Natureza Sombria escrita por N Caroll


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Eu: FIZ DE MADRUGADA!
Tá vendo? Esse é meu amor por essa história gente e... Não sei vocês, mas eu me apaixonei pela Monique assim que ela surgiu! Espero que não seja somente eu, mas que outras pessoas gostem dela também!
Ela é meio confusa, mas é divertida e uma boa garota!

Mô/Lis: Obrigada Caroll, mas acho que é bom eles lerem o que *eu escrevi...

Eu: Verdade, até mais pessoas!

Mô/Lis: Nos vemos nas notas finais!



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Tudo havia ocorrido normalmente, mas o que seria meu normal...?

Correr por aí e vender peças para os GIN’s? Eles são os irmãos gêmeos mais famosos do subúrbio e entre os frenesés (gente rica), eles pegam uma simples bateria e duas peças e bam! Transformam aquilo em energia para a sociedade sem que nós gastemos muitos frenesis, mas como nosso Vice-Rei é um doente mental, um insano, um doido varrido, eles só podem vender no mercado negro. Onde eu estarei tentando arranjar um emprego.

Sim, eu mesma. Fui imposta ao limite do meu juízo e estou prestes a atravessar a linha entre razão e loucura. Sou Elisa Monique, e não sei como não tenho a Razão ainda!

O problema não é fazer parte do mercado negro, é escolher de qual mercado você fará parte. Aí é que passo para a Loucura...

Pois vou tentar no mercado mais arriscado e louco que poderiam me matar só de passar perto nele.

— “Die Solis”, “Onde o Sol só vai brilhar pra você quando chegar o Amanhã...” – falei lendo alto a placa que havia visto um dia no chão. Engoli em seco relembrando os olhares pra mim sinistros que vieram daquele lugar, eles me reconheceram?

Além de estar em extinção, corro o risco de ter meu estômago removido.

O povo vende também os órgãos mais estranhos no Die Solis, só basta você concordar com os termos que são:

Não grite ao ser sequestrado, ou então, morte.

Não agredir aos sequestradores, pois estão fazendo seu trabalho e isso seria uma falta de respeito e você morreria.

Fique quieto (a) enquanto seu órgão “x” está sendo retirado, senão, morte.

Evitar fazer movimentos bruscos enquanto está em processo, senão, morte.

Para viver em paz, apenas peça para o médico especializado te dar uma dose alta de D-44, sua pressão baixará até você morrer.

Senão quiser viver em paz, aguarde até o fim do processo ou então, veja só! Morte...

Não conte as informações ou o que ocorreu com você, senão saberemos e será caçado (a) e... Morto.

E no fim eles dizem: “Obrigado pela compreensão”. Não sei nem o que dizer sobre o Die Solis, me faz tremer e minhas pernas se tornam bambas só de ouvir seu nome dentro do Merco.

Antes de sair, eu pressionei meu esterno e, na minha frente, abriu a imagem holográfica dimensional do meu cartão-de-acesso. Meus olhos foram para as consequências que me causaram ontem, parece que fraturei três costelas e mais a cicatriz na bochecha esquerda e as marcas roxas no meu pescoço. Mostrou claramente o quanto minha Vitalidade estava e, que coisa! Ela foi de 80% pra 45%.

Vocês devem estar entendo em outra língua, não é? Vou explicar como funciona desde o princípio.

Cartões-de-acesso são como nossos “check-in” só que eles analisam se estamos com o nome sujo, se estamos quase morrendo ou em uma situação de emergência, eles nos identificam também para as máquinas saberem quem somos e permitir ou proibir nosso acesso ao lugar, nele também podemos pesquisar sobre a vida como está lá fora e relembrar cenas de nosso passado com o Memory Card implantado desde do nosso nascimento, felizmente, eu arranquei o meu assim que meus pais foram mortos, porque há hackers e não desejo que descubram o meu passado e nem desejo revê-lo, nunca mais.

Enfim...

Os cartões-de-acesso são unicamente nossos, basicamente é o que nos move aqui e aquilo que nos dá os frenesis, que são dinheiro e, chamados também de “créditos”. Nos CAS (cartões-de-acesso) de cada ser humano existe um programa chamado “Auto Avaliação” onde mostra por meio de porcentagem como está nossa Vitalidade, Taxa de Regeneração, Defeitos do Organismo Vivo, Probabilidades de Doenças, etc. É o que mais eu vejo aqui, mas nunca permita que alguém roube seu CAS, ele é sua identidade, portanto sua prioridade, qualquer outro ser humano pode pegar de você e vender no mercado negro, ou enganar e passar pelas máquinas fingindo ser alguém que não é. Mas o mais importante não é isso, e sim que jamais você poderá ter outro...

