Novamente Alice escrita por Sol


Capítulo 11
Magia compartilhada


Notas iniciais do capítulo

Yoo



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Alice

 


Andamos até uma espécie de campina, um dos possíveis esconderijos da duquesa, o problema era que aquele era o terceiro que visitávamos, eu já estava ficando cansada, meu pai parecia constantemente no mundo da lua e era quase certo que ele estava enrolando de propósito para encontrar o certo:

 

— Ah! Por favor, me diga esse é o certo! - Reclamei quando chegamos bem perto de uma árvore gigante. — Acho que vou morrer de tédio!

 

— Se tem tempo para reclamar, tem tempo para ajudar! - White falou de um jeito autoritário e o encarei indignada.

 

— Como é?

 

—Chegamos! - O infeliz exclamou, ignorando minha pergunta. — Este é o lugar certo, é aqui!

 

— E como sabe senhor gênio? - Ele me olhou de relance e sorriu. —Você já sabia desde o começo que era esse, não é mesmo?

 

—Eu não disse isso! – Ele resmungou ainda sorrindo de lado.

 

—Então porque ta com essa cara?



Ele pareceu segurar o riso e apenas se contentou em sorrir diplomaticamente.

 

— Ali! – O coelho apontou para algo atrás da arvore, me aproximei lentamente e quase cai para trás quando vi a enorme casa rosa com uma placa na porta, como não notei uma casa atrás de uma arvore?

 

Então lembrei me de que não era muito bom tentar entender as coisas por aqui e, depois de contar até dez mentalmente, olhei com mais atenção para a placa na porte e lá estava escrito "Casa da Duquesa".

 

— Francamente, quem põe o próprio nome no próprio esconderijo? - Comentei enquanto suspirava indignada.

 

— A Duquesa! - White me respondeu como se fosse óbvio e eu o encarei com ódio, juro que se tivesse uma faca...

 

White andou até a porta e a abriu, sim, a porta do esconderijo ultrassecreto da Duquesa estava aberta, francamente, o que essa mulher na tinha na cabeça?

 

Nós entramos em uma sala quentinha e toda decorada como uma casa de boneca, os sofás pardos, a mesinha do centro era acinzentada, as paredes eram brancas e algumas prateleiras continham jarros de flores coloridas e decorações de porcelana, outras continham livros de todos os tamanhos, percebi que em um canto da sala tinha uma escada não muito extensa com uma porta média ao lado.


Meu pai entrou um pouco sem jeito, a cada minuto me agoniava mais ver o quão acuado ele parecia, não era o mesmo homem forte, autoritário e firme que eu conheci durante toda a vida, ele esta o completo oposto.

 

— Ora! Ora! Parece que temos visitas! - Uma voz ecoou da porta, me assustando e, antes que eu tivesse a chance de me virar, um vulto loiro pegou minha mão e a beijou, ao olhar melhor a criatura a minha frente eu o reconheci no mesmo instante.

 


— Cheshire! - White exclamou com um sorriso cínico e Cheshire correspondeu da mesma maneira, não imaginei que eles pudessem se conhecer e isso me preocupou um pouco, rapidamente soltei minha mão e me aproximei do meu pai.

— Mas a que devo a honra? - Cheshire perguntou animado, estava mais radiante que nunca, sua voz continuava dando importância a cada palavra, chegava a ser musical, seu sorriso estava inabalável, seus olhos amarelos brilhavam de modo estranho e sua postura era perfeitamente confiante.


— Precisamos falar com a Duquesa, não é obvio? - White perguntou/respondeu com um pouco de raiva e Cheshire apenas o encarou sem se abalar. 

 

— Ela deu uma saída, mas pode esperar aqui, você sabe não é White? Nunca recebemos visitas, então fique a vontade. 

 

    A forma como ele disse a palavra visitas estava obviamente carregada de um tom estranho, por algum motivo White ficou visivelmente desconfortável com a frase e o encarou de um modo difícil de descrever por um tempo até responder:


— É claro que vamos esperar! - Ele murmurou meio emburrado enquanto se jogava/sentava no sofá.


