Penumbra escrita por Tris Z


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu esqueci de avisar três coisas: Todos os morois são humanos e o Adrian é um dhampir. E os pais e o irmão de Lissa estão vivos. Acho que deu para perceber isso no prologo. Mas mesmo assim... Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/688941/chapter/2

Senti a luz do Sol entrar em cada partícula de meu corpo e aquecer a pele às vezes fria.
Eu amava o Sol,principalmente porque quase nunca o via. Talvez essa seja uma das poucas desvantagens de ser uma guardiã. Eu,assim como os humanos, vivíamos em um horário completamente diferente do que alguma vez já fora. Acordada sempre com a lua no ápice,geralmente nunca via a luz do Sol.
Mas a insônia já se tornara uma amiga constante,e meu corpo clamava para que ele pudesse rever a luz. Viver para sempre na escuridão,nunca foi algo bom,assim como os Strigoi também não eram.
Embora a luz estivesse presente,ela não conseguiu impedir a névoa escura que infiltrou meus pensamentos.
A escuridão sempre pareceu ser um fardo que eu teria que carregar. Embora adorasse meu trabalho,eu não podia negar a culpa que eu levava em meu coração a cada vida que eu tirava.
Mesmo que todos que matei fossem pessoas cruéis e tecnicamente mortos,isso não impedia o remorso que crescia em mim.
Ainda assim,a raiva ainda fervia em meu corpo. Raiva que originará por causa da morte. Por causa da dor.
Mas, Hey!!! Eu sou Rose Hathaway. A guardiã fodona e impulsiva,que tem a fama de irônica e até mesmo,sádica.
A morte já se tornou minha colega,assim como a escuridão se tornará minha melhor amiga,apenas atrás,é claro,de minha protegida : Lissa Dragomir.
E eu iria protegê-la. Nem que isso custasse minha existência.
******************************
Ouvi a escada ranger e as risadas se tornarem mais próximas,anunciando a chegada da senhora Rhea Dragomir e sua amiga Patrícia Voda.
Levantei-me em um salto e me pus abaixo da escada. As mãos nas costas e o rosto sério.
— Bom dia Rose. — falou a Sra. Dragomir
— Bom dia,senhoras. Srta. Rinaldi pediu para avisar que café da manhã ja está na mesa.
Ela sorriu mostrando uma fileira de dentes brancos e os caninos afiados.
— Obrigado querida.
Assenti e as acompanhei. Elas se sentaram na longa mesa de madeira,abaixo dos lustres caros e eu passei reto,entrado na cozinha movimentada.
Passei por alguns funcionários e peguei uma maçã na fruteira que um garçom segurava. Eu estava faminta,mas só poderia comer daqui a algumas horas,quando todos já estivessem alimentados,de certa forma,aquela maçã significava infringir as regras. Mas eu não me importei e a mordi.
Vendo uma cabeleira loira conhecida eu me aproximei.
— Oi Mia. — falei me aproximando
Mia era uma grande amiga. Uma humana baixinha de cabelos loiros e encaracolados,e um rosto redondo e infantil. Embora fosse uma humana,Mia pertencia a grande maioria dos humanos,os empregados.
Havia apenas doze famílias reais. Doze famílias que os cientistas diziam que possuíam o sangue para dar continuidade a espécie. Como ainda sobravam muitos humanos que não tinham esse sangue,os nobres concederam a " gentileza" de que sua vida continuasse se eles trabalhassem para eles. Talvez essa fosse a coisa que eu mais odiava nesse sistema ridículo.
— Oi Rose! — ela sorriu e se aproximou. — Como vão as coisas?
Apoiei-me na parede
— Bem,na verdade. As coisas andam calmas. E você? Faz tempo que não conversamos?
— Ah,você sabe. Sempre a mesma correria. Soube que seu turno foi adiantado. Deve estar morrendo de fome
Dei de ombros e lhe mostrei a maçã pela metade.
