"Estarei com você desde o crepúsculo ao amanhecer" 

—Ladylake Storm 

Acordei com os raios quentes e solarengos da manhã. As cortinas leves quase transparentes levantavam com a rara brisa fresca do Verão que davam um certo toque simples ao quarto. Pestanejo e bocejo com preguiça. Parece que quanto melhor durmo mais sono tenho no dia seguinte. Procuro Castiel na cama com as pernas e entrelaço os nossos pés de forma confortável.  

Em troca pelo meu gesto, sinto o seu corpo se compactar com o meu, encaixando a minha bunda nos seus quadris e um braço agarrar-se a mim com força. Viro-me de frente para ele, mas arregalo os olhos quando me apercebo de quem realmente é.  

—Bom dia meu amor... saudades ♥  

O cabelo preto como a noite e os olhos verdes esmeralda doentios até me davam a volta ao estômago só de olhar, quanto mais sentir ou tocar... 

Uma sensação de desespero me invade por completo e quando ia gritar por ajuda, uma mão me cala... Dylan... 

Estremeço na cama e acordo. Jesus Christ foi um sonho, ou melhor, um pesadelo. Suspiro aliviada e olho para o meu lado pedindo desesperadamente ao Universo que surja um pontinho vermelho ao meu lado, ressonando que nem um animal e mais fundo do que o mar. Por minha maior felicidade, o pontinho vermelho está lá.  

Levo a mão á cabeça e desvio os fios de cabelo que ateimam em cair sobre os meus olhos. Levanto-me sem tentar fazer barulho e desço em direção á cozinha para petiscar. Olho no relógio por cima de mim e os ponteiros marcam 09:39. Ainda é demasiado cedo para esta gente.  

Pego nos meus cereais e levos os mesmos numa taça até lá fora onde me sento numa cadeira literalmente á beira mar. Engraçado, basta eu andar uns metros e já piso areia.  

—Bom dia –uma voz feminina surge. É Angel!  

—Bom dia prima... -digo meia ensonada.  

—Dormis-te bem? -pergunta sentando-se também com a sua taça de cereais Lion. 

—Mais ou menos –respondo_ Tive um pesadelo e já não consegui dormir. 

—Queres falar sobre isso? -pergunta de novo e eu digo que não com a cabeça.  

—São coisas sem sentido nenhum, não vale a pena –respondo. 

Ficamos a conversar durante mais 30 minutos, até que o pessoal começou todo a acordar. Até Nathaniel dormiu até mais tarde. Pouco tempo depois, Lysandre vem perguntar a Angel onde poderiam montar um mini estúdio para gravarem as suas covers e ensaiarem. Como Lysandre disse, "Lá por estarmos de férias, não quer dizer que não se trabalhe".  

O relógio já marcava as 11:30. Subo e entro no quarto onde me deparo com Castiel a vestir-se para enfrentar o dia.  

—Para a próxima, tenta ressonar menos –digo encostada nos limites da porta de braços cruzados, olhando no ruivo que se arranja. 

—Fala o roto para o nu –resmunga. 

—Eu não ressono, pelo menos não como tu –devolvo divertida_ Nem dormi. 

—Pensei que não tivesses dormido por conta de um pesadelo –rebate e eu fico de boca aberta, tentando achar uma maneira lógica de como ele poderá ter sabido que tive um pesadelo. 

—Como sabes que eu tive um pesadelo? -pergunto e ele me olha.  

—Mandei para o ar, mas me conta... tiveste um pesadelo? -devolve.  

—Não foi nada de especial, não quero falar sobre isso –deito-me na cama e ele me segue ficando por cima de mim.  

—Porque é que eu não acredito? -olha-me nos olhos. 

—Porque já és desconfiado por natureza e tens a mania da perseguição -dou um sorrisão de gozo.  

—Ai é? -pergunta e eu assento.  

Mal disse que sim com a cabeça arrependi-me logo. Castiel num movimento rápido e certeiro, coloca os meus desgraçados 57 kg no seu ombro e desce as escadas. Eu só podia pedir socorro. Por uma alma caridosa e bondosa que me salvasse das garras deste monstro que me vai por no caixote do lixo!  

