Emergency Signal escrita por Ku Hye Sun


Capítulo 4
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.
Tive muitos contratempos nos últimos meses.
Estava ocupada com meu TCC da faculdade e não pude me dedicar a nada além dele.
Mas estou de volta e com toda a energia para continuar a Emergency Signal.
Espero que gostem ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/688859/chapter/4

POV Jan Di 

—Me lembre de nunca, nunca, nunca mais lhe prometer nada, Ga Eul!_exclamei andando apressada, quase tropeçando em meus próprios pés no ato. Minhas mãos, trêmulas, apalpavam meu rosto energicamente, tentando fazer com que o constrangimento ali se esvaísse.

Olhei de relance para Ga Eul percebendo que, embora eu estivesse extremamente encabulada e desconfortável, Ga Eul parecia três vezes pior. Seus olhos arregalados deixavam visível seu estado.

Respirei fundo, Ga Eul ainda em meu encalço, tão silenciosa quanto seus tropeços permitiam.

—Esse tipo de lugar deveria ser proibido para moças. Sabe...com aqueles homens se insinuando daquele jeito..._minha voz morreu, tamanha era minha perplexidade perante o que havíamos acabado de testemunhar.

Uma risada inesperada me fez parar de andar e encarar sobre o ombro.

Meu queixo pendeu um pouco, enquanto eu assistia Ga Eul se dobrar de tanto rir.

—O que...?_o olhar significativo que Ga Eul me lançou me fez soltar uma pequena risada, enquanto imagens do momento constrangedor que havíamos vívido se instalavam em minha mente, tornando-se uma lembrança feliz para os momentos obscuros da vida.

—Não foi uma boa ideia, eu admito._afirmou Ga Eul depois de se recuperar_Mas não podemos deixar que a noite acabe assim: eu prometi uma comemoração e vou cumprir!_garantiu erguendo o punho.

Antes que eu pudesse começar a contestar suas palavras a mão de Ga Eul já estava sobre a minha, me puxando para mais uma aventura inesperada.

POV Jun Pyo

Pedi mais uma xícara de café em um inglês perfeito. O último ano no exterior havia feito maravilhas para o grupo Shinhwa; meu pai, minha mãe e noona pareciam felizes com o andar da carruagem, afinal de contas eu finalmente estava assumindo pouco a pouco os negócios e deixando para trás minha imaturidade característica.

Noona ainda parecia contrariada com minha postura: ela gostava de ver como mudei para garantir o futuro do grupo Shinhwa, mas algo relacionado ao meu passado ainda parecia contrariá-la.

A assistente do café repousou o copo com o líquido fervendo em minha mesa, saindo em seguida com uma pequena reverência, típica de estrangeiros que tentavam agradar visitantes asiáticos.

O pequeno café era meu porto seguro desde que cheguei nos E.U.A. Ele era aconchegante como uma casa e parecia emitir uma segurança própria, como se conseguisse adequar cada pessoa em seu ambiente quieto e reconfortante. Colin, um dos assistentes do grupo Shinhwa nos E.U.A, dizia que o café se tornava um lar para aqueles que estavam longe de casa, motivo pelo qual entendia minha necessidade de sempre recorrer a esse recanto durante os dias difíceis.

—Ainda bem que sou praticamente um GPS humano._a voz de Colin se fez presente como se houvesse acabado de ouvir seu nome.

O homem de pele clara, cabelos negros e olhos extremamente avaliadores se sentou na cadeira a minha frente, uma das mãos deslizando um pequeno bloco de papel para mim, enquanto a outra dispunha de uma caneta.

—Qual o problema dessa vez?_falei vasculhando as páginas à minha frente com cautela.

—O de sempre: liberações; contratos; sócios...aquilo que só pode ser feito com sua permissão e seu autografo._falou com uma piscadela e um sorriso irônico.

Normalmente eu era tratado como o herdeiro do grupo Shinhwa: intocável, frio e calculista ao extremo, características que me fizeram chegar a minha posição e ganhar o respeito que possuo hoje, porém Colin era leve e descontraído, muito competente em suas funções, mas indomável enquanto ser humano. Ele foi o amigo mais próximo que tive no último ano, principalmente considerando o afastamento entre mim e os garotos do F4.

Pensar em Ji Hoo, Yi Jung e Woo Bin era nostálgico de uma maneira estranha: eu sentia falta deles, sabia que deveria me comunicar com mais frequência, mas, por outro lado, parecia certo dar um tempo para cada um, como se a distância pudesse ajudar na superação de algo que eu não conseguia identificar.

—Você ficou com aquele olhar estranho de novo._alertou Colin bebericando, descaradamente, do meu café.

—Aish...sabia que esse café tem dono?!_a repreendida já não fazia mais efeito em Colin que apenas se limitou a sorrir, dar de ombros e voltar a beber do líquido quente.

