No jantar tudo parece calmo. As nós não falamos nada sobre o diário nem sobre o que lemos nele. Nós voltamos ao quarto tomamos banho e fomos nos deitar.

No dia seguinte, o sol aparece finalmente no convento. Nós acordamos com muita disposição. Nos arrumamos fomos para o refeitório tomar café. Emma pega o diário e o coloca dentro do casaco.

Depois das aulas nós vamos para o jardim, para aproveitar o dia bonito. Ao nos sentamos em um dos bancos, Emma olha para mim e tira o diário do bolso. Eu olha assustada e digo:

_Você trouxe o diário pra cá?

_Não Clarisse ele ainda tá no quarto. Claro que eu trouxe. Vamos lê-lo e depois devolver ele a Madre mais santa de Glastonbiry. - Emma ri se como aquilo fosse a coisa mais engraçada do mundo meu Deus.

_Não me olha com essa cara maninha. Eu sei que você também quer ler o que tá escrito aqui.

_Quero. Mais não acho seguro você ficar andando com isso. Se a Madre Berta achar?

_O que ela pode fazer? Nos matar? A fala serio vamos ler.

“Querido diário,hoje a Mariana passou dos limites. Fiquei com tanta raiva dela que eu resolvi que vou me livrar dela pra sempre. Hoje a noite fui até seu quarto e coloquei o travesseiro sobre seu rosto. Era incrível como ela se debatia na cama. Mais a vadia não morreu só desmaiou. Então eu a peguei e a enterrei. Com certeza ainda estava viva, mais quem se importa? Amanha eu e Alex vamos fugir do convento. Adeus freiras, convento e agora Mariana.

_Não acredito. - diz Emma incrédula. Eu não consigo falar nada. Como pode, alguém matar a irmã tão friamente assim e continuar vivendo como se nada tivesse acontecido?

_O que vamos fazer? - eu pergunto com muito medo.

_Eu não sei. Não podemos fazer nada isso aconteceu a muito tempo atrás. Ela não esta mais viva.

_Mais seu espirito sim. E se ele não consegue viver em paz? Temos que ajuda-la.

_Quem?

_Temos que ajudar Mariana.

_E como vamos encontrá-la? Ela só aparece quando quer.

_Temos que pensar.

_Sim é ótima ideia. Ela foi enterrada certo?

_Sim.

_Mais onde?

_Aqui no diário não diz.

_Eu tenho um palpite. Vem! - diz Emma se levantando e estendendo a mão pra mim.

Emma e eu corremos de volta para o convento. Emma estava certa de alguma que eu não avia intendido. Corremos por aquele corredor escuro e Emma parou em frente de um banheiro antigo.

Sem entender nada pergunto a Emma:

_O que estamos fazendo aqui.

_Lembra que a primeira vez que vimos a Mariana foi aqui? Em frente ao banheiro? Teve um dia em que ela queria que eu abrisse esse banheiro. Ela disse que a chave tá no escritório da Madre.

_Vamos pegar a chave.

_A tá. Vamos chegar na Madre e dizer “Oi Madre safada, pode nos emprestar a chave daquele banheiro velho pra ver se sua irmãzinha ta enterrada nele? - diz Emma como se eu fosse a pessoa mais idiota do mundo.

_E lógico que não.

_Então o que?

_Vamos pedir a ajuda do Daniel.

_Eu ainda prefiro mete o pé.

_Como assim?

_Quebrar a porta. Se eu der um chute a porta abre. Ela tá muito velha vai ser fácil.

_E o barulho?

_Tá Clarisse, vamos atrás do Daniel.

As meninas correm ate a biblioteca onde Daniel e Pedro estão procurando uns livros.

_Oi meninos. Precisamos da ajuda de vocês.

_Pra que? - pergunta Pedro.

_Estamos precisando que você Daniel, pegue uma chave pra gente.

_A claro tudo bem.

_Só que é no escritório da Madre Berta.

_O que?

Contamos toda a historia para Daniel e Pedro, que ficam surpresos e assustados no começo mais aceitam nos ajudar.

_Precisamos dessa chave Daniel.

_Tudo bem eu vou tentar mais não prometo nada.

_Obrigada.

_Se tudo der certo, nos encontramos hoje a meia noite, na frente do banheiro. Vamos ver se isso tudo é verdade.

_Certo.

Os meninos vão para o escritório da Madre Berta prometendo trazer a Chave. Nós esperamos até a noite, meia noite como marcado. Eu e Emma nos vestimos e vamos. Esperamos uma pouco muito tensas. Quando vejo os meninos sinto um frio na barriga com medo de que eles não tivessem conseguido a chave. Mais eles vem até nós e Daniel mostra a chave na mão.