Gaia. Um mundo onde a magia surge abundante para seus habitantes. Humanos, elfos, gélidos, dragões e gnomos: todos usufruem dessa benção da natureza. Quase todos. Os anões não são capazes de dominar o poder mágico, construindo seus reinos num dos três grandes e habitáveis continentes: Anthar, um local com minérios em abundância e com poucos resquícios de uma natureza mágica, assim como seus habitantes.

O segundo continente, Taks Gar, um lugar selvagem e brutal, onde as forças da natureza competiam para ver qual era a mais forte, esse foi o local que os dragões escolheram fazer seu lar, afinal quase ninguém se aventurava a entrar ali, e todos aqueles que entravam eram destruídos pelas forças caóticas, tanto dos dragões como do lugar.

Por último ficava o continente de Lantin, onde as outras raças estavam. Cinco países estavam nesse continente. O lar dos gnomos, White Rock, que sobrevivia de sua produção elevada de mármore, um recurso muito utilizado nas construções de todo o continente. Seu vizinho Vibur, dos humanos, onde reinava a paz e os grandes diplomatas viviam, mas também os maiores magos. Mishtalia, lar da raça guerreira dos elfos, que utilizavam seus dotes arcanos para fazer com que seus corpos ficassem adaptados para a guerra, com dedos longos e fortes e traços mais finos para distrair o oponente. Averir, morada dos gélidos, seres que viviam por muitos anos e eram versados no controle da água. E por último Vranyr, um local de isolação, uma prisão para todos aqueles condenados ao exílio, dizia–se que desse país existia uma entrada para o inferno, mas que nunca fora descoberta.

Entre todas essas raças, os humanos se destacavam por um motivo simples, mas de razão desconhecida. Enquanto qualquer raça, quando usasse magia, teria a íris e a pupila preenchida por um brilho de alguma cor, os humanos continuavam com as cores normais, e apesar de isso ter sido extremamente estudado, não se chegou a resultado algum.

Os gnomos, apesar de serem apenas pouco mágicos, eram também versados na criação de máquinas e no conhecimento científico. E foi com eles que os humanos tiveram o primeiro contato com a tecnologia, e desse contato surgiu uma sede pelos conhecimentos naturais sobre o mundo, como física, química, filosofia, ciências em geral.

Depois de algumas gerações, a tecnologia já dominava Vibur, máquinas a vapor, sistemas hidráulicos, navios capazes de fazer grandes travessias de modo mais seguro e em menos tempo, tudo parecia ser melhorado pela ciência, em vez de pela magia. Foi com esse sentimento que os humanos começaram a deixar a magia de lado pelo uso da ciência.

Com o passar dos séculos os humanos foram abdicando da magia, até quase não sobrar resquícios que um dia eles foram capazes de praticar a arte de manipulação da natureza. E com a perda desse poder, e agora os elfos sendo os magos mais fortes, uma guerra teve início. Depois de muitos anos de guerra, os elfos começaram a ter suas vitórias em cada vez mais batalhas, e então ficou claro que a tecnologia sem a magia não era de muito útil na guerra, pois não havia ainda sido explorada uma maneira útil de usá-la para tais fins.

Dessa forma, os homens foram obrigados a tomar refúgio no continente de Anthar, com os anões, que criaram uma afeição por seus primos mais altos pelo motivo de os mesmo já não usarem a magia. Assim, as terras de Vibur ficaram sem um povo, e uma batalha de elfos contra gnomos se deu pelo local, terminando em vitória dos elfos.

Ressentidos de sua derrota, os humanos começaram a explorar de toda forma algum modo de fazer armas de guerras melhores, começando a desgastar a grande quantidade de recursos naturais de Anthar. Assim novamente os humanos entraram em uma disputa, desta vez contra os anões, e perderam novamente, sendo expulsos para além da Cordilheira dos Lobos, uma longa cadeia de montanhas quase intransponíveis que dividem o continente de Anthar, e lá ficaram, sozinhos, isolados, apenas fazendo armas cada vez melhores.

Nos dias de hoje, os humanos ainda melhoram suas formas de guerrear, mas nem mesmo sabem o propósito disso, velhos passam histórias sobre grandes raças para as crianças, e no futuro as crianças passarão aos novos jovens, e no final será nisso que todo conhecimento humano se tornará, histórias.

Mas não para um grupo de pessoas, um grupo especial, que manteve todo o conhecimento sobre o mundo em que vivem. Esse grupo sempre tentou manter a conexão humana com a magia, e então descobriram um lugar maravilhoso, que libertava e aumentava qualquer poder que ali era usado, esse lugar foi chamado de Ilha da Lua, e em seu interior foi construída uma academia para esse grupo de pessoas, chamado Ordem de Lis. Mas a falta de recursos obrigou esses membros a permitirem a entrada de nobres e comerciantes ricos na academia, apesar do medo de compartilhar seus conhecimentos.