Natureza Sombria escrita por N Caroll


Capítulo 6
Andando Pelas Sombras - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Então... Sou eu a Monique. Quero dizer e agradecer á todos que estão lendo, em especial uma amiga da escritora, que está acompanhando e comentando quase o tempo todo (hahaha - ñ pare)
E vou agradecer também á todas as pessoas que estão querendo se aprofundar mais nessa história.



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— Sente-se, Elisa...— mandou Eli apontando para uma cadeira a minha frente. Eu recuei ainda mais pegando a maçaneta. – Não adianta, eu tranquei a porta naquele momento. – Disse sorrindo malicioso, fiquei em contato com seus olhos até que me movi para a cadeira e sentei nela.

— O que mais você quer me dizer? – falei cansada já. O choque foi tão grande que não acreditei, não pude tentar entender, mas era como se, tudo, tivesse feito sentido. Olhei para um porta-retratos que tinha na mesa e me adverti de não olhar muito. Esse menino deve ser bipolar, se olhar qualquer fotografia eu...

Eu pensava até que ele virou o porta-retratos para que visse que não tinha nada lá, nenhuma foto ou imagem. Encarei aquele ato, mas fingi ignorar, como se eu não tivesse ficado interessada. Queria saber de onde eram suas raízes, seria possível ele ter vindo do mesmo lugar que eu? Digo da cidade.

— Não quero “dizer” nada mais pra você, quero que te pedir... – falou e de repente era como se ele não falasse mais como um mafioso, seu tom havia mudado, sua postura diante daquilo tudo também, senti algo no ar e não cri no que sentia: preocupação?

— O que quer então? – perguntei curiosa.

— Quero que você assine esse contrato e... – ele fez uma pausa antes de dizer pensativo, seus olhos não estavam com seu brilho natural, era até algo mais sério, vazios, ocos, a luz não refletia o brilho de vida que havia ali. O que se passa em sua mente? – E eu quero que você mantenha segredo em eu ser um “Sark”.

— Por que eles não podem saber? – me referia aos outros do Die Solis.

Eles sabem, mas o resto do mundo e da sociedade... – falou e recostou seu corpo na poltrona.

— Entendi. – falei apreensiva com aquilo tudo. – Mas então como eles temeriam vocês?

— Eles sabem que há algo estranho no nosso grupo, mas não sabem dizer o que é. – explicou e vi que seus olhos pareciam cansados, mas pararam pra se tornarem sedentos quando o ouvi dizer olhando para o chão. – Agora, nosso pessoal se importa, eles acreditam que somos mais fortes e, por isso, ficam mais animados em... – ele se reajustou na cadeira, parecia desconfortável em dizer:

— Mais animados em matar as pessoas? – perguntei com uma sobrancelha erguida. Não estava surpresa, minha voz mostrava claramente isso. Assassinar pessoas, estranhamente, não me apavora, não me amedronta, não faz eu hesitar e, isso é um defeito...

Mas o defeito perfeito para entrar no DS.

Eli encarava a arma na minha mão e cruzou as pernas, sinal de que estava esperando minha resposta.

— Eu aceito. – falei e entreguei a arma pra ele. Ele abanou as mãos e eu não entendi aquilo.

— Ela é sua. – disse com um sorriso e aquele brilho louco em seus olhos reapareceu.

Que merda. Ele já sabia que eu ia aceitar. Então pra quê todo esse estardalhaço?!

— Cadê o contrato? – perguntei olhando para os lados, não havia mais mesa, pois ela havia se transformado em um armário. Procurei nas mãos enluvadas de Eli e vi que estavam “nuas”, sem nada.

— Já está em suas mãos. – falou se levantando, eu me levantei incrédula encarando aquela arma. – O contrato é realizado quando você a usa pela primeira vez. – explicou passando seus dedos no cano longo da arma, pensando bem agora... COMO ESCONDER AQUILO?!

— A-atirar?! – perguntei ficando nervosa. Ele assentiu, pegou meu queixo e o moveu para cima, em direção a si para que ele me olhe dentro de meus olhos.

— Você consegue, Monique. Você é uma “Sark’s”.

Eu encarei o chão frio metálico e ouvi a porta se abrir atrás de mim enquanto Eli passava pelo meu lado e abria a porta.

— Ah... – falou ele com um tom carismático e cheio de energia na voz quando passei pela porta. – O contrato com você e a arma é terminado quando você dá um nome á ela e... Sela a arma com seu sangue. – quando ouvi aquilo olhei pra trás rapidamente e gritei.

O QUÊ...?!