— Então, você vive aqui? - Perguntou meu pai á Cheshire.


— Sim e não... - Ele respondeu rindo um pouco.


— Como assim Cheshire? - Eu perguntei, mas antes que ele pudesse responder White interferiu:

 

— Ele quer dizer que é um folgado e que passa o dia todo andando por ai e enchendo o saco de todos e só volta pra cá para comer e dormir. - White estava de olhos fechados, com a cabeça jogada pra trás e o pé em cima de uma mesinha perto do sofá, "Como se ele fosse o único folgado", pensei.

 

— É mais ou menos isso. - Cheshire Admitiu sorrindo. — E pode me chamar só de Ches.


— Ah! Sim... Ches. - Ele sorriu novamente e apontou para sentarmos. —Certo!


Ainda meio sem jeito me sentei ao lado dele no chão, meu pai se sentou no sofá e pareceu esquecer da vida, novamente me senti mal, não gostava de vê-lo triste.

 

—Então Alice... – Ches chamou a minha atenção e me forcei a sorrir, no começo eu ficava rindo das piadas e dos comentários que o loiro fazia, mas depois o coelho arrogante começou a se meter e discutir com ele, um fato: Percebi que essas discussões já eram comuns entre eles.


—Vocês dois não concordam em nada? – Indaguei, já sem paciência, White abriu a boca para dizer alguma coisa, mas foi interrompido por um barulho na porta, nós levantamos na hora para ver do que se tratava e uma mulher alta de cabelos castanhos claríssimos entrou.
Ela usava um vestido rosa claro todo rodado e luvas brancas, já era certamente uma adulta e seus olhos eram cor de mel.


— Oh! - Ela exclamou quando nos notou, por um momento ficou me encarando como se me examinasse, o que me deixou um tanto nervosa, depois de um tempo ela abriu um pequeno sorriso, supus que seria um bom sinal.


Passando por mim ela bagunçou um pouco o cabelo de Ches e pareceu notar pela primeira vez a criatura albina que a observava com cara de paisagem. — Olá querido, há quanto tempo em. Não vem mais aqui. - Ela sorriu e também brincou com o cabelo de White e novamente senti o clima de desconforto quanto a White, mas não me parecia algo contra a presença dele, parecia o contrario.

— Onde foi? Estou esperando a bastante tempo. - Ches resmungou, parecendo um pouco entediado, a Duquesa ficou séria por um instante e enfim respondeu:

— Fui ver o chapeleiro. - Assim que ela disse isso o clima do lugar ficou um pouco pesado, White baixou os olhos e se afastou um pouco, eu fiquei um tanto nervosa, Ches, que eu pensei que não se importasse, deixou seu sorriso diminuir e até mesmo meu pai, que não sabia o que tinha acontecido, pareceu sentir o clima do lugar, por isso mesmo o interrompeu:

— Então... Acho que temos negócios a tratar. - Ele lembrou, fazendo com que todos voltassem a si.


— Bem, vamos conversar então. - A Duquesa disse, sorrindo, e nos indicando o sofá.


Encarei White e parecemos entrar em um acordo mentalmente, segurei a mão do meu pai e ele começou a explicar tudo o que aconteceu a ela.


Quando chegou ao fim de sua explicação, a duquesa me encarava fixamente e parecia pensar em algo serio, demorou um pouco até ela finalmente voltar a si:


— Então no que exatamente precisam de mim?


— Se Alice tem mesmo o tal poder, talvez ela possa se capaz de dominar alguma arma especial que possa concentrar o poder dela em um lugar só. - White respondeu. —Isso pode ajudá-la!


— Está falando... – A mulher mexeu nervosamente em uma mexa do cabelo. —Eu não sei se seria uma boa ideia.


— Por favor. -Eu supliquei e ela me encarou por um segundo.

