Playing With Blood - Hiatus escrita por Vênus


Capítulo 8
Dilema.


Notas iniciais do capítulo

Yooo! Bem, queria deixar claro que a minha demora - pra quem acompanhava antes - foi devido a dúvidas que eu tinha sobre o capítulo, e aconteceu um probleminha e eu tive que reescreve-lo. Já estava uns 80% do capítulo feito e por causa desse problema tive que reescreve-lo. Imagine o meu desespero hahaha. Sério, fiquei desesperada. Um dia inteirinho de trabalho jogado literalmente na lixeira! KKK
Boa leitura! :D



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Poucos segundos se passaram e ambos ficaram se encarando. A coincidência era ridícula para a situação. O destino estava praticamente rindo da cara deles e o Uzumaki ainda não acreditava que ela era realmente a sua Moka. Ele não estava muito longe, mas a sua aparência era assustadoramente parecida com a Moka de seus sonhos. Ele a encarava querendo que tudo aquilo não passasse de uma ilusão, um pesadelo que seu inconsciente havia lhe implantado como da última vez. O longo cabelo branco lhe fez lembrar da terrível noite que o atormenta até hoje. Os olhos da vampira daquela noite eram mais aterrorizantes e frios do que o da vampira de agora, mas ele sabia que a chance dele ser atacado por ela e acabar morto nesse exato momento era tão eminente do que a sua própria existência.

Os tiros que foram disparados do lado do loiro o assustaram.

— Que merda você está fazendo, Kiba?! – o Uzumaki berrou.

— Porra, Naruto! Ela é um deles! É um deles! Ela vai nos matar a qualquer momento! Ela é exatamente como a vampira que você descreveu, não está vendo?!

— Eu não mandei você atirar, caralho!

Moka tinha sido acertada em sua perna esquerda e o sangue não parava de escorrer. Ela poderia sair dali imediatamente sem ao menos eles perceberem, mas seu corpo não abandonaria aquele beco cheio de corpos até que o loiro saísse do local. Ela não entendia como nunca havia percebido que o Uzumaki tinha uma vida dupla esse tempo todo. Ela nunca havia “espiado” nenhum telefonema dele quando estava em sua presença. Ela não queria saber nada de tão pessoal da vida de seu sócio, então recolhia-se a apenas ouvir o que os ouvidos humanos lhe proporcionariam. Mas por que ele está nessa vida? Ele não merece ficar em becos escuros e arriscando a sua vida por pessoas que nem se quer sabem de sua existência. Ele deveria ficar em casa, protegido e livre de problemas. Ela cuidaria disso se fosse o caso, mesmo que ele não soubesse, ela poderia o proteger até ele morrer de causas naturais. De velhice de preferência. Seria ótimo para a sua longa existência saber que não deixou ninguém tirar a vida de alguém que ela ame.

Naruto deu alguns paços em direção a vampira. Mesmo com todo o risco que ele corria, ele queria ter certeza que a aparência das duas era apenas uma mera coincidência. Conforme o loiro se aproximava, Moka recuou um paço e agora cada um poderia se encarar perfeitamente.

— Caralho, Naruto! Que merda você está fazendo?! Você quer morrer, seu idiota?

— Cale a merda da boca, Kiba!

— Você não está vendo o que ele está fazendo, Shikamaru?! Você viu o que ela fez com todos aqueles vampiros??

— O Naruto sabe o que está fazendo, caramba! – Shikamaru queria realmente acreditar que o Uzumaki não estava caindo nos encantos da vampira e, que ele estava agindo com a razão.

Moka não conseguia ler nenhuma expressão do rosto do loiro. Sua face era como uma página em branco.

— Moka? – ouvir seu nome sendo pronunciado por aquela voz a fez sentir muito mais do que o incomodo que o projétil causara em sua perna. – Moka, é você...?

Ela não respondeu. Como poderia? O que responderia a ele? Ela a mataria de qualquer jeito. Ele nunca entenderia seu lado.

— Me responda, caramba! – o pânico em sua voz era visível. – Foi você...? Foi você que matou os meus pais...? – Ela ficou estupefata.

— Eu o que...? – Não conseguiu guardar a pergunta que se formava em sua mente. Como ele pôde lhe acusar de tal coisa?

— Eu... Você... Você! Você me seduziu! Você matou os meus pais!

— Naruto! Eu não fiz nada disso!

— Você é um deles! – ele negava com a cabeça não acreditando no que estava acontecendo.

