Humans escrita por Arya


Capítulo 9
VIII - Hasuike e Allen.


Notas iniciais do capítulo

"Você deveria ter postado DLC."
Sim, eu sei que deveria, mas é que eu estou com bloqueio de escrita para DLC, sacaram? Eu sei o que escrever, mas não sei como escrever. -q Enfim, mas isso logo vai passar, ok? Não se preocupem.

Mas enfim... AYO MOÇAS!

Esse capítulo é bem legal, pelo menos para mim. Teve algumas coisas meio sem explicação? Provavelmente, mas ao desenvolver da história vocês vão ver que elas tem uma explicação científica. -qqq

O cap começa com a Hasuike e sua vida familiar bem... Embolada. Vocês vão saber muito mais sobre ela com o tempo, principalmente sobre *spoiler*. E depois começa com o Allen, mostrando um pouco da amizade dele com Yuri, a ruivinha e mais um personagem ai.

Ordem dos caps: Zakuro e, depois dela, a Yuuki. Estava pensando no cap das duas serem juntos, mas eu acho q seria meio complicado de escrever pq a trama das duas nn é mto ligada. Pq tipo... Elas nn são amigas como o AllenXHasuike ou MayumiXClaudine.

Ou seja... MAIS DOIS (ou um) CAP E FINALMENTE ACABA OS CAPS COM FOCO EM UM OU DOIS PERSOS! *palmas* Quero fazer logo caps com mais de um ou dois focos. *-*

Bem... Boa leitura.



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“Morrer é fácil, viver é difícil.”
— Se eu ficar.

***

Antes mesmo do momento em que Hasuike entrou dentro na delegacia e foi levada até um homem digitando em um computador, provavelmente ajeitando algumas coisas para entrar de vez com a ficha dela na delegacia, a mesma já tinha desistido de entender tudo que estava acontecendo.

Ela nunca roubou algo sem serem as canetas dos estojos dos colegas de sala. Principalmente de Kidou Yuuto, as canetas deles são as melhores. E prostituição? Ela nem sabia que existia ainda esse tipo de coisa, já que agora existem sites pornôs com boa qualidade.

— Você é a Hasuike An, certo? — perguntou o homem esguio do outro lado da mesa, não parando de digitar.

— Sim. — disse a mesma, olhando as algemas. — Isso deve ser um engano, eu nunca...

— Temos provas de você praticando a prostituição e o furto. — disse um dos policias que a trouxe ali, o homem. Ele colocou quatro fotos na mesa e a garota olhou.

Nas duas primeiras fotos, aparentava ser da câmera de uma rua. Uma assaltante saia correndo da loja de roupas, deixando cair o boné que tampava seu rosto e se revelar uma face idêntica a da ruiva.

Já as outras duas, mostrava a mesma pessoa fumando com roupas bem curtas. E em uma das fotos, podia-se ver claramente que alguém queria os serviços dela.  Também podia notar que, em seu braço, tinha uma tatuagem de um esqueleto de peixe em seu braço direito.

Infelizmente, podia-se ter uma noção de quem era que tinha feito aquilo. A mesma assoprou para cima, fazendo a leve franja em sua testa mexer.

— Eu não tenho essa tatuagem. — disse Hasuike. — E essa daí não sou eu.

Os policiais decidiram conferir, tirando as suas algemas e depois deixando a mesma retirar o casaco, mostrando que não tinha nenhuma tatuagem.

— Eu odeio tatuagens, para início de conversa. — disse a mesma, colocando o casaco. — Essa não sou eu.

— Então quem é? — perguntou a policial. — Uma irmã gêmea?

Hasuike olhou a mulher, encostou-se à cadeira e afirmou. Aquilo parecia a clichê cena de novela mexicana com a irmã gêmea do mal atacando, mas infelizmente essa era apenas a vida da ruiva.