— Onde foi? Estou esperando a bastante tempo. - Ches resmungou, parecendo um pouco entediado, a Duquesa ficou séria por um instante e enfim respondeu:

— Fui ver o chapeleiro. - Assim que ela disse isso o clima do lugar ficou um pouco pesado, White baixou os olhos e se afastou um pouco, eu fiquei um tanto nervosa, Ches, que eu pensei que não se importasse, deixou seu sorriso diminuir e até mesmo meu pai, que não sabia o que tinha acontecido, pareceu sentir o clima do lugar, por isso mesmo o interrompeu:

— Então... Acho que temos negócios a tratar. - Ele lembrou, fazendo com que todos voltassem a si.


— Bem, vamos conversar então. - A Duquesa disse, sorrindo, e nos indicando o sofá.


Encarei White e parecemos entrar em um acordo mentalmente, segurei a mão do meu pai e ele começou a explicar tudo o que aconteceu a ela.


Quando chegou ao fim de sua explicação, a duquesa me encarava fixamente e parecia pensar em algo serio, demorou um pouco até ela finalmente voltar a si:


— Então no que exatamente precisam de mim?


— Se Alice tem mesmo o tal poder, talvez ela possa se capaz de dominar alguma arma especial que possa concentrar o poder dela em um lugar só. - White respondeu. —Isso pode ajudá-la!


— Está falando... – A mulher mexeu nervosamente em uma mexa do cabelo. —Eu não sei se seria uma boa ideia.


— Por favor. -Eu supliquei e ela me encarou por um segundo.

 

— Ponha a mão por cima dos três objetos e concentre-se em tudo até agora. - Ela disse gentilmente e assim eu fiz, milhares de coisas vieram a minha mente, todos que conheci em minha vida, as lembranças de tempos bons, de estar no jardim rindo, de olhar nos olhos de minha mãe enquanto ela me colocava para dormir, de ouvir o som dos pássaros de tardezinha, de ver o sol nascer nos dias em que os pesadelos não me deixavam dormir direito. Pensei também naqueles que partiram, naqueles que amei, até nos que não conheci.

 

Quando abri os olhos vi o punhal brilhar, ele reluzia sem parar e eu parecia ouvi-lo me chamar... Era loucura, mas era como se um impulso de ir até ele.

 

  — Incrível! – A duquesa exclamou. —Você possui mesmo magia!


— Acho que sim. - Respondi ainda pasma quando a Duquesa pegou o punhal, não parecia uma realidade possível, céus... Magia?


— Mas... Receio que tenha algo faltando, White venha aqui. - Ele pareceu surpreso, mas veio até nós mesmo assim, a duquesa o colocou na minha frente e pediu que um segurasse as mãos do outro, o que nós fizemos mesmo sem entender e depois pediu para que eu tentasse novamente e assim o fiz, eu pensei em tudo novamente, só que dessa vez mais detalhadamente:

Primeiro de ter encontrado White, um estranho completo que eu nunca havia visto na vida, fazendo perguntas estranhas e sendo irritando, depois pensei no momento em que vi minha mãe pela ultima vez, primeiro pensei em seu doce sorriso, depois pensem em seu corpo caído na grama, novamente meu coração pareceu perder o ritmo.


Lembrei-me da minha avó sendo capturada e do meu desespero, de todas as vezes que senti minha fé na realidade ser testada, em ter conhecido Ches, de ver a lebre chorando e se desculpando, me lembrei do chapeleiro e de seu olhar confuso, de Let ao seu lado, sua expressão de tristeza chegava a partir o meu coração, pensei na rainha, na duquesa, até nos jardineiros, em Loke contendo o sorriso, em White bagunçando o próprio cabelo e, por fim, do seu olhar de dor.


Eu abri os olhos sentindo algumas lágrimas escorrerem, White me observava confuso e outro pequeno objeto brilhava na mesa, o anel, mas sua luz era mais forte que a do punhal.


Quando a Duquesa o pegou ele brilhou ainda mais e se transformou em dois. — Como eu suspeitava! - Ela murmurou sorrindo, pediu que cada um de nós estendesse a mão que estava livre e nos entregou um anel:


— Isso é uma magia compartilhada, o chapeleiro percebeu em vocês assim que os viu.