— Eu já resolvi isso.
— Vejo que sim. O que aconteceu com Eddie e Mason? Eu não vi Mase hoje.
Eu sorri. Sabia que Mia gostava de Mason e estava tentando juntá-los a uns dois meses. Infelizmente,ou felizmente,minhas idéias só deram resultados a três semanas quando os dois confessaram para mim que estavam namorando mas que isso não podia ser contado para os Dragomir.
Entendam,nem humanos de sangue não real e nem dhampirs podiam ter filhos ou relacionamentos. Se isso fosse descoberto por um sangue real,suas cabeças eram condenadas. Por isso muitos casais fugiam para ter seus filhos e voltavam apenas anos depois. Isso havia acontecido,com Mia e comigo.
— Eddie e Mason foram escoltar o Sr. Dragomir e Andre para uma reunião com a rainha Tatiana. Temos apenas três guardiões hoje,eu,Ambrose e Stan.
Mia arregalou os olhos
— Você acha que eles vão ficar bem?
— Yeah — assenti — Não é algo perigoso. Eles estarão de volta em algumas horas.
— E você finalmente poderá comer — disse rindo enquanto eu encarava uma bandeja de pães e geleias que passava por nós para ser levada até nossos patrões.
Eu fiz uma cara de martírio.
— Sim,sim. Já estou desesperada. Posso comer a despesa inteira.
Ela riu
— Então saía da minha cozinha Hathaway. Preciso cozinhar.
Bati continência.
— Sim general.
Ela riu outra vez eu voltei pelo caminho que havia vindo,dando a última mordida na maçã e jogando seu resto fora.
Abri as grandes portas da cozinha sendo acompanhada por um garçom. Passei como um fantasma pela mesa onde as mulheres conversavam agitadas. Rhea,Patrícia,Jill e Lissa.
Eu sabia que Lissa havia me visto e que viria falar comigo logo. Sentei-me na cadeira em baixo da escada e cruzei os braços. Atenta.
Lissa chegou com Jill minutos depois,saltitando no carpete vermelho.
— Hey Rose! Como minha guardiã favorita esta? — falou Jill animadamente por baixo de sua cabeleira bagunçada.
Coloquei o dedo indicador nos lábios,sinalizando para que ficasse quieta.
— Jill! Não diga isso,pode magoar os outros guardiões... — coloquei a mão do lado da boca fingindo que ia contar um segredo — Mas vamos falar a verdade,eu sou mesmo a melhor guardiã daqui.
Lissa revirou os olhos.
— Não aumente o ego de Rose irmã. Sabe que ela fica insuportável.
Revirei os olhos e me levantei. Imediatamente Lissa me abraçou.
— Você não anda dormindo direito — acusou,apontando para minha olheiras ao redor dos olhos depois que me soltou.
Dei de ombros
— Estou perfeitamente bem Liss. É falta de maquiagem. Não tive tempo de passar corretivo hoje.
Ela me olhou desconfiada,mas depois sorriu.
— Você não tem jeito mesmo. Será que faz piada de tudo?
Balancei a cabeça
— Faço piada do que tem graça. Não tenho culpa se tudo tem graça.
— Sim. Mas o que seria minha manhã sem as piadas de Rose Hathaway?
— Um desastre é claro. É tanta chatice que você não sobreviveria por mais de uma hora. Não sei como não demitiu a Sra. Goliedzvi. Ensinar costura? Para que precisa saber disso?
— Rose! — ela censurou olhando ao redor — Não diga isso.
Jill balançou a cabeça e começou a subir escada acima.
— Desculpe Liss. Mas Rose esta certa. A aula de costura é entediante.
Lissa sorriu,vencida
— Tudo bem.Eu concordo. Eu odeio aula de costura.
Abri um sorriso vitorioso,mas ele logo se desfez quando ouvi a voz de Stan no meu comunicador.