— O nome dela é Hasuike Ran. — disse a mesma. — É minha irmã gêmea, só que fomos separadas assim que o casamento de nossos pais acabou depois de um ano após nascermos. Por sermos crianças ainda e não termos muita memória de ambos juntos, eles decidiram que cada um iria ficar com uma e viveriam a vida separada, sem ter contato nenhum um com o outro. E sendo assim, eu com ela.

Ela mexeu no nariz e mordeu o lábio inferior, logo continuando.

— Eu sei da existência dela porque minha mãe contou-me esse segredo. — disse a garota, olhando os dois. — Não sabia que a vida dela era tão... Desse jeito. Minha mãe diz que o meu pai é um homem muito ocupado, então imaginaria a mesma como mais uma filha mimada de um cara rico e que nunca faz uma refeição ou olha na cara dela.

O policial, que no caso era o pai de duas de suas amigas, olhou-a e guardou as fotos.

— Poderia dar o número da sua mãe? Só para sabermos se tem como entrarmos em contato com ela antes de irmos, a noite, até onde a sua irmã gêmea trabalha. — disse o policial. — Peço desculpas pelo o ocorrido, mas assim que eu vi a foto, associei-a com você e...

— Tudo bem. — disse Hasuike com um sorriso gentil em seu rosto, mas logo mudando para um de confusão.

E depois de muito pensar e ver que não tinha outra escolha, a mesma deu o braço a torcer e disse:

 — Eu não sei o número da minha mãe de cor e ela está com o meu celular. Castigo após ter discutido com o meu maravilhoso padrasto. Mas eu sei o número do meu irmão de consideração, e ele deve saber o número da minha mãe. Afinal, é o favoritinho...

Os policiais olharam o cara sentado atrás de a mesa colocar a mão no telefone da delegacia e começar a discar os números que Hasuike dizia ao mesmo. Assim que terminou, ela sorriu de canto.

— O nome dele é Sakuma Jirou. — disse a mesma, fazendo uma breve careta. — Ou “Jirou perfeito”, como quiserem.

***

“Eu posso estar cercado de pessoas, com muita, muita gente mesmo ao meu redor… Mas isso não me impede de me sentir sozinho, perdido no mundo.” 

***

Allen estava comendo suas uvas verdes e sem caroço na maior tranquilidade.

Não tinha prestado atenção na aula, e na realidade tinha dormido nela melhor do que dorme na própria casa. Ele se encostou à grade do terraço e se deixou deslizar, até cair no chão ao lado de Lorelai, que estava com Dimitri ao seu lado. Afinal, o Tico e Teco sempre estão juntos. Ao lado de Dimi, estava Yasmin analisando os dois.

Desde que, milagrosamente, Yasmin e Dimi começaram a se falar, a garota vive encarando os dois como se estivesse se perguntando se eles têm algum tipo de relação amorosa. O que seria estranho, já que ambos são como irmãos.

E bem... O assunto do grupo era o mais falado do colégio depois da intersexualidade de Irene.

— Hasuike An? A nossa ruivinha?  Prostituta? — perguntou Irene arqueando uma sobrancelha e mordendo a sua maçã verde.

— Só se for para lésbicas, porque aquela menina tem mais alergia à linguiça do que o Yuri tem a ostras. — disse Allen e Irene concordou, estendendo a mão para o mesmo bater. Allen o fez rapidamente, voltando a comer as uvas sem caroço.

—Vocês não são irmãos mesmo? — perguntou Jake, deitado no chão de qualquer jeito e olhando para o céu. Normalmente ele não come nada no intervalo. — Albinos e, de vez em quando, tem quase a mesma lógica e gírias.

— Ele é parecido com o Pavel, vamos concordar. — disse Kat, comparando Allen com o mais novo. O garoto pensou um pouco e negou.

— Claro que não. Ok, um pouco... — ele calculou por um momento e sorriu de canto. — Somos parecidos, mas...

— Pav é canhoto. — disse Jake sem retirar os olhos do céu. — E é mais baixo que o Allen, mas acho que isso todos já notaram.