— Como assim? – Perguntei já quase em desespero, desde quando minha vida tinha se tornado isso? A duquesa apenas sorriu, caminhando na direção da porta.


— Quando vocês compartilharem o mesmo sentimento, quando entenderem um ao outro essa magia se tornará puramente forte. - Eu encarei o anel, admirada, mas então suspirei ao lembrar o pequeno detalhe: Entender White!


— Acho meio difícil! – Murmurei baixinho.


— Agora vamos! – Ela sorriu como se não fosse nada demais. — Antes que Ches fique preocupado, ele é assim, odeia ficar sozinho. - Nós a encaramos sem reação, ela estava falando seriamente?


De fato era óbvio que ela não tocaria no assunto tão cedo, eu e White nos olhamos e ele suspirou:


— Parece que dessa vez as respostas ficam por nossa conta... – Ele resmungou emburrado, e a seguiu a passos firmes e revoltados.


— Acho que dessa vez tenho que concordar. – Admiti e os segui.

 


~ # ~

 

Na sala, Ches estava deitado no sofá, quase dormindo, porém se levantou em um salto quando ouviu nossos passos, a audição dele era incrivelmente boa.


— Até que enfim! - Ele resmungou, fazendo um pequeno bico.


—Carente! – White murmurou e ele sorriu, se levantando e correndo até mim. — Ei, ei, Alice, por que não deixa esse coelho ai e vamos brincar? - Ele perguntou animado, seu rosto praticamente colado com o meu.


— Nã... Não sei se é uma boa ideia! - Respondi sem jeito, ele me encarou um pouco decepcionado.


— An? Mas por quê? - Insistiu.


— É-


— Porque tem que ser mais do que louco pra dar ideia pra você seu imbecil! - White interrompeu e Ches se afastou sorrindo. — Agora dá um tempo que essa sua cara tosca já deu!


— Ah! Tinha esquecido da sua chatice! Você é sempre o f- Antes que ele terminasse White deu um tapa em sua cabeça e começou a puxá-lo para fora da casa, Ches apenas piscou pra mim sorrindo e me fazendo sorrir também.

 

— Alice! – Ouvi a voz gentil da duquesa e a encarei, ela tinha uma caixa na mão e me entregou. — Aqui tem algumas roupas que podem ser úteis, você pode trocar no banheiro ao lado do quarto de hóspedes, vou pedir o Ches ou o White pra te mostrar onde fica e você pode descansar um pouco no quarto se quiser. Aposto que já passou por muitas coisas e os dias aqui são muito mais longos que no seu mundo.


— Obrigada! - Eu agradeci e ela foi atrás de um dos me guiar.


Ouvi a voz dela vindo de fora, ela gritava algo como: “Parem de infantilidades” e depois “venham logo”, depois de um tempo de silencio ela acabou voltando com um White encolhido, encarando a mulher de relance e com o rosto arranhado de leve.


— O que houve? - Perguntei quando ele se aproximou.


— Nada! Só o Ches sendo infantil! - Ele resmungou, virando a cara em seguida.


— Agora vai logo. – A duquesa o apressou, com os braços cruzado, ele rapidamente me puxou escadaria a cima até ela ter saído novamente da casa.


—Céus! Ela não muda! – White suspirou e, quando terminamos de subir, ele me mostrou o quarto de hóspedes e o banheiro. — Descansa um pouco, aqui o tempo passa de um jeito diferente. - Ele disse de forma até educada, eu assenti e ele começou a se afastar.
Respirei fundo e o segurei pelo braço o fazendo parar, ele me encarou curioso.

 

— Obrigada... Por tudo. – Consegui dizer e ele me encarou um pouco surpreso, o que me irritou um pouco, mas ainda assim prossegui. —Eu só cheguei até aqui por que você me ajudou! - Ele ainda me encarava e eu sorri, soltando seu braço e indo para o quarto. — É bom você descansar também, de verdade! – Pedi, já entrando e fechando a porta.