Passo por todos e todos fingem que não é nada com eles. Sophie até disse para eu não a meter nisto, mas todos pareciam estar a achar muita graça á situação. Dou por mim lá fora, em direção ao mar. Se ele se atreve!  

—Se tu me metes dentro de água ou se eu molho nem que seja a ponta do cabelo vais-te arrepender! -ameaço e ele ri. 

—Ui que meeedoo –goza.  

O ruivo retira-me do seu ombro e coloca-me de cabeça para baixo com o cabelo rentinho á água. Eu grito por ajuda e todos na varanda riem sem mexerem uma palha. Que ricos amigos que eu tenho. 

—Vá Castiel, deixa estar a Lake! -grita Lysandre divertido.  

O ruivo me olha de sorrisão. Isso, ouve o teu melhor amigo que sempre teve mais senso comum do que tu!  

Começo a sentir um pingo de água a escorrer pelas costas e apercebo-me de que tenho o cabelo molhado e a pingar em alguma parte. Irritada, começo-me a debater.  

—Não faças isso! Nós vamos...  

Nem deu tempo para ele terminar a frase e damos por nós completamente estatelados no meio do chão de areia e molhados dos pés á cabeça. As onde não demonstravam pena nenhuma e continuavam a arrebentar em nós.  

—Seu desgraçado! A culpa foi tua!  

—Minha?! Tu é que nos fizeste cair com esse peso todo! Para baleia só falta pintar de azul!  

Saio da água a tremer e já tinha Sophie a me estender uma toalha para eu me aquecer. Obrigado miga! 

(…)  

20:25 marca o meu celular. Rosalya dá os últimos retoques no meu cabelo e me olha de sorrisão. Hoje á noite vamos todos jantar fora e dar uma volta pela cidade para conhecer melhor a zona. Depois de tomar banho e de colocar a minha roupa a secar, vesti um t-shirt preta com um circulo branco e umas jeans rasgadas brancas de Verão. Faço uma maquilhagem e peço a  Rosalya que me faça um penteado giro só como a platinada sabe fazer.  

Depois de estarmos todos despachados, seguimos atrás de Angel pois ela é a única que conhece as redondezas e os melhores sítios para se comer.  

—Aqui tem muita coisa, vamos ao cais, que é onde ficam os melhores restaurantes. Mas depende do que vocês quiserem comer –diz.  

—Fast Food... -sonha Sophie e Kira.  

—Hmm... Pizza... -baba Kentin.  

—Bem acho que está decidido –ri Angel.  

(…) 

O cais é absolutamente lindo de noite. Os barcos emitiam luzes que iluminavam o paredão á beira mar juntamente com a leve brisa fresca. O tempo é bastante agradável de noite. Esta zona está cheia de restaurantes e lojas onde se pode comprar desde um chapéu de palha até roupa Vintage. 

Escolhemos um restaurante e sentamos. Pouco segundos depois, um garçon veio-nos atender.  

—Buenas noches, qué van a querer comer? 

Todos olham para Angel á espera que ela peça. Todos nos tínhamos esquecido que aqui se falava espanhol. 

—Buenas noches, son 3 pizzas de queso y jamón, dos Hamburgueses y Coca Cola para todos –respondo. Ai espero ter dito bem. 

—Traigo ya –devolve o garçon. Todos me olham menos Angel que ri.  

—Disse alguma coisa mal? -pergunto para Angel. 

—Não, mas pelos vistos não te esqueceste –responde.  

—Ainda sei algumas coisas –dou sorrisão.  

—Não sabíamos que falavas espanhol –sorri Lysandre descontraído. Parece tão surpreendido quanto os outos.  

—Eh, tenho raízes de lá. Apesar de não ser diretamente –respondo_ a Angel tem dupla nacionalidade, eu já não.  

O comer não demorou a vir. A conversa fluiu e demos por nós já eram quase 22:00 da noite. Pagámos e saímos do restaurante animados e desejosos de irmos beber um copo. Angel diz que conhece um bar e é aí que vamos a seguir para terminar a noite.  

É um bar pequeno e simples. Com uma decoração noturna não muito pesada, mas com o seu estilo.  Sentamo-nos numa mesa todos e olhamos para o palco onde uma garota cantava Grace-"You Don't Own Me". 

—Ás quintas e domingos tem sempre concertos. Quem quiser pode ir cantar –explica Angel e eu olho para a garota.  