— Enfim... Eu fico pensando como a Hasu está. — disse Zakuro fazendo bico. — Ela deve estar assustada, e eu realmente não acredito que ela fez as coisas que elas fizeram. Desculpa meninas, mas... — ela olhou as gêmeas Park. — Acho que seus pais estão completamente errados.

— Eu entenderia se fossem prender a Yasmin, ela sempre se mete em encrencas, mas a Hasuike? — Irene brincou. Mas, como a própria Hasuike diz quando alguém usa o tom de brincadeira perto dela: “Toda brincadeira tem fundo de verdade”.

Yasmin sempre se mete em problemas. Sempre.

— Cala a boca, Irene. — disse Dimi à mesma.

— Mas é verdade. — Yasmin falou, fazendo bico. — Eu me meto em problemas na mesma frequência que a Irene é venenosa.

— Não sabia que era tanto assim. — disse Irene, logo em seguida dando mais uma grande mordida na maçã.  

Todos deram uma breve risada. Zakuro respirou fundo e se levantou, andando até a albina e sentando em seu colo, o que a fez olhar estranho para a mesma. Por fim, a de cabelos roxos abraçou a mesma. Irene engoliu o pedaço da maçã rapidamente.

— Desculpa.

— Ok, sai de cima. — disse Irene tentando a afastar. A de cabelos roxos a olhou nos olhos, apertando as suas bochechas. — Zakuro, sai. — ela disse num tom de voz mais sério e frio, e logo a mesma se afastou e fez bico, se sentando ao lado de Irene e quase jogando Katherine para fora do banco que as duas e Claudine estavam sentadas. . — Está tudo bem, sério.

— Eu devo pular em cima de você também? — perguntou Kim.

Allen, que estava perto de Yang Mi, escutou ela sussurrar algo como “Você ia adorar pular nela” baixinho, como se tivesse pensando alto. Fingiu não escutar, talvez fosse muito melhor que ele fizesse isso.

— Claro. — disse Dimitri seriamente. — Você gostaria que eu gritasse algum segredo seu na frente da escola?

Kim abaixou a cabeça e Irene revirou os olhos.

— Já aconteceram coisas piores, Dimi. — disse Irene. — Não precisa a crucificar pelo o que fez.

— Fudou fez coisa pior. — disse uma voz masculina no local.

Allen deixou seu olhar seguir a direção de onde vinha a voz, se deparando com um garoto de cabelos albinos desarrumados como sempre e olheiras embaixo de seus olhos negros. A roupa estava levemente desarrumada, com o casaco de Inazuma que naturalmente é para manter fechado, estava aberto e embaixo mostrava uma blusa branca qualquer.

Pelo menos ele usa uma blusa branca. Dimitri, por sua vez, usa uma blusa preta que deixa todos loucos para socar a cara dele, mas acaba não fazendo. Afinal, qual o problema da blusa branca? É melhor do que vir sem nenhuma.

— Olá Yuri. — disse Jake, vendo que o mesmo quase pisou em sua mão. O albino olhou para o chão, revirando os olhos e tomando cuidado para não pisar em Jake.

— Como vai, gênio Yuri? — perguntou Allen calmamente a ele.

O Yuri o olhou.

— Bem. E pare de me chamar de gênio, ok? Somos íntimos, não precisa disso. — disse Yuri olhando apenas por um segundo para Allen, logo virando para Mayumi. — Haru disse para você ir para o clube de teatro.

— Ok. — disse a mesma se levantando e andando rapidamente para a saída do terraço.

Yuri bagunçou levemente o cabelo de Irene, que empurrou a mão dele. O mesmo cumprimentou todos rapidamente, vendo se lembrava do nome de cada um e por fim parou em Allen, estendendo-o a sua mão.

— Venha.

— Para...?

— Eu disse que conseguia aprender a tocar aquela música e cantar em apenas algumas horas. Venha, vou lhe mostrar. — disse o mesmo.

Allen olhou a sua mão rapidamente e depois o rosto do albino, sorrindo levemente e cruzando os braços.

— Deveria cantar para o seu namorado, não?