~ # ~

 

 

Devia ser umas nove horas quando os raios do sol invadiram o quarto, me fazendo despertar tranquilamente, depois de dormir bastante eu já me sentia bem melhor, estava precisando de um descanso.


Assim que levantei peguei a caixa e fui para o banheiro me trocar, analisei cada roupa e as vesti, era um vestido verde meio escuro, simples e curto, uma sapatilha preta que parecia bem resistente e um cinto cinza com uma bainha para minha nova ''arma''.


Encarei meu reflexo no espelho, meus cachos pareciam ter acabado de sair de uma festa de tão bagunçados que estavam, suspirei e comecei, pacientemente, fazer uma trança neles. Demorou mais do que esperava, mas pelo menos ela ficou pronta e eu me senti muito mais apresentável.

 

Quando desci encontrei a duquesa sentada no sofá, costurando ou bordando alguma coisa, eu não sei bem nunca me entendi a utilidade de nenhum deles.


— Bom dia! - Ela me cumprimentou, sorrindo.

 

— Bom dia!

 

— Parece que eu acertei na roupa!

 

— Com certeza, obrigada! – Fui o mais sincera possível, realmente havia ficado muito melhor. —Onde estão os outros? - Perguntei notando o silencio do lugar.

 

— Os meninos estão lá fora treinando. – Ela respondeu com um sorriso tão terno que eu me surpreendi, não esperava que ela falasse dos dois com tanto carinho. — E seu pai está na varanda tomando um ar, ele parece muito bem agora, mas tenha paciência com ele futuramente. - Ela soou gentil e eu não soube bem como responder. —De qualquer forma, pode ir ver se os meninos não estão se matando de novo?

 

— Certo então... – Sorri de lado e ela voltou a costurar, ainda sem ter uma reação concreta eu me obriguei a ir para a varanda.
Por lá mesmo encontrei meu pai, de fato ele parecia bem melhor do que antes, dessa vez ele vestia uma blusa azul e uma calça preta bem casual e parecia feliz, o que era o melhor. — Bom dia! - Eu cumprimentei, me aproximando, ele me notou e sorriu.

 

— Bom dia - Respondeu e eu me sentei ao seu lado. — Gostei da roupa!

 

— É eu também gostei, pois me da mais liberdade que a outra e eu amo verde!

 

—Te deixa linda, filha! Tenho muito orgulho de você! – Ele comentou, voltando a pensar na vida, eu parei por um instante, havia gostado de ouvir aquilo, mas me senti mal, afinal quantas vezes a antiga versão do meu pai me disse algo assim? Quando ele foi tão sincero? Senti-me péssima como filha, mas, mesmo sendo egoísta, no fundo eu havia gostado de ter perdido o pai rígido e frio e ter ganhado o pai carinhoso.


— Ei! - Eu ouvi uma voz animada gritar e quando olhei para frente vi que Ches estava com White e acenava sem parar, eu acenei de volta e logo me adiantei em correr até onde eles estavam. — Bom dia! - Ele soou animado como sempre.

 

 — Bom dia Ches! - Eu respondi e ele sorriu. — Bom dia White!

 

— Bom dia. - Ele murmurou com indiferença.

 

—Alice, eu gostei da roupa! – Ches novamente tomou a atenção para si. —Parece que a duquesa arrasou dessa vez, você ficou ainda mais radiante e fantástica do que já é! - Eu ri um pouco, mesmo sem saber o que dizer sobre seu ultimo comentário. — Só faltou uma capa, ai a gente faria uma dupla de capa! - Ele disse fazendo pose de herói.


— An... Você tem uma capa? - Perguntei surpresa.


— É claro! - Ele colocou a mão ao lado da boca para fingir que contava um segredo. — O White também tinha uma. - Ele contou, porém quase gritando, e eu comecei rir, enquanto White parecia querer matá-lo a qualquer momento. — Mas ai ele cresceu e começou a falar que era coisa de criança, na verdade ele nunca agiu como uma criança normal. - White ameaçou dar um soco no loiro, que desviou sorrindo, um segundo depois ele estava perseguindo Ches pela campina toda e eu ainda não conseguia parar de rir. 


