Fim do Mundo – Interativa escrita por Sohma


Capítulo 32
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Olar pessoas!

Nossa, demorei muito mais tempo do que esperava para atualizar.
De primeira eu ia atualizar hoje com dois capítulos, já que este está pronto desde domingo. Mas infelizmente eu não terminei o outro capítulo, então estou postando esse pra não demorar mais que o esperado.

Enfim, sem mais delongas!

Boa leitura!



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Bellatrix — POV

Não lembro exatamente da ordem dos acontecimentos, mas lembro de abrir a porta com toda a força, vendo Miller e Melody no topo da escada, enquanto alguns dos rapazes colocavam uma barricada de móveis, impedindo que qualquer coisa subisse pela escada.

— Mas o que está acontecendo? — perguntei alto, e a única coisa que vi depois disso, foi Miller me lançando um olhar de ira, uma raiva que me era estranha. Os olhos azuis dele me assustavam.

— Aquele maldito que você ajudou... — ele começou a falar, e sua voz era mais assustadora do que seu olhar, era notório sua fúria. — Aquele maldito me esfaqueou e ainda deixou aqueles demônios entrarem! — o mão dele bateu na parede, quebrando um pouco do gesso.

Pela primeira vez senti meu corpo travar de medo, mas o medo era diferente das coisas que já passei. Antes eu tinha medo dos mortos, agora... Eu estava com medo dos vivos...

Estava tão absorvida em meus pensamentos que não vi quando Melody tocou no ombro de Miller, pude ver que o rosto dela também tinha uma expressão assustada. Como se ela estivesse tão chocada quanto eu com a reação e as palavras de Miller.

— O mais propício a se fazer agora é sair daqui! — ouvi a voz de Ana vindo do meu quarto. Ela estava certa, precisávamos sair da minha casa o mais rápido possível.

Mas seria impossível descermos pelo primeiro andar. Precisávamos de uma outra saída, uma outra válvula de escape. E como se uma onda batesse sobre meu corpo, eu me lembrei de quando eu pulava a janela de meu quarto para poder sair de casa à noite.

Narrei para todos que a melhor opção é fugir pela janela do meu quarto. Corri para o quarto de minha mãe, retirando as duas pistolas do criado-mudo. Eu não achei que precisaria usá-las novamente tão cedo. Vi minha mãe me lançar um olhar preocupado, enquanto Faith estava agarrada em suas pernas.

Andei vagarosamente até minha irmãzinha, beijei sua testa e a abracei com cuidado. Depois levantei meus olhos e encarei diretamente o rosto de minha mãe.

— Vamos sair daqui! — pronunciei essas palavras com uma autoridade que me foi desconhecida. Mas nós precisávamos mesmo ir embora.

Quando passei pelo corredor, o barulho dos móveis me assustou. Obviamente aquelas coisas já haviam chegado ao topo da escada, e estavam tentando passar pela barricada.

Precisávamos agir rápido!

Quando cheguei no meu quarto, algumas pessoas já haviam pulado a janela, Nicole estava indo devagar, tomando cuidado para não tropeçar e cair no telhado vizinho. Depois foram Ana e Melissa, tomando os mesmos cuidados. Melody, Miller, alguns vizinhos, e assim foram aos poucos.

— Anda logo! Preciso sair daqui! — alguém gritou, completa desesperado. Virei meu rosto e vi um dos rapazes com um mosquete na mão. Todos estavam com medo, mas se ele não manter a calma, era provável que o pior aconteça.

Um estrondo chegou aos meus ouvidos. E uma onda de desespero tomou conta de meu corpo.

— Porra! — alguém gritou, e logo tiros foram ouvidos. Era óbvio os acontecimentos.

O barulho da porta me assustou. Vi que Allan trombou seu corpo contra a porta, e logo, ele empurrou meu guarda-roupa, tentando bloquear a passagem pela porta.

— Anda, vamos! — ele gritou para nós.

— Mas... E as pessoas lá fora...? — minha mãe perguntou, assustada com toda aquela cena.

— Anda! Precisamos fugir! — ele voltou a gritar nos empurrando para a janela.

— Eu... Eu não posso deixá-los para trás! Eles me ajudaram tanto! — minha mãe se esquivou das mãos de Allan, tentando levantar o guarda-roupa. Eu corri até ela, segurando seus braços, impedindo que ela fizesse qualquer ato que a machucasse.

— Mãe, nós precisamos fugir daqui! Vamos! — minha voz saiu como numa súplica, estava fraca e embargada de medo e preocupação.

O barulho de algo quebrando me fez por instinto abaixar a cabeça, empurrando a de minha mãe para o chão. Logo um tiro foi disparado. Virei meu rosto, vendo que Allan tinha pegado a pequena arma de Melody, e atirou contra o zumbi, que obviamente deveria ter quebrado a parte visível da porta que o guarda-roupa não pôde cobrir.

— Merda! — obviamente eu sei pelo qual motivo ele praguejou, o barulho atrairia mais atenção dos outros que obviamente estariam no corredor.

Levantei minha mãe com pressa e a arrastei até a janela, mas logo senti falta de uma coisa.

— Cadê a Faith? — quase gritei, e senti o braço de minha mãe agarrar uma das armas e disparar alguns tiros. Indo até o corredor pela parte quebrada da porta.

— Mamãe! — gritei tentando seguí-la, mas Allan segurou meu braço, me impedindo. — Eu preciso! — consegui ler em seu rosto, ele queria me impedir de sair dali.

— Precisamos fugir...!

— Mas é minha mãe! — berrei ao plenos pulmões, sentindo as lágrimas já descerem pelos meus olhos.