— Naruto...- disse chegando mais perto.

— Se afaste! – Ele apontou a arma contra ela. – Não chegue perto! Você acabou com a minha vida!

— Eu não fiz nada disso, Naruto! Por favor, me esc...

— Eu não quero ouvir nada! Você os matou!

— Eu já disse! Não sei do que você está falando!

— Quantos foram? – Ela paralisou. – Quantas pessoas você precisou matar para esquecer deles, hein?! Quantos?! – Ele berrava. – Se você diz que não se lembra, eu vou refrescar a sua memória... Uma mulher ruiva de olhos azuis, ela estava na cozinha e logo depois chegou um homem loiro de olhos azuis... – Conforme Naruto narrava, estranhos flashes passaram por sua mente, coisas que ela achava ser apenas pesadelos foram se tornando reais cada vez que ele falava. – Minutos depois um garoto parecido com o homem chegou na cozinha e viu toda a situação que seus pais se encontravam. E agora, refresquei sua memória? – Ele a encarava desolado. Cada vez que se lembrava do seu passado, seu estomago embrulhava.   

Moka apenas escutou toda a narração feita pelo loiro. Os flashes que a perseguiam eram fortes demais. Durante todos esses anos ela pensava que eram apenas pesadelos. Durante todos esses anos ela achava que aquele terrível sonho que a perseguia durante anos era algo devido aos traumas que havia sofrido. Tudo aquilo realmente era real? Ela havia realmente massacrado tantas famílias assim? Ela era um monstro. As memórias pareciam uma explosão dentro da sua cabeça. Os rostos apavorados que suplicaram por sua vida só deixava mais claro que ela nunca serviria para o homem que estava na sua frente. Ela era uma máquina da morte. Ela é como uma ogiva nuclear explodindo perto dos humanos. Ela era totalmente letal. Ela acabou com a vida dele. Acabou com a esperança dele não estar nessa vida. Ela acabou com a felicidade da pessoa que ela mais quer bem. Acabou com tudo o que realmente importava, e ele nunca iria a perdoar. Nunca a aceitaria do jeito que é.

Se não fosse pelo desgraçado que a libertou naquela época isso nunca teria acontecido. Se não fosse por ele, ela não teria matado tanta gente. Se não fosse por ele, ela seria uma vampira limpa. Sua alma e suas mãos estariam limpas do sangue dos inocentes. Se ele não tivesse libertado o que ela tinha de mais letal, aquela noite não teria se tonado o seu pior pesadelo agora. Se ele não tivesse libertado o que a sua raça havia demorado milênios para domar ela não estaria se sentindo o pior dos lixos. Se ela não tivesse um sangue tão especial nada estaria acontecendo, nada. Tudo era culpa dele. Tudo era culpa dela. Tudo por causa de poder, ganancia, loucura... As pessoas não fazem a mínima ideia do que está prestes a acontecer. Se ele a pegar, o mundo e ele correm sérios riscos. Tudo o que ela acha digno, tudo o que ela vem reprimindo em suas memórias durante todos esses anos se tornará um milhão de vezes pior. Mais órfãos como o Naruto no mundo. Mais famílias massacradas. Mais sangue, terror, gritos e olhos apavorados por todo o planeta. 

— Naruto, eu... – outro tiro passou bem perto e ela viu o loiro olhar para trás nervoso.

— Que merda você está fazendo?

— Ela se aproximou de você, merda!

— Cale a boca! Shikamaru, quero que você e Kiba saiam daqui agora. Isso é uma ordem! – ele usou um tom de voz autoritário e bem audível.

— Vamos, Kiba.

— O que? Você está louco?

— Apenas escute a ordem do Naruto.

— Mas...

— Vamos.

— Shikamaru! – Naruto chamou. – Não quero que nada saia daqui até segunda ordem, entendeu? – Shikamaru o olhou por alguns segundos e concordou com um aceno. Se o loiro disse para não fazer é porque algum motivo muito forte ele tinha.

Naruto esperou até que os dois não pudessem mais serem vistos e encarou a vampira em sua frente. Ele não sabia se o que estava pensando em fazer realmente era o certo, mas ele tinha mais medo de se arrepender do que ele poderia não fazer.

— Você se lembrou de algo, Moka? – sua voz foi como um tormento. Ouvir seu nome ser pronunciado pela voz dele com tanto desprezo a despedaçava.

— Naruto... – ela tentou se aproximar.