— Já cantei. Você realmente é bom em escolher músicas, ia ficar muito em dúvida entre essa e a outra.  — disse Yuri. — Ele achou muito fofo da minha parte e estranho por eu ter decidido algo sozinho, coisa que não é minha, então ele descobriu  que foi você que me ajudou a decidir as músicas. E realmente queria agradecer, mas como se mantêm em anonimato... Ele disse um “obrigado por ajudar a fazer o meu namorado a expressar seus sentimentos”. — falou como se resmungasse a fala do garoto anônimo.

Allen riu e estendeu a mão para Yuri, que o puxou para ficar de pé e logo soltou, andando para fora do terraço e acenando aos outros de costas. Allen se perguntava se era algo do terceiro ano ser um pouco antissocial ou andar na frente dos outros. Victor também faz isso frequentemente, se for reparar bem.

— Será que o Allen é seu namorado secreto? — perguntou Jake, se sentando e olhando os dois.

Yuri negou com a mão, depois virando para eles com uma breve cara de nojo, que logo sumiu.

— Meu namorado tem olhos lindos. Os mais perfeitos que já vi.  — disse Yuri, logo olhando Allen nos olhos. — Não que os seus não sejam.

Allen revirou os olhos e cruzou os braços.

— E eu também não sou gay, então não tem como eu ser o namorado dele. — disse Allen a Yuri, que caiu na risada. — É sério!

— E eu sou heterossexual. — disse Yuri ironicamente, abrindo a porta do terraço e saindo. Allen saiu junto a ele.

Assim que saiu, deu de cara com Tachimukai ao lado de Kidou rindo sobre alguma coisa. Por sua vez, o garoto de cachos estava apenas de braços cruzados e com um sorriso no rosto. Ele olhou os dois e acenou.

— Olá. — disse Tachimukai olhando Allen, que sorriu e mordeu o lábio. Yuri encarou Allen, analisando a situação. No momento em que Allen reparou, ele olhou um dos membros do time de futebol.

Ok, poderíamos dizer que Allen está dentro no que todos chamam de “armário” e que Tachimukai estava junto com ele. Não que ambos fossem namorados em um estilo Yuri e o namorado anônimo. Se esse fosse o caso, seriam ambos dentro do armário ao invés de um. Mas... Bem, algo estilo Lorelai e Nagumo: Uma amizade colorida, só que menos na cara do que a amizade colorida entre a poste e o fogaréu.

— Olá. — disse Allen, disfarçando. Tachimukai olhou Yuri, como se somente tivesse o percebido ali agora.

O mesmo o reverenciou todo desajeitado.

— Bom dia, Yuri-san! — disse Tachimukai, sorrindo alegremente ao mesmo.

— Olá Tachimukai. — disse Yuri, colocando as mãos no bolso.

— Olá D. Saint e Morozov. — disse Kidou formalmente, ainda de braços cruzados.

Yuri o olhou. Kidou usava óculos que não dava para ver seus verdadeiros olhos, o que se tornava meio misterioso.

— Você deveria parar de usar esses óculos. — disse Yuri a Kidou, que cruzou os braços. — E para de me chamar de Morozov, me chame de Yuri.

— Desculpa, mas Yuri me lembra de um gênero de mangá. — disse Kidou.

— Eu sei. Acho que meu nome deveria ser “Yaoi”, nesse caso. — disse o mesmo, logo colocando os braços em volta do pescoço de Allen. — Bem, eu tenho uma música para tocar...

Ele passou entre Kidou e Tachimukai, com as mãos no pescoço dele.

— Cuidado para não se apaixonar, Allen. — disse Kidou ao de olhos azuis. — Dizem que Yuri já foi um belo de um “Casanova”.

— O que seria “Casanova”?  — perguntou Allen. Yuri resmungou algo em russo, e que Allen decidiu abafar o caso. Depois ele procurava no Google.

Eles andaram até a sala de música, no qual estava vazia. Ela era bem bonita e aconchegante, talvez uma das melhores salas para tirar um cochilo de todo o enorme colégio que a Raimon é.