— No fundo vocês ainda são crianças! – Murmurei, tentando parar de rir enquanto andava de volta na direção da varanda para observar a guerra de um local confortável.

 

~ # ~

 

  Horas depois estávamos todos reunidos na sala, pois a duquesa havia nos convocado até lá, eu me sentei ao lado do meu pai no sofá, White estava sentado no chão ao lado de Ches.

 

 — Bem já que estamos todos aqui vou começar explicar o motivo de tudo até agora. - A duquesa começou gentilmente e eu a encarei em dúvida. — Há algum tempo eu descobri que a atual rainha planejava se vingar e que ela estava armando um jeito de mandar os soldados a sua casa, esperando o pior da parte dela eu resolvi me adiantar, por isso mandei White até seu mundo para tentar encontrar Alice, que era o alvo principal, ou alguém próximo como você. - Minha mente tentava associar tudo o que ela falava. — A missão principal de White era encontrar e proteger Alice e qualquer outro familiar que estivesse correndo perigo, eu só não esperava que você resolvesse vir pra cá, estou mesmo surpresa. - Ela admitiu sorrindo. 


— Ela veio pra cá porque eu falhei! – White exclamou, interferindo na conversa pela primeira vez, ele olhava pra o chão e estava bem sério desde o começo da nossa reunião. — Eu estava lá e mesmo assim Alice foi levada! - A voz dele soava um pouco baixa e não possuía a mesma confiança e arrogância de antes, ele estava realmente chateado. 

 

— White eu já te disse que não te culpo e nem te julgo. Não foi um erro eu te enviar, Alice foi levada porque nós subestimamos a astúcia do inimigo. - A duquesa o repreendeu seriamente, ele a encarou por um segundo, mas logo desviou o olhar.

 


— Tudo bem White! Eu tenho certeza que vamos recuperá-la! - Eu disse para tentar consolá-lo, ele me encarou e, surpreendentemente, sorriu.

 

— É... Nós vamos! - Ele repetiu, sem tanto animo, voltando a fitar o chão.


— Mas para isso precisamos de um plano e um bom preparo. - Disse a duquesa, me fazendo voltar a atenção a ela. — Considerando as circunstâncias os outros prisioneiros devem estar ou nas celas principais ou perto do quarto da rainha, mas o mais importante agora... – Ela nos encarou com calma por um instante. —Como já disse mais cedo: Hoje eu fui ver o chapeleiro, ele ainda está mal, mas vai nos ajudar, acima de tudo ele quer vingança. – Ela sorriu de modo meio triste. —Então faremos assim: Alice você deve aprender a lutar e deve tentar entender a própria magia, para isso White e Ches vão ajudá-la quanto a luta e eu vou pedir ao chapeleiro que te ajude na magia, ele é bom com essas coisas e Dr. Henrique providenciarei para que volte a seu mundo hoje!

 

— O que? Mas já? – Não havia cogitado deixar meu pai, não depois de tudo, não com ele nesse estado.

 

— É o que temos que fazer querida, as coisas precisam se resolver lá também. Preciso de um tempo pra mim mesmo! - Meu pai conseguiu dizer, ele parecia certo do que queria e eu acabei concordando, mesmo não querendo.

 

— White e Ches eu quero que continuem o treinamento juntos, quanto maior for a sincronia de vocês melhor. - Os dois se encararam por um tempo e depois viraram a cara. — Então será assim, primeiro vamos nos concentrar nos treinos, depois cuidaremos dos detalhes extras e acima de tudo devemos ter calma, enquanto a rainha não conseguir o que quer as vitimas ficaram vivas e bem, por isso agora precisamos nos concentrar. - Todos nós concordamos com a ideia, tudo bem eu estava relutante, mas concordei também, não havia opções, a duquesa se levantou, começando a andar na direção da cozinha. — Vai dar tudo certo! Vamos vencer esta luta e realizar grandes mudanças por aqui... – Ela sorriu, parecendo gostar das próprias palavras. —Sim... Grandes mudanças!


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