— Não se aproxime. – A voz fria a deteve de imediato.

— Eu fiz tudo isso mas, por favor, me deixe explicar...

— Explicar? Isso é sério?

— Eu não tive culpa! Fui eu, mas não era eu.

Ele riu.

— Não era você?!

— Olha, é difícil de entender...

— Difícil de entender?! Eu vi tudo com os meus olhos e NADA foi difícil de entender! Nada! Tudo o que eu vi foi você com o sangue deles nas mãos e você me diz que não foi você?! Que merda é essa então, hein?! A maior prova que eu tenho foi o que eu vi, e agora, você acaba de confessar!

— Me escuta!

— Eu não quero saber de mais nada! – ele apontou o revolver em sua direção.

Ela esperou.

Talvez fosse melhor ela morrer. Receber um tiro dele livraria a sua alma – se é que ela tem uma – de toda a culpa e desprezo que ela sentia de si. Talvez o mundo não acabaria em caos e eles libertariam sua querida irmã depois que ela se fosse. Ninguém sentiria a sua falta e todas aquelas pessoas que ela havia matado estariam vingadas.

Como último adeus ela encarava aqueles olhos azuis confusos e nublados. O brilho que continha neles era quase nulo e por fim, ela fechou os olhos esperando o tiro, e torcendo para ser letal.

O loiro a encarava com mais dúvidas do que nunca tivera em toda a sua vida. O maior dilema que já enfrentara. Ele não conseguiria. Matar a pessoa que ele mais ama lhe causaria sofrimento até o dia de sua morte. Apertou o revolver em sua mão, ele não conseguiria. O suor que descia frio em sua face deixava à mostra toda a covardia que ali existia. Ele a observou. Toda a misericórdia alí pairava. A ver fechar os olhos lhe mostrava que ela estava pronta para ir pelas mão dele e aquilo o quebrou. O que era certo afinal de contas? Vingar seus pais ou deixa-la livre? Ele abaixou a arma que segurava em sua mão direita.

— Vá. – Disse num tom audível.

— O que...? – Perguntou não entendendo.

— Saia daqui e não apareça nunca mais na minha frente. – Ele virou as costas e foi embora. Tudo aquilo era demais para ambos.

Ele se arrependeria de não tê-la a matado, mas se arrependeria mais se tivesse tirado sua vida.

***

— Você não vai mesmo me dizer o aconteceu depois que nós saímos? – Kiba perguntou agoniado.

— Não.

— E não vai nem dizer o porquê de tanta intimidade com aquela vampira?

— Não.

— Olha cara, eu menti para o seu tio no relatório então acho mais que justo eu ficar sabendo o que realmente aconteceu naquela noite.

Naruto ficou em silencio. Faz dois dias que ele havia encontrado a Akashiya pela última vez, e toda a parceria que a empresa dela tinha com a do Uzumaki havia sido desfeita. Naruto não respondeu nenhuma das perguntas feitas pelos funcionários, porém, muitos especulavam que era por causa de algum desentendimento amoroso.

— Vire ali à esquerda. – Shikamaru apontou a estradinha perto das montanhas.

— Eles se escondem tão bem que deve ser difícil sair daqui. – Kiba comentou.

Saíram do carro e encontraram uma pequena porta que parecia ser impenetrável.

— Por que o Q.G. Norte parece ser melhor que o nosso? – Kiba sussurrou.

— Vê se fica quieto. – Shikamaru o repreendeu.

Naruto olhou pra câmera à cima de suas cabeças e fez um breve aceno, segundos depois a passagem foi aperta para os três entrarem.

Andaram por um imenso corredor até pararem de frente com a porta que era ligeiramente familiar para o loiro.

— Ele está esperando por vocês – disse o homem que os guiara durante o caminho.

— Obrigado. – Shikamaru agradeceu.

A sala com cheiro de coisas velhas fez o nariz de Kiba pinicar. O homem que lhes aguardavam não era muito mais velhos do que eles, e seus olhos azul quase branco lhe davam um ar de superioridade.

— Vejo que não se perdeu – sua voz era áspera.

— Vejo que não cortou o cabelo. – Naruto rebateu.

— Poupe-me das suas piadinhas sobre o meu cabelo, Uzumaki. Sabe que não posso cortar.

— Claro, claro – o loiro lançou as mão ao alto. – Então ela não quis mesmo assumir...

— Hinata não quer esquentar a cabeça com essas coisas, Naruto.

