela, mas sou sedentária e minha perna não é flexível o suficiente.

Tanto faz.

Ficamos o caminho inteiro em silêncio. Odeio falar com garotas falantes.

Quando finalmente chegamos na escola, sou recebida por olhares medrosos de várias pessoas. Melhor assim. Não quero ninguém no meu pé.

Você sabe qual a nossa sala?-Isabelle pergunta.

Não. Porque não pergunta para alguém que não tenha chegado ontem?-falo com uma cara de Mr. Óbvio.

Ela pergunta para uma garota do outro lado do corredor enquanto eu vou para a sala. Sim, eu sabia onde era a sala. Sou do mal.

Entro, lançando meu olhar assassino psicopata de sempre e percebo alguém diferente na plateia. Um garoto com cabelo castanho escuro e olhos escuros. Pra caramba.

Procuro uma mesa sobrando, e acho uma na frente do garoto diferente. E não, não tinha nenhuma outra coisa para eu chamar ele. Diferente é o máximo que eu posso dizer sobre ele, o resto seria preconceito.

Então me sento ali e fico desenhando ovelhas feiosas para passar o tempo.

Olá, turma.-o professor chega na sala, sorridente.-Você gostaria de se apresentar, Adams?

Ele fala com o garoto diferente, que se levanta e vai para a frente da sala.

Me chamo Daniel Adams, tenho dezoito anos e estou aqui porque fui expulso de minha casa.-ele termina com um sorriso bonito. Lindo. Não vou dizer maravilhoso porque sou orgulhosa e não estou nem aí.

E a maioria das meninas fica cochichando algo como ''Hihi. Que lindo. Hihi.''. Reviro os olhos. Dá uma vontade de matar básica. Não por ciúmes. Claro. Mal conheço ele, nem sei porque foi expulso de casa.

Hoje vamos para a piscina térmica. Aproveitar o frio, não é?-o professor fala todo empolgado e eu arregalo os olhos. I'm not prepared for this merda.

Quando vejo todo mundo sai da sala correndo, parecendo minhocas mal matadas.

Senhorita Edmond, aqui está seu maiô.-o professor me entrega um maiô rosa. ROSA. Mas eu não vou fazer escândalo. Foda-se mesmo.

Vou até os vestiários e fico observando o maiô por um tempo. Logo depois me visto. Parecendo meio a meio. Meio gótica, meio barbie feiosa.

Olha lá, a novata.-algumas vadias falam rindo.

Cala a sua boca, vadia.-falo, me abaixando e dando uma rasteira. De verdade desta vez.

Todo mundo me olha com cara de espanto. Eu arqueio a sobrancelha.

Tão olhando o que? Perderam algo na minha cara?-falo e todo mundo se vira, assustados.

Vou para a piscina, colocando um pé na água. Está quente, mas não o suficiente. Olha só, rimou.

Eu nunca soube nadar, uma vez até tentei, mas quase morri. Literalmente. Minha tia que me salvou. Eu tinha só seis anos.

Tranquila estou até perceber alguém ao meu lado. É o Adams.

Belo golpe. Carmenny, não é?

Hum-hum.-murmuro uma resposta.

Não sabe nadar?-ele pergunta, se levantando. Posso ver suas costas, belas costas. Ah, esqueci de mencionar que tenho fetiche por costas?

Não. Se não a piscina já estaria com a água vermelha do sangue daquelas vadias.-eu falo e ele ri, como se fosse realmente divertido.

Não quer aprender a nadar? Prometo que deixo você matar elas.-ele fala, abrindo um sorriso. Não posso deixar de sorrir também, sou retardada. Retardados sorriem a qualquer hora.

Não. Olha ali, a Steffany tá te chamando.-invento qualquer nome e saio dali quase caindo.

Escuto uma risada.

Senhorita Edmond, não pode sair daqui.-uma senhora me avisa. Dou um pontapé nela. Mentira. Só lanço um olhar mortal assassino psicopata para ela. Ela até dá um passo para trás.

Sento em um banquinho e fico observando as bundas das vadias. Mentira. Fico olhando pro teto feito uma retardada.

E aí, Edmond.-quase caio do banquinho. Advinha quem é? Quem? Adams.

Ai. Tá maluco?-grito me ajeitando no banquinho. Ele ri.

A professora pediu que eu te chamasse para você ir para a diretoria para a diretora conversar com você sobre algumas coisas.-ele fala todas as palavras com uma expressão diferente, como se fosse difícil lembra-las.

Hum...-fico olhando para os lados. Não sei onde é a diretoria.

Não sabe onde fica, não é?-esse moço é advinha, só pode.

Não sei não. Mas me viro.-giro o pé.

Deixa de orgulho, eu te mostro.-ele anda na minha frente e eu fico ali, parada, olhando para as costas bonitas. Como uma retardada. Ele se vira e ri ao perceber que eu estava aérea.-Vem logo, Edmond.

Reviro os olhos e o sigo.

Algo inesperado aconteceu. Um ataque de rinite básico. Espirrei umas cinquenta vezes e meus olhos ficaram mais vermelhos do que uma coisa vermelha, assim como meu nariz.

Caralho, você tá bem?-ele pergunta rindo.

Não ria, seu idiota. Estou sofrendo. Alguém limpou essa escola recentemente depois de um século de pó, mano.-ele continua rindo.

É ali. A diretoria.- fala apontando para uma porta.-Se quiser eu te espero para não se perder.-ele fala rindo. Faço uma cara de ''Aham, agora sai daqui.''.

Caminho até a porta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hauhauah mistério '-' ''

Eu fiquei em duvida se colocava Daniel ou Adam, mas coloquei Daniel pra não ficar 'Adam Adams' hauhaua

Obrigada por ler e até logo, amos você.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Estranha Vida de Carmenny Edmond" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.