Ou seja, os médicos não vão te consultar e nem ganhará sustento mais, se seu banco de dados for invadido o sistema das máquinas vai ter de obrigar á fazer uma limpeza, senão não será visto como parte da sociedade.

É tenso mesmo e mais arriscado ainda eu entrar no Die Solis, corro o risco de não ter mais um estômago e meu CAS ser roubado. Pressionei novamente o osso do corpo do meu esterno, como um botão de “desligar” e meu CAS se fechou. Encarei a porta assim que ele desapareceu e fiquei pensativa por um bom tempo, sentada na cama na minha posição de “pensativa”, pernas cruzadas e uma mão em meu queixo apoiado em meu joelho.

“Faço ou não faço?” – pensei.

“O contrato com certeza vai durar no mínimo duas semanas até eles descobrirem que você é daquela raça”. – disse uma voz interior. E era verdade, não demoraria muito pra descobrirem quem eu sou. Temos um nome, mas... Prefiro que vocês descubram sozinhos.

Levantei da cama e peguei uma camisa preta e minha tradicional calça jeans rasgada e um par de botas de cano curto. Enquanto geral das garotas da minha idade andavam de vestidos com bolinhas, laços e coisas coloridas, preferia usar as cores básicas. Porque pra mim é o suficiente.

Corri escadas á baixo sem minha mochila dessa vez, não podia arriscar levar agora para os gêmeos. Perambulei correndo pelos corredores do hotel até que não vi uma moça e tropecei nela, a mulher não caiu, mas senti o impacto quando minha cara foi pro chão, sabia quem era, mas não ia me desculpar. Levantei meu rosto apenas pra cumprimentar a robô com inteligência e mente totalmente humana que tinha acabado de me dar uma rasteira.

Será que todo mundo me odeia?!

— Olá, Srtª. Monique... – falou com sua voz robótica, mas que serpenteava em meus ouvidos um som agudo e irritante. – Como se sente sempre estar no chão?

— Perfeitamente bem, Donna, é bom ouvir sua voz hoje, reprogramou a voz e o sistema pra “Fútil”, hoje? – Provoquei.

O ruim de robôs biônicos é que suas mentes fazem eles se ferirem, fazendo parecer mesmo que eram seres humanos, até eles se autoconvencem com essa mentira absurda.

Donna me observou com uma ira nada humana, levantei meu corpo e ouvi-a “respirar” fundo e dizer antes de se virar pro quarto:

— Não sei o que aprontou ontem á noite, mas acho bom você tomar seus remédios H’Fágos. – Avisou me analisando de cima a baixo, eu hesitei em prosseguir e esperei ela terminar a fala, parecia querer dizer algo mais. – Você pode até me insultar Monique, mas nós duas ainda temos algo em comum... – Terminou a frase que queria há tanto dizer.

— Eu... Discordo. – falei sem pensar. Mentirosa, era a voz da acusação me chamando.

— Eu também negava, Elisa... – confessou, virei pra trás pra olhar o seu rosto com uma expressão entristecida, antes de relaxar novamente o rosto e emitir uma lágrima e entrou no seu quarto, preparada pra se arrumar.

Antes de prosseguir, eu me encostei na parede e passei a mão na região das minhas costelas, a dor era horrível da queda e mais com o que juntou ontem, talvez não tenha ficado completamente inflamado porque meu corpo é diferente e... Preciso de um H’Fágos do doutor Will.

Caminhei até a entrada do hotel e passei pela porta sem olhar pra cara do povo que me observava “discretamente”. Fiquei com meu cartão-de-acesso pressionado e então, assim que me apareceu o holograma... Procurei com minhas mãos o número do Dr. Will.

Dez segundos depois eu já estava ligando pra ele. Andei em passos largos esperando o doutor atender, estava andando aonde meus pés quisessem chegar e chegaram bem, adivinhem onde...