— E seu primo Neji resolveu dar uma forcinha para a prima e ficar onde sempre quis. – Naruto nunca teve um bom relacionamento com o Hyuuga. Ele o irritava mais do que poderia imaginar.

— Eu não fiz a cabeça de ninguém, e acho que você sabe disso.

— Ela quer vinga-la.

— Sim, e depois que ela soube que o garanhão aí – apontou para o Nara – encontrou a vampira que ela tanto procura, ela está doida para ir ao Sul.

Shikamaru e Kiba se entreolharam. Se a Hyuuga soubesse que Naruto havia batido um papo com a vampira e depois ter feito sabe-se-lá-o-que com ela, isso iria acabar muito mal.

— Nós mandamos todos os relatórios sobre ela a vocês e acredite, nunca mais a encontramos.

— O que eu estou estranhando é a sua calma oxigenado, você está calmo até demais para quem pode estar perto da sua tão querida vingança.

Naruto suspirou.

— Eu estou exausto. Poderia me mostrar meu quarto?

— Quantos dias você irá ficar mesmo? – perguntou como se não soubesse.

— Dois ou três. Quero saber direitinho tudo o que anda acontecendo por essas bandas e ver se algo se encaixa nessa história.

— Está certo então. Tudo o que trouxeram já está do quarto de cada um de vocês. Alex – ele chamou, e uma mulher apareceu na porta.

— Chamou? – perguntou com o corpo entre a porta.

— Leve-os até os seus dormitórios, por favor.

— Claro – respondeu doce.

— Estou doido pra tomar um banho e dormir. – Kiba comentou pelo caminho.

O silencio do loiro estava deixando Shikamaru inquieto. Por algum motivo o loiro não queria comentar sobre o ocorrido naquela noite e ele parecia estar cada vez mais tenso que o normal.

Ela andava sorrateiramente pelo corredor, sua respiração era baixa e silenciosa, parecia que iria cometer um crime e, se alguém a visse, teria que arranjar uma desculpa idiota para dar, já que seu quarto ficava do outro lado do Q.G. Se a informação que lhe chegara assim que chegou era realmente verdade, as coisas iriam sair do jeito que ela planejara há muito tempo.

Primeira, segunda, terceira porta... Ela abriu devagar para não fazer barulho e reconheceu o rosto sereno sob a fraca luz do luar. Os cabelos loiros do Uzumaki sempre a encantaram, e ela queria muito toca-los. Fechou a porta atrás de si com cuidado e com cautela, deitou-se ao lado do corpo levemente bronzeado. Ela chegou perto o suficiente para sentir sua respiração contra a dele e deixou se levar encostando seus lábios nos do Uzumaki, que acordou assim que sentiu o toque.

— Que merda está fazendo?! – ele a empurrou.

— Eu soube que você estava aqui, então... surpresa! – ela riu sem graça.

— A surpresa era invadir meu quarto no meio da noite? Sério isso?

— Ah, Naruto, deixa de ser careta! Podemos nos diverti um pouquinho durante seus dias por aqui. Sem compromisso, prometo. – Botou a mão no peito.

— Hinata, você sabe que eu nunca quis nada com você, então, por favor, pare com essa palhaçada.

— Puts Naruto, eu já vi o que você tem aí no meio das pernas e enquanto eu não te comer eu não vou parar de te perturbar.

Ele a encarou. As palavras da garota não o deixaram nem um pouco constrangido mas sim incomodado.

— Você invadiu o banheiro masculino naquela época e falou um monte de asneiras depois de quase entrar em coma alcoólico, lembra?

— Ah, eu não bebo mais daquele jeito. Mas você aceita ou não?

— Claro que não. Eu estou aqui pra algo mais sério, Hinata.

— Calma garotão, eu não quero me casar. – Ela riu da piada sem graça.

— Você sabe muito bem do que estou falando, Hyuuga – ele disse irritado. – Agora saia porque eu quero dormir.

Ela o olhou, e, a contragosto levantou-se da cama e ainda na porta disse:

— Eu só queria me divertir um pouquinho, seu chato. – Deu um selinho no loiro pegando-o de surpresa.

Ele voltou para a sua cama e percebeu que seria uma longa estádia.


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Notas finais do capítulo

Tem coments? Sério gente, me deem essa força. Depois que a minha antiga conta aqui do Nyah! foi excluída, eu fiquei bem desmotivada a escrever.
Bjos! Até mais! :3



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