—Quem quiser hein...? -penso 

—Se fores eu também vou –diz Lysandre. 

—Estás a pensar na mesma música que eu? -pergunto e ele sorri.  

Levanto-me juntamente com Lysandre e assim que a rapariga desceu do palco, entramos nós. Lysandre pediu a música ao Dj e ele assentiu. Sentei-me numa cadeira com um microfone á frente e a cabeça de neve logo me seguiu.  

A música começou... 

Tú, tú eres el imán y yo soy el metal  
Me voy acercando y voy armando el plan  
Solo con pensarlo se acelera el pulso (Oh yeah) 

Ya, ya me está gustando más de lo normal  
Todos mis sentidos van pidiendo más  
Esto hay que tomarlo sin ningún apuro 

Despacito  
Quiero respirar tu cuello despacito  
Deja que te diga cosas al oído  
Para que te acuerdes si no estás conmigo 

Despacito  
Quiero desnudarte a besos despacito  
Firmo en las paredes de tu laberinto  
Y hacer de tu cuerpo todo un manuscrito... 

Todos aplaudiram quando terminámos. Nunca tinha feito um dueto com Lysandre mas confesso que foi bastante interessante, ele tem uma voz fantástica. Descemos do palco e os nossos amigos nos esperam, prontos para voltarem para casa.  

Saímos do bar e assim fizemos. Quando chegámos a casa todo o mundo subiu para os seus quartos. Eu e Castiel não fomos exceção. Começo-me a despir e o ruivo me olha atento, observando cada pormenor do meu corpo. 

Sinto umas mãos atrás de mim assim que retiro a t-shirt. Os seus dedos passavam levemente pelas minhas costas e costelas fazendo me arrepiar dos pés á cabeça.  

—O que estás a fazer? -pergunto calma, mas ele manda-me calar. 

A alça do meu sutiã desce, ambas as alças e mordo o lábio. Viro-me de frente e puxo-o para um beijo quente e cheio de desejo. Levanto a sua t-shirt para cima e empurro-o para a cama. Castiel dá um sorriso satisfeito. 

A marca do meu batom sobressai na sua pele fazendo o formado dos meus lábios de uma forma perfeita. Desço até ao ziper e abro o mesmo, mordendo o lábio mal sinto o volume por baixo dos boxers. 

Castiel retira as suas jeans e coloca-me por baixo rapidamente beijando-me que nem louco. Retira as minhas calças e massaja levemente a minha intimidade, ainda coberta pela calcinha. Eu gemo baixinho. 

—Não podemos fazer barulho –diz safado e eu molho os lábios. 

Retiro o meu sutiã e desta vez quem molha os lábios é ele, que logo abocanha, morde e suga um deles e com uma mão estimula o outro. É impossível não gemer. Os seus lábios descem até á minha intimidade e beijam a mesma já húmida e pronta para o receber.  

—Não me tortures mais... -sussurro. 

—E se eu torturar mais um bocadinho? -pergunta de sorrisão no rosto e prepara-se para morder as minhas coxas, mas... 

Ele não o faz. Apenas retira a minha calcinha e os seus boxers e se coloca por cima de mim.  

—Se doer... azar –ri e eu reviro os olhos.  

Ele me penetra, primeiro devagar, e eu podia sentir cada centímetro dele dentro de mim. Arfava baixinho enquanto ele estocava cada vez mais rápido. Sentia o seu suor e o seu corpo colado no meu, os seus lábios beijavam o meu pescoço e as suas mãos prendiam-me na cama de forma brusca, mas excitante. Nunca me senti assim com o Machine... 

Algum tempo depois, um liquido quente me invade e soltamos um gemido razoavelmente audível na casa inteira. Espero que os outros já estejam a dormir senão amanhã vamos ouvi-las. 

Molho os lábios e procuro o repouso dos seus lábios quentes e suaves para descansar. O seu corpo cai sobre o meu e oiço-o arfar.  

—Arrgh estou cansado... -arfa. 

—Não és o único...  

Puxo-o para mim e mordo o seu lábio, procurando agora um pouco de carinho e descanso. Ele retribui e acaricia o meu corpo de forma meiga. 

—Amo-te –sussurra. 

—Eu também te amo... 

(...) Make Love Not War (...)