Registro Panorâmico escrita por Titi


Capítulo 13
Dúvidas


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, estou postando rapidinho, pois tenho que sair. Boa leitura a todos! Espero que gostem.



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Já são sete horas e sei lá quantos minutos. Plena quarta-feira. Tédio me matando aos poucos. Em outras palavras, nada especial. Estou jogada na cama desde que o Edgar me trouxe, e isso foi lá por meio-dia e alguma coisa... Não teve almoço. Eu estou enjoada daquelas porcarias que trazem em domicílio. Eu tenho problemas com alimentação, tipo, ou como demais ou não como. O meu irmão não sabe cozinhar, o máximo que ele aprendeu foi a fritar as coisas. Mas não tenho do que lamuriar, não estou com fome. To deitada aqui tentando dormir. Pois é... Muito da hora a minha vida... Chega a ser uma adrenalina de querer vomitar.
Meu celular tocou. Deve ser a operadora com aquelas dicas e promoções idiotas que todo mundo ignora. Quando eu fui olhar, meu rosto começou a arder e meu cabelo ficou mais arrepiado do que é. Saí correndo pelas escadas, mordendo a minha blusa pra não gritar. O Edgar assistia a um jogo de futebol. Eu comecei a andar pela casa que nem uma barata tonta. Não sei se estava procurando algo, eu nunca fiquei tão desesperadamente confusa quanto agora.
—Que isso, criança? Tá possuída? –pra ele parar de assistir o jogo para me olhar, eu devia estar pior do que descrevi.
—O HEBROM TÁ ME LIGANDO, O QUE EU FAÇO?
—Como assim “O que eu faço”, sua anta? O que você faz quando tem alguém te ligando?
—NÃO SEI, NINGUÉM NUNCA ME LIGOU!
—Relaxa. Respira. Me dá o telefone aqui.
—Não! Eu preciso resolver sozinha!
—Para de graça, não é hora pra isso! –ele pegou meu celular, digitou algumas coisas, depois atendeu. –Alô?
—Oi... Eu posso falar com a Quésia? –dava pra ouvir o Salamander do outro lado da linha.
—SEU CRETINO! NÃO ERA PRA LIGAR O VIVA-VOZ! –eu estava me esforçando pra parar de berrar, mas não dava muito certo; não devia ter confiado nele. –ME DEVOLVE ISSO! –tomei o aparelho da sua mão.
—Quésia...? Está... tudo bem...? –o garoto parecia mesmo preocupado comigo.
—SIM! Quer dizer... Sim. É... É... Por que você me ligou? –eu já suava frio. Olhei pro meu irmão, e ele estava debochando de mim, com os dois polegares pra cima e um sorriso irônico estampado na cara. –Sai daqui, praga! –o empurrei.
—Oi? –Hebrom não tinha captado.
—NÃO FOI PRA VOCÊ, FICA TRANQUILO!
—Ah, que bom... Eu te liguei porque... Eu te liguei porque... Wendy, por que eu liguei pra ela? –o celular dele também estava no viva-voz, mas acho que se esqueceu de falar mais baixo.
Cortês começou a rir. O chamei de mala e mandei parar, mesmo estando com vontade de rir também.
—Ah, cara, aquele troço que ela te disse na escola. –era a voz do Wendel. Dava pra ouvir os sons de um vídeo game... Viciado.
—S-Sobre aquele negócio que... Que você disse que podia me ensinar. –Hebrom parecia estar pior que eu em relação à agitação agora. Precisar da minha ajuda deve ser mesmo um estado crítico.
—Só vocês mesmos pra ficarem com vergonha de falar ao telefone. –Edgar fez, apertando o osso nasal.
—O que tem o que eu disse? –ignorei o protótipo de punk.
—Eu... Eu posso ir na sua casa para estudar, Qué? –ele mal conseguiu falar.
—Que gracinha... –sussurrei longe do celular. Refluxo de arco-íris no estômago. –Claro que pode. –respondi.
—Ah, nossa, como gente apaixonada é ridícula... To enjoadíssimo aqui... Revertério like a boss... Vou ao banheiro. Não me espere acordada, porque a coisa vai ficar feia. –Cortês saiu ali com a mão na barriga.
—Então... Amanhã depois da aula? –ele quis confirmar.
—Tá. –depois disso a gente continuou com a ligação durante mais três minutos, mas em silêncio, só dava pra ouvir a respiração dele (e o vídeo game do Wendel). Fiquei esperando que ele desligasse primeiro, até os meus créditos esgotarem.
Eu devo estar gostando dele mesmo. Na hora de dormir eu afundei minha cara num travesseiro e fiquei rolando no chão do quarto. Seria isso normal?... Se animar com uma coisa que muito provavelmente vai dar errado?


Fatos psíquicos do Hebrom
A QUÉSIA ME DEIXOU IR À CASA DELA, ELA ME ACHA UMA GRACINHA. VOU TER UM DAQUELES ATAQUES EPICLÉTICOS, EPILÉCOS, EPÍTICOS, ELÍPTICOS, ECLÉTICOS, SEI LÁ COMO FALA, SÓ SEI QUE EU VOU TER. Acho que ela quer ser minha amiga, finalmente.
O Wendel veio para a minha casa para jogar vídeo game, como faz sempre. Ele me ajudou a criar coragem para ligar para ela. Acho que a Qué sabe que eu não paro de pensar nela... Eu tento fazê-la perceber, mas do jeito que ela age, parece que não sente a mesma coisa. O Wendy falou que eu tenho que marcar de sair com ela de novo quando for pra casa dela, por que ele sempre diz que sou “baka”. Não sei o que é isso, mas acho que é algo bom. Sabe, ele é otaku, geek e gamer, por isso não entendo boa parte do que ele fala. Ele deve usar algum tipo de subdivisão da língua portuguesa... É um cara bem ocupado, mas sempre tem tempo para me ajudar, chega a ser emocionante! Ele é um cara extremamente gentil!

E a Quésia... Ela fica ainda mais amável com cara de cansaço... E ela fica cansada quase que o tempo inteiro! Pelo o que eu vi, ela tem um estilo bem vintage... Eu acho isso fofo. E o rosto dela... Ela é muito perfeita. Ela foi um lenitivo na minha vida. Eu agradeço muito a Deus por isso! Preciso me controlar para não ficar ansioso por causa de amanhã. Não quero bancar o idiota na frente dela. Pode parecer meio piegas, mas... Tenho quase certeza de que ela é o que eu preciso. Quero que seja a primeira e única, do jeito que eu pedi.


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Notas finais do capítulo

"Comenta, por favor, nunca te pedi nada".



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