—Você deveria visitar a Coréia, nada o impede de ir e voltar quantas vezes você quiser. Existe algo que vai além de trabalhar, Jun Pyo e se chama vida._enfatizou ele se espreguiçando na cadeira.

Ignorei as palavras de Colin e comecei a assinar os campos necessários na papelada e acusar parágrafos que estavam fora de cogitação. Finalizei o trabalho depois de dez minutos de minuciosa analise.

Colin recolheu os papéis e enfiou-os em sua mochila esportiva, um adereço um tanto cômico para sua função dentro da empresa, mas que tornara-se característico dele.

—Você vai voltar para o hotel ou vai para a empresa de novo?_perguntou analisando o relógio de pulso.

Pensei por um momento: ir para o hotel me colocava frente a frente com uma noite entediante e silenciosa, enquanto retornar para a empresa me proporcionava novos contratos, uma oportunidade de distrair a mente com coisas realmente importantes e uma fuga quase que colossal dos telefonemas de noona que, preocupada, aumentou o número de ligações diárias.

—Tenho algumas coisas para fazer ainda na empresa._afirmei, enquanto Colin assentia contrariado, subentendendo meus motivos para ficar a metros de distância do hotel.

—Okay...então nos vemos amanhã, chefe. Não se esqueça da reunião no início da manhã...leve seu charme executivo: vamos precisar dele para conseguir aquele contrato milionário da Jaenfrey._Colin finalizou sua frase com uma piscadela inusitada, fazendo-me rir por um segundo.

Com um aceno de cabeça ele rumou para fora e se foi, com tanta espontaneidade quanto uma rajada de vento.

Olhei para fora do café, o qual se destacava por ficar de frente para uma pequena praia solitário, onde quase nenhum banhista aproveitava sua beleza típica.

Observar o bater das ondas parecia acalentar algo dentro de mim..., fazer derreter uma preocupação existente, porém desconhecida. Por algum motivo o mar me trazia a sensação de familiaridade, como se houvesse vivenciado algo realmente significativo em uma paisagem como aquela; algo que teve o poder de preencher meu coração cada vez mais vazio.

Quando eu me lembrava do momento em que comecei a me sentir incompleto a figura da namorada de Ji Hoo se tornava presente em minha mente. Eu me sentia completamente sujo por pensar na namorada de um amigo e, ainda mais infeliz, por saber o quanto a presença daquela garota me deixava desconfortável.

Eu já havia me atormentado com perguntas que faziam com que eu considerasse que aquela garota, mesmo que namorada de um grande amigo, houvesse significado algo muito grande para mim; mas a pergunta seguinte insistia em tentar entender por que minha reação à sua presença era tão negativa quando poderiam ter existido sentimentos de minha parte. No fim a equação nunca chegava a uma resolução positiva o que me levava a obviedade de todas essas indagações: eu precisava, independente de qualquer coisa, manter distância de todos, principalmente de Ji Hoo e sua namorada, caso contrário acabaria cometendo uma loucura, não por amá-la, mas sim por me opor à ela com uma instintividade delirante.

Enquanto a volta para a Coréia era uma questão fora de cogitação, o mar seria meu remédio contra a instabilidade e a solidão; seria o remédio que a lacuna de um acidente causara e que insistia em tornar-se cada vez mais extensa.

POV Autora

Ga Eul e Jan Di se moviam no ritmo da música de forma espontânea, rindo mais do que qualquer coisa. As luzes se movendo mal conseguiam fazer jus ao estado uma da outra. Jan Di, suada por conta da dança, estava sem seu blazer e exibia uma blusa básica de regata, feliz pela escolha da peça no momento que sentiu o calor do ambiente impregná-la.

—Estou muito cansada. Preciso beber alguma coisa._anunciou Jan Di aos berros praticamente, enquanto Ga Eul assentia, ainda se movimentando no ritmo da música.

Jan Di se esgueirou por entre os corpos em movimento até chegar no balcão de bebidas. O barman a encarou com um sorriso que ia além da casual simpatia.

—Gostaria de algo para se refrescar, senhorita?_a pergunta era simples, mas a dualidade estava explícita em cada sílaba arrastada que o barman proferia.

A garota se virou, pronta para dar as costas e voltar para a pista, mesmo que a garganta reclamasse em protesto, mas uma mão agarrou-a pelos ombros e a fez se voltar para o barman, paralisando-a por instantes.

—Minha namorada gostaria de um suco gelado, por favor._a voz saiu seca e direta, sem abertura para rodeios ou brincadeiras.

O barman, mesmo que levemente, pareceu ruborizar instantaneamente.

—Sim, é claro senhor._falou fazendo uma pequena reverência e saindo apressado para fazer o suco.

Os olhos de Jan Di se voltaram para seu salvador no mesmo instante que os dele encontraram os dela. Naquele instante o frio se abateu sobre a garota; mas não era um frio ruim, apenas traiçoeiro em sua melhor forma.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bjs e até a próxima.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Emergency Signal" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.