Porém ele já havia fechado a porta e eu já estava fora daquele lugar, de repente eu entendi que casa era aquela.

“Casa Tornado”.

Não ria do nome, esse tipo de casa é a mais estranha, funcional e melhor para pessoas como no Die Solis. Ela muda de lugar as coisas e tudo de acordo com o CAS do dono dela, no caso, o Eli. Ele muda o que quer, os móveis, os lugares, o sótão vira porão e vice-versa, a iluminação, as cores, seu formato... Tudo que á na casa, ele pode mudar apenas com em seu “querer”. Como podem ver... Eu já estou fora da casa, Eli poderia me pôr numa outra cidade se quisesse, mas não fez. Porque cada vez que você usa o “querer” de seu CAS, sua vitalidade é baixada.

— E agora...? – perguntei encarando aquela coisa. – Não é possível que ele me deixaria na mão pra buscar as coisas na raça!

— Ah-há. – ouvi o som de um risada robótica jovem masculina, sair de algum lugar. De repente eu olho para a arma e o formato do DIE SOLIS em negrito e o Sol atrás dele começa a brilhar de acordo com a altura da risada. Vinha dela?!

— Só pode ser brincad-.

— Acha que isso tudo é brincadeira pra você? – perguntou com um tom robótico irritado. – Pois eu não sou uma piada! Se quiser me devolver, me devolva! Senão...

— Ei, ei, ei! – falei pedindo pra que abaixasse o tom. Encarei ao meu redor e as câmeras rodeavam o lugar. – Relaxa., eu vou te usar, eu quero te dar um nome e fechar meu contrato.

— Hrum... – parecia estar satisfeito com minha resposta. – Vá para o beco, você não parece á vontade aqui fora.

— É... Melhor. – eu fui andando e a arma ficou do tamanho do seu cabo com a marca do “Sol” surreal do DS (Die Solis).

Quando cheguei lá eu sentei no chão molhado, becos sempre foram assustadores, mas pra mim, naquele momento, nunca foi tão acolhedor. Observei a arma que crescia novamente na minha mão, seu cano parecia uma massa que crescia até o tamanho original, parecia até um ser vivo aquele negócio.

— Bom. O Mestre Eli, me programou pra explicar direito o que você deve fazer. Em primeiro lugar: Você aceita as condições e os termos de uso?

— Aceito. – respondi acenando com a cabeça.

— Muito bom. Agora, vou explicar pra você:

1. Tudo deve ser mantido em sigilo e, principalmente sobre sua identidade e a localização do nosso comércio.

2. Matar, apenas quem foi mandado matar para que não haja corpos á mais.

3. Seja predominante em suas ações, saiba escolher com apenas “sim” ou “não”, sem “mas” ou perguntas sobre a missão, obedeça cumprindo-a e, se possível, sem erros.

4. Faça o que Eli mandar, se Eli disser: durma comigo, durma com ele.

— Eli alterou os termos pra me provocar né? – interrompi irritada. A arma ficou em silêncio e depois emitiu um riso.

— Sim, isso não é uma lei e nem uma regra, porém ele acha que você iria cair nessa... – falou e pude imaginá-lo revirar os olhos para as coisas que Eli deveria fazer com todas as armas. – Aquele babaca, mas relaxa, ele fez isso apenas com você.

— Sei... – falei como se acreditasse naquilo. – Ok, prossiga.

— Sim...:

5. Deverá ser ouvinte para obter informações necessárias sobre casos da política mundial e coisas do submundo.

6. Viverá para o Die Solis e morrerá por ele. Sua casa agora é no Die Solis junto dos outros membros.

7. Recite a frase: “O Sol te iluminou hoje, meu amigo...” para pessoas que morreram, é uma frase citada e que está na “casa” desde da era moderna.

8. Você pode dar e mudar o formato de sua Solidei com o seu sangue e a seu pedido. Isso é obrigatório antes de você disparar a primeira bala.

9. Cumpra com a missão.

— Acho que você já disse isso.

— Sim, mas o Mestre Eli disse que...

— Para de chamar ele de “mestre”! – falei de repente. – Ele é jovem ainda para ter algo assim!

— Tudo bem, então o Eli me pediu para que eu reforçasse isso...

— Por que ele faria isso?

— Porque você vai ter que matar nos próximos vinte minutos.

Eu encarei aquela arma e minha vontade era de jogar ela longe, mas ela era um organismo vivo, assim como eu, não seria legal fazer algo assim ainda mais com alguém que você acaba de conhecer e que já ganhou sua simpatia.

