A Estranha Vida de Carmenny Edmond escrita por Katerrin


Capítulo 11
ToddyMatt e as Crônicas da Confusão


Notas iniciais do capítulo

FAZ TIPO MILHÕES DE ANOS QUE QUERO ESCREVER SOBRE ESSES DOIS



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            Jeremy Haerly

Sabe... Eu sou uma pessoa sem graça, chata e às vezes afasto as pessoas quando resolvo tentar me manifestar sobre algum assunto. É assim que vivo minha vida desde que me conheço por gente.

Quando cheguei em Livertown High, sabia que tudo se repetiria, mas um garoto loiro resolveu mudar isso. Matt meio que me tirou do muro de introversão que me escondia. Ele me apresentou seus amigos, a escola e a cidade e, mesmo que sejamos "amigos" há mais de um ano, sinto como se eu o conhecesse há anos. 

                      ******

O apartamento dele é grande e aconchegante, seus pais viajam muito. Assim como os meus... Nos aproximamos mais rápido por conta disso também.

Eu acho que penso demais quando estou deitado na poltrona da sala de Matt. Ela me faz pensar.

—Hey, Jerry- Matt grita lá da cozinha -Quer achocolatado?

Eu achei engraçado, mas sabia que ele falava sério. Se você olhar pro Matt e para as suas atitudes, nunca vai passar por sua cabeça que ele beba Toddynho às 7 da noite.

—Não, valeu.

Nós dois somos bem diferentes... Em praticamente tudo. Ele é relativamente popular na escola por conta de sua aparência (na maioria das vezes) e personalidade; e eu sou... Hum... Nada. Nunca me senti intimidado por ele nem nada do tipo, gosto do jeito animador dele de fazer tudo.

Sorrio levemente e levanto da poltrona, vou em direção à cozinha.

—Como vai? -falo, me encostando na parede.

Matt olha para mim e sorri, um sorriso de quem sabe que está fazendo achocolatado

—Te dou mais uma chance de aceitar esta bebida divina.

—Passo- falo e pego um copo de água.

—O quê você achou da garota nova?

—Carmenny?- dou um gole na água -Achei ela legal...

Ele sorri e arqueia a sobrancelha como se sugerisse alguma coisa.

—O quê você quer que eu diga? Que quero trepar com ela?

Ele balança a cabeça e se apoia de costas na bancada.

—Primeiramente, ninguém fala trepar- ele fala -É foder.

Eu arqueio a sobrancelha. 

—Me dá um pouco desse achocolatado- estendo a mão para a caneca que ele está segurando.

—Esse?- ele aponta para a caneca e engole tudo de uma vez -Acabou.

Reviro os olhos.

—Muitas vezes me pergunto se você tem 17 anos ou 6.

 

Falo com um esboço de sorriso nos lábios que acaba se desfazendo em uma pequena risada. Ele ri também e coloca a caneca na pia.

—Estou meio desanimado- ele sai da cozinha e vai em direção ao quarto. Eu vou junto.

Nos poucos segundos em que caminhamos, consigo ver a sua tatuagem na nuca. "Never say die". É uma referência ao filme Os Goonies. Sempre sorrio quando a vejo.

Matt não tinha um quarto muito arrumado, mas é bem mais organizado que você pensa. Livros organizados em ordem alfabética assim como os vinis e pôsteres para tudo que é lado. A janela é bem grande e por ela entra a luz alaranjada do pôr do sol.

—Estamos sendo consumidos pelo tédio. Não é o que eu planejava- ele fala, se atirando na cama.

—Espero que no meu funeral não perguntem a causa da morte. 

—"De quê ele morreu?"- Matt fala com uma voz aguda -"Ele ficou tanto tempo sem fazer nada que confundiu o copo de água com uma arma carregada".

—É... Isso não está muito longe de acontecer- abaixo a cabeça suavemente. 

—Não vou deixar você morrer. Vou te transformar em vampiro. 

Eu sento na ponta da cama, sorrindo. Não sei se ele viu.

Sinto a cama se mover e vejo que Matt está ao meu lado com uma expressão séria. Posso sentir seu hálito de chocolate e isso me faz ter vontade de beijá-lo. Não sei... É estranho...

—Matt...

Ele se aproxima e beija minha boca devagar e se afasta um pouco. Então eu me aproximo e o beijo. Só quero ter certeza de uma coisa... 

Nos beijamos de verdade. Sentia o sabor do achocolatado e os sorrisos que ele dava uma vez ou outra. 

Pensei em como explicar aquilo para mim mesmo, mas esse pensamento vai embora quando Matt coloca a mão em minha nuca e fico meio que sem saber o quê fazer. Eu queria ter certeza de que eu não estava sonhan--

O interfone toca mais alto que o normal e nos separamos. Ele vai atender e eu fico ali, confuso e com uma sensação esquisita.

Alguém vai subir aqui. Vou só não tocar no assunto até que ele fale algo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

De nada.



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