Puxei meu braço, passando pelo mesmo buraco na porta, e me arrependendo disso. Minha mãe e Faith estavam espremida na parede. A arma que ela pegou de mim estava distante no chão. Levantei meu braço e disparei um tiro, chamando a atenção de todos os monstros. E continuei disparando, para que todos viessem ao meu encontro.

Minha respiração estava ofegante, e o desespero estava tomando conta de meu corpo.

Allan apareceu no corredor, batendo com um pedaço de madeira na cabeça de alguns deles. Se aproximando de mim. Não poderíamos mais atirar. Isso seria a mesma coisa que assinarmos nosso contrato com a morte.

— AQUI! VENHAM AQUI! VOCÊS PRECISAM VIM PRA CÁ! — o grito de Faith ecoou na casa, e os zumbis se despistaram de nós, indo até minha mãe e irmã.

— O quê...? — as palavras deixaram minha boca. — O que ela está...

— Ela está fazendo isso para te salvar. — Allan falou num tom baixo.

— BELLA, POR FAVOR! NÃO NOS DEIXE VIRAR MONSTROS! VOCÊ TEM QUE ATIRAR NA GENTE! NÃO DEIXE A GENTE VIRAR MONSTRO! — ela continuava gritando, e em meus ouvidos a voz dela era de desespero.

Algo dentro de mim me fez levantar o braço, e disparar dois tiros consecutivos saíram da minha arma.

A cena depois passou como um borrão. Alan me levou até meu quarto, e praticamente me jogou pela janela.

~

Lauren — POV

Levantei meu corpo num movimento brusco. Estava com meu corpo suado, e meu coração parecia que ia sair pela boca.

Olhei pela janela daquele lugar. Ainda era noite. E o ruim que sem qualquer aparelho eletrônico, eu não poderia saber que horas eram. Tirei o lençol e andei por aquela casa estranha. Lembro de como tudo aconteceu, do meu antigo apartamento, do cansaço de ter voltado daquela missão na Europa.

Lembro exatamente de todos os detalhes daquela missão.

Eu fui convocada para conseguir recuperar uma amostra de sangue da Russia. Tive que me infiltrar como numa organização secreta, infelizmente não consegui abordar um grande número de informações, me falaram que eu tinha que recuperar aquilo de imediato e sem demora. Sempre fui conhecida pelo meu trabalho rápido e eficiente.

Um barulho fez meu corpo travar. Eu havia deixado as armas no quarto, então tinha que contar apenas com meus treinamentos em campo.

Quando finalmente cheguei ao cômodo de onde veio o barulho, eu deixei meu corpo relaxar. Era Kenji Takagi. Ele estava sentando na bancada americana daquela casa, observando aquela espada estranha.

— Sem sono? — ele me perguntou calmo, num tom extremamente formal. Toda aquela delicadeza japonesa.

— Repito a mesma coisa pra você. — meu tom acompanhou o seu. Desviando meu olhar para aquela espada. Analisando, pude concluir que ela tinha 185cm por 83cm. — Você tem autorização para portar esse tipo de arma? — brinquei, observando melhor seu rosto. Ele era jovem, se fosse chutar alto, eu diria que ele teria no máximo 20 anos.

— Você ainda se importa com regras depois de todos esses acontecimentos? — outra vez o mesmo tom formal.

— Essa sua espada é muito interessante. — mudei de assunto a analisando com mais cuidado. — Curvatura rasa, hamon invisível, segundo gume apenas na ponta...

— Está é uma "Shoujuu Kanenasa Murata-Tou". — ele respondeu, pegando a mesma e me exibindo a espada. — Está espada é capaz de fatiar o crânio de um porco duas vezes sem sofrer um arranhão na lâmina.

— Espadas não são eficientes para fatiar humanos...

— Errada senhorita Clark. — ele me interrompeu, voltando a colocar a espada na bainha.

— Mas ouvi dizer que as lâminas das katanas perdem o fio se entrar em atrito com os ossos. — comentei.

— Na arte da espada, a eficiência é o resultado da soma de vários fatores. — ele apoiou a cabeça diante dos braços, me lançando um olhar sério. — A habilidade do espadachim, a qualidade da espada, e por último a firmeza de espírito! Com estes três fatores afiados, a espada jamais perderá sua eficiência.

— Mas o sangue e a gordura humana podem danificar a lâmina e...

— É como na culinária. — ele me interrompeu outra vez. — Quando um cozinheiro habilidoso usa uma faca de boa qualidade, a gordura do alimento não impregna na lâmina. A lógica se aplica as espadas passando pelo corpo humano.


Não pude deixar de ficar surpresa com aquela explicação. Era bastante objetiva e óbvia. E o mais cômico, era da maneira que ele explicava aquilo. Como se estivesse acostumado a receber aquele tipo de pergunta.

Ficamos quietos durante um tempo. E meu pensamento voltou a todos os acontecimentos recentes. A pandemia dessa "doença", a falta de contato com o mundo, eu estava curiosa para saber como meu pai e minha mãe estavam, mas minha mente já se preparava para nunca mais voltar a vê-los. Era a opção mais óbvia que poderia acontecer.

O barulho de Kenji se mexendo me chamou a atenção, ele resolveu sair da cozinha, e andou a passo leves até a escada, voltando para seu "quarto".

E eu fiquei ali, pensando em tudo novamente.

Acho que finalmente, compreendi o verdadeiro significado da palavra "fim".


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Notas finais do capítulo

Desculpem pela falta de presença dos outros personagens, mas eu precisava terminar esse acontecimento logo para poder seguir com a história.

Mas então, quais são as teorias de vocês?

Qual será o verdadeiro motivo dessa "doença"?

Estamos ficando próximos das retas finais, e espero suprir as expectativas de vocês com o resto da história!

Até o próximo!