Havia uma placa de metal do lado, coloquei a arma no meu colo calmamente e com as duas mãos eu entortei aquela placa e joguei no fundo do beco. Estava irada com o Eli!

O vento soprava enquanto sentia o sangue que havia cortado com aquela placa de metal pingava na “Solidei” que seria o tipo da arma e, sim, nada criativo pra quem pôs o nome nesse Bio. Encarei as pessoas passando ao meu lado e me ignorarem enquanto eu recostava minhas costas naquela parede com rugas, casa malfeita.  As pessoas riam e um grupo de amigos que brincavam entre si. Logo atrás um grupo de crianças “escoteiros-do-futuro” passavam animados cantando a música que seu educador tinha lhes ensinado. Um pensamento passou em minha mente, uma lembrança vaga sobre o que era estudar, mas não conseguia lembrar o que era ou como era essa sensação.

Engraçado...

Mesmo após 400 anos, a sociedade tão avançada ainda continua a guerrear entre si, o que muda então? Simples, nosso governo está mais “justo e limpo, são a nova diplomacia, são o novo mundo” – a grande mentira que espalham nas SAV’s. Eu sei bem que a corrupção corre livre e solta pelos merco’s e sei ainda mais que o que mudou foi: As armas estão mais perigosas do que há 400 anos atrás. O mundo mudou, a natureza foi quase extinta deixando apenas os humanos de lado com outra espécie que a “Mãe-Natureza” permitiu junto de Deus serem criada, para combater os “impuros”, os humanos. Meu remorso cresce cada dia mais e sei que meu “lado negro” aparece a cada verdade que me é revelada após todos esses anos. Não é à toa que não me assusto mais com a Morte, porque já fiquei tão próxima dela que nos tornamos amigos. Todo dia eu corro o risco de encontra-la e vou correr o dobro com a vida que vou levar.

Pessoal, não achem “vago” essa minha “rápida aceitação” do mundo atual, eu estou me debatendo há anos desde da primeira pancada que deram na minha cabeça quando descobriram quem eu era. Fui e sou caçada. Mas agora, eu quero caçá-los. A raiva circula dentro de meu âmago e parece que não vai se saciar tão facilmente.

O mundo mudou, a natureza – como disse – foi á beira da extinção, restando apenas os Sark Magnos para que a vingança seja saciada. Quatro séculos se passaram, mas os seres humanos continuam os mesmos, o que nos diferencia deles? A essência que carregamos e nossos princípios que, atualmente, é raro ver alguém como nós. Senti lágrimas de raiva vinham querendo descer, mas engoli junto do embrulho que estava circulando na minha garganta.

— Elisa... – chamou a arma. – Está na hora.

— Qual é o meu alvo? – perguntei me levantando, segurei a arma em minhas mãos onde meu sangue zoado escorria pelo cano fino da arma junto de uma lágrima minha.

— Uma Basilik. 2km ao Norte e depois ao Oeste. Ela estará ás 21hrs no...

Green’s. – respondi, a lágrima da ira e do ódio escorreram frias como a chuva que caía naquele momento, me molhando e arma, tirando todos daquela rua e desligando as câmeras, pois a chuva havia se tornado mais ácida do que naquele tempo, então que os céus chorem ainda mais, que venha uma tempestade para que eu comece a sentir a melancolia e a raiva me engolir naquele momento. Para que a única coisa que me importe seja essa antiga frustração, essa mágoa que me enchia cada vez mais. Porém sei que a partir do momento em que matar alguém ela vai ser suprimida.

— Então, querido Deus, por favor eu Lhe imploro: Que as gostas de chuva não se cesse e que minha vontade não seja mais suprimida pela dor e pela agonia que é viver comigo mesma, que eu termine minha missão com sucesso. – fiz a minha oração diária com alteração enquanto as gotas de chuva se misturavam com minha saliva enquanto adentravam em minha boca, querendo queimar ou derreter algo que não se pode ser destruído pela natureza.

— Amém. – terminei junto de Solidie que disse junto de mim, fui em direção ao Green’s preparada para a mais louca e mais certa mudança de vida em que eu faria.


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Notas finais do capítulo

Obrigadaaaa! A N. quer ir dormir e desligar aqui (-.-) #chata

MAS TUDO BEM, NÉ? Ok, parei com a falsidade pessoas. Obrigada por lerem e... Sim, vou desabafar ainda mais pra frente sobre... Melhor ficar quieta antes que N. me bata por falar "palavras feias".
E Eli... Ele manda um abraço á todos vocês. :v



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