Os saltos da minha bota tamborilavam nos paralelepípedos de asfalto audivelmente. Com a falsa menção de vida.
As ruas desertas e inabitáveis podiam ser consideradas como perigosas,ainda mais no meio da noite.
Mas eu não tinha o que temer.

O mundo,já estava um caos e eu era umas das armas que eles criaram para que sua existência jamais terminasse. Para que os humanos reinassem como uma vez fizeram. Para que o mal jamais existisse. Eu sabia que deveria ficar ofendida por ser um simples fantoche em suas mãos arrogantes,por ventura,eu gostava de fazer aquilo. Gostava de proteger os outros. Eu gostava da ação. Gostava de parecer ser alguém muito mais forte do que eu realmente era.

Puxei as malas por sobre o ombro para que não escorregasse, e olhei para os lados conferindo algo que não tinha necessidade.

Possuía a mania de fazer aquilo. O perigo nos espreitava nos lugares mais improváveis.

Os humanos haviam apreendido isso. De uma maneira confusa e distorcida. Mas haviam apreendido.

Suspirei e olhei para as casas em ruínas,desejando ter vívido em uma época que eu só conhecia pelas histórias que nos contavam na St. Vladimir.

A muito tempo,os humanos viviam felizes em sua casas. Viviam sem preocupações que não passassem de chegar atrasado no trabalho ou qual sabor de pizza eles iam querer. Eu realmente não sabia o que era pizza.

Na escola,Kirova explicava isso,como se fosse algo insignificante. Mas eu não achava isso. Qualquer coisa que houvera uma vez existido no passado,parecia valioso.

Enfim,eles acabaram se prendendo demais as sua vidas e não perceberam a legião de vampiros que se unia para acabar com todo o mundo. Os chamávamos de Strigoi. Vampiros imortais e sedentos por sangue,que possuíam uma personalidade maléfica.

Já espalhados por quase todo o mundo,os Strigoi praticamente aniquilaram a raça humana. Mas até aí,os humanos haviam percebido seu erro e criaram algo que lhes protegesse. Os Damphirs,metade humanos e metade vampiros. Era isso que eu era.

Rose Hathaway uma damphir,uma guardiã.
Agora,lá estava eu caminhando nas ruas a caminho do refúgio em que meus protegidos ficavam.
Eu protegia a família Dragomir a três anos,e modéstia a parte,eu era muito boa no que fazia.

Parei de frente para os grandes muros repletos de wards enfincadas - estacas mágicas que repeliam a entrada dos Strigoi - e que guardavam alguns poucos humanos.A porta de ferro se abriu em um guincho,já que Mason - meu amigo guardião - havia me visto pela torre de vigilância.
Acenei para sua cabeça ruiva e entrei. Observei a casa imponente dos Dragomir, enquanto a porta de ferro se fechava atrás de mim,e minha melhor amiga corria para me abraçar.