Yuri foi andando até o piano e se sentou no mesmo, fazendo sinal para Allen chegar mais perto e sentar-se ao lado dele. O albino mais novo colocou as mãos no bolso e foi até o mesmo, o vendo estalar os dedos e se preparar para tocar.

— Depois das aulas, são tempos de japonês e história. — disse Yuri e Allen resmungou. — A professora de japonês faltou, e depois eu até posso te ensinar a matéria de história se quiser, se bem que você apenas se faz de burro e iria conseguir acompanhar a matéria sem a minha ajuda.

Allen o olhou confuso. Ele realmente tirava notas baixas propositalmente para chamar atenção dos familiares, tanto que quase repetiu o primeiro ano.

— Sabe quando a professora de matemática me colocou como seu explicador no final do ano e você me mostrou todas as suas provas? Então... Eu não sou burro, Allen. Sou um gênio, não consegue me enganar. — disse o mesmo. — Você arruma um jeito de errar para tirar notas baixas, e eu realmente não sei o motivo. Não foi apenas aquela matéria, mas quando eu olhei as outras provas... Você realmente não aproveita essa sua inteligência.

Yuri retirou o casaco da Raimon, colocando-o no colo.

— O que você está pensando? — perguntou o de olhos claros.

— Que tal fugirmos da escola após isso e irmos visitar Hasuike? — perguntou o mesmo. — Você e eu somos muito amigos da ruivinha, e mesmo que os outros também sejam... Nós sempre somos os primeiros a saberem o que rola na vida dela, então mereceu ver de primeira mão o que está acontecendo. Além disso, nós dois estamos preocupados com ela.

Allen inclinou a cabeça, afirmando.

— Não se apaixone, tenho dono. — disse Yuri brincando e Allen riu de leve, mandando ele calar a boca.

E então Yuri começou a tocar calmamente, fazendo o mais novo fechar os olhos e apreciar a bela música que estava por vir.

With december comes the glimmer on her face
(Com dezembro vem o brilho em seu rosto)
And I get a bit nervous
(E eu fico um pouco nervoso)
I get a bit nervous now
(Eu fico um pouco nervoso agora)
In the twelve months on I won't make friends with change
(Nos doze meses em que eu não vou fazer amizade com mudança)
When everyone's perfect can we start over again
(Quando todo mundo é perfeito podemos começar tudo de novo.)

***

Depois de quase uma hora inteira, Hasuike olhou o seu irmãozinho entrar ao lado de sua mãe.

Ela revirou os olhos e se afundou na cadeira, já imaginando tudo que a sua mãe ia falar sobre ela naquele exato momento. Podia ver claramente a veia na testa da mulher pulsando descontroladamente de tanta raiva.

— Oi mãe! — disse a mesma sorrindo e acenando, fingindo despreocupação. A mulher respirava pesado e suas narinas pareciam que iam explodir a qualquer momento. Ela deu um tapa de leve na cabeça da ruiva, que fez bico.

— O que essa garota fez? — perguntou a mãe, olhando o policial.

— Não é dessa garota que falamos pelo o telefone, mas... — começou o policial. Agora que Hasuike vê, até que o mesmo é bonito. E olha que ela não gosta muito do que ele tem. — Da sua outra filha, Hasuike Ran.

O rosto da mãe de Hasuike, Chihaya, passou de raivoso para espantado. Sakuma Jirou, o menino moreno de cabelo cinza com um tapa-olho e que é seu irmão de consideração, olhou a mulher e sorriu:

— Se quiser eu posso levar a Hasuike para outro local, assim vocês podem conversar sobre isso sem nenhum de nós atrapalharmos. — disse o mesmo sorrindo.

Jirou sendo apenas o “Jirou Perfeito”...

— Se ela puder sair, eu gostaria. — disse a mesma.

Hasuike se levantou e viu a sua mãe se sentar na cadeira, depois olhando a policial a liberando para sair. Jirou e ela saíram um ao lado do outro, mas sem se encostarem ou se cumprimentarem.

