Capítulo 21

Voltando a Tsary... Com Charlotte...

- Olá íllis!

- Érin?

Charlotte se vira e Érin está com um sorriso amigável em suas costas.

- Onde está Arkadi? – Charlotte pergunta.

- Nas quedas d’água... Mas, eu não acho uma boa ideia você ir até lá.

- Por quê?

- Porque ele está muito mal agora.

- Os corrompidos?

- Cheshire lhe contou?

- Uhum.

- Bem, é isso... Ele se sente muito mal depois dessas coisas. O que me lembra que eu tenho que ir até lá, ele é meu irmão.

- Posso ir com você?

- Faça como quiser. – ele deu de ombros. – Mas não diga que eu não avisei.

Os dois vão na direção do bosque, até que Charlotte começa a ouvir um som muito alto de água. Eles caminham mais um pouco, mais a frente havia uma cachoeira, e à frente dela tinha um enorme precipício...

- Nossa! – Charlotte diz colando contra a parede.

Mais ao lado Arkadi estava em baixo da queda d’água, suas lágrimas se misturavam com a água doce, marcas agora desbotadas de algo que parecia sangue jaziam em suas roupas.

- Por que Érin? Por que eu tenho que matá-los? – Arkadi diz com sua voz tremendo.

- Saia de baixo dessa água gelada Aki. – Érin diz, oferecendo as mãos pra Arkadi, que está agarrado aos joelhos.

- O sangue das minhas mãos... Não sai... – ele diz, suas mãos trêmulas.

- Já acabou Arkadi. – Érin puxa Arkadi da água, abraçando-o.

- Tinham tantas crianças... – Arkadi chora, pressionando o rosto contra o peito do irmão.

- Tudo bem Aki, eles já foram se encontrar com a mãe Âmbar.

Arkadi chorava inconsolável. Charlotte não tinha nada o que fazer alem de olhar, seus olhos estavam ardendo.

- Eu sou um ser desprezível e odioso! Por que eu tenho que viver a eternidade com todas essas almas nas minhas costas?

- Tudo bem Aki, eu nunca vou te achar um monstro.

Arkadi soluçava, Érin afagava seu cabelo tentando consolá-lo, com um sorriso amigável e preocupado.

- Por favor Éri, eu não poderia viver sozinho com os meus demônios.

Charlotte se sentia deslocada e infeliz, a miséria de Arkadi a tinha deixado mal, ela não agüentaria vê-lo se torturando, por isso virou-se e correu na direção da floresta.

- E o que eu esperava? – ela pensou.

Chegando no castelo, ela precisava falar com Cheshire, ele saberia o que dizer, e algo dentro de Charlotte gritava que ela precisava dele.

Encontrou-o parado junto ao lago, correndo até ele.

- Cheshire! – ela gritou.

Ele olhou na direção dela e seus olhos se encheram de preocupação.

- O que houve? O que os gêmeos Alcoran lhe fizeram?

- Po-pobre Arkadi... – ela gaguejou. – E eu fiquei lá simplesmente olhando-o sofrer! Eu me odeio Cheshire! Me odeio!

- Calma, me conte o que aconteceu.

- Arkadi está muito mal agora, depois de se livrar dos corrompidos, e eu insisti a Érin que me levasse até ele... Ele me disse que eu não deveria ir, mas eu não ouvi...

Os olhos complacentes de Cheshire sorriram docemente a Charlotte, colocando seu rosto entre suas mãos.

- Fique calma, os gêmeos são auto-suficientes, eles não precisam de ninguém mais em suas vidas.

- Mas Arkadi estava.

- Arkadi ama a todas as pessoas de Âmbar, matá-las é como arrancar parte dele mesmo e atirar sal na ferida... Ele é o anjo de Âmbar, que mantém a todos em paz, ele está se sentindo responsável por essas pessoas terem sido corrompidas.

Charlotte já parava de chorar, ainda soluçava um pouco, mas já não estava chorando.

- E qual a função de Érin? – ela perguntou.

Cheshire sentiu-se um pouco mal pelo interesse de Charlotte, que na verdade não disfarçava nenhuma segunda intenção.

- Ele cuida da noite de Âmbar, o que acontece durante a noite e jurisdição dele, e durante o dia de Arkadi, por conseqüência...

- Ah... – ela diz, respirando fundo. – Obrigada Cheshire, eu sabia que podia contar com você.

- De nada. – ele disse. – [Ainda que você não  seja minha...] – ele pensa.

- No que está pensando Cheshire? – Charlotte pergunta.