“Bar Farmer Green

Um arrepio subiu pela espinha deixando meus fios de cabelo em pé quando vi Ruan sendo detido pela “Force” – Uma agência investigativa que um humano comanda e coordena onde devem procurar por pistas de desaparecimentos e onde a sujeira está mais acumulada, são chamados de “Juízes” os robôs altamente sistematizados que trabalham com isso. Eles julgam se a pessoa deve ou não ir pro Submundo, nisso, quantos anos deve perdurar por lá? O máximo que já contaram foi 8000 anos, afinal, máquinas são máquinas. E cada coisa que se faz, por exemplo, traficar produtos ilegais (como Ruan), a pena seria de 150 anos tirando o preço que teria sido cobrado pra retirar os frenesis do sujeito.

Deixei a ligação pro doutor pra outro momento, algo mais havia chamado minha atenção tirando Ruan ser levado: Nunca imaginei ver Malcolm conversando tranquilamente com um Juiz. O que é bem suspeito, porquê Malcolm também não estava envolvido?

Me aproximei dos dois, do humano e do robô. Sorte minha que Malcolm me percebeu e se despediu daquele cara antes que ele checasse meu CAS.

— Então? – comecei já procurando os bolsos da minha calça jeans e cruzando os pés.

— Então... – ele suspirou batendo as mãos na calça e se inclinou pra que eu entrasse no bar. – Vêm...

Suspeitei daquele ato, mas... Malcolm era um cara metido e si achava sim, mas ainda sim, ele era um cara legal e gente fina. Foi pelo menos o único que me viu com bons olhos.

Sentamos de um de frente do outro, como nós sempre conversávamos. Ouvi o motor zumbir em meus ouvidos e tive que inclinar a cabeça, só voltando ao normal quando o carro de patrulha saiu com Ruan dentro. Malcolm balançou os ombros observando seu saxofone bem atrás de mim, ele sorria sempre que olhava pra ele e, cadê o assunto?

— O que aconteceu aqui? – perguntei tentando entender, pelo o que via a minha volta, a casa estava uma bagunça!

— Bom, depois de você ter saído. Eli, o garoto que meu pai bajulava o tempo todo, pareceu ter ficado satisfeito com sua “pequena” demonstração de caráter. – falou fazendo “aspas” no ar, dramático, mas como assim “demonstração”?

— O que quer dizer com isso? – perguntei.

— Isso não importa agora, mas saiba que meu pai ficou muito furioso com você a ponto de ameaçar Eli de roubar a espada de brinquedo dele, isto é, caso o “chefe” não dê os frenesis merecidos...

— “Espada de brinquedo”? – falei dando sorriso forçado. – Seu pai estava com defeito naquela hora?

Malcolm deu de ombros, ele não se importava com o pai então.

— Foi então que Eli não deixou aquela ameaça passar e delatou meu pai...

— Não foi checado seu CAS na hora de entrega-lo pra Force? – perguntei curiosa, todos nós éramos checados caso quiséssemos delatar alguém, pra ver nosso histórico se estávamos em Razão ou em Transtorno.

— Não. – respondeu diretamente, mas se curvou pra mesa como se fosse pra prestar atenção, com uma dor agonizante eu me curvei em sua direção e ele começou á falar. – Monique...

— Fala.

— Quero que você fique longe desse tal de Eli.

— Por ele não terem revistado ou checado seu CAS?

— Exatamente por esse motivo, essa lei é uma das principais no Force, implantada pelo próprio Gregório Dean, nosso Prefeito.

— Entendo...

— Entende? – perguntou novamente, eu fiz que sim com a cabeça calmamente.

Relembrei do olhar de Eli e quando ele disse que “Eu chamava atenção”, mas em seus olhos eu não vi a inocência de uma criança, vi na verdade, uma criança olhando pro seu brinquedo. Dá uma sensação horrível até quando penso nisso...

— Ele não é uma criança. – Disse pra Malcolm e ele me deu uma expressão confusa sobre.

— Elisa... – começou e se recostou novamente na cadeira me olhando como se eu fosse uma piada. – Ele nunca foi uma...

Foi quando minha ficha caiu e, o momento em que o Dr. Will me ligou pelo CAS para saber de minhas notícias.


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Notas finais do capítulo

Eu: Obrigada por terem lido e... Monique tá um pouco assustada revendo suas memórias, bem isso depois vão entender.

Mô/Lis: Caroll! Se você abrir essa boca de novo, eu juro que te mando pro Force!

Eu: ...

Mô/Lis: ...

Eu: Você... Não faria isso.

Mô/Lis: Não mesmo...

Eu: Até então crianças! E a Lis manda um beijo pra todos vocês!

Mô/Lis: Não exagera, eles vão achar que sou um doce.



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