Não, Jirou nunca fez nada para ela. Não, ela não o odeia.

 Apenas tem uma leve inveja do mesmo.

Todos podem sentir o favoritismo da mãe pelo o filho do padrasto que nem de seu ventre é, mas que cuidou desde seus seis anos de idade. Ela tem que concordar que Jirou é impressionante, já que ele sabe fazer muitas coisas enquanto Hasuike não sabe fazer nem a metade, e que ele tem um carisma próprio e é bem bonito, tanto que é considerado o menino mais bonito da escola.

Tanto a ruiva quanto o grisalho têm a mesma idade, mas estudam em salas diferentes a pedido seriamente da mãe e do padrasto. Não se sabe o motivo do pedido, apenas que ambos caíram em salas diferentes a pedido deles.  

O moreno cruzou os braços.

— O que aconteceu? — perguntou o mesmo, olhando-a.

— Confundiram-me com a minha irmã, que aparentemente vai ser presa por prostituição e furto. — disse a mesma tirando a sua visão para seus pés e o olhando. — Eu estava na frente da escola, os pais das gêmeas foram até mim e me prenderam dizendo isso.

Sakuma mordeu levemente o lábio.

— E você está bem?

— Sim. — disse Hasuike sorrindo. Claro que ela estava mentindo.

Afinal, ver aquelas fotos a assustaram. Enquanto pensava que Ran, em algum lugar, vivia uma vida calma e pacífica, ela estava se prostituindo e roubando. E o pior é que, segundo a lenda, seu pai é alguém muito rico e é dono de uma marca de hotéis, então para ela não teria motivo da mesma fazer aquilo.

Ela respirou fundo e sentiu Sakuma pegar sua mão e a puxar para um abraço, acariciando seus fios ruivos e colocando sua cabeça encaixada em seu ombro. A ruiva deu um sorriso de leve e retribuiu o abraço.

— Se não fossem irmãos e a Hasuike não gostasse da mesma coisa que o Sakuma, eu acho que estaria shippando. — disse uma voz masculina e que a mesma  conhece muito bem.

A garota soltou o grisalho, virando-se e vendo Yuri e Allen um do lado do outro. Ela correu e se tacou neles, abraçando-os um com cada braço. Pode-se escutar uma leve risada de Sakuma da situação.

— O que vocês estão fazendo aqui? Não deveriam estar na escola?

— Fugimos. — disse Allen. — No caso eu fugi, hoje é dia do terceiro ano sair mais cedo.

— Seu pai vai pirar, Allen. — disse a ruiva, mas o garoto fez um gesto que não se importava nem um pouquinho. 

— Você não deveria estar presa? — perguntou Yuri.

Foi então que Hasuike teve que contar a eles toda a história do que havia acontecido, e assim que terminaram, ambos falaram “tenso” ao mesmo tempo e se sentaram em um banco que tinha na frente da delegacia. A garota foi até os dois e se sentou no meio deles, encarando Sakuma mexendo em seu celular com o rosto bem sério.

— O que foi? — perguntou Yuri ao ver Sakuma sério.

— Nada não. — disse o mesmo, parando de mexer no celular e o guardando na calça. Ele se sentou ao lado de Yuri de pernas abertas, jogando a cabeça para trás. — Ah, sentar de qualquer jeito é tão bom...

Yuri riu de canto.

— Eu lembro que você realmente adorava sentar de qualquer jeito. — disse o mesmo.

Allen e Hasuike arregalaram os olhos, e assim que os dois garotos os olharam, Sakuma caiu na risada enquanto Yuri apenas deu um sorriso divertido.

— Estamos brincando, calma! — disse Yuri. — Ele não é meu tipo.

— E eu gosto de outra pessoa... — disse Sakuma com um leve sorriso no rosto.

— Zakuro. — comentou Allen. A ruiva se deitou em cima do mesmo e colocou suas pernas esticadas para cima de Yuri, que apenas fez uma breve careta, mas deixou.

O rosto de Sakuma estava levemente vermelho.