" Guardiã Hathaway. Precisamos de você aqui na entrada. Os senhores Dragomir estão chegando"
— Estou indo. — falei
Lissa me olhou preocupada
— O que aconteceu?
Sorri,tranquilizando-a
— Seu pai e seu irmão estão chegando. Tenho que abrir o portão. Fique aqui.
Ela anuiu e eu corri para as portas de ferro.
******************************
Observei Stan descer do observatório e Ambrose substitui-lo.
— Guardião Alto. — cumprimentei.
— Hathaway. — ele acenou e se postou ao meu lado na entrada.
Não demorou para eu ver a SUV.
A van apareceu ao longe e se aproximou rapidamente. Ela parou na entrada e nós abrimos os portões. Quando o acelerador foi apertado,já era tarde demais.
Eles surgiram das sombras. Com seus vultos fantasmagóricos e com a pele pálida como papel. Os olhos escarlates,assustaram os humanos,que soltaram um grito dentro da SUV.
Agi prontamente. Acertando o tórax de um Strigoi próximo com uma sequência de chutes e o mandei para longe. Enquanto ele se equilibrava,eu cravei a estaca em seu coração frívolo.
Nesse tempo,Stan e os outros também já agiam. Protegendo a van e os humanos. Os portões haviam sido fechados novamente e eu suspirei mentalmente.
Acertei um soco no próximo Strigoi,ele parou, surpreso por alguns segundos e logo em seguida investiu contra mim. Entramos em uma dança mortal,até que ele deixou uma brecha e minha estaca entrou por ente suas costelas.
Eddie estava tendo um problema com um dos vampiros. Na verdade com dois.
Pulei na frente do albino sinistro que queria matar meu amigo e companheiro de trabalho e arranhei sua cara com a estaca. Ele grunhiu e veio para cima de mim com raiva. Com um jogar de pernas,o desiquilibrei e enfinquei a estaca,no mesmo momento em que o adversário de Eddie caía.
— De onde esses parasitas saíram? — ele falou,suado e ofegante.
— Eu não sei,Eddie. Só sei que tem que ir embora. Por bem ou por mal.
Ele acenou e se jogou em um Strigoi que tentava se esgueirar até a van. Ele o jogou para mim e enfiei a estaca por trás,vendo seu corpo desfalecer.
Tirei minha arma de seu corpo e logo em seguida congelei. Não foi por um Strigoi. Bem,não tecnicamente.
Um Strigoi alto e loiro havia conseguido tirar Andre da van e seus caninos estavam próximos de seu pescoço. Alberta viu isso antes que eu,e agiu mais rápido,porém,de uma maneira errônea.
Ela não percebeu a brecha que deixou. Mas eu sim. E o Strigoi também.
As mãos longas e frias do vampiro repousaram em sua nuca e ombro e em um movimento simples,ele quebrou sua espinha.
Alberta caiu sobre Andre,e eu e os outros acordamos de nosso transe. Corremos em direção ao assassino,mesmo assim,não conseguimos chegar a tempo. Ele estava longe demais.
O vulto fantasmagórico colocou seu pé no pescoço fino e cheio de veias do herdeiro Dragomir. O barulho foi audível de sua garganta se rompendo,assim como era audível a vida se esvaindo de seu corpo.
Cheia de raiva pulei sobre o monstro e lhe dei um soco,em seguida de chutes. Seu corpo,foi para trás cambaleante e eu bati mais. Se ele fosse "normal", seu rosto estaria sangrando.
Mason e Eddie se juntaram a mim. Segurando o maldito projeto da morte para que eu lhe matasse.
Seus olhos vermelhos me encontraram e ele sorriu,com escárnio.
— Vá em frente,garotinha. Me mate. Mas não somos os únicos. Nós iremos voltar e massacrar todos vocês. Iremos acabar com o dragão.
Fervendo de raiva,fiz aquilo que ele disse.E muito mais. Eu vinguei um de meus protegidos. Vinguei minha mentora.
Em palavras resumidas:
Eu o matei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!