— A berinjela? — disse Yuri e Sakuma afirmou. — Ela é louquinha.

—Por isso eu gosto dela.  — disse o de tampa olho sorrindo.

— Ela tem cara de que, na hora do “vamos ver”, vai fazer uma piada que acaba com o clima na hora. — disse Hasuike, fazendo os três garotos caírem na gargalhada e acabando por concordar. — Olha, ela parece ser meio psicótica também!

— Pelo menos ela não vai me trair com uma garota toda tatuada do outro lado do arquipélago. — disse Sakuma brincando.

E então o clima ficou sério. O grisalho tampou a boca e os albinos ficaram calados com a fala dele, provavelmente amaldiçoando o de tapa-olho por ter falado aquilo.

O Jirou era perfeito, mas ele tinha uma mania feia de pegar o fraco das pessoas e fazer uma piada que provavelmente vai machucar, mas ele não repara.

E se repara, não está nem ai e pede desculpas apenas por pedir. Como iria pedir agora.

—Desculpas, eu falei bosta. — disse Sakuma.

Ela superou o fato da ex namorada ter terminado com ela e de ter a traído, isso é fato. Mas era uma ferida que, quando brincasse, ia doer bastante. Para Hasuike An, Touch Ai é como uma velha ferida que nunca cicatriza, só esquece de doer.

Depois de um tempo calada, a mesma sorriu gentilmente e mexeu o nariz, olhando para o céu.

— Não precisa pedir desculpas. — disse a mesma. — E é verdade, acho que Zakuro nunca iria o trair. Agora, antes de pensar se ela vai trair ou não, tem que pensar em conquistá-la, não? Ela aparenta ser meio complicada para coisas como romance, na realidade qualquer garota é meio complicada.

Sakuma encostou-se a Yuri, que empurrou o braço para ele se afastar. O albino fez uma careta e mexeu o ombro, mas o mesmo apenas fez sinal para ele ficar parado e continuou encostado.

— Garotas são loucas. — disse o moreno, respirando fundo. — Se elas fossem vendidas em frascos, viria rotulado: Contém muito drama.

— Garotos não são tão diferentes. — disse Yuri. — Meu namorado está aí como prova.

— Mas ele tem seus motivos.  — disse Allen. O albino mais velho arqueou a sobrancelha. — Nem todos tem a sua família, Yuri.

Ah, sim! A família do namorado anônimo de Yuri era preconceituosa, nunca iam o deixar ficar com um garoto, por isso ele não assume o romance. Todos sabem que Yuri tem um namorado porque ele foi visto comprando coisas para o dia dos namorados ano passado e não podia mentir sobre o que era, então o albino explicou toda a situação, mas o namorado é anônimo.

O gênio Morozov olhou o Allen de cima para baixo.

— Não posso o obrigar a “sair do armário”, mas eu sei que todos tem seu direito de serem felizes por quem eles são. — disse o mesmo. Hasuike olhou Allen.

Isso foi uma indireta ao D. Saint ou foi impressão? Perguntou-se Hasuike.

— E honestamente, a sua família é liberal. Porque não...

Allen empurrou levemente a Hasuike para sair de seu colo, que o fez imediatamente, e se levantou. Yuri sorriu de canto, se levantando, e assim os dois saíram de perto da delegacia para conversarem sobre isso as sós bem longe dos dois.

Hasuike olhou Sakuma por um tempo, e logo sorriu. 

— Briga de albinos não se mete a colher. — disse o mesmo e a ruiva concordou.

***

— Qual é o seu problema? — perguntou Allen em um tom mais alto. — Eu entendi muito bem que aquela indireta foi para mim, então vou tentar novamente dizer que: Eu não sou gay!

Yuri cruzou os braços e fechou o rosto. Por um instante, ele sentiu como se tivesse cara a cara com a Irene, ou com Ygor Morozov. E aquilo fez o garoto se assustar de leve, já que o mais velho nunca deu aquele olhar ao mesmo.

— Ah, por favor! Você e Tachimukai se comem pelo o olhar quase todos os dias! — disse Yuri em um tom sério e normal, sem levantar a voz como o garoto tinha feito. — Eu não vou o obrigar a nada ate porque não sou seu namorado, mas eu sei que o seu irmão, Achiel, ainda está vivo e seu pai nunca fez nada para ele. Além disso, ano passado, seu pai me abraçou na feira do final do ano, que a minha turma estava encarregado de falar sobre preconceito.

Allen se lembrou. Seu pai tinha ido a pedido de Serena e Achiel. Yuri e uma amiga estavam na frente da escola, com os olhos vendados e com um cartaz no meio de ambos dizendo: “Somos homossexuais. Se não tiver preconceito, me abrace”. E bem, agora que se lembra, o pai o abraçou assim como Serena e Achiel. E ele também, obviamente.

— Honestamente, Allen... Eu sinto uma enorme vontade de andar de mãos dadas na rua com o meu namorado sem se preocupar do pai dele nos vir, ou ficar na casa dele vendo televisão sem se preocupar da mãe dele nos olhar com cara de nojo e dizer que não gosta daquilo pela as nossas costas. Mas não posso, pois a família que ele tanto ama não aceita. — ele comentou. — E ele queria tanto que a família aceitasse, muito. Talvez ele chore todos os dias pensando como seria fácil se eles aceitassem.

Allen cruzou os braços.

— Aonde quer chegar com isso? — perguntou.

— Eu não quero chegar a lugar nenhum, Allen. — disse Yuri olhando tudo em sua volta. — Mas existem tantas pessoas que dariam de tudo para ter uma família que não vê o fato de amar alguém do mesmo sexo como uma aberração... Eu acho que você, tendo uma, é muito sortudo. E fico triste em ver que você gasta a sua.

Yuri olhou para o chão ao terminar aquela frase e sorriu.

— Mas, como eu disse, eu não sou nada seu e não vou o obrigar a nada. Mas eu só lhe peço para não perder seu tempo com o Tachimukai ou qualquer outra pessoa apenas porque quer esconder. — disse.

Allen viu o mais velho saindo de perto e voltando para onde Hasuike e Sakuma estavam. E infelizmente o mais velho tinha razão, o que era de se esperar de um gênio. 

Porque ele não queria se assumir?

Era uma pergunta que o de olhos claros perguntava para si mesmo todo santo dia.


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Notas finais do capítulo

Pra quem nn sabe, aquela coisinha q o Yuri fez com uma amiga foi baseado em um experimento social contra a homofobia e qualquer tipo de preconceito. Aqui o vídeo pra quem quiser ver: https://www.youtube.com/watch?v=v0wAnRkLqyM

OBS:.
— Olha, nn shippem YuriXAllen. Se bem q nesse cap nem da pra shippar os dois, tem uns ai q vou ter q colocar um aviso enorme pra ninguém ser trouxa like me e shippar errado.
— Sim gente, Sakuma e Hasuike são irmãos de consideração. A mãe da Hasu é casada com o pai do Sakuma.
— Sim, gente. A Hasuike tem uma irmã gêmea. E sim, eu sei que parece Operação Cupido misturado com novela mexicana e sasporra.
— Sim gente, eu to num crush lindo pelo o Yuri.
— Sim gente, eu filosofei bastante nesse cap em umas cenas. Fazer o que? É a vida.
— E sim gente, Fudou fez uma bosta enorme no passado. MUITO BOSTA.

Bem, até o próximo. E eu acho q eu vou postar "Precisamos falar sobre Irene" essa semana. *palmas* E sobre DLC... Eu to escrevendo aos poucos, mas é que tipo: Tudo q eu escrevo de DLC nesse cap nn parece ser bom o bastante. Por isso eu quero fazer com calma, pq ai vai q o cap sai bom e grande? É melhor demorar e fazer um cap bom e grande, do que ir rápido e fazer um cap ruim.
E infelizmente eu to com bloqueio de escrita para fazer rápido e grande, desculpa.

XOXO



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